Por que rezar os salmos?

Rezar os Salmos é uma prática cada vez mais comum entre os cristãos e ela é muito proveitosa para a nossa união com Deus.

Vamos saber o porquê começando por entender o que são os Salmos!

Salmos: a busca pelo caminho, verdade e vida

A palavra Salmo vem do grego Psalmoi, que significa “canções” ou “cânticos”; e do hebraico Tehilim, que se traduz por “louvores”.

E a muitos homens foram atribuídos a autoria dos Salmos: ao rei Davi, que escreveu a maior parte deles; a Salomão, que escreveu os Salmos 72 e 127; a Moisés, que compôs o Salmo 90; entre outros. Outra curiosidade é que os Salmos formam o maior livro da Bíblia e é o primeiro deles a falar claramente do Messias (ou Cristo), seu reinado e do Juízo Final.

Logo, os Salmos procedem da experiência de um povo que, com simplicidade e amor, narram sua amizade com Deus. Todos os aspectos culturais, religiosos, civis e sociais de Israel estão nos Salmos.

Eles foram escritos a partir da perspectiva humana, como um homem buscando o caminho, a verdade e a vida em meio a diversas circunstâncias.

Os 150 Salmos relatam um pouco de tudo: vão das lamentações individuais aos hinos pela vitória; das exaltações ao rei, à proclamação da glória de Deus; revelam as expressões da alegria do povo, bem como dos seus medos e anseios.

São palavras que não apenas passam entre os lábios, mas que brotam do interior do coração. Resultam de um coração emotivo e de um imaginário no qual Deus dá sentido a tudo e a todos.

Vamos então descobrir por que devemos rezar com os Salmos!

# 1. Com os Salmos, nossa alma se deleita em Deus

Quando aprendemos a orar com os Salmos, sabemos responder com nossa vida a totalidade dos ensinamentos bíblicos. Os Salmos nos ensinam a abrir o coração para a verdade de Deus e do Seu amor. E consequentemente aprendemos a amá-Lo ainda mais, ao mesmo tempo em que nos abrimos mais ao Seu amor. E nessa troca de amor, nossa alma se deleita em Deus porque Ele nos dá “de beber das torrentes de vossas delícias” (Salmo 35,9)

# 2. Ajuda para manter o equilíbrio emocional

Os salmistas expressam todos os aspectos da vida humana, suas alegrias e vitórias, bem como suas angústias, dores e tristezas, e como encontraram forças para não desfalecer a fé.

Logo, rezar com as palavras dos Salmos nos ajuda a olhar as nossas dificuldades sobre outra perspectiva, a de Deus. E como consequência nos ajuda a manter o equilíbrio de nossas próprias emoções.  

Os Salmos nos ajudam a reconduzir cada alegria e cada dificuldade para Deus, envoltas na confiança e na esperança, porque crescemos nesta certeza: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará” (Salmo 22).

# 3. Rezar com os Salmos molda nossos desejos

Deus chama cada um de nós a um projeto de felicidade, vida em abundância e salvação. E rezar com as palavras dos salmistas nos leva a desejar o que Deus tem a nos oferecer e a vibrar com as graças que Ele nos concede a cada dia.

Logo, eis um grande motivo para criarmos o hábito de rezar com os Salmos porque geralmente desejamos coisas fúteis e nos importamos com o que devemos ignorar. Contudo, os Salmos têm a capacidade de mudar nossos desejos a fim de querer aquilo que Deus quer para nós, ou seja, uma vida de santidade e de prática das virtudes cristãs.

Os Salmos despertam em nós o desejo de sermos agraciados com as bênçãos que Deus nos promete na Sua Palavra.

# 4. Os Salmos nos ajudam a carregar a própria cruz

As aflições pesam no coração, pesam na nossa cruz, mas não podemos parar em nossos próprios problemas e nos fecharmos, pois desta forma não seremos outra coisa senão pessoas ressentidas e amargas.

Portanto, quando rezamos com os Salmos, vendo a aflição do povo de Deus e como superaram seus fardos e encontraram as bênçãos do céu, conseguimos transformar nossas aflições. Cumpre-se aquilo que Jesus nos diz no Evangelho: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei”.

Enfim…

Os Salmos são as mais profundas orações com as quais podemos rezar, ou seja, promovem as mais intensas elevações da alma até Deus e nos faz íntimos Dele. Nos ajudam a ter oração de qualidade e com profundidade. Sem contar que a oração exercita nosso espírito, fortalecendo-o, ao passo que a falta dela torna nosso espírito árido e sem vida.

Portanto, os Salmos são pequenas pílulas nutritivas que devemos ingerir diariamente para nutrir nossa alma e espírito

Somos convidados a ler e meditar cada palavra e cada imagem descrita nos Salmos com muito zelo, disposição e atenção para extrair de cada um deles toda a sua riqueza. 

Como você pôde perceber, rezar com os Salmos pode transformar sua vida e sua união com Deus.

Que tal aprender um pouco mais sobre por que devemos rezar os Salmos com a Irmã Zélia?!

Assista neste vídeo.

Passo a Passo para rezar com os salmos

Os Salmos foram citados pelo Papa Bento XVI como o “‘livro de oração por excelência”. E por considerá-lo assim, ele realizou uma sequência de catequeses nas quais leu e meditou alguns dos Salmos, segundo ele, mais belos e mais queridos à tradição orante da Igreja.

Ainda de acordo com o Papa Bento XVI, os Salmos são uma coleção de 150 orações que a tradição bíblica dá ao povo para que se torne a sua oração e o seu “modo de dirigir-se a Deus e de relacionar-se com Ele”.

