Acolher as próprias sombras. Nutrir a vida

 Reflexões profundas sobre acolhimento e espiritualidade na terceira palestra do VIII Congresso Âncora.

A terceira palestra do VIII Congresso Âncora, ministrada pela Irmã Silvia Cristina Maia, CR, trouxe uma abordagem profunda sobre a necessidade de acolher a própria sombra e redescobrir a mística da vida. A reflexão abordou temas fundamentais que unem espiritualidade e psicologia, proporcionando aos participantes um espaço de autoconhecimento e transformação.

A palestra explorou a aceitação de sentimentos difíceis, como tristeza e dor emocional, ressaltando que a depressão e estados depressivos fazem parte da vida humana e que compreendê-los é essencial para a construção de um caminho consciente. Além disso, foi discutido o impacto dos diferentes lutos, tanto aqueles que envolvem perdas concretas, como o falecimento de um ente querido, quanto os que marcam mudanças significativas ao longo da vida.

Um dos pontos centrais da reflexão foi a vergonha, culpa e pertencimento, e como a busca por um espaço seguro pode ajudar na ressignificação dessas emoções. O papel da palavra e do diálogo também foi enfatizado como instrumento de luz, permitindo que os indivíduos organizem seus afetos e compreendam melhor suas próprias histórias.

Outro tema relevante foi a sexualidade e identidade, destacando a importância de acolher essa dimensão sem medo, dentro da vivência pessoal e espiritual. Nutrir a vida também foi apontado como um caminho essencial, através do fortalecimento dos vínculos saudáveis, da presença do diálogo verdadeiro e da construção de relações profundas e autênticas.

O resgate da mística ocupou um lugar de destaque na palestra, trazendo a ideia de recuperar a capacidade de perceber o transcendente no cotidiano. A história do Anjo e Elias foi utilizada como metáfora da presença de um “eu auxiliar” no momento de sofrimento, mostrando como é possível reencontrar forças para seguir adiante.

Por fim, foram exploradas as reflexões de Hans Urs Von Balthasar, especialmente sobre o que significa e o que não significa testemunhar a fé. A Irmã Silvia reforçou que viver a espiritualidade vai além de compreender conceitos; trata-se de colocar a vida a serviço da verdade e do amor.

Com uma abordagem sensível e profunda, a palestra proporcionou aos participantes um momento de reflexão genuína sobre acolhimento, liberdade e sentido da existência, integrando teologia e psicologia em um caminho de crescimento e renovação espiritual.

Biografia

A Irmã Silvia Cristina Maia, CR é religiosa da Congregação das Irmãs da Copiosa Redenção. Bacharel em Teologia pelo Instituto Mater Eclesiae da Diocese de Ponta Grossa-PR, graduada em Psicologia pela FAE – Faculdade Franciscana de Ensino – Curitiba PR, e mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma – Itália.

Atua como membro da equipe de profissionais do Centro de Revitalização Âncora, onde trabalha no acompanhamento psicoespiritual. Também faz parte do corpo docente da Escola de Formadores Jesus Mestre – São Paulo-SP.

Trabalha com assessorias para a Vida Consagrada e Dioceses, além do acompanhamento psicoespiritual de religiosos, sacerdotes e seminaristas. É coautora dos livros: A Árvore das Reflexões, O Burnout: Entregar-se e não ser consumido pela exaustão e o estresse, e Formação e Desafios Morais III.

Segunda palestra aborda sofrimento e prevenção do suicídio no VIII Congresso Âncora

A segunda palestra do VIII Congresso Âncora, realizado sob o tema “Acolher e Cuidar: a missão da Igreja na prevenção do suicídio”, foi conduzida pelo psicólogo e terapeuta familiar Carlos Tadeu Grzybowski, com a profunda e sensível exposição “Quando a dor se torna insuportável”. A apresentação provocou uma intensa reflexão entre os participantes ao tratar o suicídio sob uma perspectiva transdisciplinar e relacional, indo além dos diagnósticos simplificadores.

Segundo Grzybowski, o suicídio não pode ser compreendido de forma linear ou com explicações únicas. Ele critica a visão cartesiana predominante na sociedade, que busca causas isoladas para fenômenos complexos como o sofrimento humano. Propõe, em seu lugar, uma abordagem que considere os múltiplos fatores — biológicos, familiares, sociais, culturais e espirituais — envolvidos na experiência da dor insuportável.

