Você está atento aos sinais e dores de um consagrado?

Entre os olhares que se cruzam durante a correria do dia a dia, em meio às reuniões de apostolado ou mesmo no silêncio da capela, as dores de um consagrado podem ser percebidas quando estão juntos uns dos outros.

Portanto, as autoridades precisam possuir um olhar sábio e prudente ao observar sinais diferentes no comportamento de um irmão. 

O extrovertido passa a não expressar mais tanta alegria e disposição. A irmã sempre preocupada com o bem-estar das demais, está sempre cansada e a cada dia mais isolada. O responsável pela casa religiosa, sobretudo nos avisos da noite costuma estar sempre sobressaltado e ansioso. 

Será que você, religioso, sacerdote ou membro de novas comunidades, consegue perceber os sinais e as dores de um irmão consagrado que está ao seu lado? 

Neste artigo traremos alguns sinais de que a saúde emocional e a vida interior de um consagrado se encontra ameaçado. 

Os sinais que só um irmão percebe

Ser consagrado presume uma rotina de vida entregue à oração, ao apostolado e à vida fraterna. Independente do carisma fundacional, os pilares dos conselhos evangélicos, a missão e os desafios da vida comunitária estão sempre presentes. 

Esse relacionamento constante deixa evidente as características de humor, de estilo de vida e de temperamento dos irmãos e irmãs religiosos. Portanto, não deveria ser muito difícil a percepção de um mal estar ou de uma crise vocacional iminente. 

Perceber dores de cabeça constantes, insônia, irritabilidade fora do comum, falta de motivação pelas atividades da comunidade ou apostólica, são alguns dos sintomas – sim, podemos chamar assim – de que alguma coisa não está bem com esse irmão ou irmã. 

Obviamente, há consagrados que conseguem disfarçar quaisquer sinais de que não estão bem. Há aqueles que se destacam por uma presença sempre forte e expansiva nas ações apostólicas. Porém, a falta de apetite, o desinteresse pelos momentos de fraternidade e descontração, o semblante abatido e o constante estado de tensão nas expressões denotam que é necessário descanso e – em muitos casos – ajuda especializada. 

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O que fazer para consolar as dores de um consagrado?  

Aos primeiros sinais de que algo não está bem com o irmão, a conduta deve ser da partilha franca, clara e caridosa. No entanto, é preciso manter o zelo da intimidade e da liberdade de expor as dores, ou não, de seu coração. 

Em seguida, vale a pena que se reporte ao superior que – devido às suas atribuições – nem sempre consegue perceber com clareza o que tem se passado com seus subordinados. Por sua vez, a autoridade deverá procurar esse irmão ou irmã e oferecer-lhe ouvido, apoio, oportunidades de descanso, lazer e férias (quando for possível). 

Em um dos seus encontros com os religiosos no Vaticano, o Papa Francisco afirmou, dirigindo-se aos formadores: “Vocês não são apenas mestres, mas, sobretudo, testemunhas da sequela de Cristo, segundo seu próprio carisma, que pode ser redescoberto mediante a alegria de ser discípulos de Jesus. Por isso, cuidem sempre da sua formação pessoal, que nasce de uma forte amizade com o único Mestre”.

Desse modo, o consagrado poderá ver suas dores sendo acolhidas no seio da comunidade e, quando necessário, contar com ajuda profissional. 

Conclusão 

É possível evitar dores ainda maiores como estafas, depressões severas, ou até suicídio de padres e religiosos quando damos atenção aos irmãos de modo atento e fraterno. 

As dores de um consagrado são as dores de homens e mulheres que vivem em meio aos desafios dos nossos tempos e padecem de enfermidades próprias do século presente. Um agravante também pode ser a luta cotidiana pela fidelidade aos compromissos e à missão, assim como a lida com os sofrimentos do povo ao qual foi enviado. 

Sejamos dóceis e atentos aos irmãos e irmãs que convivem conosco. Seja você também uma âncora que alcança as lutas cotidianas com caridade e generosidade. 

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O que é Síndrome de Burnout?

O trabalho apostólico, a administração de uma Casa de formação, a dinâmica formativa de um seminário, ou mesmo a direção espiritual das almas. Logo, estamos falando de serviços comuns a boa parte dos sacerdotes e religiosos. Contudo, se não bem administrados e integrados na dimensão humana e física, tal qual qualquer outra profissão, pode ocasionar Síndrome de Burnout. 