O Papa também explica que, no livro dos Salmos, está registrada toda “experiência humana com as suas múltiplas faces, e toda a gama dos sentimentos que acompanham a existência do homem”. Logo, este livro de orações expressa muitos sentimentos, segundo Bento XVI: “alegria e sofrimento, desejo de Deus e percepção da própria indignidade, felicidade e sentido de abandono, confiança em Deus e dolorosa solidão, plenitude de vida e medo de morrer”.

E enquanto orações, os Salmos “são manifestações da alma e da fé, em que todos se podem reconhecer e nas quais se comunica aquela experiência de particular proximidade com Deus à qual cada homem é chamado”.

Então, se Deus nos presenteou com os Salmos como um livro de oração é porque Ele deseja que façamos uso dele, enriquecendo nossa espiritualidade e vida de oração.

Mas como orar com os Salmos? Tire todas as suas dúvidas com este passo a passo!

# Crie uma rotina de orações com os Salmos

Faça seu propósito de orações com os Salmos e mantenha-se perseverante. Ajuda muito criar uma rotina diária para a sua oração com os Salmos, em um horário mais adequado de acordo com as suas atividades e compromissos. Não importa se ao começar ou terminar o dia, o importante é você manter a constância, pois se falhar um dia, pode ter certeza de que a preguiça vai se instaurar. Mas, se por motivo de força maior, você precisou falhar um dia, retome imediatamente o seu propósito para não dar brechas ao inimigo que constantemente procura nos afastar da oração.  

# Reze os Salmos com o corpo

Encontre uma posição confortável e mais adequada para você. O ideal é rezar os Salmos de joelhos, como muitos Salmos nos convidam a fazer, mas se para você não for possível, faça isso em pé ou sentado. Se sentir vontade, levante suas mãos aos céus. Feche seus olhos e repita alguma palavra quando sentir necessidade ou vontade. Enfim, procure agir conforme a inspiração do Espírito Santo.

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Por que rezar os salmos?

Conheça os pedidos de oração do Papa Francisco

# Use a sua voz

Ler em voz alta é uma maneira de direcionarmos a nossa atenção e mantermos a concentração. Por isso, ao rezar com os Salmos, leia em voz alta. Porém, faça isso sem pressa, procure apreciar cada palavra que você lê, saboreando-as.

# Reze os Salmos com devoção

Não se trata de uma simples leitura, mas de uma oração que deve adentrar o profundo do nosso coração. Também não leia por curiosidade, mas para encontrar nos Salmos algo enriquecedor para a sua fé e devoção.

# Reze a sua própria vida com os Salmos

Cada um dos Salmos tem uma história como fio condutor, são a história de um povo em oração, peregrinos em busca de Deus, sedentos por Seu amor. No entanto, muito de suas lutas e de seus lamentos são também os nossos, apesar de vivermos em um tempo totalmente diferente. Por isso, aproveite cada palavra dos Salmos para rezar sua própria vida, suas próprias dores e depositar nas mãos do Senhor suas próprias aflições.

# Tire um versículo para o seu dia

Após ler e meditar um Salmo por inteiro, fazendo dele a sua oração, procure gravar em sua memória uma frase, versículo ou mesmo uma única palavra e repita-a ao longo do dia. Isso ajuda a gravar a Palavra em nossa memória, mas também em nosso coração. Além disso, repetir constantemente um trecho dos Salmos nos introduz ao que Jesus nos convida quando disse: Orai sem cessar.  

# Como começar e terminar a oração dos Salmos de cada dia?

Antes de iniciar a sua oração com os Salmos, trace o Sinal da Cruz e peça o auxílio do Espírito Santo para abrir o seu coração, rezando:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.

Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Em seguida, faça a leitura e meditação do Salmo do dia. Leia quantas vezes você achar necessário a fim de gravar as palavras em seu coração. Quando concluir a leitura, diga “amém”. Se desejar, continue sua oração com suas próprias palavras, conforme o Espírito Santo inspirar e conclua este momento com o Glória ao Pai, o Pai-Nosso e a Ave-Maria.

Conheça o livro “Rezando os Salmos com Irmã Zélia”

A Irmã Zélia Garcia Ribeiro, da Congregação Copiosa Redenção, está lançando o livro “Rezando os Salmos”. O livro é um roteiro de leitura, meditação e oração dos 150 Salmos, um para cada dia. Logo, ele é um excelente instrumento de apoio para você que pretende aprender a rezar com os Salmos.

Aproveite para aprender com a Irmã Zélia por que devemos rezar os Salmos, no vídeo abaixo:

Copiosa Redenção realiza Retiro Vocacional Online

No último domingo do mês vocacional, dia 27 de agosto, a Copiosa Redenção promoveu o Retiro Vocacional aberto no formato online, com o tema da Campanha Vocacional 2022/2023, “Peregrino na Tua vontade”. O objetivo de realizar o encontro nesta modalidade foi para poder alcançar o maior número de pessoas que desejam descobrir o seu lugar na igreja e no mundo.

De acordo com a Ir Nayara Gomes, promotora vocacional do ramo feminino da Congregação, houve 52 inscrições, com participantes de outros estados e até mesmo de outros países. Durante o retiro os participantes puderam conhecer e escutar sobre a história da Copiosa Redenção e ter um contato mais próximo com os irmãos e irmãs.

Vocações na Copiosa Redenção

Existem quatro formas de viver o carisma da Copiosa Redenção, como religiosa ou religioso, como sacerdote ou como leigo consagrado. Na vivência do leigo consagrado se encontra também o chamado ao sacramento do matrimônio.