A partir da teoria dos sistemas, o palestrante destacou que o comportamento suicida é frequentemente uma tentativa de comunicação de um sofrimento que o indivíduo não consegue mais suportar. Ele alertou que essa dor, muitas vezes, está enraizada nos vínculos familiares e nas relações interpessoais, nas quais o sujeito se vê preso em papéis de vitimização, paralisia e impotência diante da vida.

Um ponto marcante da palestra foi a abordagem das relações sacrificiais, nas quais a vítima se mantém no controle por meio do sofrimento, culminando em uma transferência da dor: ao tirar a própria vida, a pessoa repassa a carga emocional ao outro, rompendo definitivamente com o sistema ao qual está inserida.

Grzybowski também fez uma análise corajosa sobre o sofrimento de líderes religiosos. De acordo com ele, o isolamento, a pressão institucional e a ausência de amigos verdadeiros têm levado muitos pastores e sacerdotes ao esgotamento emocional e espiritual. “Em encontros com outros líderes, todos contam vitórias. Mas é no consultório que os fracassos vêm à tona”, afirmou.

Ao final, o palestrante apresentou caminhos possíveis de cuidado e prevenção. Destacou a importância de amizades sinceras, de acompanhamento terapêutico e de espaços de escuta acolhedora, inclusive entre religiosos. “Mostrar a alguém que está assumindo um papel e que pode escolher outro caminho é abrir uma porta de esperança”, concluiu.

A palestra reforçou o compromisso do Congresso com a valorização da vida e o papel essencial da Igreja como espaço de escuta, acolhimento e cuidado com os que sofrem.

Sobre o palestrante:

Carlos Tadeu Grzybowski

  • Psicólogo (CRP 08/1117) – Universidade Federal do Paraná (1981)
  • Especialização em Terapia Familiar – Centro de la Familia – Quito/Equador (1988)
  • Mestrado em Psicologia da Infância e Adolescência – UFPR (2001)
  • Doutorado em Linguística Aplicada – UFPR (2009)
  • Autor de diversos livros, entre eles:
    • Acontece nas melhores famílias (2017)
    • Pais santos, filhos nem tanto (2012)
    • Como se livrar de um mau casamento (Prêmio ARETÉ – 2005)
    • Macho e Fêmea os criou: celebrando a sexualidade – Editora Ultimato
    • Quando a dor se torna insuportável – reflexões sobre o suicídio (2019)
    • Famílias saudáveis: a arte de fazer boas escolhas (2021)
    • De Santos e loucos: a igreja e a saúde mental (2023) – Editora Sinodal
  • Sócio-Diretor do Instituto Phileo de Psicologia
  • Coordenador de cursos de extensão e pós-graduação da EIRENE do Brasil
  • Presidente de EIRENE Internacional
  • Professor titular e coordenador de cursos de pós-graduação na Faculdade Luterana de Teologia – FLT (SC)
  • Professor do Centro Evangélico de Missões (MG) e da Faculdade de Teologia Sul Americana – FTSA (PR)
  • Criador do personagem infantil Smilingüido (1978)
  • Co-criador dos personagens do projeto Salvação (Prêmio ABEC 2002)

Instagram: @carloscatitogrzybowski

Primeira Palestra: Padre Lício Vale destaca o sentido da vida e caminhos para prevenir o suicídio

Em uma palestra comovente e profundamente reflexiva, o educador, pesquisador e suicidologista Padre Lício Vale conduziu os participantes do VIII Congresso Âncora a uma jornada de compreensão sobre o suicídio, defendendo a importância de conhecer e acolher para prevenir. Com base em sua própria história de vida — seu pai morreu por suicídio com apenas 43 anos —, o sacerdote compartilhou experiências e dados que lançam luz sobre um dos temas mais urgentes da saúde mental contemporânea.

A partir do tema “o sentido da vida”, o palestrante convidou a plateia a refletir sobre o sofrimento humano e as dores silenciosas que muitas vezes precedem o suicídio. Segundo ele, não se trata de um ato de covardia ou de falta de fé, mas de um grito de dor emocional insuportável. Nesse contexto, Padre Lício alertou para o uso incorreto da expressão “cometer suicídio”, explicando que a forma adequada e respeitosa é “morrer por suicídio”, a fim de evitar a culpabilização da pessoa que tirou a própria vida.