Traduzindo do inglês, “burn” quer dizer queima e “out” exterior. Segundo o Ministério da Saúde, “a Síndrome de Burnout também pode acontecer quando o profissional planeja ou é pautado para objetivos de trabalho muito difíceis, situações em que a pessoa possa achar, por algum motivo, não ter capacidades suficientes para os cumprir.”

Sendo assim, amplamente conhecido no ambiente corporativo, os sintomas de Burnout podem ser  confundidos com crises vocacionais. Desse modo, religiosos, superiores, seminaristas, sacerdotes, priores, enfim, estão suscetíveis a tal dificuldade. 

A gênese desse transtorno está no excesso de trabalho, sem pausas significativas para o descanso. Obviamente, a oferta de vida e o desejo pelo anúncio do Evangelho podem expor muitos a uma rotina desgastante. Além disso, conflitos interpessoais, em especial com autoridades, ou mesmo, serviços incompatíveis, podem ocasionar a Síndrome de Burnout. 

Desse modo, entenda melhor os sintomas, o tratamento e possíveis consequências do não tratamento adequado.

Como saber se estou com Burnout?

O desânimo para começar mais um dia de trabalho, ou mesmo uma dor de cabeça constante podem configurar sintomas de Burnout. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas da Síndrome de Burnout são: 

  • Cansaço excessivo, físico e mental.
  • Dor de cabeça frequente.
  • Alterações no apetite.
  • Insônia.
  • Dificuldades de concentração.
  • Sentimentos de fracasso e insegurança.
  • Negatividade constante.
  • Sentimentos de derrota e desesperança.
  • Sentimentos de incompetência.
  • Alterações repentinas de humor.
  • Isolamento.
  • Fadiga.
  • Pressão alta.
  • Dores musculares.
  • Problemas gastrointestinais.
  • Alteração nos batimentos cardíaco;

Desse modo, tais sintomas são sinais de alerta que podem ser constantes ou esporádicos. Contudo, sem a devida atenção e tratamento podem agravar-se. Sem um bom tratamento terapêutico, o Burnout pode avançar e tornar-se um quadro de depressão.

Entretanto, tem se tornado cada vez mais frequente o quadro de depressão entre religiosos ou sacerdotes. Boa parte deles, com uma boa investigação, são oriundos de uma Síndrome de Burnout não identificada anteriormente. 

Como tratar 

Em se tratando de estarmos falando sobre um ambiente religioso, obviamente o caminho sempre começará com uma boa partilha com as autoridades, que em espírito de caridade fraterna e evangélica, será suporte para quem sofre. 

Portanto, é necessário o afastamento das atividades apostólicas e, sobretudo, um período de férias da vida comunitária. Desse modo, o tratamento seguirá com um processo terapêutico com psicólogo, e a depender do quadro, com psiquiatra. 

Sendo assim, em geral, não é necessário uso de medicações, porém o médico psiquiatra fará a avaliação adequada. 

Por isso, é de suma importância, que superiores, reitores ou demais autoridades, estejam atentos ao bem estar dos seus subordinados. De modo que, a qualquer suspeita, se tome as medidas necessárias, para evitar transtornos e demais enfermidades, ou até crises vocacionais que culminem no afastamento do religioso. 

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Janeiro, mês para organização

O mês de janeiro nos pede organização. Essa palavra tem muitos conceitos e se aplica em muitas situações. Pode se referir a um grupo de pessoas com o mesmo objetivo, à paróquia, a instituições e muitas outras.

E pode ter várias finalidades, ser temporária ou permanente. Por exemplo: organizar as festas de fim de ano com a família; essa organização é temporária e com uma finalidade bem definida. Mas neste post vamos tratar de organização no aspecto pessoal. Confira.

Diga “adeus” a velha organização e “bem-vinda” a nova!

A organização é uma prática que sempre pede recomeço, mas exige foco! Isso mesmo: ninguém se organiza simplesmente por um perfeccionismo; essa motivação traz muito estresse, engessa a vida e é vazia de sentido. Logo, a organização não serve para isso.

No entanto, a organização que tem um foco concreto, é motivada por uma paixão e é sempre passível de avaliação. Então: o que é organização? É a capacidade de projetar algo e montar uma estratégia para alcançar esse objetivo.

De forma bem simples, se você deseja uma viagem no mês de julho, por exemplo, precisa escolher o lugar, como chegará lá e quanto em dinheiro gastará durante todo o passeio. Depois, fazer uma planilha, colocar em prática e ter o plano B, caso não der certo.

Assim, a organização é uma forma de alcançarmos sonhos a curto e médio prazo. Ela não garante sucesso, mas nos ajuda a dar passos, nos tira do improviso e nos ensina a crescer em vários aspectos da vida humana, espiritual e financeira.

