Tríduo Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus

Nos aproximamos dos dias mais importantes da fé cristã: o Tríduo Pascal. Mas você sabe o que significam esses três dias e o que é celebrado em cada um deles? Portanto, para aprofundar o seu conhecimento e ajudá-lo a vivê-lo bem,  explicamos nos próximos parágrafos, o mistério de cada dia do Tríduo Pascal.

O mistério do Tríduo Pascal

Primeiramente, nas Sagradas Escrituras tudo possui um significado além do literal. Sabendo disso, o abade beneditino Rábano Mauro, explica os significados dos números na Bíblia também em relação ao Tríduo. Por isso, o número 3, que não está ligado somente à Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, mas segundo o abade,  evoca um destes significados e confirma as palavras do profeta Oséias, no capítulo 6, versículo 2: 

“Dar-nos-á de novo a vida em dois dias; ao terceiro dia ressuscitar-nos-á e viveremos”. 

É justamente esse mistério de sacrifício, morte e vida nova que os católicos celebram no Tríduo Pascal e que temos como a grande festa dos cristãos, dando fundamento à fé em Jesus.

Assim recorda o papa Francisco em sua catequese sobre o Tríduo Pascal, em 2021, a fim de aprofundar o mistério destes dias, que revivemos em cada Missa:

Vivemos este mistério cada vez que celebramos a Eucaristia. Quando vamos à Missa, não vamos apenas rezar, não: vamos renovar, repetir este mistério, o mistério pascal. É importante não esquecer isto. É como se fôssemos rumo ao Calvário – é a mesma coisa – para renovar, para repetir o mistério pascal.”

A Paixão do Senhor no Tríduo Pascal

O mistério da Paixão do Senhor inicia já na Quinta-Feira Santa, quando se celebra a Última Ceia de Jesus com os apóstolos.

Sobre isso, continua explicando o Papa Francisco:

“Foi a noite em que Cristo entregou aos seus discípulos o testamento do seu amor na Eucaristia, não como lembrança, mas como memorial, como a sua presença perene”.

É, portanto, o momento em que Jesus substitui o cordeiro pascal, por Ele mesmo. Assim, Ele se torna a vítima inocente que liberta o povo da escravidão do pecado.

Após a Missa, guarda-se as reservas Eucarísticas no Sacrário, as toalhas do altar retiradas, bem como todas as imagens. Logo depois, inicia-se um momento de adoração.

Podemos aqui recordar da agonia de Jesus no Getsêmani (cf. Mt 26, 36-39) antes da sua morte, quando suou sangue e pediu para que os discípulos vigiassem com Ele em oração. 

Nesta noite, somos convidados a nos unirmos a Jesus em sua agonia. Sobretudo, trazer as nossas agonias, medos e tristezas diante do Pai, que não afastará de nós o sofrimento, mas nos dará forças e sentido para passar pela cruz e colher a redenção.

Sexta-feira: a morte de Jesus

A Sexta-Feira Santa é marcada pela penitência, jejum e oração. Por isso, a igreja reunida em comunidade é chamada a rezar a Via-Sacra e, às 15h, a celebração da adoração da Santa Cruz.

O Papa Francisco lembra aos fiéis sobre esse momento de adoração:

“Reviveremos o caminho do Cordeiro inocente, imolado pela nossa salvação. Teremos na mente e no coração o sofrimento dos doentes, dos pobres, dos descartados deste mundo; recordaremos os “cordeiros imolados”, vítimas inocentes de guerras, ditaduras, violências diárias, abortos… Levaremos diante da imagem de Deus crucificado, em oração, os numerosos, demasiados crucificados de hoje, que só d’Ele podem receber o alívio e o significado do seu sofrimento. E hoje há muitos deles: não vos esqueçais dos crucificados de hoje, que são a imagem de Jesus Crucificado, e neles está Jesus”.

O sábado Santo, ou sábado de aleluia 

Os discípulos de Cristo vivenciaram a dor, o silêncio e a desolação causados pela morte do seu Mestre. Esses são alguns sentimentos que o Sábado Santo nos remete. Mas, assim como os discípulos tiveram a presença da Virgem Maria, a Mãe da Esperança, assim também a Igreja se encontra neste sábado.

Ao passo que contamos com a intercessão e o exemplo de Maria, somos também chamados a viver esse dia em um silêncio cheio de esperança de que Deus está agindo, mesmo quando não entendemos.

E Deus realmente está! É no Sábado Santo que a Igreja ensina que Jesus desceu à Mansão dos Mortos e lá libertou Adão, Abraão, os profetas e todos aqueles homens e mulheres que esperavam pela vinda do Messias. Nesse dia, foi aberto para todos o Céu. Por isso, é um dia de Esperança.

