Junho Branco: um chamado à vida, à escuta e à esperança

Junte-se a nós e ajude a transformar vidas marcadas pela dependência química

Antes de tudo, queremos falar ao seu coração. Como religiosos/padres e leigos consagrados da Copiosa Redenção, vivemos para anunciar a misericórdia e caminhar com aqueles que mais sofrem. Neste “Junho Branco”, mês de conscientização sobre a dependência química, nós estendemos a mão a quem está ferido, mas também a você, que pode ser instrumento de recuperação.

Em cada rosto marcado pela dor da dependência, vemos o rosto do Cristo crucificado. Por isso, nosso compromisso vai além do cuidado técnico: é missão, entrega e amor concreto. E, através do Projeto Social Padre Wilton, temos alcançado pessoas esquecidas, resgatado histórias e devolvido dignidade a tantas famílias. A dependência química é uma doença que atinge o corpo, a mente e a alma. Por isso, o acolhimento precisa ser integral.

O Projeto Social Padre Wilton: acolher, escutar, redimir

Desde o início, o Projeto Social Padre Wilton nasceu do desejo de responder ao clamor silencioso de tantos irmãos em situação de vulnerabilidade. Com o coração movido pela compaixão e pelos ensinamentos do fundador da Copiosa Redenção, este projeto tem se expandido como sinal visível da misericórdia de Deus.

Com atendimentos gratuitos e uma estrutura voltada à recuperação, o projeto oferece apoio espiritual, psicológico, médico e social. A cada novo acolhido, abrimos espaço para que a graça atue. Aqui, ninguém é um número. Cada pessoa é única e tratada com respeito e dignidade.

Convidamos você a conhecer de perto essa obra viva: https://padrewiltonprojetosocial.copiosaredencao.org.br/

Acolhimento e tratamento com amor e verdade

Além de uma equipe dedicada, o projeto conta com o suporte de comunidades terapêuticas que seguem princípios cristãos, promovendo uma verdadeira reeducação do coração e da vida. Essas casas são espaços nos quais o dependente é reconduzido ao sentido da própria existência.

“A Comunidade Terapêutica é um espaço de acolhimento, cuidado e transformação, especialmente voltado para a recuperação de pessoas que enfrentam o desafio da dependência química”.

Os frutos desse trabalho são visíveis. Jovens e adultos retornam à vida em sociedade com outra postura, conscientes do valor que têm e da missão que carregam. Eles se tornam testemunhos vivos da ação redentora de Deus em nossa história.

Como ajudar? Você também pode fazer parte da redenção

Talvez você esteja se perguntando como pode colaborar com essa obra. A resposta é simples: com seu sim generoso. O Projeto Social Padre Wilton depende de parcerias para continuar existindo. Você pode ajudar de várias formas:

  • Doações mensais ou pontuais
  • Apoio com alimentos, roupas ou materiais de higiene
  • Serviço voluntário
  • Oração constante pela missão

Saiba mais e veja como contribuir:
Como ajudar

Não importa o tamanho do gesto, toda ajuda transforma realidades. Quando estendemos a mão com fé, o milagre acontece.

Seja um Amigo da Redenção

Neste “Junho Branco”, queremos convidar você a ser mais do que um colaborador. Seja um Amigo da Redenção. Essa é uma rede de pessoas que assumem conosco a missão de acolher, escutar, restaurar. Ao se tornar um amigo, você passa a caminhar conosco de forma contínua, sustentando projetos, partilhando esperanças e rezando por cada vida que chega até nós. Lembre-se que, ajudar um dependente químico é mais do que um ato de caridade: é um ato de fé.

Você pode nos apoiar mensalmente, ajudar na divulgação, incluir essa causa em suas intenções diárias. Tudo isso já nos fortalece imensamente. Juntos, somos instrumentos do amor de Deus.

Cuidar também das famílias

Outro pilar importante do nosso trabalho é o apoio às famílias de dependentes químicos. Muitas vezes, elas também estão adoecidas, presas à dor da codependência, sem saber como agir ou a quem recorrer.