O encontro vocacional online proporcionou aos participantes conhecerem um pouco sobre cada forma de viver o carisma e também vivenciaram a Adoração ao Santíssimo Sacramento, que é uma das formas de vivenciar o carisma da Copiosa Redenção.

Após o encontro vocacional aberto, aqueles candidatos que desejarem poderão participar de encontros fechados, caminhando de forma mais direcionada para uma das formas de vivência do Carisma e também sendo acompanhado por um membro consagrado da Congregação.

Para saber mais sobre o vocacional da Copiosa Redenção, entre em contato com a secretaria vocacional:

Secretaria vocacional Irmãs (42) 999265267

Secretaria vocacional Irmãos e padres: (55) 981281012

Secretaria vocacional Leigos (42) 998590081

Teatro, uma potência evangelizadora

O teatro é uma arte milenar porque existe há mais tempo do que podemos imaginar. Nos rituais primitivos da humanidade,  há mais de 30 mil anos, os povos já utilizavam a encenação como uma maneira de contar histórias. 

E a Igreja acompanha a história da humanidade. Não há como entender o próprio Evangelho sem recursos visuais, entre eles o teatro, uma expressão artística completa, que sensibiliza os corações mais frios e capta as atenções mais dispersas.

Por isso, São João Paulo II fala com propriedade sobre o artista já que ele mesmo encenou muitas vezes na juventude, inclusive em um época de muita dor e desilusão:

“De fato, a sociedade tem necessidade de artistas, da mesma forma que precisa de cientistas, técnicos, trabalhadores, especialistas, testemunhas da fé, professores, pais e mães, que garantam o crescimento da pessoa e o progresso da comunidade, através daquela forma sublime de arte que é a ‘arte de educar’. No vasto panorama cultural de cada nação, os artistas têm o seu lugar específico.”

Se é assim como diz o Papa, o ator, então, tem um lugar especial no coração da humanidade através do teatro. É sobre essa arte universal e o seu poder de conquistar que vamos tratar agora!

A importância do teatro para a sociedade

Historiadores, antropólogos e estudiosos defendem que o teatro surgiu com a própria humanidade. Encenações de dança, colheita, morte, cultos a deuses eram contadas por meio da encenação e assim as pessoas guardavam a fé e a cultura do seu povo.

Mas o termo teatro e todas as suas ideias remetem ao Século IV, na Grécia Antiga. A própria palavra ‘teatro’ vem do grego e significa lugar onde se vê um espetáculo. Quem nunca ouviu o termo: tragédias gregas e tantas histórias incríveis de espetáculos antigos?

De fato, isso só prova que o teatro acompanhou a formação do ser humano, transmitiu sentimentos, realidades da vida, cultura, educação, fé e ajudou muitos a conhecerem a si mesmos para exercerem o papel de ator ou atrizes e emocionarem uma plateia.

O teatro exerce uma força incrível sobre quem o apresenta e quem o assiste. Ele é o lugar da criatividade, imaginação e desenvolvimento de potencialidades, além de proporcionar diversão, educação e consciência social. Essa arte tem um poder transformador!

Teatro na vida cristã

Assim como o teatro está associado à vida humana também está unido à fé, porque é impossível separar o ser humano do transcendente, principalmente no princípio. E o teatro é anterior à própria escrita, quando essa nasceu, era privilégio de quem tinha recursos financeiros.

Assim, vale a pena lembrar duas colocações fortes sobre a arte, no qual o teatro está inserido, para destacar seu valor na vida cristã. 

Papa Bento XVI disse: 

“[…] o Cristianismo, desde as suas origens, compreendeu bem o valor das artes e utilizou sabiamente as suas multiformes linguagens para comunicar a sua imutável mensagem de salvação […]”  

Papa Paulo VI: 

“Nós temos necessidade de vós – disse ele –. O nosso ministério precisa da vossa colaboração.Porque, como sabeis, o Nosso ministério é pregar e tornar acessível e compreensível, aliás comovedor, o mundo do espírito, do invisível, do inefável, de Deus. E nesta operação… vós sois mestres. É a vossa profissão, a vossa missão; e a vossa arte é extrair do céu do espírito os seus tesouros e revesti-los de palavras, de cores, de formas de acessibilidade” (Insegnamenti II, [1964], 313). 

Logo, foi através do teatro que muitos se aproximaram de Deus. De reis a pobres, não importa a condição social, mas essa arte sempre esteve presente com o poder de convencer e cativar os corações para a vida de Cristo.

Uma arte evangelizadora poderosa

Dito isso sobre o teatro, podemos nos imaginar diante de uma cena! Assistir a alguém representar uma personagem, com convencimento, é um dom, e quando a mensagem é verdadeira como o Evangelho, alcança o coração de quem interpreta e de quem presencia.

Também existem pessoas que são visuais, precisam ver para entender, e o teatro faz isso! A encenação é a expressão do corpo, da oratória, da memória e da espiritualidade, tudo junto, circulando no mesmo ambiente, em benefício das pessoas.

E se recordarmos as vias sacras encenadas na Semana Santa! Quantas pessoas se emocionam como se estivessem dentro da cena, isso porque, muitas vezes, quem atua o faz de boa vontade, sem qualquer intenção de se tornar um profissional.

O teatro, então, é uma das formas de expressar a fé e promover o encontro da pessoa com a presença misteriosa de Deus. Por isso, é um veículo de evangelização importante, atrai com facilidade e consegue comunicar a boa nova.

Prestigie a quarta arte universal!

