Congresso Âncora incentiva novos cuidados para a saúde da vida consagrada

Em dois dias de evento, os participantes foram convidados a olharem e agirem com ternura para consigo mesmos.

Nos dias 15 e 16 de setembro aconteceu a sétima edição do Congresso Âncora, com o tema Revolução da Ternura. O Congresso voltado para o clero, religiosos (as), leigos consagrados, psicólogos, formadores, sacerdotes, seminaristas e profissionais interessados no tema, contou com aproximadamente 130 participantes, divididos entre as modalidades presencial e online.

Temas como “a face oposta da ternura”, “compaixão”, “mentes vulneráveis” e várias mesas redondas fizeram parte da programação do evento. “O Congresso foi muito positivo pois ele abordou questões importantíssimas para nossa vida religiosa, humana e afetiva, dando pistas para a nossa caminhada”, testemunha o sacerdote salesiano e participante do evento, Pe Vinícius de Paula.

Para o sacerdote a metodologia com que o tema foi tratado pelos palestrantes e a possibilidade de perguntas dos participantes colaborou para uma boa reflexão do tema. “Nossa igreja precisa abrir novos horizontes, precisa ser expressão da ternura humana, se não nós nunca vamos conseguir nos sentir queridos uns aos outros. Que esse Congresso traga novos ares para nossa mãe Igreja. Parabéns Centro  Âncora, parabéns a toda equipe”, desejou o sacerdote.

A experiência da ternura consigo mesmo

“Foi uma experiência incrível e transformadora, tocou num aspecto tão importante da vida religiosa: a ternura. Normalmente os religiosos são voltados ao cuidado do outro e neste congresso eles puderam perceber a importância de ter um olhar compassivo de amor e ternura também para consigo mesmo”, opina a psiquiatra e palestrante Dra. Tatiane Maiochi Cunha.

Dra Tatiane já teve a oportunidade de participar das edições anteriores do Congresso e acredita que eventos como este são de suma importância para  a Igreja, pois trazem conhecimento, ciência e novas perspectivas de cuidados para os religiosos.

Além da Dra.Tatiane, o VII Congresso Âncora contou com a presença de Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba (PR), o médico psiquiatra Dr. Maurício Nasser Ehlke, os psicólogos e sacerdotes Pe. Rosimar José de Lima Dias, Pe. Ronaldo Zacharias e ainda Frei Sidney Damasio Machado. A próxima edição do Congresso está prevista para 2025.

Confira os principais momentos do evento:

Revolução x Ternura: o poder transformador da empatia

Revolução e Ternura são duas palavras que podem soar totalmente opostas aos nossos ouvidos, à princípio. Sim, à princípio, pois se assim o fosse, não seriam termos tão presentes nas palavras do Papa Francisco. Aliás, há um certo tempo, o Papa Francisco vem propondo a toda a Igreja de maneira especial a vida consagrada, uma Revolução da Ternura, o que certamente não passou despercebido da sua atenção.

Por isso, cabe a nós ponderarmos sobre essa temática, tendo em vista o que somos e o que podemos ser, onde estamos e para onde vamos, sempre a partir da perspectiva da nossa vocação.  

Portanto, hoje te convidamos a uma reflexão para descobrir a força dessas palavras e o seu poder transformador!

Revolução x Ternura: antagonistas e complementares

Antes de entendermos como essas duas palavras funcionam juntas e como aliadas dentro da vida consagrada e na vida da Igreja, precisamos compreendê-las no seu sentido mais puro. Para isso, vamos observá-las uma a uma!

Devido a eventos históricos e políticos, como a Revolução Francesa, por exemplo, talvez as primeiras ideias que venham à sua mente quando escuta a palavra “revolução” seja: “revolta” ou “política”. Contudo, diferentemente do que muitos pensam, o significado de revolução não acaba nisso. Revolução significa também uma grande transformação, uma mudança visível, de modo contínuo e progressivo.

Por isso, o processo de conversão a que somos convidados por Cristo a viver no mundo enquanto cristãos, traz a mensagem do evangelho quando Ele vem nos dizer: “Portanto, sede santos, assim como vosso Pai Celeste é santo” (Mt 5, 48), esse é um chamado à revolução!

Já “ternura” é a qualidade de quem é terno, afetuoso, e é sinônimo de doçura, brandura, delicadeza, amorosidade, amabilidade, gentileza, bondade, suavidade, compaixão, entre outras. Sendo assim, o que o Papa Francisco nos propõe com a Revolução da Ternura é sermos servos que promovem uma revolução na própria vida, bem como estimulam o povo de Deus a vivê-la. Contudo, sempre a partir da empatia. Sim, porque todas as palavras que são sinônimas de ternura, como também o próprio significado de ternura, cabem bem e se expressam nesta única palavra: empatia.