Para essas pessoas, oferecemos cursos, formações e acompanhamento espiritual. Uma das iniciativas mais procuradas é o nosso Curso de Codependência, totalmente gratuito e online. Confira aqui!

Essa formação oferece ferramentas práticas e espirituais para lidar com o sofrimento, fortalecer os vínculos e reencontrar a esperança.

Um apelo ao seu coração

Querido irmão, querida irmã, neste “Junho Branco” queremos fazer um apelo direto ao seu coração. Em nome de todos os que estão lutando contra a dependência química, pedimos sua ajuda. Seja um sinal de redenção na vida de alguém.

A cada dia, novas pessoas chegam até nós pedindo socorro. Querem recomeçar. Querem viver. E, com a sua ajuda, nós podemos continuar dizendo sim a essas vidas.

Quero ser um Amigo da Redenção.

A PASSAGEM

A PÁSCOA É A PASSAGEM DA MORTE PARA A VIDA

Por Padre Wilton Moraes Lopes

Como você já sabe, Páscoa significa passagem. Para nós cristãos, e também para os judeus, essa palavra – Páscoa – significa muito mais. Para eles, a libertação dos trabalhos penosos do Egito e a ratificação da Aliança feita entre Abraão e Deus. Para nós, além daquela aliança no deserto, a configuração da
Nova e Eterna Aliança entre Deus e o homem em Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus.

“A Páscoa se reveste do sentido maior da salvação. Mas também se reveste de vários outros sentidos: o
amor até as últimas consequências, o perdão, a doação de si e tantos outros que o Espírito possa nos inspirar.”

Talvez, mesmo após termos vivido tantas Páscoas, ainda haja alguma para mudar, algo para se deixar transformar por Jesus. A Páscoa se reveste do sentido maior da salvação. Mas também se reveste de vários outros sentidos: o amor até as últimas consequências, o perdão, a doação de si e tantos outros que
o Espírito possa nos inspirar.

“Você já fez a sua Páscoa? Você já fez a Páscoa do seu irmão?”

O desafio da Quaresma é, refletindo nas realidades da “Passagem”, vivê-las hoje em nossa
vida. Poder fazer o nosso irmão “passar” da droga para a vida, do abandono para o aconchego,
do isolamento para a partilha, da discórdia para o perdão, da fome e sede de justiça para uma vida
em plenitude. A Páscoa é a passagem da morte para a vida. Você já fez a sua Páscoa? Você já fez a
Páscoa do seu irmão?

O EXEMPLO DE AMOR DE CRISTO CRUCIFICADO

Por Padre Wilton Moraes Lopes

Devemos estar sempre diante da cruz, com muito amor, respeito, veneração e adoração a Cristo crucificado. Ele é o Senhor da nossa salvação, Aquele que nos amou tanto que doou a Sua vida por nós.
Ele nos concede este amor infinito e estende as Suas mãos feridas sobre a humanidade, nos abraçando amorosamente. Sofrido, dolorido. Ele abençoa a nossa vida com Seu amor infinito. Nós não podemos entender esse mistério tão grande. É um mistério de amor infinito! Por nós, diante da cruz, sendo chagado, olhou para a humanidade e nos amou por inteiro. Morreu, diante do Pai, por todos os pecadores.

Jesus ofereceu a Sua vida, pois assim era a vontade do Pai, para que toda a humanidade fosse lavada
pelo sangue de Seu Filho amado. O Pai enviou o Seu Filho, como um pai que ama tanto, não só a Ele, mas a toda a humanidade. Cristo, inteiramente apaixonado por nós, então se entregou por inteiro e salvou-nos do pecado, da morte eterna. Ele não quis que ninguém fosse deixado de lado, Ele não veio ao mundo
para condenar a ninguém, mas para salvar a todos, dar a vida por cada um.


Este mistério que contemplamos hoje, nos toca para uma profunda conversão, nos faz olharmos para
Cristo e transformarmos o nosso coração de pedra em um cheio de amor a Ele e aos nossos irmãos.

