Qual a importância da saúde emocional na vida religiosa?

A vida religiosa não é uma profissão ou uma carreira. Ser religioso é abraçar o seguimento de Jesus Cristo, por meio de um Carisma Vocacional que abarca um estilo de vida próprio. Portanto, quem se torna religioso volta sua vida inteira para uma consagração de vida. Ou seja, sua história, com feridas e desafios, seu presente com suas lutas e dificuldades, e seu futuro com suas incertezas. Tudo é colocado nas mãos de Deus.

Desse modo, o ser inteiro com sua psique, seu corpo, sua inteligência e vontade, sua afetividade e memória, suas emoções, tudo ingressa na família religiosa. Por isso,  não é incomum que religiosos e sacerdotes vivenciem momentos de depressão e ansiedade, estafa ou síndrome de Burnout. 

Inclusive, santos e santas na história da Igreja tiveram relatado em suas biografias momentos difíceis, com suas emoções profundamente abaladas. Desse modo, fica claro como é importante ter saúde emocional na vida religiosa.  

Entenda melhor aqui conosco como as emoções interferem na vida religiosa, assim como encontre dicas para manter sua saúde emocional. Confira! 

As emoções na vida religiosa 

Assim como é dito sobre os sacerdotes, o religioso é um homem ou uma mulher, escolhidos por Deus, no meio dos demais homens e mulheres. Essa escolha não faz dele uma espécie de santo súbito ou de um super-herói. Suas fraquezas, lutas e desafios humanos continuam latentes, mas devem ser canalizados para a missão e a espiritualidade. 

Amedeo Cencini, sacerdote canossiano e um dos principais nomes quando se refere à psicologia e vida consagrada, costuma usar a expressão “integração”, ou seja, a união entre o eu “ideal” – o santo, o religioso perfeito – e o eu “real – o homem que continua sendo instrumento desse chamado extraordinário. 

Na vida ordinária de uma família, o desequilíbrio emocional causa diversos desafios como desentendimentos, impaciência, incapacidade de relacionamento ou mesmo de trabalho, tristeza e depressão. De igual modo, a vida comunitária das ordens e congregações são fortemente atingidas quando há um irmão, sacerdote ou irmã ficam emocionalmente fragilizados.

Leia também O que é Síndrome de burnout?

Consequências de não cuidar da saúde emocional

Para deixar isso ainda mais claro, vamos apresentar algumas consequências sentidas na pele por aqueles que não cuidam da sua saúde emocional na vida comunitária e religiosa. 

Uma situação comum no meio comunitário é quando alguém começa a provocar ou a se colocar em situações desagradáveis, como discussões e confusões sem objetivo claro. Quando muitos dizem: “Parece que só quer implicar!”. Na verdade, é necessário que se ligue um pisca-alerta. 

Isso fica ainda mais evidente quando o religioso passa a ter problemas de relacionamento com pessoas ao redor, incluindo irmãos da comunidade, amigos, colegas de apostolado ou até do povo de Deus. O que pode gerar dificuldades interpessoais sem tamanho. 

Além disso, é possível que o religioso passe por momentos de crise emocional, com choros frequentes, sintomas como tremedeiras, sudorese, taquicardia, medo sem causa aparente, sensação de desmaio, tonturas, entre outros. Irritabilidade, falta de paciência, síndrome de perseguição e vitimismo são outras características comuns. 

Como ter saúde emocional no cotidiano comunitário

Portanto, em cada situação da vida cotidiana é necessário, inicialmente, evitar o exagero nas emoções negativas e investir no que é positivo. É comum, sobretudo para pessoas com temperamento mais frio, tenderem a se focar sempre na parte mais difícil das coisas. 

São João Paulo II nos ensina: “Tu te tornas aquilo que contemplas”. Sendo assim, ao invés de nos focarmos no que é negativo é importante contemplarmos o que é bom, positivo, belo e sagrado para manter a saúde emocional.  

Além disso, é importante que se cuide da saúde física, com uma alimentação balanceada e exercícios físicos. A vida sedentária e uma alimentação desregulada influencia diretamente nos hormônios do prazer e bem-estar, gerando desequilíbrios nas emoções. Outra dica importante é: atenção com o uso de redes sociais. 

Há muitos religiosos enfrentando sérios quadros emocionais por questões relacionadas ao vício em redes sociais, ou mesmo insatisfação com a própria vida por contemplar a vida virtual de terceiros e seus exageros, ao invés da vida real, escolhida.  

Desse modo, religiosos e sacerdotes não podem ficar desatentos às suas emoções. Além disso, a qualquer sinal de desequilíbrio é preciso parar, refletir e decidir-se mais uma vez pela saúde física e mental, equilibrando o emocional e recomeçando. Se necessário, busque um acompanhamento e ajuda de profissionais dedicados e com experiência com religiosos.

5 dicas para lidar com a ansiedade na vida consagrada

Momentos de ansiedade, seja por motivos desafiantes ou mesmo de celebração, fazem parte do cotidiano. Na vida religiosa e sacerdotal não é diferente. Além disso, muitas são as realidades difíceis que a missão expõe, seja pelas dores do mundo ou pelas dificuldades enfrentadas. 

Por conta da pandemia, saímos de uma vida de intensa atividade apostólica e pastoral. Foi necessário fechar as portas das igrejas, parar com os eventos e manter as comunidades reclusas, gerando uma rotina nunca vivida antes por tanto tempo. Logo, a ansiedade passou a ser um vilão ainda mais presente na vida religiosa. 