Portanto, apesar de numa primeira impressão sentirmos que Revolução x Ternura nos parece ser termos opostos, na verdade, podem perfeitamente ser complementares. Contudo, trata-se de uma revolução espiritual e totalmente desarmada.

Leia também: Revolução da ternura: o chamado da vida consagrada

Revolução x Ternura: por onde começar isso?

Segundo o Papa Francisco, a Revolução da Ternura começa por uma pergunta que cada um deve fazer a si mesmo: “Estou permitindo que o Senhor me ame com a Sua ternura, transformando-me em um homem/mulher capaz de amar desta forma?”.

Ou seja, a Revolução x Ternura compreende abertura de coração e ação: me abrir para a ternura de Deus e amar com essa mesma ternura, cuja fonte é o coração do próprio Deus.

Contudo, engana-se aquele que pensa que Revolução x Ternura é um convite ao sentimentalismo ou à irracionalidade. Mas é sim um convite à construção da nossa própria humanidade a partir do “amor de Deus derramado nos nossos corações” (Rm 5,5).

Ao falar da ternura de Deus, o Papa Francisco se refere ao amor de Deus por nós, que é especialmente evidenciado no Natal, “Deus feito tenro” que vem a nós. Por isso, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, ele afirma: “Na sua encarnação, o Filho de Deus convidou-nos à revolução da ternura” (EG, 88).

Refere-se também ao “Deus que perdoa sempre”: “Cada ser humano é objeto da ternura infinita do Senhor, e Ele mesmo habita na sua vida” (EG, 274).

 Além disso, o Papa Francisco deixa claro também que diz respeito à ternura como uma atitude humana, em resposta à ternura de Deus.

Como você pôde perceber, temos muito o que meditar sobre a Revolução x Ternura no exercício de nossa vocação na Igreja.

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A revolução da Vida Consagrada

Qual é a sua revolução?

Revolução da Ternura: VII Congresso Âncora

O Centro Âncora é formado por uma equipe técnica transdisciplinar, cujo maior chamado é o ministério da revitalização daqueles que trabalham em prol da Igreja. E uma das formas de promovermos esse cuidado é por meio de Congressos, como um serviço à Igreja para a reflexão e o aprofundamento no cuidado da vida religiosa.

Por isso, nos dias 15 e 16 de setembro de 2023, acontecerá o VII Congresso Âncora, que tem como tema “Revolução da Ternura”. Por meio deste evento, você é convidado a descobrir o poder da ternura na vida consagrada. Serão dois dias para aprofundar como a ternura pode revolucionar a saúde da vida consagrada nas dioceses, institutos, congregações e seminários. Por que este tema? Deixamos que o Papa Francisco nos responda: Porque “a ternura é algo maior do que a lógica do mundo”; e também porque “é necessária uma revolução da ternura!”.

Portanto, o VII Congresso Âncora vai trabalhar assuntos como: A ternura do processo de acolhida; a ternura no processo de discernimento e integração; a Ternura como pedagogia de São Francisco de Assis; a face oposta da ternura e muito mais. Estão conosco diversos conferencistas, entre eles Dom José Antônio Peruzzo, atual Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba, Pe. Ronaldo Zacharias, Frei Sidney Damasio Machado, além de médicos psiquiatra e outros.

Faça sua inscrição para o VII Congresso Âncora “Revolução da Ternura”, clicando no banner:

A revolução da Vida Consagrada

Revolução é o que podemos dizer das ações de Jesus neste mundo, enviado pelo Pai para refazer a aliança de Deus com a humanidade.

E da mesma forma, a vida consagrada é chamada a viver, promovendo revoluções ternas. Tudo isso partindo do princípio da relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, chamando-os a empregar toda a sua existência na luta pela santificação da humanidade. E assim como o Pai consagrou Cristo, que por sua vez e pela ação do Espírito Santo consagrou-se ao Pai, em intercessão pela humanidade (cf. Jo 17,19), assim também a vida consagrada se tornar um com o Pai.

O chamado a revolução

São João Paulo II afirmou: “A primeira tarefa da vida consagrada é tornar visíveis as maravilhas que Deus realiza na frágil humanidade das pessoas chamadas. Mais do que com as palavras, elas testemunham essas maravilhas com a linguagem eloquente de uma existência transfigurada, capaz de suscitar a admiração do mundo. A essa admiração dos homens respondem com o anúncio dos prodígios da graça que o Senhor realiza naqueles que ama” (Vita Consecrata, 20).