Atualmente, há 11 tipos de artes: música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, fotografia, história em quadrinhos (HQ), jogos eletrônicos e arte digital. E todas elas servem à humanidade em contextos e assuntos diversos.

Não é possível viver sem a arte! Ela se explica com gestos, canto, expressões, imagens, pinturas etc. Assim, procure o teatro como forma de entrar em contato com o divino, já que Deus é o primeiro e maior artista de todos. 

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Copiosa Redenção: Uma vocação para homens e mulheres

Deus nos convida a ser propagadores de seu amor – seja no falar, no viver. De alguma maneira Ele nos chama a ser instrumento de fé e de esperança para nossos irmãos. A vocação que cada um traz é um exemplo. Nosso primeiro chamado é dar a vida para o irmão, devemos ser solidários e humanos, pois Cristo, ao se oferecer na Cruz, morreu para dar a salvação a todos nós. Assim como diz na Palavra:

 “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a própria vida por aqueles que ama”.

(Jo 15,13)  

 Ser Cristo vivo na vida do irmão! É através deste propósito que Deus tem um chamado para nós – viver para Ele e com Ele. Ao ecoar em nossos ouvidos, Deus chama seus filhos a entregar-se por inteiro. E ao transformar nossa inquietude em algo concreto, descobrindo as maravilhas d’Ele, os vocacionados se tornam verdadeiros pais: que acolhem, abraçam e escutam os que mais necessitam. Um papel de grande responsabilidade, pois se tornar pais espirituais, é mostrar que a vida com Deus é perfeita. E que apesar dos desafios, Ele ajuda a caminhar e a vencer cada obstáculo.

Vocacional Copiosa Redenção

A Copiosa Redenção acolhe seus vocacionados em comunidades específicas. Uma voltada para o ramo masculino e outro feminino. O processo de discernimento de cada um pode durar até dois anos, dentro do aspirantado, primeiro local que o vocacionado é acolhido dentro da Congregação. Há uma pequena diferença entre os vocacionados homens, pois estes podem, no decorrer de sua caminhada, se tornar apenas irmãos – sendo livre a escolha para tornar-se sacerdote. 

Quer tirar todas as suas dúvidas sobre vocação, vida religiosa e sacerdotal? Participe do Vocacional Aberto da Copiosa Redenção. Será no próximo domingo, dia 27, via Google Meet. Clique no link abaixo e inscreva-se gratuitamente!

Jovens: perguntas sobre vocação religiosa

Ainda hoje o seguimento radical a Jesus Cristo atrai jovens do mundo inteiro para a vida religiosa. A vivência dos conselhos evangélicos pressupõe uma experiência profunda com o Mestre que continua a chamar “Segue-me Tu!” (Mt 9, 9).

Quando se sente inquietado por Deus, o jovem tende a ficar cheio de dúvidas e medos. Portanto, pensando no seu futuro e em como acontece a vida religiosa. Trouxemos algumas perguntas bem concretas que podem esclarecer esses questionamentos. 

Como os jovens sabem que têm vocação para a vida religiosa? 

O discernimento vocacional é um processo que deve acontecer em oração, caminhando em busca de maturidade humana, intelectual e espiritual, abrindo-se ao autoconhecimento, direção espiritual e conhecimento da congregação.

Inicialmente, acontece o chamado espiritual: os jovens sentem quando Jesus chama para uma vivência mais próxima. Desse modo, busca um lugar para viver esse chamado, geralmente encontrando uma congregação religiosa.

Adiante a identificação a essa ordem tende a se estreitar e amadurecer, culminando na decisão pelo seguimento de Jesus nesse Carisma.

Porém, nesse caminho é importante contar com a proximidade de um religioso mais experiente ou um sacerdote para direção espiritual e acompanhamento vocacional para auxiliá-lo. 

Por que existem tantas congregações religiosas no mundo? 

Os institutos religiosos são basicamente um grupo de pessoas que vivenciam um carisma particular de seguimento a pessoa de Jesus Cristo, pelos votos de pobreza, obediência e castidade. Essa variedade de congregações correspondem a variedade de dons do Espírito Santo (I Cor 12, 4).

Os denominados “carismas fundacionais” são formas de expressar um aspecto da missão de Jesus Cristo a partir de um estilo de vida, espiritualidade e apostolados próprios. Portanto, a Igreja enxerga nessa multiplicidade parte da riqueza espiritual de sua história. Eles são suscitados pelo Espírito Santo de acordo com a necessidade da humanidade. São uma resposta do amor de Deus.

Leia também Grupo de jovens: 5 temas para formação

A vida religiosa supõe o voto de castidade? 

Sim. No que tange às congregações religiosas – uma das formas de vida consagrada na Igreja – o voto de castidade é obrigatório, juntamente com o voto de pobreza e obediência.

Porém existem as ordens terceiras, sociedades de vida apostólicas, movimentos eclesiais e novas comunidades – outras modalidades de vida consagrada – que não possuem o voto de castidade como obrigatório, tendo em vista que muitos dos membros dessas vocações são casados. 

Quanto tempo os jovens vivem para tornar-se um religioso?

Varia de congregação para congregação. Porém, no Código de direito Canônico é pedido como tempo obrigatório o tempo de formação, intitulado Noviciado, que deve ser antecedido de um tempo de preparação, e seguido por um tempo apostólico mais intenso antes da profissão dos primeiros votos.

Depois de sucessivas renovações de consagração, também variável de instituto para instituto, o membro professará seus compromissos perpétuos. 

TIRE DÚVIDAS AO VIVO

No próximo domingo, dia 27 de agosto de 2023, teremos o vocacional aberto online. A participação é gratuita e terá momentos de explicação sobre cada vocação e você poderá tirar suas dúvidas ao vivo.