Além disso, a falta de presença na realidade e a busca exagerada do que ainda não faz parte do presente tendem a adoecer homens e mulheres. Logo depois do período mais crítico da pandemia, falou-se muito de uma epidemia de ansiedade e depressão. 

Por isso, tem se tornado cada vez mais comum religiosos e sacerdotes sofrerem com transtornos de ansiedade, depressão e outras patologias. Confira 5 dicas para administrar da melhor forma possível as ansiedades da vida.

Concentre-se no presente 

A vida do ansioso tende a perder sua qualidade, sobretudo quando surgem sintomas fisiológicos como taquicardia, sudorese, falta de ar, tonturas e outros. Uma das formas de lutar contra isso é focar-se na realidade, no presente.

Santa Teresinha do Menino Jesus, em sua pequena via, orienta: “Só temos o hoje para amar!”. Essa prática traz uma imersão na realidade que possibilita a fuga de distrações ou ansiedades exageradas. 

Alguns terapeutas orientam que, no momento de crise, deve-se focar em um objeto e tentar descrevê-lo em detalhes, como forma de desfocar-se da ansiedade. 

Portanto, a dica inicial é: procure concentrar-se no presente, na realidade, no que está ao seu redor.

Busque profissionais adequados 

Como dito acima, todos nós convivemos com momentos de ansiedade e tensão. O importante aqui é ficarmos atentos aos nossos limites e, em especial, aos sintomas ditos acima. 

Ao surgirem, ainda que de modo sutil, é importante buscar por profissionais capacitados, como psicólogos e/ou psiquiatras, que acompanhem de perto o caso. 

Contudo, um alerta importante da Congregação para Vida Consagrada é que se busque a orientação de profissionais que sejam alinhados aos valores e princípios da fé e da vida religiosa.

Pratique exercício físico

Já é uma unanimidade na ciência os benefícios da prática de exercício físico para a saúde mental. E quando se refere à ansiedade isso também se aplica, afinal as atividades físicas aumentam a liberação de neurotransmissores como a endorfina, a serotonina e a noradrenalina. 

Quando liberadas no organismo, aumentam a sensação de bem-estar, por agirem diretamente no sistema nervoso central, aliviando a depressão e neutralizando os níveis de ansiedade. 

Qualidade de sono e alimentação

Outras duas realidades importantes sobre a vida saudável que influenciam diretamente nos transtornos de ansiedade são o sono e a alimentação. 

Uma alimentação rica em frutas, verduras e proteínas favorecem a produção dos neurotransmissores e possibilitam uma desinflamação metabólica, necessária para o bem-estar. Ao contrário, alimentos ricos em carboidratos e gorduras saturadas aumentam os níveis de inflamação no organismo. 

Por sua vez, o sono é outro aliado da saúde mental, pois sem o descanso necessário, o corpo não consegue encontrar um nível adequado de esforço e repouso. Mantendo, assim, a pessoa envolvida em níveis de tensão e estresse contínuos. 

Vida espiritual sempre em 1º lugar  

Para qualquer cristão, independentemente de sua condição, a espiritualidade lhe confere um bem-estar necessário. Isso é tão verdade, que cientistas já investigam os efeitos da espiritualidade como benefício para a saúde mental. 

Logo, os religiosos não estão fora dessa dimensão, muito pelo contrário, ainda que sua vida esteja marcada por práticas religiosas, a vida de oração não pode ser negligenciada. 

Obviamente, em momentos de ansiedade e depressão, nem sempre será fácil a oração da Liturgia das Horas, do Rosário ou mesmo horas de adoração ao Santíssimo Sacramento. Porém, a oração como olhar lançado ao céu não pode ficar esquecido. Será Daquele que chamou cada uma das vocações que virá o socorro necessário.

Desse modo, seguindo cada uma dessas dicas é possível combater os malefícios da ansiedade.  O que precisa ser feito o quanto antes!

Como fortalecer saúde física, mental, emocional e espiritual

Saúde é um assunto sério e deve ter nossa atenção constante. Afinal, só assim podemos alcançar uma vida equilibrada e feliz. No entanto, é uma tarefa que pede paciência e cuidado. Por isso, para te ajudar nessa missão de como fortalecer sua saúde, trouxemos algumas dicas práticas para você. 

É comum que, com as obrigações, cobranças e o cansaço do dia a dia da vida sacerdotal ou religiosa, o cuidado com a saúde física e mental sejam esquecidos. Como consequência, surgem crises de ansiedade, pânico e estresse, citando apenas questões mentais e emocionais, mas o corpo, a saúde emocional e a espiritual também sofrem com o descuido. 

Afinal de contas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ter uma saúde equilibrada é possuir “um estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”. 

Portanto, ser saudável envolve uma série de questões que se complementam, entre elas: saúde física, mental, emocional e espiritual. Se tudo estiver em ordem, há qualidade de vida. 

Mas para que tudo esteja em harmonia o primeiro passo é conhecer o porquê e em seguida entender como fortalecer sua saúde. 

Importância de fortalecer sua saúde 

É costume dizer que a primeira coisa que deve ser feita, ao acordar pela manhã, é arrumar a cama. A consequência disso seria o restante do dia bom, organizado e produtivo. Afinal, se você tem uma atitude de atenção em relação a algo tão simples, como arrumar a cama, tudo pode entrar em equilíbrio. 