A Ressurreição de Cristo

O Tríduo Pascal encerra-se com a alegria da ressurreição de Jesus. Esse momento já se inicia no próprio sábado, com a celebração da Vigília Pascal, em que os fiéis voltam a cantar o “Aleluia” pela ressurreição do Senhor.

“Todas as interrogações e incertezas, hesitações e receios foram dissipados por esta revelação”, diz o Papa Francisco

Cristo nos chama a crer e testemunhar que não há nada que tenha mais poder do que Seu amor por nós. Ele venceu a morte. Àquela dita por muitos, até hoje, como a “invencível”.

A morte deixa de ser uma inimiga do homem, para ser uma porta de passagem, é o que chamamos de Páscoa, da vida terrena para a vida eterna, a vida com Cristo. 

São Paulo Apóstolo assim diz na Segunda carta aos Coríntios: 

“Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé” (1Cor 15,17). 

É este o mistério que vivemos nos dias do Tríduo Pascal!

Te convido a deixar que esses dias de Tríduo Pascal reacendam a fé que proclama: “Não existe NADA mais forte que a ressurreição de Cristo”.

Compartilhe esse texto com aquela pessoa que precisa renovar a sua esperança e convide-a para participar do Tríduo Pascal com você!

10 anos de pontificado do Papa Francisco e as transformações da Igreja neste tempo

Nestes 10 anos do pontificado do Papa Francisco, muitas características já pudemos notar neste que é o primeiro Papa latino-americano. Antes de mais nada ele é um papa carismático, sensível aos dramas da humanidade e tem uma linguagem simples, popular, para falar sobre temas profundos com o povo de Deus. 

Seu nome de batismo é conhecido – Jorge Mario Bergoglio; e o que ele escolheu como Papa – Francisco. É admirado por muitos fora do ambiente religioso pela coragem de tratar a fundo temas polêmicos como os abusos na Igreja.

Mas também temido por muitos da ala conservadora da Igreja Católica, ainda assim, amado pela maioria do povo católico, inclusive por quem está distante da fé.

Afinal, qual o segredo desta popularidade e quais os efeitos seu governo causou na Igreja ao longo desses 10 anos de pontificado? Então vamos conhecer um pouco sua trajetória agora.

O pontificado do Papa Francisco começou com um pedido de oração

“E agora, eu gostaria de dar a bênção, mas primeiro quero pedir um favor. Antes que o bispo abençoe o povo, eu peço que vocês orem para que o Senhor me abençoe – a prece do povo por seu bispo. Façamos esta prece – sua prece por mim.”

Dessa forma começou seu pontificado na noite de 13 de março de 2013, na varanda central da Basílica de São Pedro. Vestido de branco, ele pediu a oração do povo por sua missão, e logo ganhou a simpatia dos que rezam e a admiração dos que não rezam.

Sem falar que o nome Francisco diz muito do que ele semeia até hoje: a pobreza! Logo, o Papa associou seu nome a Francisco de Assis, “o homem da pobreza e da paz, que ama e protege a criação”. E o pobre é uma de suas preocupações constantes. 

Nesse sentido, não são poucas as ações empreendidas nas ruas de Roma, como a criação do dia mundial do pobre, além da sua preocupação com os refugiados, com as crianças e famílias vítimas dos conflitos entre países e regiões.

Esses gestos explicam sobretudo o perfil pastoral do pontífice. Um homem que veio de uma região pobre, do meio dos pobres, que assistiu de perto muitos conflitos políticos para governar a maior representatividade cristã do mundo – a Igreja Católica Apostólica Romana.

O pontificado do Papa Francisco como uma missão fecunda e criativa!

O Papa Francisco é um missionário apesar das limitações da sua saúde. Ainda muito jovem, retirou parte de um pulmão, devido a uma doença respiratória; Bem como em 2021, retirou 33 centímetros do intestino grosso e atualmente sofre com artrose no joelho que o obriga a usar bengala ou a cadeira de rodas quando precisa se locomover muito.

Ainda assim, em 10 anos de pontificado, o santo padre fez 40 viagens apostólicas por 60 países de quase todos os continentes: 32% na Europa, 31% na África, 20% na América e 17% na Ásia. Em 10 anos de pontificado, o Papa só não esteve na Oceania.

Inclusive, sua primeira viagem internacional foi ao Brasil, em 2013, para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. E naquela ocasião, o Pontífice também celebrou Missa na Basílica Nacional de Aparecida, em honra à Padroeira do Brasil (SP).

Além disso tudo, há ainda as suas preocupações de chefe de estado, ele orienta a fé de uma Igreja milenar através das suas cartas e documentos. Desse modo, o Papa Francisco aborda temas atuais, polêmicos e urgentes dentro da Igreja e na sociedade, afinal incentiva uma Igreja em saída.