INSCREVA-SE CLICANDO AQUI

8 frases do Papa Francisco na JMJ Lisboa

A JMJ Lisboa aconteceu! Estima-se que mais de 1 milhão e meio de pessoas circularam durante os eventos promovidos pela XXXVII Jornada Mundial da Juventude, isso faz dela a quinta maior Jornada juntamente com Madrid e Polônia (1991).

Na quarta-feira, dia 10 de agosto, em audiência geral, no Vaticano, o Papa Francisco disse que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 mostrou que é possível um mundo livre de guerra e que o encontro foi “um presente de Deus”.

Apesar dos conflitos e guerras que o mundo vive, “é possível um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos voam juntas, lado a lado, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas”, disse o Pontífice.

Realmente, a fé move montanhas, e esse evento não só moveu obstáculos como promoveu pontes que ligarão aqueles que não estiveram pessoalmente na Jornada.

E para que você contemple este presente de Deus, preparamos 8 frases do Papa em momentos distintos.

A JMJ abraçou a todos!

A Jornada Mundial em Lisboa aconteceu de 1 a 6 de agosto em Portugal. Mas, uma semana antes, houve missões pelas paróquias de algumas dioceses de Portugal. De fato, o encontro mundial da juventude é um evento enorme que mobiliza o mundo inteiro.

Além de todos os encontros com o Papa, há toda uma infraestrutura que faz o evento acontecer. E entre as novidades deste ano, esteve a comunicação como forma de inclusão para deficientes visuais e auditivos.

A audiodescrição foi algo inédito na edição realizada em Portugal: “Foi uma grande conquista”, afirmou Filipa Oliveira, Coordenadora da Equipe das Traduções, que engloba a Língua Gestual e a relação com os voluntários que tornaram a Jornada percetível à comunidade surda.

Além da audiodescrição, os Eventos Centrais contaram com intérpretes de Língua Gestual Portuguesa (LGP) e de Gesto Internacional, cujas interpretações eram transmitidas nos ecrãs espalhados pelos recintos. Isso colocou em prática o que o Papa falou sobre todos serem bem-vindos à Igreja!

8 frases do Papa na JMJ Lisboa!

Agora, nada como as palavras do Papa Francisco para nos motivar a caminhar juntos rumo à próxima JMJ que acontecerá em Seul, Coreia do Sul, em 2027. Confira:

#1 “Somos todos chamados a cultivar o sentido da comunidade, começando por ir ter com quem vive ao nosso lado.”

Na quarta-feira, dia 02 de agosto, o Papa chegou a Lisboa. Essa frase ele dirigiu às autoridades, à sociedade civil e ao corpo diplomático quando chegou ao Centro Cultural de Belém.

#2 “Não estamos doentes, estamos vivos!”

O Papa falou aos universitários no dia 03 de agosto! Citando uma frase de Fernando Pessoa quando este diz que ser descontente é ser homem, Francisco estimulou os universitários a não terem medo de se sentirem inquietos.

#3 “Fomos chamados, porque somos amados. É belo! Aos olhos de Deus somos filhos preciosos.”

Palavras do Papa na primeira Missa com os Jovens da JMJ Lisboa em 03 de agosto. A partir das leituras propostas, o santo Padre falou sobre o amor de Deus por cada pessoa, amor que é pessoal e original, que nos chama pelo nome e dá sentido à nossa vida.

#4 “Real é o amor concreto, aquele em que se sujam as mãos.”

Encontro com os representantes de alguns centros de assistência e de caridade, dia 04 de agosto na JMJ Lisboa.

Neste dia, o Papa não pôde ler o discurso porque não enxergava bem as letras, mas entregou o texto para ser publicado e dirigiu espontaneamente algumas palavras aos que estavam presentes. Na verdade, inspirado por Deus, ele falou sobre o amor ao próximo.

#5 “Nossa Senhora solícita. Apressa-Se, para estar perto de nós, apressa-Se porque é Mãe.”

Oração do terço com os jovens enfermos no dia 05 de agosto. O tema da JMJ Lisboa foi Maria levantou-se e partiu apressadamente (Lc.1,39). Na inspiração do Espírito, o Papa introduziu um novo título para a Virgem Maria com essa passagem: Nossa Senhora Solícita.

#6 “Renovar dia a dia o encontro pessoal com Jesus é o coração da vida cristã.”

Encontro com os voluntários da JMJ Lisboa – dia 06 de agosto. O Papa agradeceu a todos os voluntários por possibilitaram este encontro mundial através de pequenos gestos, como dar água a um desconhecido, isto cria amizade.

#7 “O segredo do caminho está um pouco nisto: na constância em caminhar.”

Um dos grandes momentos com o Papa durante a JMJ Lisboa foi a vigília com os jovens, que começou ao entardecer do sábado e se encerrou com a Missa de envio no domingo. Houve  inúmeras atrações, músicas, teatro, dança, adoração e a palavra do Pontífice.

#8 “Que levamos conosco? Respondo com três palavras: resplandecer, ouvir e não temer.”

O último momento do Papa na JMJ Lisboa foi a Missa de envio na manhã do dia 06 de agosto. À luz da transfiguração do Senhor, o Papa despediu-se dos jovens animando-os a contemplar Cristo, ouvir sua voz e não ter medo.

3 características da paternidade divina

Paternidade é uma palavra que nos remete a muitas características, memórias, saudades, dores e até traumas. Mas é uma necessidade do ser humano. Todos temos um pai e precisamos de um pai; alguns são pais biológicos e outros vivem a paternidade do coração.