A ideia da saúde ser uma combinação entre físico, mental e social significa que, se você cuidar de uma, as outras dimensões entram em harmonia também. 

Desse modo, enquanto buscamos proteger o que seria nossa prioridade: o corpo e a saúde física, percebemos que manter a mente tranquila traz qualidade de vida e mantém a imunidade alta. 

Por outro lado, o renomado estudioso, Dr. Harold Koenig, explicou que a vivência religiosa e a espiritualidade reduzem o estresse psicológico, diminuindo a inflamação e a taxa de encurtamento dos telômeros nas células. Ou seja, quanto mais os telômeros nas células se encurtam, vai ocorrendo a degeneração dos órgãos. 

A espiritualidade reduz o estresse que causa a dor, portanto, as pessoas com uma vida religiosa tendem a ser mais esperançosas e otimistas. 

Esses dois exemplos nos mostram o quanto uma coisa está conectada à outra. Então, da mesma forma que quando algo vai bem o resto acompanha, o oposto também acontece.

Por exemplo, quando um sacerdote não está bem mentalmente, ele se afasta da sua vivência com Deus, perde as esperanças e se sente desanimado. Logo, prejudica sua saúde física e emocional. O contrário também acontece, a saúde mental é afetada primeiro e em seguida, a espiritual.

É muito importante que a sua saúde esteja fortalecida para enfrentar as dificuldades do dia a dia com resiliência e tranquilidade. Temos alguns conselhos que podem te ajudar a entender como fortalecer sua saúde. 

Dicas práticas para o seu dia a dia 

Duas ações essenciais para fortalecer sua saúde são: atividade física e uma boa noite de sono. O exercício físico libera hormônios, como a endorfina, uma substância que promove a alegria. Por sua vez, o sono regulado é responsável por fazer com que você descanse o corpo, pense melhor e tome decisões mais assertivas. 

Também priorize seus momentos de descanso. Sabemos que uma vida em comunidade é exigente, mas respeite os momentos livres que você tem para descansar e fazer coisas que lhe dão prazer, como ler um livro ou passar um tempo com Deus. 

Lembre-se também da sua humanidade. O único capaz de ser perfeito é Deus. Nós somos seres limitados e precisamos aceitar isso. Quando tiramos de nós a pressão que é vencer o mundo em 24h, a nossa saúde mental e emocional tem a oportunidade de se revitalizar. 

Procure ajuda médica e profissional, seja de médicos especialistas, psicólogos ou professores de educação física. Também mantenha amizade com pessoas que possam te dar apoio e te ouvir!

Porém, acima de tudo, seja paciente, pois como mencionado no início do artigo, fortalecer e cuidar da saúde demanda cuidado e atenção. Seja persistente. 

Coloque em prática essas dicas e medite sobre o assunto, respeite seu tempo e não tenha vergonha de procurar ajuda! 

Compartilhe esse texto com seus amigos para que mais pessoas conheçam a importância e como fortalecer a sua saúde mental, física, emocional e espiritual. Além disso, te convido para acompanhar o nosso site, onde publicamos conteúdos de aprofundamento na saúde e na espiritualidade.

7 mitos sobre crise de ansiedade

A crise de ansiedade é desencadeada por uma série de fatores, como dias de trabalho estressante, medos, dúvidas sobre a vida, futuro e vocação, preocupações intensas, cansaço extremo e muito mais.

Uma crise de ansiedade pode ser tão intensa que o ansioso pode nem saber diferenciar os sintomas com os de um ataque cardíaco, especialmente se ele estiver passando por isso pela primeira vez. 

Geralmente, ele vai sentir as mãos trêmulas, sudorese, palpitação e tontura. Além disso, o corpo ficará tenso e provavelmente dolorido.

O que chama ainda mais a atenção acerca da ignorância sobre a doença é que muitas pessoas convivem com crises de ansiedade, sem saber que estão passando por ela, especialmente no Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros.

Apesar de ser comum, muitos ansiosos não conhecem o verdadeiro significado do transtorno, assim como não sabem como melhorar, como agir ou quais as causas. O assunto é debatido e frequente, mas ainda há muito preconceito, desinformação e mitos!

Mitos sobre a crise de ansiedade

A crise de ansiedade pode fazer parte do comportamento do ser humano. De maneira controlada e saudável, demonstra um clima de espera por um determinado momento necessário. Entretanto, quando se torna desequilibrada nos faz ansiar ou temer algo de forma descontrolada, afetando o convívio social, a saúde, sendo profundamente prejudicial.

Contudo, antes de lutar contra qualquer problema mental é preciso conhecer o adversário, inclusive desvendar os mitos que o cercam. 

#Mito 1- Crise de ansiedade dá só em adultos

A crise de ansiedade não é uma exclusividade dos adultos. Ou seja, você pode desenvolver o problema na infância, ignorado e carregado até a vida adulta.

#Mito 2- O ideal é evitar situações de ansiedade

Apesar de ser instintivo fugir do que causa aflições e medos, nem sempre está no controle de quem sofre crise de ansiedade evitá-los. Portanto, o ansioso precisa criar mecanismos para lidar com os gatilhos e os enfrentar. Desse modo, pense em quais são e por que te afetam dessa maneira.

Entender os motivos pode ser um grande passo para compreensão e melhora. 