Em seguida, o especialista apresentou dados alarmantes. Em 2014, o mundo registrou aproximadamente 800 mil mortes por suicídio. Hoje, esse número chega a um milhão. No Brasil, cerca de 52 pessoas morrem por suicídio todos os dias. Entre adolescentes, essa é a segunda principal causa de morte, ficando atrás apenas da violência urbana.

Além disso, Padre Lício destacou três fatores de risco recorrentes na vida religiosa e sacerdotal: o estresse ocupacional, a solidão e a desesperança. “Mesmo vivendo em comunidade, muitos religiosos estão emocionalmente isolados”, afirmou. Ele também abordou causas frequentes como transtornos mentais não tratados, fatores familiares e sociais — como o desemprego —, abuso de álcool e drogas, e o preconceito ainda existente em torno da saúde mental.

Ao longo da palestra, o sacerdote desmistificou concepções equivocadas a respeito do suicídio, como a ideia de que quem fala sobre o assunto não tem intenção de concretizar o ato. Pelo contrário, segundo ele, a maioria das pessoas dá sinais claros, seja por falas diretas, indiretas ou mudanças de comportamento. “Perguntar sobre suicídio não incentiva ninguém a se matar. Pelo contrário: pode salvar vidas”, ressaltou.

Como proposta concreta de ação, Padre Lício apresentou a metodologia “ROC” – Reconhecer, Oferecer ajuda e Conduzir –, defendendo a escuta empática e o encaminhamento profissional como etapas essenciais na prevenção. “O suicida não quer matar a vida, mas sim sua dor. A prevenção começa quando reconhecemos esse pedido de socorro”, enfatizou.

Ao concluir, o palestrante fez uma profunda reflexão de fé, afirmando que a esperança de salvação não deve ser negada àqueles que morreram por suicídio. Com base no Catecismo da Igreja Católica (nº 2280-2283), lembrou que Deus, em sua misericórdia, pode oferecer caminhos de arrependimento mesmo após atos de desespero.

“Prevenir o suicídio é um ato de amor. E amor é o que nunca pode faltar”, finalizou Padre Lício Vale, sob aplausos dos presentes.

Sobre o palestrante

Padre Lício Vale é formado pela PUC-SP, qualificado em Suicídio e Automutilação pela UNIPAR, com especialização em Prevenção ao Suicídio pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atua como pesquisador sobre luto e valorização da vida, educador e palestrante. É membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio (ABEPS) e da Sociedade Internacional de Profissionais da Prevenção e Tratamento de Uso de Substâncias (ISSUP), entidade reconhecida pela ONU, OMS e OEA.

É autor de diversas obras, entre elas:

  • E foram deixados para trás – Uma reflexão sobre o fenômeno do suicídio
  • Acolher e se afastar: relações nutritivas ou tóxicas
  • Processos autodestrutivos: Por que permitimos nos machucar?
  • Mente suicida: Respostas aos porquês silenciados
  • Superando a perda de quem você ama

Seus livros foram publicados por editoras como Loyola, Paulus, Paulinas e Canção Nova. Filho de suicida, dedica sua vida a transformar dor em cuidado e esperança.

VIII Congresso Âncora abre com esperança, fé e compromisso com a vida

O Centro Âncora deu início ao VIII Congresso Âncora, com o tema “Acolher e Cuidar: a missão da Igreja na prevenção do suicídio”, reunindo cerca de 120 participantes na FAE Business School, em Curitiba. Os participantes vieram de diferentes estados do Brasil e até de outros continentes para refletir sobre o sofrimento humano, o luto, a culpa, o sentido da vida e os caminhos de acolhimento e prevenção ao suicídio.

Irmã Adenise Somer abre o congresso com mensagem de esperança

A Irmã Adenise Somer, em nome da equipe organizadora do congresso, deu as boas-vindas com uma fala tocante e profunda. Ela destacou a importância de construir um novo modelo de acolhimento, sobretudo para pessoas que sofrem no contexto da vida consagrada.

“Sentimos de perto as dores da Igreja e da humanidade, e este congresso nasce da esperança de contribuir com respostas concretas e humanas diante do sofrimento”, afirmou.

Ela reforçou que não é possível cuidar e escutar se a própria Igreja estiver mergulhada na agitação e na ansiedade. Com um relato pessoal, contou que viveu como uma “cobra cega”, correndo em todas as direções, até entender que a vida consagrada exige serenidade e profundidade.