A vida consagrada “imita mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja aquela forma de vida que o Filho de Deus assumiu ao entrar no mundo para cumprir a vontade do Pai” (Lumen Gentium, 44). Logo, uma forma de vida que Ele mesmo propôs aos discípulos que O seguiam. Finalmente, a vida consagrada é chamada a fazer uma revolução evidenciando a elevação do reino de Deus sobre tudo o que é terreno e as suas relações transcendentes. “E revela aos homens a grandeza do poder de Cristo Rei e a potência infinita com que o Espírito Santo maravilhosamente atua na Igreja” (Lumen Gentium, 44).

Assim, a vida consagrada atua como outro Cristo na Terra, na prática da caridade, em ações concretas com os pobres e excluídos, e pela missionariedade a qual é chamada.

As diversas expressões da revolução da vida consagrada

Afinal, de que maneira a vida consagrada corresponde ao chamado de Jesus para ser revolução no mundo?

Bem, vida consagrada é vocação, é chamado, e existem várias modalidades de vida consagrada dentro da Igreja. Existem os monges e monjas, os religiosos e religiosas das ordens, congregações e institutos religiosos; há também os consagrados dos Institutos Seculares; das “Novas Comunidades”; além da Ordem das Virgens Consagradas, restaurada por Paulo VI a partir do Concílio Vaticano II.

E toda forma de vida consagrada constitui um grande tesouro na vida da Igreja, cada uma com um carisma próprio. Além disso, a vida consagrada também é chamada a viver os conselhos evangélicos da pobreza, obediência e castidade, baseados nas palavras e nos exemplos de Jesus Cristo.

Logo, o serviço da vida consagrada na igreja é uma revolução, seja em atividades pastorais nas dioceses e paróquias, em escolas e universidades, nos hospitais, obras assistenciais e afins. E por estarem intimamente unidos a Cristo, Ele se volta inteiramente à vida consagrada, cumulando-a de graças específicas e dons para que possa viver bem e santamente a sua consagração.

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Revolução da ternura: o chamado da vida consagrada

Como Jesus inspira a revolução que a Vida Consagrada é chamada a ser

Na liberdade de sua entrega a Deus, a Vida Consagrada é chamada a fazer a vontade do Pai, a dar sua vida em favor dos homens e mulheres. Ou seja, a revolução começa na própria vida através do “sim” a Deus para viver essa vocação na vida da Igreja. Algo que parece loucura para muitos, mas que é sabedoria e fonte de santificação para aqueles que receberam este chamado.

E se neste mundo Jesus foi obediente por excelência, é também desta maneira que Ele inspira a revolução que a Vida Consagrada é chamada a ser. Além disso, como Jesus, a Vida Consagrada é chamada a despojar-se de si mesmo, tomando a condição de servo (cf. Fl 2,7-8), abrindo-se a ação do Espírito Santo.

A Vida Consagrada é capaz de promover uma revolução quando orienta toda a sua vida e oferece tudo o que possui para tornar-se um verdadeiro sinal de Cristo no mundo. E, assim, reflete a Trindade ao mundo, para que todos possam sentir o encanto e a saudade da Beleza Divina.

A revolução que a vida consagrada é capaz de promover também acontece quando ela mostra ao mundo que em Deus é possível encontrar sentido para a própria vida; que Ele é a fonte da alegria que não passa; que só Deus pode preencher aquele vazio interior que às vezes sentimos, porque fomos criados por Ele, para o Seu amor, e viveremos inquietos até que experimentemos esse amor.

Compaixão e ternura

Contudo, a revolução que a Vida Consagrada é chamada a ser na sociedade deve ser permeada pela misericórdia, movida por ternura e compaixão.

Em uma de suas audiências, o Papa Francisco disse algumas palavras que cabem muito bem no contexto de revolução que a vida consagrada é chamada a ser. Ele falou: “A ternura de Jesus ajuda-nos a aproximar-nos das feridas do Corpo de Cristo que, hoje, são visíveis nos irmãos despojados, humilhados e escravizados. Precisamos de uma revolução da ternura, que nos torna mais sensíveis diante da obscuridade da vida e das tragédias da humanidade”.

Participe do VII Congresso Âncora e experimente uma revolução na sua vida vocacional!

Qual é a sua revolução?

A palavra revolução tem ganhado espaço entre os cristãos desde que o Papa Francisco nos propôs a “Revolução da Ternura”, da qual muito provavelmente você já ouviu falar.

No entanto, essa palavra também costuma ser muito utilizada pelos jovens que vivem dizendo, aqui e ali, principalmente a respeito de questões sociais: vamos fazer revolução!

Mas, afinal, o que é uma revolução, qual seu significado mais profundo, qual sua ligação com a Igreja? Entenda isso melhor a partir desta reflexão!

O conceito de revolução

Para o termo revolução é possível encontrar nos dicionários e na própria internet uma grande variedade de significados distintos. Portanto, para começarmos a desenrolar este conceito, vamos partir da origem da palavra.