Devemos procurar meditar esse mistério de amor para nos convertermos. É uma forma de olharmos para
Cristo ressuscitado e mover o nosso coração para Ele, com muito amor, entrega e zelo.
Se Cristo não tocasse em nosso coração e nós não fossemos abertos a Ele, que proveito teria a morte
d’Ele? Seríamos apenas espectadores desta história, mas não! Devemos participar com amor por Ele, deixando-O tocar em nossa vida, lavando-nos com Seu precioso sangue, o sangue que tira todo o mal.

PARA PENSAR

Será que tenho agradecido a Cristo pelo dom da vida eterna?

PARA REZAR

Senhor, dai-me um coração puro igual ao Vosso.

PARA MEMORIZAR

Cristo morreu por amor por todos nós!

MARIA, A MEDIADORA JUNTO A CRISTO

Por Padre Wilton Moraes Lopes, CSsR

Dando continuidade à nossa caminhada espiritual, hoje meditaremos como é grande o mistério das almas do purgatório. Peçamos a Maria, que não permita que qualquer pessoa possa morrer em
pecado. Há casos maravilhosos, onde Maria de alguma forma se faz presente, com grande poder
e esplendor, preparando os caminhos para que a Graça aconteça.

Em determinada região, onde um Padre acolhia bondosamente em sua casa os amigos que passavam por aquele lugar. Certo dia, algumas pessoas que estavam voltando de uma viagem, depois de enfrentarem uma tempestade, procuraram abrigo na casa paroquial. Entre eles estava um jovem que havia ficado doente naquela viagem. Atacado por um mal súbito, ele passava muito mal e estava em situação de perigo de morte. As pessoas que estavam com ele, acompanharam toda a situação e viram que aquele rapaz havia passado mal naquela noite. Entre eles também o padre acompanhou toda a situação.

Conversando com o doente, o padre, perguntou-lhe: “você quer se confessar, já está muito
doente?”. Sabendo que sua situação era grave, o rapaz disse: “eu quero!”

O Padre então ouviu sua confissão e assim o rapaz pôde se preparar para o encontro com Deus de maneira extraordinária. Como disse no começo: nada acontece por acaso! Tudo é providência de Deus! Maria estava lá presente, e intercedeu por aquele rapaz que precisava voltar seu olhar para Cristo. Ele não podia morrer em pecado, e por isso Maria agiu. Ele se confessou, se preparou, teve uma morte bela, foi amparado por Maria Santíssima e assim pôde entrar no paraíso.

Nunca ouvi dizer que Maria abandonou qualquer pecador. Para qualquer pessoa que estiver necessitada
de perdão e reconciliação com Cristo, Maria faz tudo. Sabemos que há centenas de casos como este,
em que a Virgem Maria ampara seus filhos no derradeiro momento com a sua intercessão.

PARA PENSAR

O que seria de mim sem a intercessão da Virgem Maria?

PARA REZAR

Ó Mãe querida, ajuda-nos a estar na estrada de Jesus.

PARA MEMORIZAR

Maria é nossa fiel intercessora junto a Cristo.

CONTEMPLANDO ABRAÃO MODELO DE FÉ

Por Padre Wilton Moraes Lopes

Neste olhar inicial queremos conhecer quem foi Abraão. Na Sagrada Escritura, sabemos que o nome revelava a escolha de Deus e a própria missão recebida Dele. Abraão, cujo nome significa “pai de uma multidão”, é provavelmente um dos patriarcas de toda história.

Pela Sagrada Escritura podemos saber, que Abraão era filho de Nacor e de Ara. Foi tio de Lot, sua esposa se chamava Sara e Abraão morava em Ur, na Caldeia. Abraão viveu plenamente a característica de todos os pastores de sua época, procurando sempre novos pastos para o seu rebanho. Por ordem do próprio Deus, no espírito de obediência, Abraão buscou cumprir a vontade de Deus. Tornou-se um homem rico e
potente que morreu com 175 anos.