“Esse mal não é só meu, é nosso. E por isso estamos aqui, para compartilhar experiências, conhecimentos e caminhos de superação”, disse.

A irmã também enfatizou que a medicina deve ser uma aliada na prevenção ao suicídio, ao lado da escuta espiritual e comunitária. Finalizou desejando que cada participante viva esse momento como um verdadeiro encontro fraterno, pedindo a bênção de Deus sobre todos.

Pe. Ildefonso celebra a santa missa de abertura e relata testemunho de superação

O Pe. Ildefonso, coordenador da CRB Paraná, presidiu a homilia de abertura. Ele compartilhou a história de um jovem sacerdote da congregação Missionários de Nossa Senhora da Salete que enfrentava sinais graves de depressão, recusava-se a sair do quarto e se isolava das atividades. A liderança da congregação, com apoio do grupo Âncora, internou o sacerdote por dois a três meses.

Hoje, mais de uma década depois, o padre vive com alegria e saúde, seguindo uma rotina de cuidado pessoal, alimentação adequada e prática de exercícios.

“Esse sacerdote se tornou um grande irmão e evangelizador”, celebrou o padre.

Pe. Ildefonso também falou sobre a importância da fé e da experiência com o Cristo ressuscitado. Ele relembrou figuras como Santo Atanásio, que evangelizaram mesmo em tempos de perseguição, movidos por uma profunda convicção espiritual. Para ele, essa experiência de fé oferece sentido à vida e força para superar as adversidades.

Ao refletir sobre o evangelho do dia, o padre destacou o momento em que Jesus, ao ver uma multidão faminta, pergunta a Felipe como alimentá-los. Jesus se apresenta como o “pão vivo”, que sacia e preenche.

“Uma pessoa que experimenta a plenitude de Jesus se sente completa, feliz e integrada”, afirmou, ressaltando a abundância da graça de Deus.

O sacerdote ainda comparou o sofrimento de muitos à busca desenfreada por satisfação, semelhante a uma “cobrança cega”. Segundo ele, somente a experiência profunda com Cristo oferece verdadeira paz.

“Quando estou bem comigo, estou bem com o Senhor”, concluiu, citando o Papa Francisco: “Devemos simplesmente habitar no santuário do Senhor.”

Ao término da celebração os participantes foram convidados a participar da palestra sobre o Sentido da Vida e os caminhos para prevenir o suícido.

VIII Congresso Âncora: últimas vagas – um encontro transformador sobre saúde mental e prevenção ao suicídio

Nos dias 2 e 3 de maio de 2025, a cidade de Curitiba-PR será palco do VIII Congresso Âncora, um evento pensado especialmente para você, religioso(a) ou sacerdote, que deseja refletir sobre a missão da Igreja na prevenção ao suicídio.

Com o tema “Acolher e Cuidar”, o congresso será realizado na FAE Business School e reunirá palestrantes renomados para abordar questões fundamentais sobre saúde mental, autoconhecimento e acolhimento na vida consagrada.

O evento contará com palestras e debates que exploram temas cruciais, como:

  • O sentido da vida não pode ser dado, precisa ser encontrado; 
  • Quando a dor se torna insuportável; 
  • Acolher as próprias Sombras, Nutrir a Vida e Resgatar a Mística; 
  • Culpa e luto;
  • A ciência como luz em meio a escuridão;
  • Vida fraterna como prevenção ao Suicidio;
  • Reencontrando o sentido e promovendo a prevenção do suicidio na vida religiosa; 
  • A maturidade humana que vence o medo de viver; 

Esses temas visam capacitar os participantes a atuarem de forma mais eficaz e compassiva em suas comunidades, promovendo acolhimento e cuidado.

Entre os especialistas confirmados, estão:

  • Ziza Fernandes – Reconhecida por sua atuação na música e espiritualidade, trazendo reflexões inspiradoras sobre o cuidado com a alma.
  • Dr. Maurício Nasser Ehlke – Médico especialista em saúde mental, explorando a conexão entre medicina e espiritualidade na prevenção do suicídio.
  • Irmã Silvia Maia – Com ampla experiência em vida consagrada, abordará como acolher as próprias vulnerabilidades e fortalecer a missão educativa.

Além desses, outros palestrantes renomados enriquecerão o evento com perspectivas e conhecimentos únicos.

Inscreva-se agora: últimas vagas disponíveis!