#Mito 3 – Pessoas ansiosas não tem cura 

Esse é um grande equívoco, pois, com um tratamento médico especializado, terapia e medicamentos, o ansioso pode apresentar grande evolução e melhora. Em alguns casos, a pessoa nunca mais terá que lidar com crises de ansiedade.

Além disso, com a terapia, é possível adquirir autoconhecimento, o que é um fator importante para lidar com as crises de ansiedade. 

#Mito 4 – Após tratamento, a ansiedade nunca mais volta

Isso não pode ser afirmado, porque há vários fatores de risco e gatilhos para as crises de ansiedade. Além disso, novas preocupações podem surgir, além das citadas no início do artigo e desencadear novas crises. 

Portanto, o tratamento, o autoconhecimento e o cuidado constante são as melhores maneiras de evitar uma crise de ansiedade

#Mito 5 – Bebidas alcoólicas ajudam a combater as crises 

Encontrar refúgio na bebida, em momentos em que a ansiedade está aflorada, pode acarretar ainda mais problemas. Afinal de contas, a sensação reconfortante é passageira. 

#Mito 6 – Crises de ansiedade não geram efeitos físicos

Esse é um mito bem comum. Por se tratar de uma condição mental, muitas pessoas acreditam que ela não chega ao corpo, mas os ansiosos, durante uma crise, podem sentir suas mãos tremendo, dificuldade para respirar, dores generalizadas e frequência cardíaca acelerada. 

#Mito 7 – Tomar remédios é a única maneira de controlar as crises de ansiedade 

Com a terapia e o autoconhecimento é possível controlar e entender as crises de ansiedade e os seus gatilhos. Embora as medicações sejam de grande valia, não são as únicas opções. 

Domar a ansiedade atribui uma qualidade de vida consistente, a produtividade aumenta, as relações pessoais se tornam mais sadias, o trabalho flui e o copo parece sempre estar meio cheio. 

Compreender as crises de ansiedade é o primeiro passo para ter uma vida mais saudável e equilibrada. Procurar ajuda e entender que essa é uma doença que precisa de tratamento leva à tranquilidade e à paz, além disso, fortalecer a amizade e a intimidade com Deus, durante o processo, torna tudo ainda melhor.

Compartilhe esse artigo com seus amigos para eles poderem clarear sua mente acerca das crises de ansiedade.

5 dicas para lidar com a ansiedade na vida consagrada

Momentos de ansiedade, seja por motivos desafiantes ou mesmo de celebração, fazem parte do cotidiano. Na vida religiosa e sacerdotal não é diferente. Além disso, muitas são as realidades difíceis que a missão expõe, seja pelas dores do mundo ou pelas dificuldades enfrentadas. 

Por conta da pandemia, saímos de uma vida de intensa atividade apostólica e pastoral. Foi necessário fechar as portas das igrejas, parar com os eventos e manter as comunidades reclusas, gerando uma rotina nunca vivida antes por tanto tempo. Logo, a ansiedade passou a ser uma vilã ainda mais presente na vida religiosa. 

Além disso, a falta de presença na realidade e a busca exagerada do que ainda não faz parte do presente tendem a adoecer homens e mulheres. Logo depois do período mais crítico da pandemia, falou-se muito de uma epidemia de ansiedade e depressão. 

Por isso, tem se tornado cada vez mais comum religiosos e sacerdotes sofrerem com transtornos de ansiedade, depressão e outras patologias. Confira 5 dicas para administrar da melhor forma possível as ansiedades da vida.

Concentre-se no presente 

A vida do ansioso tende a perder sua qualidade, sobretudo quando surgem sintomas fisiológicos como taquicardia, sudorese, falta de ar, tonturas e outros. Uma das formas de lutar contra isso é focar-se na realidade, no presente.

Santa Teresinha do Menino Jesus, em sua pequena via, orienta: “Só temos o hoje para amar!”. Essa prática traz uma imersão na realidade que possibilita a fuga de distrações ou ansiedades exageradas. 

Alguns terapeutas orientam que, no momento de crise, deve-se focar em um objeto e tentar descrevê-lo em detalhes, como forma de desfocar-se da ansiedade. 

Portanto, a dica inicial é: procure concentrar-se no presente, na realidade, no que está ao seu redor.

Busque profissionais adequados 

Como dito acima, todos nós convivemos com momentos de ansiedade e tensão. O importante aqui é ficarmos atentos aos nossos limites e, em especial, aos sintomas ditos acima. 

Ao surgirem, ainda que de modo sutil, é importante buscar por profissionais capacitados, como psicólogos e/ou psiquiatras, que acompanhem de perto o caso. 

Contudo, um alerta importante da Congregação para Vida Consagrada é que se busque a orientação de profissionais que sejam alinhados aos valores e princípios da fé e da vida religiosa.

Pratique exercício físico

Já é uma unanimidade na ciência os benefícios da prática de exercício físico para a saúde mental. E quando se refere à ansiedade isso também se aplica, afinal as atividades físicas aumentam a liberação de neurotransmissores como a endorfina, a serotonina e a noradrenalina. 

Quando liberadas no organismo, aumentam a sensação de bem-estar, por agirem diretamente no sistema nervoso central, aliviando a depressão e neutralizando os níveis de ansiedade. 

Qualidade de sono e alimentação

Outras duas realidades importantes sobre a vida saudável que influenciam diretamente nos transtornos de ansiedade são o sono e a alimentação. 