Assim como cada um de nós possui uma história com a nossa vocação, com o chamado de Deus, Abraão também teve a presença marcante do Senhor em sua vida. Mas no que consiste a resposta vocacional
de Abraão? O ser de Abraão foi todo formado e interpelado por Deus, marcando-o como uma pessoa de fé, que se coloca totalmente à disposição, capaz do despojamento de si mesmo, obediente e com um
coração pobre.

No livro do Gênesis 12,1, nós encontramos o texto que nos diz: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar”. Diante dessa Palavra, podemos perceber que toda a vida de Abraão é um êxodo constante, um permanente deixar. Inclusive o grande sacrifício de deixar seu filho Isaac, a pedido do Senhor. Ele era capaz de entregar tudo por Deus, ainda que aquilo custasse o bem mais precioso que ele possuía. Ele não permaneceu apegado ou amarrado a uma situação existencial, mas colocou-se em movimento para realizar a vontade de Deus.

A vocação de Abraão o leva a ser uma pessoa profundamente tocada pelo Senhor, a ser alguém que recebe vida dessa experiência e também de alguém que é fortificado. Ele sente que sua vocação o conduz a andar na presença de Deus. Sua vida torna-se um dom e a resposta generosa à vocação que Deus lhe propõe o leva a ser um homem abençoado por Ele.

PARA REZAR

Senhor, cria em nós um coração como de Abraão, capaz de ser dócil e de responder com generosidade ao Teu chamado. Senhor, aumenta a nossa obediência e a nossa capacidade de deixar tudo para viver e realizar a Tua aliança que se manifesta em nossas vidas.

PARA PENSAR

Como podemos hoje, responder a Deus, imitando Abraão, criando espaços de aliança em toda dimensão de nossa vocação e de todo nosso ser?

PARA MEMORIZAR

“Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança eterna, de geração em geração, para que eu seja o teu Deus e o Deus da tua posteridade”. (Gn 17,7)

SILÊNCIO!

“O sábio permanece calado até o tempo oportuno. Aquele que se expande em palavras prejudica-se a si mesmo” (Eclo 20,7-8)

Por Padre Wilton Moraes Lopes, CSsR

O silêncio no nosso caminhar nos leva a contemplar o verbo silencioso. Adoremos o verbo silencioso, o amigo do silêncio. Jesus passou a maior parte de sua vida no silêncio. Antes de começar a sua vida de apostolado passou 40 dias em silêncio no deserto, penetrando o coração do Pai. Buscara tantas vezes, na noite, lugares solitários para orar silenciosamente. A qualidade da ação de Jesus é a qualidade do seu próprio silêncio. Se tivermos mais interioridade, menos superficialidade, se pesarmos nossas ações na balança do silêncio e da oração profunda, as mesmas terão muito mais qualidade.
Peçamos essa graça ao Senhor, de falarmos menos, silenciar mais e agir com sabedoria.

DISCERNIMENTO: O SER PRUDENTE

Por Padre Wilton Moraes Lopes, CSsR

São Tomás de Aquino, grande teólogo da Igreja, aborda o discernimento no quadro da virtude da prudência. Mas o que queria dizer São Tomás comparando ou definindo discernimento dentro
desse aspecto da prudência? O discernimento seria uma capacidade de prudência, ou seja, ser prudente
no falar, no analisar a realidade para expressar o discernimento verdadeiro daquilo que eu contemplo,
cuidando para interpretar corretamente e santamente os acontecimentos.

Quando procuramos num dicionário a palavra discernimento, encontramos que prudência significa juízo, ter critério, ter inteligência para discriminar, separar, apreciar. Quando somos chamados a compreender a grande riqueza do discernimento percebemos que tudo isto é instrumento extremamente necessário em nossa vida comunitária, em nossa vida na Copiosa Redenção. Frequentemente é preciso discernir, colocar a nossa vida, trabalhos e realidades em discernimento confrontando-os com o nosso carisma, com a vontade de Deus no coração da Igreja.