O VIII Congresso Âncora está se aproximando, e as vagas estão quase esgotadas. Este é o momento de garantir sua participação em um evento transformador.

Faça sua inscrição no site oficial: https://congresso.centroancora.com.br/

Serviço

  • O quê? VIII Congresso Âncora – “Acolher e Cuidar: a Missão da Igreja na Prevenção ao Suicídio”
  • Quando? 2 e 3 de maio de 2025
  • Onde? FAE Business School, Curitiba-PR
  • Contato para imprensa: atendimento@centroancora.com.br | (42) 3226-1144

Às vésperas da escolha do novo Papa, Congresso Âncora destaca a missão da Igreja em acolher quem sofre

Evento acontece nesta semana em Curitiba (PR)

Inspirado nas palavras do Papa Francisco — que ensinou que “a Igreja deve ser como um hospital de campanha, acolhendo aqueles que mais precisam, com misericórdia e sem julgamentos” —, o VIII Congresso Âncora acontecerá nos dias 2 e 3 de maio de 2025, em Curitiba (PR), reafirmando a missão da Igreja de ser presença de acolhida e esperança diante do sofrimento humano.


Enquanto a Igreja Católica vive dias de luto e oração pela alma do Papa Francisco, o Congresso reunirá religiosos(as) e sacerdotes de todo o Brasil para refletir sobre a urgência do cuidado pastoral, da saúde mental e da prevenção do suicídio na vida consagrada e nas comunidades.

Diante das realidades silenciosas do sofrimento psíquico e da crescente necessidade de ações concretas de prevenção do suicídio, o evento buscará iluminar práticas pastorais e e espirituais para a vida consagrada e para o atendimento dos fiéis nas comunidades.


“A Igreja é chamada, de maneira ainda mais intensa neste tempo de oração e comunhão, a acolher a dor humana com ternura, coragem e esperança. O VIII Congresso Âncora nos convida a renovar esse compromisso”, destaca Irmã Adenise Somer, organizadora do evento.


O evento será composto por conferências, mesas redondas e momentos de partilha, contando com a presença de especialistas em psicologia, psiquiatria, espiritualidade e trabalho pastoral.

Serviço:


● Evento: VIII Congresso Âncora
● Tema: “Acolher e Cuidar: A missão da Igreja na prevenção do Suicídio”
● Data: 2 e 3 de maio de 2025
● Local: Curitiba – PR
● Público: Religiosos(as), sacerdotes e agentes de pastoral
● Informações e inscrições: https://congresso.centroancora.com.br/

Copiosa Redenção estará presente no sepultamento do Papa Francisco

Grupo de religiosos da Congregação parte na manhã de sábado para Roma

A passagem para Roma já estava comprada para o sábado, dia 26 de abril, para os religiosos da Copiosa Redenção que moram na região da Sicília, na Itália. Eles iriam participar da canonização do Beato Carlo Acutis, que estava marcada para o domingo, dia 27, e também passar pela Porta Santa. Porém, com o falecimento do Papa Francisco, o objetivo da viagem mudou. “Não deixa de ser uma graça muito grande. Porque se não fosse a canonização do Carlo Acutis, a gente não iria para Roma. Não teríamos a possibilidade de comprar os bilhetes para toda comunidade para o funeral do Papa, se não fosse já organizado antes”, conta o diácono João Paulo Hirai.

O grupo composto por dois sacerdotes, dois diáconos e cinco irmãos, chega à Roma no sábado pela manhã e segue direto para a Praça de São Pedro, onde irá ocorrer a Missa das Exéquias do Papa Francisco. “É muito significativo porque a Copiosa vai estar vivendo esse momento em unidade com a Igreja”, destaca o diácono. Ele também acredita na providência de Deus que de alguma forma conduziu que o grupo estivesse presente nesse momento, representando toda a Congregação.

O funeral

A missa das exéquias do Papa Francisco será celebrada às 10h (horário de Roma). A celebração ocorrerá no átrio da Basílica de São Pedro e será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Esse momento marca o primeiro dia o Novendiali (novenário), os nove dias de luto e orações em honra ao Pontífice falecido.

Ao final da celebração eucarística, ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio — despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias. Em seguida, o caixão do Papa será levado novamente para o interior da Basílica de São Pedro e, de lá, transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será realizada a cerimônia de sepultamento.

Os religiosos da Copiosa Redenção estarão compartilhando esse momento ao vivo pelas redes sociais da Copiosa Redenção.