Uma alimentação rica em frutas, verduras e proteínas favorecem a produção dos neurotransmissores e possibilitam uma desinflamação metabólica, necessária para o bem-estar. Ao contrário, alimentos ricos em carboidratos e gorduras saturadas aumentam os níveis de inflamação no organismo. 

Por sua vez, o sono é outro aliado da saúde mental, pois sem o descanso necessário, o corpo não consegue encontrar um nível adequado de esforço e repouso. Mantendo, assim, a pessoa envolvida em níveis de tensão e estresse contínuos. 

Vida espiritual sempre em 1º lugar  

Para qualquer cristão, independentemente de sua condição, a espiritualidade lhe confere um bem-estar necessário. Isso é tão verdade, que cientistas já investigam os efeitos da espiritualidade como benefício para a saúde mental. 

Logo, os religiosos não estão fora dessa dimensão, muito pelo contrário, ainda que sua vida esteja marcada por práticas religiosas, a vida de oração não pode ser negligenciada. 

Obviamente, em momentos de ansiedade e depressão, nem sempre será fácil a oração da Liturgia das Horas, do Rosário ou mesmo horas de adoração ao Santíssimo Sacramento. Porém, a oração como olhar lançado ao céu não pode ficar esquecido. Será Daquele que chamou cada uma das vocações que virá o socorro necessário.

Desse modo, seguindo cada uma dessas dicas é possível combater os malefícios da ansiedade.  O que precisa ser feito o quanto antes!

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Transtorno de Ansiedade na vida religiosa

Não é comum ouvirmos sacerdotes, religiosos, freiras e frades comentando sobre transtorno de ansiedade na vida religiosa. A busca pelo caminho da perfeição evangélica e os inúmeros compromissos missionários tendem a ocultar a figura humana, frágil e necessitada que há em todo homem e mulher, independentemente da sua vocação. 

Os sintomas começam sutilmente, mas podem chegar a uma proporção insustentável. Obviamente, todos possuem em maior ou menor grau uma ansiedade tida como normal. Afinal, precisamos dela para reagirmos a qualquer possível perigo ou expectativa. 

Contudo, a ansiedade pode desenvolver-se a partir de sentimentos como medo e insegurança relacionada a determinada preocupação excessiva com o futuro. Não necessariamente quanto à uma realidade, mas, muitas vezes, projeções irreais de problemas que possivelmente nunca acontecerão. 

A ansiedade na vida religiosa na prática

A rotina dos religiosos costuma ser fixa e exigente. É comum que a vida comunitária se articule em 3 dimensões: oração, trabalho e descanso. Cada família religiosa possui um estilo de vida próprio para desenvolver cada uma dessas dimensões. 

Porém, devido às urgências missionárias, é comum que o descanso não seja proporcional ao trabalho apostólico. O documento do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, ressalta que “às vezes o sincero desejo de servir à Igreja, o apego às obras do instituto, bem como as prementes solicitações da Igreja particular podem facilmente levar religiosos e religiosas a sobrecarregar-se de trabalho”. 

Além disso, há um desafio específico na Graça da vida em comunidade: os relacionamentos fraternos. Na convivência fraterna, é comum que haja desentendimentos e conflitos. Em especial, quando se trata de relacionamento com as autoridades, isso pode ser um gatilho para os transtornos de ansiedade. 

O religioso pode apresentar insônia, sudorese excessiva, falta de ar, taquicardia, picos hipertensivos, tontura, dormência na cabeça, pânico sem motivo aparente e desequilíbrio emocional. Diante da identificação desses sintomas, é necessário que as autoridades e o próprio religioso busquem ajuda profissional. 

Quais os tipos de ansiedade? 

Já falamos sobre alguns dos principais sintomas da ansiedade patológica, que variam de acordo com o quadro específico. Exemplo: 

  1. Transtorno de Ansiedade Generalizada: Causa uma irritabilidade e inquietação constantes. Há ainda muito cansaço, causando falta de concentração. Em alguns quadros, os sintomas físicos podem se agravar com palpitação cardíaca, dormência no corpo, entre outros. 
  2. Fobias: Trata-se do surgimento exagerado de um medo paralisante diante de objetos ou situações, como altura, elevador, agulhas, determinados animais. 
  3. Síndrome do pânico: A ansiedade se tornou severa a tal ponto que um pânico surge repentinamente. Juntamente, há uma sensação de morte iminente podendo durar segundos ou minutos.

Leia também 5 dicas para lidar com a ansiedade na vida consagrada

Quando é hora de buscar ajuda profissional?

A ansiedade patológica (quando são identificados dois ou mais sintomas) necessita de acompanhamento profissional. Muitas vezes, o tratamento acontece por meio de processo terapêutico e medicamentoso e com o apoio de uma equipe multidisciplinar. 

O próprio Dicastério para Vida Consagrada, no documento já citado acima, afirma que “o recurso a tais intervenções tem se revelado útil não só no momento terapêutico em casos de psicopatologia mais ou menos manifesta, mas também no momento preventivo para ajudar a uma adequada seleção dos candidatos e para acompanhar, em alguns casos, a equipe de formadores a afrontar específicos problemas pedagógico-formativos”.

Ou seja, a própria Igreja orienta que formadores e autoridades estejam atentos à necessidade de auxílio profissional, mediante patologias. Porém, continua: “Em todo o caso, na escolha dos especialistas, deve-se preferir uma pessoa de fé e conhecedora da vida religiosa e de suas dinâmicas. Tanto melhor se for uma pessoa consagrada”.