Agora, há um Pai de todos, com quem um dia nos encontraremos pessoalmente, mas que já foi revelado através de Seu Filho e nosso irmão Jesus. Seu amor é infinito e insubstituível, zeloso e cura todas as ausências paternas da vida humana.

Neste dia dos pais, em homenagem a cada homem que assumiu essa vocação divina, queremos honrar o Pai do céu, modelo de toda paternidade natural e espiritual. Afinal, Ele é consolo, proteção e providência para vida de cada pai da terra.

Significado de Paternidade

O dicionário explica a palavra paternidade como qualidade ou condição de pai; ou como um vínculo sanguíneo que une filho e pai! Realmente, são elementos que se encontram; são relações que nascem e se tornam dependentes; um só existe por causa do outro – o pai é por causa do filho e vice-versa.

Logo, paternidade é uma qualidade de quem se tornou pai e vive como tal. Não apenas gerou biologicamente, mas expressa amor, zelo, cuidado e responsabilidade. Não é um super-herói, porém é mais que isso: é alguém que assume a vida de outro até o fim.

E quando se trata de Deus Pai, todo seu empenho, através de Jesus, foi para que descobríssemos que somos seus filhos, não apenas criaturas, mas filhos amados. Essa é a grande novidade do Evangelho: Deus é Pai e fez de nós Seus filhos queridos!

Foi Jesus quem nos apresentou a paternidade de Deus. Ele o chamava de abá – pai em aramaico – e essa forma de falar não era apenas um símbolo para Jesus, mas como disse o Papa Francisco era todo o mundo de Jesus derramado em seu coração.

Ou seja, chamar Deus de abá demonstrava afeto, amor de criança, sem qualquer intenção, mas de modo completamente terno. O santo padre ainda diz que se experimentarmos esse amor que Jesus tinha pelo Pai, rezaremos o Pai-Nosso com um coração de criança.

Três qualidades da paternidade divina

É Jesus por excelência quem nos apresenta a paternidade de Deus, e o Evangelho de São João é o texto onde Ele mais fala do Pai, por isso é lá que encontramos características da paternidade divina que encantam os olhos e enchem o nosso coração de amor pelo Pai.

E quando um homem se torna pai, passa a entender os sentimentos do Coração de Deus mais do que o próprio Jesus deixou por escrito, porque corre em seu íntimo, em suas entranhas, o amor próprio de quem gera e participa da criação junto com o Criador!

E esse Deus que é Pai, entre tantas qualidades, se expressa assim: “… o Pai me ama…” (Jo 17,18).

Jesus pronunciou essas palavras com segurança, mesmo sendo julgado por elas, porque ninguém chamava a Deus de Pai naquela época. Isso tem muito sentido para nós até hoje. Amar é a maior qualidade paterna, isso implica em perdão e paciência.

É importante associarmos a paternidade de Deus em nossa vida como uma presença amorosa, compassiva e paciente; que cuida de nós e se preocupa com cada filho(a) sem preconceito ou julgamento. Então, seremos curados de qualquer ferida através do amor.

“…Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também…” (Jo 5,17).

Deus Pai é trabalhador e essa qualidade não é apenas física, mas emocional, mental e principalmente educacional. Parece estranho imaginar que Deus trabalhe, mas o trabalho divino é uma ação integral em benefício do ser humano e isso é trabalhoso.

Ele está o tempo inteiro preocupado conosco e não nos impede de fazer nada; coloca pessoas em nosso caminho quando precisamos; nos ajuda a resolver problemas; inspira ações e palavras sábias quando os pais precisam corrigir seus filhos etc.

“…Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30)

Deus Pai é uma companhia constante, mesmo no silêncio. Jesus, no extremo do Seu sofrimento na cruz, gritou pelo Pai. Ele não respondeu na hora, mas estava com Ele na dor profunda e o ressuscitou no momento certo, porque Ele e o Pai estavam juntos sempre.

A paternidade de Deus é uma companhia eterna! Pelo batismo, somos seus filhos para sempre, ainda que O esqueçamos, mas Ele não volta atrás. Há em Deus uma insistência em nos amar que nos constrange, como diz São Paulo (II Cor 5,14). 

Façamos a experiência do amor do Pai!

Não é possível descrever todas as qualidades da paternidade divina! Seria preciso toda a eternidade para isso, mas há uma oração que agrada o Coração de Deus e compensa todos os elogios – o louvor! É como dizer obrigado por tudo que Ele é e faz por nós.

Da mesma forma, no dia dos pais, o maior presente é o reconhecimento dessa vocação; é acolher o esforço, os erros, as lágrimas, as alegrias, as renúncias e tudo o que a paternidade pede de cada pai ao longo do seu caminho.

Então, parabéns ao pais! Obrigado a cada pai e viva o Pai do Céu – modelo de amor e dedicação paterna.

5 ensinamentos do Papa Francisco para as famílias

“A alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja”.

Essas são as palavras do Papa Francisco que abrem a Exortação ApostólicaAmoris Laetitia, publicada em 2016, que trata especificamente sobre o amor nas famílias.

O documento é resultado de 2 Sínodos dos Bispos sobre a Família, que aconteceram em 2014 e 2015. E o seu objetivo é colocar a família no centro da atenção pastoral da Igreja, como protagonistas, por isso propõe ações práticas para serem vividas dentro do lar.

O padre Alexandre Awi Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, afirma que a Amoris Laetitia é “uma carta de amor do Papa às famílias”.

Por isso, recolhemos 5 preciosos ensinamentos deste importante documento sobre as famílias para você ler, apreciar e meditar.