Créditos imagem: Vatican News

Siga para acompanhar nossa presença no funeral do Papa Francisco: www.instagram.com/copiosaredencao

Francisco voltou para Casa

21 de abril, Segunda-feira da Oitava da Páscoa

Hoje, o mundo amanheceu mais silencioso.

Às 7h35 da manhã, na Casa Santa Marta, o Camerlengo, Cardeal Kevin Farrell, anunciou com voz embargada e coração em luto:
“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à Casa do Pai.”

Jorge Mario Bergoglio, passou pela vida como um sopro de ternura no meio de tantas tormentas. Argentino, jesuíta, filho de imigrantes italianos, Francisco foi mais do que o 266º Papa da Igreja Católica — ele foi ponte, farol e refúgio. Assumiu o trono de Pedro em 13 de março de 2013, mas nunca abandonou a simplicidade dos que servem lavando os pés dos esquecidos.

Dedicou cada dia de seu pontificado a lembrar o mundo que misericórdia é mais forte que o julgamento, que “a realidade é superior à ideia”, que os pobres são prioridade, e que cuidar da Casa Comum é cuidar de nós mesmos.

Foi o Papa dos gestos. Aquele que se abaixava. Que beijava feridas. Que telefonava para pessoas anônimas. Que chorava com mães que perderam seus filhos e sorria com crianças nas praças do mundo.

Hoje, sua ausência pesa. Mas o seu legado… Ah, esse já virou Evangelho vivido.

Que a Igreja, tão amada por ele, continue sendo hospital de campanha, como tanto sonhou. E que cada um de nós, independente de fé, lembre: “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”.

Descanse em paz, Francisco. Obrigado por nos ensinar que a humildade é o idioma do Céu.

A vida fraterna como prevenção ao suicídio 

No segundo dia do VIII Congresso Âncora, Frei Sidney Damasio conduziu uma palestra inspiradora sobre o papel da comunidade na prevenção do suicídio, enfatizando que acolher e cuidar são essenciais para uma vida fraterna autêntica. Com base em reflexões teológicas e na experiência cristã, ele apresentou aspectos fundamentais sobre como a comunidade pode ser um refúgio para os que sofrem, oferecendo acolhimento, pertença e identidade.

Fraternidade como caminho para o cuidado

Frei Sidney destacou que a fraternidade não é apenas um conceito religioso, mas uma necessidade existencial. Inspirado na exortação apostólica Gaudete et Exsultate, ele reforçou que a santificação é um caminho comunitário, realizado dois a dois, na partilha e no cuidado mútuo.

A comunidade é chamada a ser um espaço de escuta, formação, amadurecimento e serviço, onde cada pessoa pode se sentir verdadeiramente reconhecida e valorizada. Ele ressaltou que Jesus encontrava descanso em sua comunidade, e que essa mensagem precisa ser vivida plenamente no cotidiano cristão.

Os “não lugares” e o desafio da humanização

Um dos pontos centrais da palestra foi a reflexão sobre os “não lugares”, ambientes de anonimato onde as relações são superficiais e desumanizantes. Frei Sidney alertou que esses espaços—sejam sociais ou até dentro de lares—podem agravar o isolamento e a vulnerabilidade emocional. Ele enfatizou que é essencial transformar a comunidade em um espaço de pertença, onde a identidade das pessoas seja fortalecida.

A casa e a Igreja não podem ser apenas estruturas físicas, mas devem se tornar lugares de acolhimento e personalização, onde cada indivíduo encontra abrigo, apoio e renovação espiritual.

A comunidade cristã e a construção de relações fraternas

A reflexão sobre a comunidade foi aprofundada com o conceito de autopoiesis, que descreve a Igreja como um organismo vivo que se constrói continuamente. Para que haja crescimento verdadeiro, é necessário relativizar o individualismo e cultivar laços de comunhão.

Frei Sidney recordou que todos nascemos duas vezes:

  • Na natureza, para a vida.
  • Na sociedade, para a existência, pois nossa identidade se constrói sob o olhar do outro.

Ele alertou que o isolamento leva à alienação e ao sofrimento, mas que a luz da fé nos ensina que somos reconhecidos por Deus e irmanados com todos.