Portanto, não deve haver vergonha ou timidez quando se é preciso buscar ajuda. Por sua vez, é necessário atenção aos profissionais que serão solicitados a fim de não estarem muito aquém da realidade religiosa e suas nuances. 

Amiga ou inimiga: a rotina na saúde mental

Toda vida religiosa é composta por uma rotina de hábitos fixos que ditam o ritmo de oração, trabalho e descanso.

No entanto, quando essa rotina torna-se engessada, pode ser uma inimiga, ao invés de uma amiga para a saúde mental.

As cobranças exageradas, a falta de liberdade, o medo das autoridades, a baixa estima, a falta de equilíbrio podem transformar o que deveria ser uma graça, em um problema. 

Como já dissemos aqui no blog, há algumas dicas importantes para preservar a saúde mental, porém sem flexibilidade e atenção a uma rotina saudável não será possível. 

Leia 3 condições indispensáveis para ter qualidade de vida

Entenda quando a rotina é uma inimiga e como torná-la amiga do seu bem-estar. Confira! 

Quando a rotina é vilã da qualidade de vida

Os religiosos costumam acordar cedo. Sejam consagrados ou sacerdotes, o dia começa com orações, a Santa Missa e muitas vezes, logo depois os afazeres domésticos necessários.

Assim, segue em um ritmo acelerado também a vida apostólica e o atendimento às pessoas.

No entanto, as exigências pastorais e missionárias podem sabotar o tempo necessário de descanso e repouso. 

Além disso, a rotina pode ser engolida por muitas atribuições e trabalhos, impedindo o religioso de dedicar-se a atividades saudáveis como a prática esportiva ou mesmo um bom lazer como ir ao cinema, estar com os amigos, ou até dormir mais horas do que o costume. 

A ausência de atividades recreativas prejudica o descanso e a reposição de nossas energias para a missão.

Além disso, a rotina pode ser sufocada por maus relacionamentos fraternos ou administrativos.

Quando não há uma relação amistosa na vivência comunitária, a dinâmica apostólica no Instituto religioso ou mesmo da Paróquia fica comprometida.  

Esse problema pode estar relacionado a uma rotina pesada como citado acima ou mesmo pela personalidade mais difícil do religioso, dos seus irmãos ou colaboradores. 

O Papa Francisco falando, em uma catequese para as famílias, evidenciou a importância de três “palavras mágicas” para boa convivência: Obrigado! Desculpa! Com licença! 

Assim como em uma família, na vida comunitária é indispensável uma contínua gratidão, a consciência dos erros, seguido do pedido de perdão, e o zelo para não invadir a intimidade do outro.

Portanto, palavras como “Obrigado! Desculpa! Com licença!”, colaboram para uma experiência libertadora na vida comum. 

Como favorecer a qualidade de vida?

A dinâmica comunitária dos monges cistercienses divide a vida do religioso em três tempos de oito horas: Oração, trabalho e descanso.

Cada carisma e congregação possui sua dinâmica, porém, se pensarmos em uma rotina saudável, precisamos erguer esses três pilares da vida do religioso ou sacerdote, dando suporte com outras atividades importantes. 

Obviamente um sacerdote diocesano e um consagrado não terão as mesmas horas de oração que um monge.

Mas, fazendo uma divisão adequada entre as atividades comunitárias e pastorais, tendo sua rotina espiritual estabelecida, é possível encontrar tempo para as demais realidades.

É importante, por exemplo, definir os momentos para convivência, para o lazer, para a prática de atividades físicas.

Outra realidade importante para uma rotina saudável é saber usá-la ao seu favor. Por exemplo, vivê-la bem de modo que sair dela não compromete o todo. 

Nunca esquecendo de viver bem o período de férias. Esse é um tempo importantíssimo para os religiosos, não para o ócio, mas para o repouso, o prazer de estar com a família e/ou amigos e a possibilidade de realizar outras atividades que não as corriqueiras. 

Desse modo, fica claro que a rotina, antes de ser indispensável e rígida, precisa ser flexível e atenta às realidades necessárias para o bem-estar também dos religiosos.

Portanto,  faz-se necessário ter um bom diálogo com as autoridades para favorecer um caminho de discernimento. 

Seja sempre franco ao comunicar sua realidade aos seus superiores. Dessa forma a vida comunitária pode tornar-se também um caminho de fraternidade e descanso.  

Quando um ministro ordenado precisa cuidar da saúde emocional

Ver um sacerdote no altar é algo sagrado para Igreja Católica e seus fiéis. O ministro ordenado “participa da autoridade com que o próprio Cristo constrói, santifica e rege seu corpo” (Catecismo da Igreja Católica 1563). Portanto, tal missão edifica a Igreja e favorece a santidade de todo o povo de Deus. 

Com sua missão, possui diversas atribuições como distribuir os sacramentos do Batismo, da Penitência, da Eucaristia, assistir aos casamentos, administrar paróquias, comunidades e pastorais, além de, em alguns casos, possuir trabalhos seculares. 

No entanto, algo que não se pode esquecer é que Deus depositou todos esses dons e missão em um ser humano limitado, pecador e cheio de necessidades. Por isso, tão necessário quanto cuidar de sua saúde física, é importantíssimo que o ministro ordenado não se descuide de sua saúde emocional e psíquica.  

Confira quais os principais desafios que um ministro ordenado pode enfrentar em sua saúde emocional. 