Afinal, o próprio Papa Francisco diz no documento: “não aconselho uma leitura geral apressada”, mas a “aprofundar pacientemente” cada palavra. Então, abra seu coração e não tenha pressa!

# 1º ensinamento às famílias: Amor é compaixão

“O amor possui sempre um sentido de profunda compaixão, que leva a aceitar o outro como parte deste mundo, mesmo quando age de modo diferente daquilo que eu desejaria” (AL, 92).

E neste sentido, o Santo Padre cita a paciência como a grande virtude para se conservar o amor nas famílias. E indica:

“Uma pessoa mostra-se paciente, quando não se deixa levar pelos impulsos interiores e evita agredir.” “Se não cultivarmos a paciência, sempre acharemos desculpas para responder com ira, acabando por nos tornarmos pessoas que não sabem conviver, antissociais incapazes de dominar os impulsos, e a família tornar-se-á um campo de batalha” (AL, 91).

# 2º ensinamento às famílias: Amar é tornar-se amável

“Amar é também tornar-se amável”, o que significa que nas famílias “o amor não age rudemente, não atua de forma inconveniente, não se mostra duro no trato”. Logo, “os seus modos, as suas palavras, os seus gestos são agradáveis; não são ásperos, nem rígidos”.

Por isso, o Papa propõe às famílias cortesia, como uma “escola de sensibilidade e altruísmo”. E essa escola “exige que a pessoa cultive a sua mente e os seus sentidos, aprenda a ouvir, a falar e, em certos momentos, a calar”.

E o Papa ainda alerta:

“Ser amável não é um estilo que o cristão possa escolher ou rejeitar: faz parte das exigências irrenunciáveis do amor, por isso todo o ser humano está obrigado a ser afável com aqueles que o rodeiam” (AL, 99).

# 3º ensinamento às famílias: Para amar é preciso desprendimento

É muito comum ouvirmos que “para amar os outros, é preciso primeiro amar-se a si mesmo”. Contudo, não é esse o ensinamento da Palavra de Deus, pelo contrário, São Paulo nos ensina que o amor “não procura o seu próprio interesse” (cf. 1 Coríntios 13,5).

Neste sentido, o Papa Francisco orienta as famílias:

“deve-se evitar de dar prioridade ao amor a si mesmo, como se fosse mais nobre do que o dom de si aos outros”.

E citou o exemplo das mães que “são as que mais amam, procuram mais amar do que ser amadas”. “Por isso, o amor pode superar a justiça e transbordar gratuitamente «sem nada esperar em troca» (Lc 6, 35), até chegar ao amor maior que é «dar a vida» pelos outros” (AL, 102).

# 4º ensinamento às famílias: É preciso perdoar-se para saber perdoar

“Para se poder perdoar, precisamos de passar pela experiência libertadora de nos compreendermos e perdoarmos a nós mesmos”.

O Papa nos ensina que os nossos erros ou o olhar crítico das pessoas que amamos nos fazem perder o amor a nós próprios. E isso nos faz viver de maneira a nos desviarmos do afeto e do carinho dos outros.

Por isso, ele nos diz:

“Faz falta rezar com a própria história, aceitar-se a si mesmo, saber conviver com as próprias limitações e inclusive perdoar-se, para poder ter esta mesma atitude com os outros” (AL, 107).

# 5º ensinamento às famílias: O amor conjugal é a amizade maior

Quantos casais já se separaram porque disseram descobrir estar vivendo uma amizade e não mais um amor, quando na verdade “o amor conjugal é a amizade maior”.

Sobre isso, o Papa Francisco que o matrimônio “é uma união que tem todas as características de uma boa amizade: busca do bem do outro, reciprocidade, intimidade, ternura, estabilidade e uma semelhança entre os amigos que se vai construindo com a vida partilhada”.

Logo a diferença de uma amizade comum para a amizade do matrimônio, é que ao matrimônio “acrescenta a tudo isso uma exclusividade indissolúvel, que se expressa no projeto estável de partilhar e construir juntos toda a existência”.

O Sumo Pontífice ainda recorda às famílias que “a união, que se cristaliza na promessa matrimonial para sempre, é mais do que uma formalidade social ou uma tradição, porque radica-se nas inclinações espontâneas da pessoa humana. E, para os crentes, é uma aliança diante de Deus, que exige fidelidade” (AL, 123).

Semana Nacional das Famílias no Mês das Vocações

O mês de agosto é especial dentro da Igreja porque é dedicado a todas as vocações. Desta forma, a cada domingo somos convidados a refletir sobre uma das vocações:

  • No 1º domingo, a vocação sacerdotal;
  • No 2º domingo, a vocação matrimonial;
  • No 3º domingo, a vida consagrada;
  • No 4º domingo, as vocações leigas;
  • E no 5º domingo, quanto há, celebra-se o dia do catequista.

Contudo, devido a grande importância das famílias para a sociedade e para a Igreja, a partir do 2º domingo até o sábado seguinte vivemos a Semana Nacional da Família.

O objetivo é recordar às famílias que elas são a extensão da Igreja em casa, ou seja, a família é a “igreja doméstica”, onde se ensinam os verdadeiros valores.

Para isso são promovidas diversas atividades em todo o país, a partir da criatividade pastoral e da realidade de grupos, famílias, comunidades e dioceses.

Portanto, aproveitemos a Semana Nacional das Famílias para olhar para nosso proceder, a partir dos ensinamentos do Papa Francisco, a fim de repensar nossos conceitos e atitudes.