Revolução deriva do latim “revolutio” “revolvere”, e significa “dar voltas” ou “completar voltas”.

Logo, o conceito de revolução começou a ser utilizado no século XVI pela física e astronomia. Porém, era compreendido com o sentido de retornar ao mesmo lugar de que se saiu anteriormente, como acontece com as órbitas dos planetas. Neste sentido, o movimento de translação do planeta Terra ao redor do sol era chamado de revolução. Sendo assim, revolução, era o termo técnico correspondente ao que hoje se denomina “translação”.

Contudo, o conceito de revolução começou a ser empregado como sinônimo de ruptura, de continuidade de transformações, a partir do fato histórico que ficou conhecido como Revolução Francesa. Este evento histórico que aconteceu entre 1789 e 1799, marca o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea. Ele promoveu importantes transformações políticas, sociais e econômicas na França.

Uma revolução perigosa

Agora que compreendemos que o conceito de revolução implica em realizar mudanças profundas ou radicais, passamos a outro assunto: a revolução das ideologias.

Por ideologia compreende-se um conjunto de ideias que propõe uma revolução, o que poderia ser bom. Poderia! No entanto, em uma visão crítica, ideologia é uma ilusão criada por uma classe para manter a aparente legitimidade de um esquema de dominação. É um conjunto de ideias falsas, ilusórias ou enganadoras que os ideologistas costumam usar para manipular a sociedade como um todo, ou um determinado grupo. Um exemplo disso foi a ideologia nazista disseminada na Alemanha por Adolf Hitler que provocou o Holocausto de milhares de pessoas e a Segunda Guerra Mundial.

Logo, o grande perigo das ideologias é justamente porque se utilizam de falsas “boas” justificativas para convencer a população a respeito de algo. E essas ideias se alastram fortemente pelo mundo porque são bancadas por pessoas “poderosas” e instituições milionárias, e apoiadas por países muito influentes.

Atualmente, países como Estados Unidos, muitos do continente europeu, da América Latina, da África e da Ásia são grandes propagadores da chamada “Cultura de Morte”. O que significa que defendem o aborto e a eutanásia com grandes interesses por traz disso. Por exemplo, a implantação mundial do aborto começou em 1952, quando o megabilionário John Rockefeller III fundou, em Nova York, o Conselho Populacional, com o objetivo de implementar políticas internacionais de controle populacional.

Neste sentido, o Papa Francisco contou, certa vez, que em uma conversa que teve com Bento XVI, na época Papa emérito, ele lhe teria dito: “Esta é a época do pecado contra Deus Criador”. E essas suas palavras foram motivadas, segundo Francisco, justamente por causa da disseminação de ideologias revolucionárias, perigosas, pelo mundo.

A revolução do Papa Francisco na Igreja

O Papa Francisco é o 266º a se sentar na cadeira de Pedro. E desde o início, muitos consideram que o seu pontificado tem causado uma importante revolução na Igreja, no melhor dos sentidos.

E a sua revolução iniciou já quando ele apareceu no balcão do Vaticano pela primeira vez como Papa. Pois a sua primeira atitude foi fazer uma prece por Bento XVI e pedir aos fiéis, que lotaram a praça de São Pedro, que rezassem por ele naquele momento.

Logo, uma das grandes diferenças promovidas pelo Papa Francisco talvez seja o fato de ele promover uma teologia muito mais pastoral e próxima das suas ovelhas, adotando gestos e um linguajar de aproximação. Quem não se recorda do abraço que ele deu em um doente de neurofibromatose, cujo registro fotográfico correu o mundo pela internet?! E quantos se comoveram quando ele afirmou que a Igreja precisa receber os homossexuais de portas abertas, porque Deus não ama o pecado, mas ama o pecador?!

Também, em uma das suas audiências, certa vez chamou a atenção dizendo que é necessária uma revolução da ternura na igreja para não confundirmos redenção com punição.

E, você, qual é a sua revolução?

Muitos de nós, diante de uma situação de injustiça, de maldade, entre outras, sente o desejo de agir, de provocar uma revolução. Contudo, esquecemos que a revolução que queremos e podemos fazer está na Igreja fundada por Jesus Cristo.

Jesus veio a este mundo para fazer uma revolução, transformar o mundo, para abrir o coração dos pecadores e despertar neles o desejo de conversão, o desejo pelo Reino de Deus. Jesus veio a este mundo para quebrar paradigmas. Ele enfrentou impostores e defendeu os mais fracos. Ele pregou o amor, a empatia, a solidariedade, a fraternidade, a misericórdia.

As atitudes de Jesus devem ser um estímulo para todo cristão. Seguindo o seu exemplo, é possível fazer uma revolução, a começar por si mesmo.

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