O dia de um ministro ordenado 

Padre João Paulo (personagem fictício) acordou às 6h da manhã, porque precisava rezar suas Laudes antes de sair para a missa que celebra no Santuário, onde é vigário. Acordou? Não! Levantou da cama, porque havia passado a noite em claro, mais uma vez. 

De lá, come alguma coisa na padaria e vai direto pra algumas reuniões na Cúria diocesana, da comissão que faz parte. No meio de uma discussão, sente uma palpitação no peito e uma leve tontura. Toma uma água e se recompõe. 

Depois, almoça na casa de um paroquiano mais próximo e, às 14h, já precisa estar na secretaria paroquial para uma tarde de confissões. Mesmo no meio de uma conversa acalorada, sente um vazio e uma tristeza que costuma visitá-lo, aparentemente sem motivo. Olha para aquela família de seu amigo e pensa: “Talvez, se eu tivesse me casado, não me sentiria tão só!”. Percebe aquele pensamento como uma tentação e rapidamente o afasta. Não tem tempo para pensar nisso, é preciso correr. 

Costuma passar muitas horas no trânsito. Nesse momento sente sua impaciência e cansaço, falta de ar ou até uma dor de cabeça.

Ao fim da tarde, costuma visitar sua mãe já idosa e dar assistência, enquanto não começa a Missa da noite, que será seguida de uma reunião mais complicada com o conselho pastoral. Ao fim da noite, vai a uma lanchonete comer um sanduíche de seu gosto particular e segue para casa. 

Às 23h começa sua saga: a luta contra a insônia. O corpo está cansado, exausto, mas seu esvaziamento interior, quanto à sua vocação e ao sentido de sua vida, não o deixam relaxar. Suas articulações doem e por vezes é assaltado por tremores musculares, aparentemente sutis, mas que o tem preocupado, porque são cada vez mais recorrentes. 

É hora de reconhecer que precisa cuidar-se 

Em meio a essa rotina exaustiva e desafiante, é possível perceber sintomas que sinalizam a necessidade de atenção consigo mesmo. O cansaço emocional muitas vezes se traduz com sintomas físicos como dores generalizadas, somatizações como dermatite ou gastrite, além de insônia, picos hipertensivos, entre outros. 

Além disso, o ministro ordenado pode enfrentar uma forte crise de sentido de vida e da sua própria vocação, por não conseguir encontrar prazer naquilo que faz. O próprio estresse do excesso de atividades e atribuições contribuem para o desenvolvimento de estafa e crises de ansiedade. 

Todos esses sinais são demonstrações claras de que é preciso cuidar da saúde emocional do sacerdote. Apesar de sua característica solitária, o padre não precisa enfrentar tais desafios sozinho. Sua família, o colégio dos presbíteros, seu bispo diocesano ou mesmo amigos e paroquianos podem ajudá-lo. 

É preciso, no entanto, reconhecer que é necessário fazer esse caminho de resgate da sua saúde mental, emocional, física e espiritual. 

Um bom processo de revitalização pode proporcionar um resgate de sua vida e vocação. Não tenha medo de se deixar cuidar e amar.

Burnout e vida religiosa: 5 sintomas que merecem atenção

Talvez você ache que uma síndrome comumente relacionada ao trabalho dificilmente alcança quem se dedica à vida religiosa ou sacerdotal. Porém, o burnout tem mais a ver com cansaço e desgaste emocional do que com a categoria de trabalho. 

O serviço prestado pelos sacerdotes e religiosos exigem dedicação e entrega tal qual um trabalho com vínculo empregatício. A missão religiosa tem como característica a oferta de vida do missionário, mas também a vida daquele que receberá o anúncio. 

Sempre dedicados e em um vínculo fraterno profundo com o povo ao qual são enviados, muitos passam por problemas psíquicos e de saúde integral pelo cansaço físico, mental ou emocional. 

A síndrome de burnout, segundo o Ministério da Saúde, “também pode acontecer quando o profissional planeja ou é pautado para objetivos de trabalho muito difíceis, situações em que a pessoa possa achar, por algum motivo, não ter capacidades suficientes para os cumprir.” Tais sentimentos se encaixam com o que é enfrentado pelos religiosos constantemente. Portanto, ter cuidado e atenção com os sintomas de Burnout contribuem para que a síndrome não tome proporções mais graves. 

Confira alguns dos sintomas que merecem mais atenção. 

Cansaço excessivo, físico e mental

Dom Rafael Cifuentes, autor de vários livros sobre espiritualidade, afirmou que a maturidade é o justo equilíbrio entre dois extremos. Sendo assim, o serviço apostólico e ministerial precisa acompanhar a maturidade necessária

O sacerdote ou religioso (a) deve dedicar-se com afinco à sua missão. No entanto, precisa de clareza com seus próprios limites e inclinações. Não há maturidade em um trabalho que leva ao esgotamento, assim como o desleixo. 

Sendo assim, é necessário que as autoridades comunitárias estejam atentas aos excessos. Um religioso que, dia após dia, chega ao extremo do cansaço, dorme pouco, se alimenta mal, sempre aparenta um semblante abatido e uma irritabilidade constante sinaliza a necessidade de atenção. 

Leia Qual a diferença entre cansaço e depressão?

Sentimentos de fracasso e insegurança

O complexo de inferioridade e as inseguranças oriundas de uma baixa estima não são necessariamente sinal de Burnout, mas de feridas na própria história ou autoimagem. 

Contudo, quando surgem discursos negativistas e inseguros em um religioso que há muito tempo se dedica exaustivamente ao trabalho apostólico, mas há pouco não se sente mais realizado com o serviço, é necessário uma avaliação mais profunda. 

Como sintomas de Burnout, o fracasso e a insegurança surgem como algo paralisante, um sofrimento real que impede o sacerdote e o religioso do esforço a fim de transpô-lo. 

Alterações repentinas de humor

Algo que é necessário que fique claro é que os sintomas de Burnout se assemelham ao do cansaço corriqueiro. Porém, a intensidade e o seu possível surgimento são sinais que precisam ser observados. 

Alterações de humor podem ter várias raízes, porém, como sintoma de Burnout, é característico que esteja ligado à vivência do trabalho. 

Sendo assim, o religioso quando se dedica a uma atividade relacionada ao trabalho passa a ter tais alterações: tristeza, desgosto, falta de ânimo, irritação, impaciência. 

Problemas gastrointestinais

Refluxo esofágico, gastrite, estomatite, síndrome do intestino irritado, entre outros, podem ser os problemas médicos oriundos do Burnout. 

É muito comum que o estômago e o intestino sejam dois órgãos afetados pela rotina exaustiva de trabalho, dando sintomas claros que merecem atenção. 

Insônia

Como dito acima, a insônia também pode ser um sintoma de outros problemas. Porém, quando se trata de Burnout vem precedido de outros sintomas associados como estresse e ansiedade. 

A insônia pode não ser a patologia em questão, mas um sintoma que indica necessidade de atenção em alguma outra realidade. 

Sempre que algum sintoma aparece, gerando angústia e ansiedade, é necessário observar e conduzir um tempo de descanso e tratamento adequado. 

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Qual a diferença entre cansaço e depressão?

Chega um momento na vida religiosa e vocacional no qual o cansaço bate à porta e não se sabe o que fazer para recuperar o vigor da oferta dada enquanto jovem. As emoções não são as mesmas, o impulso missionário enfraquece, cansaço e a depressão parecem se aproximar cada vez mais.

Obviamente, em poucos casos, a depressão começa de forma repentina. Boa parte das vezes tem início com episódios de cansaço, tristeza, vazio de sentido, fragilidade emocional. 

Para saber diferenciar o que é cansaço e o que é depressão preparamos um blog post com algumas dicas para que você possa identificá-los. As nossas dicas podem ajudar os religiosos que enfrentam esses desafios. Além disso, pode auxiliar reitores e formadores na orientação de melhores formas de intervir antes que os quadros se compliquem. Confira! 

O cansaço da vida ordinária e seus alertas

A vida missionária e comunitária costuma ser intensa, repleta de altos e baixos e cheia de momentos fortes de emoção e tensão. Muitas vezes os religiosos chegam à exaustão na sua oferta de vida e nas necessidades do povo de Deus. 

Espelhando-se nas biografias dos santos, nos quais se vê uma entrega de vida até o último suspiro, como São João Maria Vianney, Santa Teresa de Calcutá e São João Bosco. Eram muitas horas de apostolado, quase nenhuma de descanso.

São João Maria Vianney disse certa vez que todas as noites acontecia um milagre. Ele se deitava exausto ao extremo e, em poucas horas de sono, o Senhor o restabelecia. 

No entanto, também quis a Providência de Deus fazer com que os santos experimentassem momentos nos quais tocavam os limites de sua humanidade, seja pela enfermidade ou pelo cansaço. 

O cansaço cotidiano é algo normal e comum, inclusive, na vida secular. No entanto, é preciso perceber-se acerca do nível do cansaço e se ele passa ou não com algumas horas de sono a mais e momentos de lazer. 

O cansaço ligado a um processo depressivo não costuma passar com descanso. Além disso, é um cansaço que é bem menos físico, do que mental. É um cansaço da alma, pode-se dizer assim. 

O cansaço no limite da exaustão é anunciado pela diminuição do rendimento nas atividades apostólicas. O prazer de servir se esvai e surge uma sensação de que tudo é muito complicado e difícil. Diante desses sinais, é preciso atenção para que esse cansaço não se torne uma depressão.

Quando cansaço e depressão se encontram 

Os sintomas que mostram o início de um processo depressivo se assemelham muito ao cansaço extremo. A falta de motivação e disposição para realizar tarefas corriqueiras, um cansaço constante e a energia limitada sinalizam o início da depressão. 

Tudo começa em baixa intensidade, no entanto, sem o devido tratamento terapêutico, cresce e se torna um sofrimento sem tamanho. 

Além disso, há outros sintomas bem comuns como: falta de sentido, tristeza excessiva e constante, irritabilidade, dores musculares e alterações no corpo, perda de apetite, ou compulsão alimentar, falta de concentração, sentimentos de morte ou suicídio. 

Por isso, diante da identificação de sintomas de um cansaço que começa a fugir do controle é preciso que o religioso recue. Não é preciso sair do ambiente religioso, mas a diminuição da rotina, o planejamento de descanso frequente, o acompanhamento terapêutico evitam casos patológicos mais sérios. 

Se, no entanto, o religioso percebe sinais de depressão, é importante a busca de uma comunidade terapêutica, a escuta de profissionais experientes que entendem a vida religiosa e sacerdotal para se chegar, o quanto antes, a um diagnóstico preciso e um protocolo de atendimento assertivo. 

Aprofunde-se sobre cansaço, conhecendo O que é Síndrome de Burnout