“Repousa sobre mim o Espírito do Senhor…” (Is.11)

Ao longo dos dez anos do pontificado do Papa Francisco, ele coleciona muitos atos de governo e escritos que vamos elencar agora:

Sínodos

III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos – “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização” (5 -19 de outubro de 2014); XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos – “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo” (4-25 de outubro de 2015); XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos – “Os jovens, a fé e o discernimento Vocacional” (3-28 de outubro de 2018); Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica – “Amazônia, novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral” (6-27 de outubro de 2019); Em 2021, iniciou um inédito caminho sinodal em vista da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos – “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão” (2021-2024).

Principais documentos

Encíclicas – Lumen fidei (29 de junho de 2013); Laudato si (24 de maio de 2015); Fratelli tutti (3 de outubro de 2020); Constituições Apostólicas – Vultum Dei quaerere, sobre a vida contemplativa feminina (29 de junho de 2016); Veritatis gaudium, sobre as universidades e faculdades eclesiásticas (8 de dezembro de 2017); Episcopalis communio, sobre o Sínodo dos Bispos (15 de setembro de 2018); Pascite Gregem Dei, com a qual se reforma o livro VI do Código de Direito Canônico (23 de maio de 2021); Praedicate Evangelium, sobre a Cúria Romana e seu serviço à Igreja no mundo (19 de março de 2022); In Ecclesiarum Communion, sobre a organização do Vicariato de Roma (6 de janeiro de 2023).

Exortações apostólicas

Evangelii gaudium, sobre o anúncio do Evangelho no mundo de hoje (24 de novembro de 2013); Amoris laetitia (pós-sinodal), sobre o amor na família (19 de março de 2016); Gaudete et exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo contemporâneo (19 de março de 2018); Christus vivit (pós-sinodal), aos jovens e a todo o povo de Deus (25 de março de 2019); e Querida Amazônia (pós-sinodal), ao povo de Deus e a todos pessoas de boa vontade (2 de fevereiro de 2020).

Além disso, o Papa também publicou 76 cartas apostólicas, das quais 56 sob forma de Motu Proprio” – que significa “de sua iniciativa própria”, permitida pelas normas da Igreja e expedidas diretamente por ele. Há também as catequeses que são próprias do bispo de Roma. 

O que mudou na Igreja neste período?

Sem dúvida, o Papa escreve muito, viaja bastante, abre e fecha reuniões, faz muitos despachos no gabinete, celebra Missas, reza o suficiente e aparece publicamente para o povo de Deus. Mas em que isso impacta socialmente e para a Igreja?.

Em síntese, segundo informações jornalísticas, nesses 10 anos de pontificado do Papa Francisco, o número total de católicos no mundo passou de 1,253 bilhão em 2013 para 1,378 bilhão em 2021. Logo, um aumento de quase 10%.

Outro sinal significativo é o crescimento da educação católica global. Ou seja, mais jovens são educados em escolas católicas no mundo. Isso demonstra credibilidade para a fé e a doutrina da Igreja, reflexo do pontificado do santo padre.

Como resultado para a sociedade civil, dois acontecimentos foram fundamentais: o combate aos abusos sexuais que envolvem a Igreja, através do documento Vos Estis Lux Mundi; e as reformas implementadas no gerenciamento das contas do Vaticano, a fim de combater a corrupção e estabelecer transparência para a população.

Quem é o papa Francisco?

Depois de vermos todas essas ações, ainda podemos perguntar, Afinal, quem é este homem que também instituiu:

“24 horas para o Senhor” – a ser realizado na sexta-feira e no sábado que antecede o 4º Domingo da Quaresma, para facilitar que os fiéis participem do Sacramento da Reconciliação;

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação – de cunho ecumênico, que se celebra, todos os anos, no dia 1° de setembro, instituído com o lançamento da encíclica Laudato si, no dia 24 de maio de 2015;

E o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos – a ser comemorado no 4º domingo de julho, próximo à festa de Sant’Ana e São Joaquim (26 de julho), avós de Jesus e protetores de todos os avós. 

Certamente, é uma pessoa humana com suas qualidades e defeitos.

No entanto, se você perguntar a quem já esteve perto dele, em resumo, ouvirá: simpático, atento, afetuoso e sem formalidades. Enfim, muito do que a humanidade precisa hoje como primeiro cartão postal antes de anunciar a fé. Esse é o Papa Francisco!

Por fim, possamos rezar pelo Papa Francisco, assim como ele sempre pede em suas aparições públicas; para que os próximos anos que virão sejam tão fecundos quanto todas estas obras já realizadas pela humanidade e pela Igreja. Deus abençoe o pontificado do papa Francisco! 

Se você gostou, compartilhe este conteúdo!