Como cultivar a amizade entre avós e netos

Dia 23 de julho comemoramos o Dia Mundial dos Avós. Essa data, de certo modo,  aos poucos vai deixando de ser conhecida e, menos ainda, celebrada nas famílias.

Contudo, é uma data super oportuna e importante para cultivar a amizade com os mais idosos da nossa própria casa: “Bendita a casa que guarda um ancião! Bendita a família que honra os seus avós!” (Mensagem do Papa Francisco para o II dia mundial dos avós e dos idosos).

Vejamos a seguir os motivos e dicas para comemorar esta data.

A realidade dos relacionamentos atuais

A cultura atual tem nos impulsionado a viver uma vida cada vez mais individualista e isolada.

Frequentemente esta realidade tem influenciado de forma direta os relacionamentos familiares, principalmente, entre parentes que geralmente não moram na mesma casa. Assim como é o caso do relacionamento entre avós e netos.

A amizade com os mais idosos é coisa rara hoje em dia diante da frenética rotina apresentada pela sociedade atual. De tal forma que, aqueles que possuem a convivência familiar, buscam sempre cultivar e não ser engolidos pela correria do dia a dia.

Há um tempo atrás era comum vermos uma convivência constante e fraternal entre avós e netos.

Podíamos ouvir até os netos dando gargalhadas diante dos retratos nas paredes e nos velhos álbuns de família. Oh, como não achar graça de seus próprios pais como criança?

Era comum, frequentemente, irmos visitar os avós e até dormir muitas vezes no aconchego de suas casas.

Ao contrário, com o passar dos anos o interesse dos netos pela casa dos avós diminuiu – podemos pôr na conta das inúmeras atividades propostas pelo mundo moderno.

Por outro lado, aos mais velhos os lares já não são tão atrativos assim. E como ser então? Já que filhos e netos parecem ter pouco interesse em partilhas ou momentos de convivência em família. Eventualmente sentindo-se abandonados!

Escutamos da parte dos netos: “Vó (ou vô), hoje não conseguirei ir, mas verei um tempinho, tá? E da parte dos avós ouvimos: “Tudo bem, eu entendo que você tem muitos compromissos”.

Afinal, talvez pareça bem dramático expor assim, entretanto, realmente são essas e outras conversas – quando existem – muito mais comuns e corriqueiras hoje em dia.

“… o importante não é apenas que o idoso ocupe o lugar da sabedoria que tem, de história vivida na sociedade, mas também que haja um diálogo, que fale com os jovens. Os jovens devem dialogar com os idosos, e os idosos com os jovens.” (Catequese sobre a velhice – Papa Francisco, 23/02/2022).

Em síntese, este é o cenário que acaba por culminar na inexistência de uma amizade entre duas gerações da mesma família.

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O prejuízo que há no afastamento entre avós e netos

Os grandes ensinamentos que recebemos vieram de pessoas antes de nós que por já terem percorrido por diversos caminhos, podem, de alguma forma, ser como faróis em nossa caminhada.

Quando os avós se afastam dos netos perde-se a oportunidade de adquirir uma sabedoria que só é alcançada mediante a convivência.

Quantos ensinamentos há na conversa dos mais velhos com os mais jovens e vice-versa? Pois, se os avós conseguem oferecer um olhar de maturidade e esperança para seus netos, esses enchem de gratidão, alegria e vitalidade os corações dos idosos.

Também recomenda o Papa Francisco que “devemos restabelecer esta ponte com vigor, nela há uma corrente de salvação, de felicidade… aquela harmonia construtiva que vai dos idosos aos mais jovens”.

É muito importante que o jovem conheça como trilhar o seu caminho encorajado afetuosamente pelos avós. Ainda mais aqueles anciãos que conhecem a felicidade como uma pessoa, Jesus.

O que fazer então?

O primeiro passo deve ser dado e nada como uma data tão oportuna como agora em que comemoramos o dia mundial dos avós.

Uma carta cheia de amor e carinho, ainda que escrita por aqueles que moram muitíssimo distantes, ou uma lembrança que remete a importância dos avós para a família e para a sociedade.

Que tal um presente como um porta-retrato de toda a família agradecendo pela doação de vida dos avós? Pode-se também organizar um almoço em família com momentos de descontração.

O importante é enfrentar a barreira do tempo, dispor-se para encontrar o outro, sabendo que renúncias haverão de ser feitas ainda que sejam interiores.

Por que interior? A amizade entre avós e netos sofre muitas vezes pela falta de abertura existente nas duas realidades, em acolher o que o outro tem a me ensinar. Basta ser humilde para que se quebre a distância e colha os frutos desta união.

Pois bem, ainda que o dia mundial seja dedicado aos avós e deva partir dos netos as homenagens, quando isto não acontece, que sejam os avós a ir até a realidade dos mais jovens para não deixar passar o sentido real deste dia.

O dia mundial dos avós pode ser também apenas um pretexto para fazer brotar o que é mais importante.

Pois, a vocação dos idosos é de lembrar aos jovens o que é importante na vida e como viver isso por anos e anos.

E, o mais importante, é que tenhamos em nosso coração o desejo de aproveitar as circunstâncias de nossa vida. Ou seja, não podemos deixar escapar por entre as mãos as oportunidades de exercer o amor e a graça de Deus dentro de nossas famílias.

Por fim…

Parafraseando aquilo que diz Santa Teresinha do Menino Jesus – Nossa vida é um brevíssimo segundo. Nossa vida é um só dia que escapa e que nos foge.

Portanto, se a convivência entre pais e filhos é curta, então aquela entre avós e netos é ainda mais curta. Não percamos tempo e sejamos nós o pivô para que essa amizade aconteça e seja cultivada!


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