Por onde começa a organização? 

No tópico anterior, falamos sobre organização como uma estratégia para alcançar sonhos, mas o Evangelho nos ensina algo simples e fundamental: “Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes…” (Lc 16,10). 

Logo, a organização na vida pessoal começa pela rotina, ou seja, estabelecer horários para começar e terminar o dia; cumprir tarefas; ser responsável com os compromissos pessoais; estudos; trabalho e com a organização dos ambientes por onde você passa.

Dessa forma, a organização da rotina diária nos ajuda a organizar grandes situações da vida pessoal em todas as áreas. E, com certeza, responsabilidades não faltam na vida humana, mas muitos não conseguem se organizar e atropelam tudo pela frente.

Mas o agora é sempre a oportunidade de começar uma nova vida, novos projetos e abraçar os riscos que virão. E para os cristãos, há sempre uma motivação que caminha ao nosso lado: o amor de Deus por nós concretizado através de Jesus Cristo e escrito no Evangelho.

Mãos à obra! 

O ano novo inspira muitas propostas, mas elas só darão certo se estiverem no papel, ou seja, precisam de organização. Então, o primeiro passo é se perguntar: o que pretendo neste novo ano para minha vida? Claro que isso inclui muitos atores fundamentais.

Feita a pergunta, coloque no papel e trace a rotina para alcançar a meta. Isso pode envolver a família, o trabalho, estudos, finanças, saúde, como também, é possível escolher apenas uma área para organizar, como prioridade, sem abandonar as demais. 

Depois, trace o plano de ação para não se perder em pensamentos e siga o mapa que você mesmo preparou! Com o tempo, a organização nos aproxima mais do objetivo e o ânimo cresce, mas é preciso ser fiel aos primeiros passos.

A organização pessoal às vezes parece difícil. Mas é possível contar com a ajuda de alguém ou lançar mão de instrumentos preparados para esse fim, como uma planilha para organização pessoal. Assim, com um pouco de dedicação, o resultado aparece.

Continue lendo: Centro de Revitalização Âncora: cuidar-se para cuidar

Todo consagrado deveria tirar férias neste lugar

Tirar férias é mais que uma necessidade, é um direito de toda pessoa humana. Mas é preciso se educar para tomar essa decisão. Isso mesmo! Às vezes não respeitamos o tempo do corpo e os processos da vida e não nos permitimos o descanso merecido.

Neste post, descubra o significado das férias, seus benefícios e também a sugestão de um lugar que favorece o descanso do corpo e da alma. Confira!

Tirar férias… mas o que são férias?

As férias são o período em que interrompemos o trabalho com o objetivo de descansar. No entanto, o descanso não é um luxo, mas um investimento vital para o desenvolvimento integral da pessoa. Logo, exige respeito e atenção.

Lembramos que o consagrado é um operário da vinha (Mt 9,38); tem atribuições na paróquia, na vida comunitária, nas atividades missionárias e na vida pessoal; além de passar por todos os estresses da vida em sociedade que causam grande cansaço.

E o estresse transforma o estilo de vida e a forma como nos relacionamos, ainda que a oração e os sacramentos nos acompanhem todos os dias. Portanto, é fundamental tomar consciência de que as férias significam descanso e não organização da vida ou outras atividades. 

Tirar férias influencia no descanso físico e mental, porque tira a pessoa da estafa e da rotina de trabalho diária. Por isso são tão importantes para que se possa seguir a vida de maneira serena e produzir a contento, em todos os aspectos, principalmente na vida consagrada.

Tirar férias ou estar de férias

Parece estranho e até engraçado, mas é real. Há pessoas que não tiram férias, só estão de férias. E como é isso? Quando a pessoa sai, mas não se desconecta de suas atividades e usa aquela frase: “Qualquer coisa, me procure”.

Segundo especialistas, 70% das pessoas precisam de pelo menos uma semana para conseguir se desligar da sua rotina de trabalho; as outras 30% precisam de duas semanas ou mais para conseguir se desligar, só então as férias se iniciam. 

Há ainda outros fatores como educação e sexo: As mulheres, por exemplo, têm mais dificuldade em se desligar das atividades do que os homens; algumas reconhecem que só após duas semanas conseguem se desconectar e mudar para o modo férias.

Percebemos também pessoas que foram educadas a não reconhecer seus limites e isso as impede de relaxar. O que mostra nossa limitação, que não significa pecado, mas humanidade. Porém esse pensamento tem solução, as férias ajudam a mudar a mentalidade.