Discernimento é assim a capacidade de apreciar, de ter critério. É uma capacidade também no bom sentido de julgar; julgar o nosso agir, as nossas atividades, se elas realmente expressam ou realizam a vontade de Deus para as nossas vidas, nossas comunidades e para toda família da Copiosa Redenção.

Na primeira carta de São João, capítulo 4, versículo 1, diz o apóstolo: “Caríssimos, não deis fé
a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se
levantaram no mundo”
. São João queria dizer com esta palavra que devemos ter uma capacidade crítica diante de tantas informações, ideias, leituras e livros. Mesmo os teólogos correm o grande risco de
não ter, às vezes, discernimento e, consequentemente, engolir todas as informações passadas sem este
critério de que fala São João. Critério para examinarmos se os espíritos são de Deus, se aquilo que me é dado é de Deus.

Portanto, para fazer um bom discernimento temos que ter uma consciência madura, consciência de discernimento. Mas o que é necessário para alcançá-la? Precisamos de uma conversão do coração, uma conversão da mente, baseada em critérios claros e definidos, alicerçados por valores evangélicos. Aquele que tem consciência amadurecida é uma pessoa que cresceu, não é mais criança em suas atitudes, ideias e pensamentos. Podemos perceber a infantilidade de uma pessoa quando, em seus critérios, não for provida de valores éticos, maduros e por isso mesmo terá dificuldade em fazer um discernimento mais profundo.


Também temos que cuidar com as ideologias de hoje, pois há muitos anti-valores, muito egoísmo e
idolatrias diversas, mas a Sagrada escritura nos exorta, pela carta de Filipenses no capítulo I, versículos 9
e 10: “Peço, na minha oração, que a vossa caridade se enriqueça cada vez mais de compreensão e critérios com que possais discernir o que é mais perfeito e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo”

ABRAÇAR A CRUZ

“A CRUZ QUE SE ARRASTA É MUITO MAIS PESADA DO QUE A CRUZ QUE SE ABRAÇA”. (STA. TEREZA D’ÁVILA)

Por Padre Wilton Moraes Lopes, CSsR

Quero iniciar recordando a famosa frase de Santa Teresa D’Ávila: “a cruz que se arrasta é muito mais
pesada do que a cruz que se abraça”. “Abraçar a cruz”; muitas vezes parece um paradoxo dizer isso.
Como abraçar a cruz? Como acolher o sofrimento, as doenças, a depressão? Como aceitar tantas tristezas que vão marcando a nossa história de vida? Como acolher os sofrimentos dos quais não somos culpados? É importante nos colocar diante da cruz como se colocássemos a nossa vida diante de uma luz especial, porque a cruz brilha sobre o nosso cotidiano, sobre nossa realidade. Brilhar por quê?
Porque muitas vezes vivemos sem a luz da cruz. Não cremos que no sofrimento Deus está presente.

Também é muito importante entender que Jesus Cristo, ao morrer na cruz, através de sua doação e sacrifício, por amor a todos nós, não nos isentou das nossas cruzes. Pelo contrário, o extraordinário gesto de Jesus nos faz compreender que, a partir daquele momento, Ele se tornou presente em nossas cruzes, mergulhado em nossa dor, em nosso sofrimento. Ele estará crucificado conosco em cada instante.
Cristo morreu na cruz para que a partir daquele momento estivesse presente nas nossas pequenas ou grandes cruzes de cada dia. Ele é Deus de Amor, é Deus de Bondade e está conosco. É preciso
ver a luz que está na cruz. Ela brilhará e o seu brilho iluminará todas as nossas dúvidas ou questionamentos.

Essa luz iluminará todas as respostas que devemos dar ao Senhor. Será poderosa, grandiosa, maravilhosa. Essa luz vem da cruz sobre a nossa vida. Vem do amor, daqueles braços abertos no alto da cruz, que para sempre emana sobre a nossa pobre condição humana, assim como quando rezamos a Salve Rainha,
e dizemos: “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”.

Qual é a luz da cruz que brilha sobre o meu sofrimento? Qual é a luz da cruz que tem brilhado sobre
a minha dor? