Quanto vale a vida de um religioso?

A vida de um religioso é abundante de sentido, de propósitos e possui um valor imensurável para a vida da Igreja devido à sua entrega em favor do Reino de Deus.

Contudo, para aquele que passa por um período difícil em sua vocação ou na sua vida pessoal, esse valor, sentido e propósito podem facilmente ser esquecidos.

Mas às vezes nem precisa disso, a própria cotidianidade do religioso, cheia de compromissos, pode acabar afastando-o de uma espiritualidade cada vez mais íntima de Deus, como deve ser.

Por isso, hoje vamos fazer uma reflexão sobre o quanto vale a vida de um religioso.

Religioso, recorda-te: Deus tem um propósito para a tua vida!

Todo cristão sabe que Deus tem um propósito para a sua vida. E na vida religiosa este propósito é ainda maior. “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda” (João 15,16).

Portanto, a vida de um religioso só encontra seu verdadeiro valor e sentido quando, de fato, a cada dia, é dada em favor do próximo. Afinal, o grande chamado para a vida do religioso é seguir a Cristo e servi-Lo no outro.

Sendo assim, a vida religiosa constitui um grande tesouro na vida da Igreja, cuidando do povo de Deus que precisa de pastores que o conduza ao rebanho do Senhor.

E neste sentido, não podemos deixar de fazer uma alusão bíblica sobre o religioso a partir de duas parábolas de Jesus.

A primeira delas é a do Bom Samaritano: aquele homem misericordioso que encontra em seu caminho um judeu ferido e cuida das suas feridas. Da mesma maneira, o religioso derrama, nas feridas do povo de Deus, o vinho da contrição e da penitência, assim como o óleo da confiança.

A outra parábola é a do filho pródigo. Neste sentido, o religioso é aquele que acolhe os filhos pródigos deste mundo garantindo que voltem à união com Cristo e os encaminha à Pátria celeste.

O religioso tem uma importância fundamental para a Igreja e para a sociedade. Começando pela valorização da pessoa humana. Além disso, o religioso ajuda a recuperar a dimensão do sagrado que é indispensável para a Igreja e para sociedade.

São Paulo, modelo para o religioso

O apóstolo Paulo é alguém que deu muito de si em prol do Reino de Deus e que padeceu para cumprir a Sua missão de levar o Evangelho àqueles que encontrasse. Sofreu mais do que poderia supor, assim como na atualidade são muitos os sofrimentos do religioso no cumprimento de sua vocação.

E Paulo escreveu: “Mas nada disso temo, nem faço caso da minha vida, contanto que termine a minha carreira e o ministério da palavra que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho ao Evangelho da graça de Deus” (Atos 20,24).

Contudo, essas suas palavras podem dar a entender que ele não valorizava a própria vida. Mas não é nada isso!

Muitas vezes, quando falamos de vida, a consideramos como um bem pessoal e pensamos poder fazer o que queremos com ela. Nos esquecemos que a vida não nos pertence, mas que ela nos foi concedida por Deus para desfrutarmos dela aqui, tendo como principal objetivo conhecer nosso Criador e termos comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, enquanto aqui vivemos nossa vida, Deus nos prepara para termos vida eterna.

Logo, Paulo não menospreza sua vida, ele sabe o quanto ela é preciosa. Porém, para ele o valor de sua vida estava na grandiosidade de sua missão de evangelização. A sua vida passou a ter sentido e propósito a partir do seu encontro com Cristo. E ele estava disposto a abdicar de tudo para se dedicar exclusivamente à missão de evangelização, não importa o que acontecesse com ele. E o que fizesse, desejava fazer com alegria, com satisfação, jamais como uma obrigação.

Redescobrir o prazer de ser útil na cooperação com Deus

É preciso que o religioso resgate para si mesmo o valor da sua vida. E isso é possível encontrando sentido e significado refletidos na vida daqueles que o cercam e cujas vidas ele deve zelar como o Bom Pastor.

Apesar das dificuldades, seja no trabalho apostólico, em sua espiritualidade ou na saúde (física ou emocional), o religioso precisa recordar-se de que é um sinal profético num mundo fascinado pelo ter e o poder. Lembrar-se de que para os outros a sua vida aponta para os valores escatológicos, aponta para aquilo que há de vir.

Certamente esses são valores que ajudam na vivência diária da vocação e a redescobrir o valor da própria vida.

Aproveite para ler: Qual a diferença entre cansaço e depressão?

Revolução da ternura: o chamado da vida consagrada

Ultimamente, ternura é uma das palavras mais utilizadas pelo Papa Francisco ao falar de Deus, principalmente nas suas catequeses.

Logo, a palavra ternura é um substantivo que indica uma atitude ou atributo de quem é terno. Significa meiguice, afeto, carinho; e é sinônimo de delicadeza, doçura, brandura, suavidade.

Mas por que o Papa escolheu essa palavra para falar do amor de Deus? Porque “ternura”, explica Francisco, traduz muito bem “o afeto que o Senhor sente por nós”. Segundo ele, “o amor de Deus não é um princípio geral abstrato, mas pessoal e concreto, que o Espírito Santo comunica no íntimo de cada um de nós”.

E sendo assim, de acordo com o Sumo Pontífice, a ternura de Deus nos alcança e tem a capacidade de transformar nossos sentimentos e pensamentos.

“Não fecheis os vossos corações” (Salmo 95)

Devido à rotina de trabalho e até mesmo diante das situações difíceis que precisam lidar no atendimento ao povo de Deus, os consagrados, sacerdotes e religiosos acabam endurecendo o seu coração. E é aí que se corre o risco de se esquecer da ternura de Deus.

Mas não apenas isso, o cansaço, as mudanças, a doença (tanto física quanto emocional) também podem aos poucos ir nos afastando da ternura de Deus.

Mas muitos também acabam se fechando porque presumem saber tudo de Deus e acabam se esquecendo de se abrir para o Seu amor. E Deus não gosta, segundo o Papa, daquela religiosidade que explica tudo, mas que tem o coração frio.

Logo, a história de Jó, no Antigo Testamento, é um convite a abrir o coração! Ele, que perde tudo na vida, as riquezas, a família, o filho e a saúde, não se permite afastar do Coração de Deus. Contudo, Jó não aceita uma “caricatura” de Deus, mas eleva o seu grito diante das suas fragilidades até que Deus lhe responda e revele o Seu rosto. E Deus responde aos seus apelos revelando-lhe o amor que se escondia por detrás do seu silêncio.

Já no Novo Testamento, uma das parábolas de Jesus que ilustra perfeitamente bem a ternura de Deus é a do Filho Pródigo. Quando retorna, o filho espera por uma punição, por isso diz ao pai que se contentava em ser tratado como um dos criados. No entanto, ele foi surpreendido pelo abraço do pai. E sobre isso o Papa Francisco explicou: “A ternura é algo maior do que a lógica do mundo”.

Aceitar a ternura para ser capaz de ternura!

O Papa Francisco ensina que “a teologia não pode ser abstrata, se fosse abstrata seria ideologia, pois nasce de um conhecimento existencial, nasce do encontro com o Verbo que se fez carne!

A teologia é chamada a comunicar a concretude do Deus amor. E a ternura é um existencial concreto bom para traduzir em nossos tempos o afeto que o Senhor sente por nós”.

Logo, a teologia da ternura, segundo o Papa, gira em torno de duas coisas: “a beleza de sentir-se amado por Deus e a beleza de sentir que amamos em nome de Deus”. E sobre isso o pontífice ressalta que “quando uma pessoa se sente realmente amada, é levada também a amar”.

Neste sentido, o Papa ainda destaca: “Se Deus é ternura infinita, o ser humano, criado à sua imagem, é também capaz de ternura”. Ele também afirma que “a ternura é o primeiro passo para superar o fechamento em si mesmo e sair do egocentrismo que deturpa a liberdade humana. A ternura de Deus nos leva a entender que o amor é o sentido da vida”.

E de acordo com o Papa, a ternura é capaz de dar à Igreja uma teologia “saborosa” e que “somos chamados a derramar no mundo o amor recebido do Senhor”.  

Além disso, a ternura nos ajuda a viver uma fé consciente, cheia de amor e esperança. Também a dobrar os joelhos, tocados e feridos pelo amor divino.

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VII Congresso Âncora: Revolução da Ternura

“Estou permitindo que o Senhor me ame com a sua ternura, transformando-me em um homem/mulher capaz de amar desta forma?”, perguntou o Papa em uma de suas audiências. E foi a partir desse questionamento que o Centro Âncora lançou o seu VII Congresso com o tema “Revolução da Ternura”.

Este congresso, que acontece nos dias 15 e 16 de setembro, é destinado a Bispos, Provinciais, Psicólogos, Formadores, Sacerdotes, Religiosos(as), Seminaristas e Leigos Consagrados.

Mas por que é necessária uma Revolução da Ternura? Porque a vida consagrada exige esse amor terno ao outro, e sabemos que o ato de amar vem da experiência filial com Deus. Se a revolução começa dentro de nós – padres, religiosos(as), leigos consagrados, seminaristas – saberemos ensinar a todos a diferença do Deus justo que redime o homem daquele que o castiga.

O Centro Âncora se dedica a cuidar com ternura da vida consagrada a partir das dimensões física, espiritual e psíquica. Portanto, neste Congresso, aprofunde-se no tema da ternura e como ela pode revolucionar a sua saúde e a vivência da sua vocação.

Faça aqui sua inscrição para o VII Congresso Âncora: Revolução da Ternura

O trabalho na vida sacerdotal e religiosa

A vida sacerdotal, bem como a vida religiosa, dá seu sim a Deus a cada dia, no esforço do seu trabalho, na vivência da vocação, mas nem sempre isso é fácil.

Porque diferentemente de um trabalhador comum, que tem hora exata para começar e terminar o seu trabalho, na vida consagrada não funciona assim.

Sem falar no horário de almoço, com pelo menos 1 hora de descanso, 30 dias de férias remuneradas, enfim, tantos outros direitos trabalhistas, que não são regra na vida sacerdotal e religiosa.  

Claro que isso não é nenhuma novidade para aqueles que já estão vivendo o seu chamado na Igreja, talvez seja para aqueles que ainda estão iniciando a etapa dos estudos. Contudo, o que todos aqueles que dedicam sua vida pelo Reino de Deus precisam é cuidar de si.

Sim, cuidar de si também, porque se o sacerdote está fisicamente, mentalmente ou espiritualmente esgotado, como ajudará aqueles que recorrem a ele?

Se um religioso ou religiosa não olhar também para si, entender suas próprias necessidades, como atenderá as necessidades do próximo para ajudá-lo?

Logo, o trabalho exige muito sim, e é muito necessário na vida da Igreja, mas a vida sacerdotal e religiosa precisa de uma vida integral. Vamos entender melhor isso! 

O ser humano como ser integral

Não somos máquinas! Talvez este seja o primeiro ponto que todos precisam ter em mente. Afinal, na correria, nem sempre a vida sacerdotal ou religiosa se recorda que somos um corpo que possui uma dimensão espiritual, mas também mental.

Sendo assim, todo ser humano tem suas emoções, tem seus altos e baixos, suas frustrações, seus ideais, sente amor, mas também raiva. Ora, a vida sacerdotal e religiosa não estão imunes, e tudo isso não pode ser reprimido dentro de si, mas ser trabalhado.

Logo, o ser humano que se compreende como criatura integral tem consciência de si mesmo, em sua dimensão física, mental e espiritual. Tem consciência da concretude dos seus pensamentos e o que eles representam para a sua vida e vocação.

A vida sacerdotal em sua integralidade

Para além do trabalho, ao olhar para a sua vida sacerdotal ou religiosa, a vida consagrada não pode apenas pensar no cumprimento diário dos seus votos de pobreza, obediência e castidade.

Ou, então, cuidar apenas da sua dimensão espiritual, mas se esquecer de cuidar da sua saúde mental. Aliás, muitos sacerdotes e religiosos ainda não compreenderam a questão da saúde mental como algo necessário a todo ser humano, inclusive para si mesmo. Simplesmente ignoram o fato de que, quando a mente está doente, o corpo não consegue responder aos impulsos da vida.

E aqui cabe a famosa frase em latim do poeta romano, Juvenal, que diz: “Mens sana in corpore sano”, traduzindo para o nosso idioma: “Mente sã, corpo são”. O que significa que o oposto é também real.

Neste sentido, ao mesmo tempo em que se dedicam ao seu trabalho na Vinha do Senhor também é importante que os sacerdotes e religiosos estejam  dispostos a olhar para si. E não se trata de um olhar individualista e narcisista, como alguns pensam, mas sim com a finalidade de alcançar a plenitude na realização da sua vocação.

Portanto, para ajudar, trazemos aqui algumas dicas simples, práticas e muito necessárias para cuidar da saúde mental. Acompanhe!

Dicas valiosas para a vida sacerdotal e religiosa

Pelo bem da saúde mental e para que os consagrados adquiram um novo vigor na realização do seu trabalho, é preciso, primeiramente, tomar uma decisão: “eu preciso cuidar de mim para poder cuidar do outro”; “eu preciso me ajudar, para poder ajudar o outro”.

E a partir desta decisão, alguns passos precisam ser dados. Vamos conhecer!

# Incluir a atividade física na rotina

Para o bem da saúde mental e física, o ser humano precisa exercitar-se, afinal o nosso corpo não foi criado para a estagnação, mas para o movimento. E com a vida sacerdotal e religiosa não é diferente!

A atividade física regular é necessária para aqueles que levam uma vida atarefada, ou seja, todos nós! E entre seus inúmeros benefícios, ela tem a capacidade de oferecer bem-estar e prevenir ou tratar a depressão, a longo prazo.

Portanto, apesar dos compromissos infinitos, é importante que a vida sacerdotal e religiosa dedique um tempo para algum tipo de atividade física, como uma simples caminhada, por exemplo.

# Ter relacionamentos afetivos

Não é porque a vida sacerdotal e religiosa é celibatária que não pode ter relacionamentos afetivos. Afinal, os amigos são tesouros de Deus em nossa vida.

Não fosse assim, o autor bíblico não diria que “um amigo fiel é uma poderosa proteção”, e que “um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme o Senhor, achará esse amigo” (Eclo 6,14 e 16).

# Reservar um tempo para o descanso

O sono e o descanso são extremamente importantes para cuidar da nossa saúde física e mental. Afinal, é no descanso que o corpo recupera a sua energia e vitalidade, inclusive restabelecendo o raciocínio. 

Logo, sem descanso a vida sacerdotal e religiosa não conseguirão se entregar totalmente ao exercício de sua vocação.

# Manter-se unido à família

É claro que, quando o homem ou a mulher diz sim para viver uma vocação ao serviço da Igreja, eles precisam afastar-se do convívio da sua família, pelos estudos e pela missão.

Mas isso não significa cortar vínculos ou que estão impedidos de ter uma vida familiar. Muito pelo contrário, é bom e saudável estar entre aqueles que são parte daquilo que somos.

Logo, é recomendado que sempre que possível a vida consagrada procure estar junto da sua família, nem que seja por um dia ou algumas horas.  

Enfim…

A saúde mental tem um poder incrível no comando do nosso corpo. Quando se está bem, mentalmente, nosso corpo consegue seguir com motivação o ritmo constante de trabalho. Contudo, quando não, tudo em nossa vida fica comprometido e cada vez mais caímos num abismo de frustração, tristeza, indisposição e até mesmo decepção.

Sendo assim, é preciso estar atento aos sinais da mente tanto quanto aos do corpo.

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Centro de Revitalização Âncora lança 2ª turma do curso Cuidar-se para religiosos e sacerdotes

O Curso Cuidar-se – As dimensões bio-psico-sócio e espiritual do ser humano estão com inscrições abertas até o dia 27 de abril, e as aulas já iniciam no dia 28. 

O Centro de Revitalização Âncora lança o curso como proposta de formação e autoconhecimento para sacerdotes e religiosos, a fim de prevenir e auxiliar aqueles que sofrem com ansiedade, depressão, angústia e outros desafios de dimensão psíquica.

Seu formato será com formações semanais, todas às sextas-feiras, às 9h da manhã. O time de facilitadores conta com os principais nomes da psicologia aplicada à vida religiosa no Brasil. 

O curso é voltado a bispos, sacerdotes, religiosos (as), reitores de seminário, formadores de comunidades religiosas e leigos consagrados.

O Cuidar-se nasce com a proposta de contribuir para formação permanente de religiosos, religiosas e sacerdotes, aparelhando-os com novas ferramentas para o autoconhecimento e a compreensão dos principais dramas vividos por todos. Tem por base as dimensões bio-psico-sócio espiritual do ser humano.

Quem é o Centro Âncora? 

Somos uma casa de acolhida especialmente edificada para amparar sacerdotes e religiosos (as) que apresentam sofrimentos e angústias.

Constantemente atento aos sinais dos tempos e consciente das dores daqueles que trabalham na construção do Reino de Deus, o Centro Âncora visa contribuir com a Igreja através da acolhida, revitalização espiritual e condutas psicoterápicas, bem como com o cuidado médico especializado para com aqueles que sofrem.

O Centro Âncora é constituído por uma equipe técnica transdisciplinar, cujo maior chamado é o ministério da revitalização daqueles que trabalham em prol da Igreja. A equipe é formada por diretores espirituais, conselheiros e profissionais de saúde: psicólogos, médicos, psiquiatras, nutricionista, educador físico, enfermeiro, fisioterapeuta e assistente social.

SERVIÇO

2ª turma do Curso Cuidar-se – as dimensões bio-psico-sócio e espiritual do ser humano. 

Promovido pelo Centro de Revitalização Âncora. 

Investimento – R$ 947,90 

  • Aula Semanal, todas às sextas-feiras às 9h;
  • Início das aulas: 28 de abril
  • Plataforma Zoom; 
  • 100% online; 
  • Ao término das aulas, o aluno receberá certificado emitido pelo Centro Âncora de Revitalização. 

Centro Âncora lança novo logotipo

O Centro de Revitalização Âncora lançou, no mês de julho, a nova Identidade Visual da instituição. O conceito estabelecido para a construção visual da marca Âncora, foi com base no que a própria palavra remete, ou seja, o símbolo de uma âncora, justamente para expressar o trabalho de apoio e refúgio na turbulência dos religiosos. 

O novo conceito da marca tem a responsabilidade de transmitir o conceito da instituição, que se preocupou em trazer elementos que representassem a personalidade da marca como: simplicidade, confiabilidade, responsabilidade, acolhedora e humana.

Atualmente, o logotipo do Centro Âncora traz elementos da Cruz e do Ser Humano, onde o primeiro representa a dor, a salvação e a redenção. Já a segunda traz o enforque ao ser humano, destinatário desta redenção.

Para Irmã Daniely, CR – do departamento de comunicação da Copiosa Redenção e que apresentou o projeto da nova identidade visual do Centro Âncora, este trabalho foi uma grande “imersão”, pois busquei entender e ter uma forma de expressar o trabalho desenvolvido no Centro Âncora. – diz a religiosa. 

Centro Âncora – Conheça as dependências

O Centro Âncora é uma casa de acolhida para sacerdotes e religiosos (as) que estão enfrentando angústias profundas e apresentam sinais de depressão, ansiedade, estresse, cansaço extremo e/ou Síndrome de Burnout. 

O processo de revitalização do Centro Âncora já existe há 10 anos e durante todo esse tempo já ajudamos a revitalizar a saúde física, mental e espiritual de muitos padres, irmãos e irmãs que estavam sofrendo.

Leia mais: Qual a diferença entre cansaço e depressão?   

Tudo é feito com muita responsabilidade, humanidade e principalmente, seguindo a tradição da espiritualidade cristã. Nosso objetivo é oferecer um lugar seguro e confiável para que essas pessoas lancem âncora e se permitam transformar o que for necessário em sua vida. E, então, possam voltar – revitalizados – para o mar que é a vocação que Deus lhes chamou a seguir.

Ajudamos com que essas pessoas cuidem de si e voltem para o amor de Deus. Enquanto procuram por Deus no mais íntimo do coração, encontram-se a si mesmo.

Geralmente, o processo de revitalização dura, em média, 30 a 90 dias. Tudo depende do sacerdote ou religioso (a).

Nas próximas linhas, há muitas respostas sobre como esse processo de revitalização é feito, como tudo começa, quais os profissionais do Centro Âncora, as atividades, a estrutura e muitas outras informações importantes. 

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Qual o primeiro passo de quem é acolhido no Centro Âncora?

Todo sacerdote ou religioso (a) que chega ao Centro Âncora passa por uma conversa inicial juntamente com o médico psiquiatra, psicólogo, e seu responsável, que pode ser o bispo, o superior ou a superiora da sua congregação. 

Em seguida, a pessoa já é inserida na rotina da casa e dá início ao processo de revitalização. 

A agenda dos sacerdotes e religiosos (as) é cheia

Ainda que os sacerdotes e religiosos (as) estejam afastados das suas obrigações, eles têm uma agenda cheia no Centro Âncora. 