Caminhar juntos: perdão, unidade e missão

Outro ponto crucial da palestra foi o papel do perdão e da reconciliação na comunidade cristã. Segundo Frei Sidney, a unidade não significa ausência de conflitos, mas sim a capacidade de superar desafios juntos, construindo uma fraternidade baseada no amor e na misericórdia.

A Igreja precisa ser um espaço de transformação, onde a vida comunitária é alimentada por escuta, oração e serviço. Citando documentos como Fratelli Tutti, ele reforçou que o caminho para o amor fraterno passa pela cruz, pela negação do individualismo e pela afirmação do outro como pessoa.

Um chamado à comunidade viva e ativa

Concluindo sua palestra, Frei Sidney reafirmou que a comunidade cristã é a expressão do Corpo Místico de Cristo, integrando seus membros pelo Espírito Santo e construindo relações baseadas na caridade e na paz.

O VIII Congresso Âncora continua com reflexões profundas, reforçando a missão da Igreja como espaço de acolhimento, cuidado e fraternidade, essencial para a prevenção do sofrimento e do suicídio.

Três religiosos da Copiosa Redenção são ordenados diáconos na Itália

A ordenação será na próxima terça-feira, dia 18 de março

Os religiosos da Copiosa Redenção Vinicius Sotocorno, João Hirai e Higor Feitosa Passareli da Silva receberão nesta terça-feira, dia 18, o primeiro grau do Sacramento da Ordem, o diaconato. A missa de ordenação diaconal será realizada na Catedral de Caltanissetta, na Itália. O sacramento será concedido pela imposição das mãos e oração consacratória de S.E. Rev.ma Dom Mario Russotto, bispo de Caltanissetta.

Atualmente, a Congregação possui sete padres ordenados no Carisma da Copiosa Redenção. “Às vésperas de São José, nosso grande padroeiro, patrono da Copiosa Redenção, nós celebraremos e receberemos esse grande dom que é a ordenação diaconal de três de nossos irmãos. Isso significa para nós que Deus está confirmando esse Carisma e que ele deve ser expandido, como o Padre Wilton sempre nos ensinou: devemos alargar as tendas, alargar o coração e fazer sempre a vontade de Deus ser conhecida”, destaca Padre Valdecir Zanatta, Superior Geral do ramo masculino na Copiosa Redenção.

Os sacerdotes brasileiros que estarão presentes na ocasião serão Pe Valdecir, Pe. Juviano Viera (Vigário geral), Pe. Fernando (Superior da Missão na Itália), Pe. Fabrício Caetano Barbosa (Mestre de Noviços) e Pe. Rafael Sotocorno (Reitor do seminário diocesano de Presidente Prudente-SP). Também os padres da Diocese de Caltanissetta, em especial Pe. Onofrio Castelli (Vigário Geral da Diocese) e Pe. Cataldo Amico (reitor do seminário Diocesano de Caltanissetta). Além deles, também participarão algumas irmãs da Copiosa, familiares dos irmãos que serão ordenados os seminaristas Diocesanos de Caltanissetta.

Ministério do diaconato

Derivado do grego ‘diakonós’, o diácono é aquele que pratica a ‘diakonia’ = ‘serviço’ à comunidade, portanto a essência do diaconato é o serviço. O ministério do diaconato tem origem bíblica, no contexto dos Atos dos Apóstolos. Diante da queixa dos helenistas contra os hebreus de que suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição de alimentos aos pobres, os apóstolos propuseram escolher sete homens de ‘boa reputação’, ‘espírito’ e ‘sabedoria’ para que se dedicassem ao serviço da caris-tas (amor fraterno) (cf. At 6,1-6).

No decorrer da história, o diaconato tornou-se o ministério do ‘serviço da caridade’, da ‘proclamação da Palavra’ e do ‘serviço do culto’. Os Padres da Igreja, Irineu de Lião, Cipriano e Eusébio de Cesareia ressaltaram que o diaconato constitui o núcleo identitário do Sacramento da Ordem.

Lema diaconal

O lema de ordenação diaconal é escolhido para orientar a caminhada do diácono e servir de referência para o seu ministério. Os três religiosos escolheram um lema em comum: “Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.” (Sl 89 [88], 29)

E também um pessoal:

Serviço

Ordenação diaconal

  • Data: 18 de março de 2025
  • Local: Catedral de Caltanissetta (Itália)
  • Horário: 14h (horário de Brasília)

Acompanhe ao vivo pelo instagram da Copiosa Redenção: @copiosaredencao

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