A palavra revolução tem ganhado espaço entre os cristãos desde que o Papa Francisco nos propôs a “Revolução da Ternura”, da qual muito provavelmente você já ouviu falar.
No entanto, essa palavra também costuma ser muito utilizada pelos jovens que vivem dizendo, aqui e ali, principalmente a respeito de questões sociais: vamos fazer revolução!
Mas, afinal, o que é uma revolução, qual seu significado mais profundo, qual sua ligação com a Igreja? Entenda isso melhor a partir desta reflexão!
O conceito de revolução
Para o termo revolução é possível encontrar nos dicionários e na própria internet uma grande variedade de significados distintos. Portanto, para começarmos a desenrolar este conceito, vamos partir da origem da palavra.
Revolução deriva do latim “revolutio” “revolvere”, e significa “dar voltas” ou “completar voltas”.
Logo, o conceito de revolução começou a ser utilizado no século XVI pela física e astronomia. Porém, era compreendido com o sentido de retornar ao mesmo lugar de que se saiu anteriormente, como acontece com as órbitas dos planetas. Neste sentido, o movimento de translação do planeta Terra ao redor do sol era chamado de revolução. Sendo assim, revolução, era o termo técnico correspondente ao que hoje se denomina “translação”.
Contudo, o conceito de revolução começou a ser empregado como sinônimo de ruptura, de continuidade de transformações, a partir do fato histórico que ficou conhecido como Revolução Francesa. Este evento histórico que aconteceu entre 1789 e 1799, marca o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea. Ele promoveu importantes transformações políticas, sociais e econômicas na França.
Uma revolução perigosa
Agora que compreendemos que o conceito de revolução implica em realizar mudanças profundas ou radicais, passamos a outro assunto: a revolução das ideologias.
Por ideologia compreende-se um conjunto de ideias que propõe uma revolução, o que poderia ser bom. Poderia! No entanto, em uma visão crítica, ideologia é uma ilusão criada por uma classe para manter a aparente legitimidade de um esquema de dominação. É um conjunto de ideias falsas, ilusórias ou enganadoras que os ideologistas costumam usar para manipular a sociedade como um todo, ou um determinado grupo. Um exemplo disso foi a ideologia nazista disseminada na Alemanha por Adolf Hitler que provocou o Holocausto de milhares de pessoas e a Segunda Guerra Mundial.
Logo, o grande perigo das ideologias é justamente porque se utilizam de falsas “boas” justificativas para convencer a população a respeito de algo. E essas ideias se alastram fortemente pelo mundo porque são bancadas por pessoas “poderosas” e instituições milionárias, e apoiadas por países muito influentes.
Atualmente, países como Estados Unidos, muitos do continente europeu, da América Latina, da África e da Ásia são grandes propagadores da chamada “Cultura de Morte”. O que significa que defendem o aborto e a eutanásia com grandes interesses por traz disso. Por exemplo, a implantação mundial do aborto começou em 1952, quando o megabilionário John Rockefeller III fundou, em Nova York, o Conselho Populacional, com o objetivo de implementar políticas internacionais de controle populacional.
Neste sentido, o Papa Francisco contou, certa vez, que em uma conversa que teve com Bento XVI, na época Papa emérito, ele lhe teria dito: “Esta é a época do pecado contra Deus Criador”. E essas suas palavras foram motivadas, segundo Francisco, justamente por causa da disseminação de ideologias revolucionárias, perigosas, pelo mundo.
A revolução do Papa Francisco na Igreja
O Papa Francisco é o 266º a se sentar na cadeira de Pedro. E desde o início, muitos consideram que o seu pontificado tem causado uma importante revolução na Igreja, no melhor dos sentidos.
E a sua revolução iniciou já quando ele apareceu no balcão do Vaticano pela primeira vez como Papa. Pois a sua primeira atitude foi fazer uma prece por Bento XVI e pedir aos fiéis, que lotaram a praça de São Pedro, que rezassem por ele naquele momento.
Logo, uma das grandes diferenças promovidas pelo Papa Francisco talvez seja o fato de ele promover uma teologia muito mais pastoral e próxima das suas ovelhas, adotando gestos e um linguajar de aproximação. Quem não se recorda do abraço que ele deu em um doente de neurofibromatose, cujo registro fotográfico correu o mundo pela internet?! E quantos se comoveram quando ele afirmou que a Igreja precisa receber os homossexuais de portas abertas, porque Deus não ama o pecado, mas ama o pecador?!
Também, em uma das suas audiências, certa vez chamou a atenção dizendo que é necessária uma revolução da ternura na igreja para não confundirmos redenção com punição.
E, você, qual é a sua revolução?
Muitos de nós, diante de uma situação de injustiça, de maldade, entre outras, sente o desejo de agir, de provocar uma revolução. Contudo, esquecemos que a revolução que queremos e podemos fazer está na Igreja fundada por Jesus Cristo.
Jesus veio a este mundo para fazer uma revolução, transformar o mundo, para abrir o coração dos pecadores e despertar neles o desejo de conversão, o desejo pelo Reino de Deus. Jesus veio a este mundo para quebrar paradigmas. Ele enfrentou impostores e defendeu os mais fracos. Ele pregou o amor, a empatia, a solidariedade, a fraternidade, a misericórdia.
As atitudes de Jesus devem ser um estímulo para todo cristão. Seguindo o seu exemplo, é possível fazer uma revolução, a começar por si mesmo.
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