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Centro de Revitalização Âncora: cuidar-se para cuidar

24 de outubro de 2022

Centro de Revitalização Âncora: cuidar-se para cuidar

O religioso ou a religiosa e o sacerdote possuem uma grande missão: pastorear o povo de Deus em suas necessidades e aflições da alma. No entanto, só alguém que cuida de sua própria saúde e bem-estar poderá cuidar de outros de modo saudável e fecundo, sem comprometer a própria saúde.

Ser escolhido por Deus para uma vocação de seguimento radical à pessoa de Jesus Cristo, não é um privilégio, é uma ação deliberada da Misericórdia de Deus. Afinal, somos todos humanos, pecadores e limitados. Por isso, quando Deus chama um homem no meio dos homens para o sacerdócio, o capacita para toda boa obra. 

Trabalho pastoral, acompanhamento pessoal dos fiéis, administração econômica de paróquias ou núcleos comunitários, gestão escolar, gestão de recursos humanos, comunicação, evangelização de todo tipo, os trabalhos religiosos possuem um catálogo infinito e diverso. 

Se precisa, o religioso se dispõe. Porém, é preciso atenção: cuidar de quem cuida de nós! 

Definimos algumas orientações para que religiosos e sacerdotes não se eximem de cuidar de si e da sua qualidade de vida. 

Cuidar da qualidade de vida em meio à missão  

A definição de qualidade de vida, segundo a Organização Mundial da Saúde vai muito além da saúde física. Trata-se de manter em equilíbrio a saúde física, emocional e mental. 

Vive com qualidade quem possui todo o necessário para que corpo, alma e mente vivam em harmonia. Isso não é fácil para qualquer um nos tempos de hoje, e se torna ainda mais complexo para a vida religiosa. 

Os desafios enfrentados pelos sacerdotes e religiosos nos últimos tempos tem levado muitos a transtornos de ansiedade, pânico, depressão, e em casos ainda mais extremos, ao suicídio. 

A rotina frenética, o uso descontrolado e desmedido das tecnologias, os desafios apostólicos, a má administração dos afetos e emoções, e em especial, uma certa deficiência na formação acerca da saúde emocional e psíquica, tem gerado preocupação. 

A missão não para, é fato! No entanto, os religiosos também não podem descuidar-se da saúde. É preciso encontrar o ponto de equilíbrio, e para isso formadores, responsáveis, bispos e reitores precisam auxiliar e, ao identificar qualquer descompasso, cuidar, pastorear e dar suporte aos que estão sofrendo. 

Dom Rafael Cifuentes, arcebispo emérito de Nova Friburgo, falecido em 2017, afirmou que “a maturidade é o justo equilíbrio entre dois extremos”. Portanto, com essa definição é possível começar a trilhar um caminho no qual a oferta de si a Jesus e à missão não entre em contraste com os cuidados com o Templo de Deus, que é cada um de nós.  

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Cuidar de si em meio aos sofrimentos 

O sofrimento é inerente à vida do homem. Todos estão sujeitos ao padecimento de desafios e dificuldades. Jesus o sabia, e deixou claro para seus discípulos: “Se quiserem me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga!”. 

Para qualquer pessoa que viva no século é difícil a compreensão das dores e dos sofrimentos que os religiosos e sacerdotes enfrentam. São diversas as angústias que acompanham a vida consagrada e o apostolado cotidiano. 

Lidar com as dores da humanidade, com as lutas contra as próprias limitações, com as dificuldades da vida comunitária, entre outros, podem minar a saúde desse público. É preciso encontrar formas de enfrentamento e prevenção. 

Podemos dar algumas dicas para que os religiosos possam cuidar da própria qualidade de vida, em meio a tudo isso: 

  1. Manter uma rotina de sono de mais de 7 horas por noite;
  2. Ter momentos de descanso e lazer com amigos e familiares, sempre que possível;
  3. Buscar uma alimentação saudável e balanceada;
  4. Encontrar um equilíbrio no uso das mídias digitais; 
  5. Favorecer o próprio imaginário com boas leituras e artes; 

Não tenha vergonha de pedir ajuda 

Um dos principais obstáculos na hora de cuidar da saúde de um religioso ou sacerdote é o preconceito que boa parte desse núcleo tem quando precisa pedir ajuda. Expor a própria vulnerabilidade não é algo fácil, em especial para quem vive uma experiência de vida espiritual. 

No entanto, essa é uma mudança de chave indispensável para saúde psíquica. Assim como, para vida de santidade de cada religioso e sacerdote. Reconhecer que precisa da ajuda do próximo é encher-se de humildade – a virtude dos santos – e encontrar-se abandonado nas mãos de Deus e dos irmãos. 

Pedir ajuda é reconhecer-se Filho de Deus, Filho da Igreja,  portanto encontre dentro de você – se tem passado por algum desses desafios – abertura para partilha com seus superiores, ou mesmo com algum grupo que dê suporte necessário. Buscar profissionais nessas condições é cuidar de si para cuidar do próximo! 

O Centro de Revitalização Âncora está de portas abertas para todo aquele que precisar de cuidados! Conheça nossas dependências e conte conosco! 

O religioso ou a religiosa e o sacerdote possuem uma grande missão: pastorear o povo de Deus em suas necessidades e aflições da alma. No entanto, só alguém que cuida de sua própria saúde e bem-estar poderá cuidar de outros […]