Todas as manhãs acontecem as formações em grupo com um psicólogo (sendo cada dia da semana um profissional diferente). E um dos dias da semana ocorre a direção espiritual, normalmente é com a Irmã Sílvia, coordenadora do setor de espiritualidade, ou com algum outro padre.

Leia mais: Amiga ou inimiga: rotina na saúde mental 

Além do atendimento em grupo com o psicólogo e da direção espiritual individual, o padre, irmã ou irmão também passa por um atendimento médico semanal e a terapia individualizada que acontece duas vezes na semana. Cada membro tem um terapeuta para chamar de seu. 

Há momentos onde o corpo é exercitado e trabalhado. As atividades físicas acontecem no período da tarde, sejam aulas de Educação Física ou Pilates. 

O Centro Âncora também se preocupa com a alimentação e entende a importância que ela tem para a revitalização do corpo e da mente. Portanto, o acompanhamento nutricional é feito por uma profissional qualificada. As formações alimentares feitas em grupo também acontecem no período da tarde e semanalmente e o atendimento pessoal é quinzenal.

A estrutura do Centro Âncora e os profissionais

Dependemos de uma estrutura considerável para que nossa missão de revitalização seja cumprida com excelência. Ao todo são 16 quartos na casa principal, mas estamos ampliando esse espaço e inserindo mais 11 suítes. 

Dispomos também de: capela, refeitório, sala de atendimento médico, sala de atendimento psicológico, quadra de esportes, espaço de Pilates onde acontecem as aulas de Pilates solo e com aparelho. 

Para que tudo aconteça em perfeita ordem, contamos com a ajuda de 15 profissionais, sendo: 4 psicólogos, 2 médicos psiquiatras, 1 assistente social, 1 fisioterapeuta, 1 educadora física, 1 nutricionista, 1 administrador, 1 pessoa responsável pela direção espiritual e 2 enfermeiros. Temos também a Irmã Adenise, psicóloga e diretora espiritual do espaço. 

Além dessas 15 pessoas, temos outros 6 colaboradores que fazem o trabalho de: auxiliar administrativo, cozinha, limpeza e serviços gerais. Ou seja, ao todo são 21 pessoas trabalhando para oferecer o melhor para os sacerdotes e religiosos (as) que procuram ajuda.

Desde a fundação do Centro Âncora, as atividades haviam sido pensadas de forma que se complementassem. Então, todos esses 21 profissionais e colaboradores têm suas importância no processo de revitalização. 

Hoje, a função de um completa a função do outro. Somos uma equipe que trabalha de forma bastante coesa naquele que é o nosso objetivo: revitalizar a saúde física, mental, espiritual, emocional e psicológica de quem serve ao Reino de Deus. 

Diferencial do Centro Âncora 

A singularidade do Centro Âncora se dá justamente por uma equipe qualificada, responsável e unida em um mesmo propósito. Portanto, o que faz o Centro Âncora ser diferente de outras casas de acolhida é a nossa equipe.

Leia mais: 5 sinais de que você precisa cuidar da sua saúde mental 

Os sacerdotes e religiosos (as) quando encerram seu processo de revitalização costumam nos dar um feedback em relação ao atendimento e do quanto eles se sentiram bem cuidados durante sua estadia, mesmo aqueles que chegam um pouco resistentes. 

Por isso, o que faz o nosso trabalho diferir é o esse acompanhamento, e como essa pessoa é acolhida, recebida e atendida. Nosso dia a dia é sempre de muito carinho e respeito. Procuramos fazer um trabalho amoroso e de preocupação com o ser humano, não com a sua posição como sacerdote ou religioso, mas, sim, com o ser humano. Portanto, nos orgulhamos em dizer que o nosso diferencial é a forma com que a equipe trabalha e atende. 

Como lançar âncora?

Para que alguém lance âncora, geralmente o primeiro contato é feito pelo responsável do padre, irmão ou irmã, ou seja, o bispo da diocese, ou o diretor/coordenador da comunidade e congregação. 

Após o primeiro contato e de uma conversa com intuito de entender os motivos da busca por ajuda com esse responsável, solicitamos toda a documentação, organizamos a papelada de recepção, os contratos e agendamos uma visita para a vinda desse padre, irmã ou irmão. Nessa visita também é o dia de ancorar. 