Benefícios das férias

Os benefícios de tirar férias são muitos e melhoram tanto o desempenho profissional quanto os relacionamentos pessoais e o bem-estar de cada indivíduo. Veja quanto bem causa tirar férias para uma pessoa: 

  • #1 Alivia o estresse: a vida humana é cheia de desafios, e quando se trabalha com a salvação das pessoas, somos envolvidos por inúmeros problemas que podem ser absorvidos ou não! E tirar férias nos ajudam a sair das zonas de conflito e a ter mais clareza das situações.
  • #2 Ativa a criatividade: A mente cheia de preocupações não consegue enxergar além e isso impede que se pense fora da caixa. Mas tirar férias proporciona limpeza da mente e logo os horizontes se abrem para novas ideias e sugestões na vida diária e no trabalho.
  • #3 Melhora os relacionamentos: Com a correria da missão, quase não se tem tempo para os amigos e a família! Dessa maneira, as férias são uma ótima oportunidade para fortalecer esses laços e desfrutar de tempo de qualidade com as pessoas queridas.
  • #4 Melhora a saúde: Corpo e mente estão interligados. Estresse, ansiedade e outros problemas surgem através da falta de descanso e são capazes de gerar transtornos físicos. Por isso, tirar férias contribui para a melhora da saúde, porque equilibra o corpo e a mente. 

Consagrado tira férias?

Infelizmente essa é uma pergunta que muitos se fazem fora da vida consagrada. Porém, podemos responder com outra pergunta: consagrados são pessoas comuns? Então, a resposta é sim! E como todo ser humano, eles precisam de férias.

Imagine a situação de um trabalhador comum: sua semana tem sete dias, cinco considerados úteis e dois geralmente destinados ao descanso. Contudo, muitas pessoas trabalham também aos finais de semana ou levam trabalho para casa.

Agora, na vida consagrada, se levarmos em conta o dia a dia – do nascer ao pôr do sol – o religioso está sempre a caminho, principalmente nos fins de semana, quando a comunidade se reúne para celebrar e ser educada na fé.

Então, o consagrado não leva trabalho para casa, porque em sua casa há sempre um trabalho a ser feito, seja de forma material, seja no empenho da oração, na escuta das pessoas ou nas preocupações que carrega na mente e no coração.

E se não houver férias?

Há uma síndrome chamada de Burnout, que é um tipo de estafa profissional, que tem se tornado cada vez mais comum. Ela é resultado de uma cultura em que o excesso de dedicação a algo, seja carreira ou qualquer outra atividade, é visto como um símbolo de status. 

Esta síndrome é resultado também da falta de cuidados consigo em necessidades vitais, entre elas as férias. Claro que a síndrome se instala gradativamente, nem se percebe às vezes, mas há também a ansiedade, depressão e doenças físicas. 

Por isso, tirar férias não é um desperdício de tempo, mas uma atitude de amor próprio em vista da missão de cuidar do outro. E para que isso aconteça, é urgente descansar por algumas semanas, dedicando-se ao próprio bem-estar. Logo, voltar mais satisfeito e produtivo.

Centro Âncora, lugar de estar em férias!

O Papa Emérito Bento XVI nos dá 4 conselhos para um bom descanso da mente e do corpo: A leitura espiritual, a natureza, passeios construtivos e o encontro com Deus; isso nos liberta de cargas desnecessárias na vida consagrada.

E se pudéssemos encontrar tudo isso em um único lugar, onde a vida consagrada é vista aos olhos de quem cuida e não como funcionalidade ou constante responsabilidade? Pois saiba que este lugar existe!. Estamos falando do Centro Âncora, um centro de apoio à vida religiosa e sacerdotal. 

O Centro Âncora localiza-se em Pinhais, próximo ao centro de Curitiba-PR, e é totalmente destinado ao descanso e ao cuidado de quem se dedica ao povo de Deus; das estruturas físicas ao corpo de profissionais, tudo voltado para a recuperação da alma e do corpo. 

O Centro é um sopro de Deus no coração da Comunidade Copiosa Redenção e há 10 anos tem proporcionado a recuperação emocional de muitas pessoas. Para isso conta com uma equipe de profissionais qualificados e um ambiente favorável para o encontro frutuoso.

Afinal, quem busca férias nunca se afasta do seu objetivo maior que é ser pertença de Deus. Mas tirar férias também significa cuidar de si, principalmente nos momentos mais difíceis da vida. Logo, o Centro Âncora está à sua disposição para qualquer dúvida.

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