O dia da chegada é sempre nas segundas-feiras. O sacerdote e o religioso já tem tudo o que precisa em mãos, pois tudo é combinado previamente.

É importante ressaltar que não podemos atender um número muito grande de pessoas. Geralmente, recebemos simultaneamente de 18 a 22 pessoas.  

Se você se encontra em situação de cansaço, estresse, ansiedade e sente que precisa da nossa ajuda, nos procure. O mesmo serve para os líderes de uma comunidade que percebem atitudes diferentes em seus padres, irmãos ou irmãs, não deixe chegar no extremo, procure ajuda. Estamos de braços abertos para recebê-los! 

Quer conhecer mais sobre o Centro Âncora ou agendar uma visita? Confira o vídeo abaixo, onde falamos um pouco mais, mostrando imagens do nosso espaço.

Centro Âncora relembra seus 10 anos de história

No dia 27 de maio, o Centro Âncora comemora 10 anos de fundação e relembra como tudo começou

O Centro Âncora celebra, nesta sexta-feira, 27, seus 10 anos de fundação. Uma data especial que merece comemoração e carinho. 

Relembrar a história da fundação do Centro Âncora é pensar em todos os sacerdotes e religiosos que lançaram âncora por aqui e foram ajudados e revitalizados.

Afinal de contas, o Centro Âncora nasceu justamente pelo incômodo diante das dificuldades enfrentadas por uma religiosa que estava passando por uma depressão. Ao nos depararmos com essa situação, demos conta de que não havia um serviço especializado para acolher sacerdotes e religiosos (as) que sofriam com cansaço extremo, ansiedade, depressão e outras questões relacionadas. 

Centro Âncora: uma resposta para os tempos atuais

Deus continuou incomodando nosso coração sobre essa necessidade de um lugar que pudesse oferecer esse trabalho. Fizemos pesquisas e em uma conversa com o fundador das Irmãs da Copiosa Redenção, Pe. Wilton Moraes Lopes, levamos o assunto para ele. Fomos incentivadas a continuar, desde que essa fosse realmente uma necessidade dos tempos atuais. 

Continuamos a nossa busca e conversamos com pessoas especializadas, como médicos e psicólogos. Decidimos confiar o projeto à tutela de São José  (simbolicamente, foi colocada uma chave nas mãos da imagem do pai de Jesus), pedindo que ele intercedesse para que a vontade de Deus se realizasse.

Tivemos um tempo de silêncio, sem nenhuma manifestação sobre o assunto. Até que em agosto de 2011, Pe. Wilton telefonou, perguntando sobre o andamento do projeto. Depois de receber uma resposta negativa, ele pediu para não desistir da ideia, pois as dificuldades seriam superadas.

Nesse mesmo ano, tomamos a decisão de executar o projeto de acolhimento com o que era possível no momento. Tínhamos uma equipe pequena de profissionais, ao todo eram 5 pessoas e dividimos espaço com o Lar Adelaide Weiss Scarpa. 

Pela graça de Deus, recebemos uma ajuda financeira considerável. Entendemos como um sinal de Deus e começamos as nossas atividades em  27 de maio de 2012. 

Uma história de recomeços

Em pouco tempo, tivemos uma grande procura por parte dos sacerdotes e religiosos.  Portanto, precisamos aumentar o nosso espaço. Em 2014, adquirimos uma nova casa, aumentando a capacidade de 12 para 25 pessoas acolhidas. 

Nestes 10 anos de Centro Âncora, tivemos a graça de ajudar, revitalizar e renovar a fé e a saúde mental de muitos sacerdotes e religiosos (as) que estavam perdidos. Cumprindo assim o nosso propósito e missão! 

A Irmã Adenise Somer, fundadora e diretora do Centro Âncora, reforça que o Centro Âncora é um lugar de acolhida, não uma clínica. É um local onde os sacerdotes e religiosos (as) poderão fazer o caminho de volta para si e encontrar, no mais íntimo do coração, Deus e a si mesmo. 

“Quando as pessoas acolhidas voltam para a sua realidade recebemos um feedback de como foi essa volta,  para nós é muito gratificante perceber que estamos fazendo um caminho que está dando certo”, conclui a Irmã Adenise. 

Conheça mais sobre o Centro Âncora e o serviço que fazemos aqui.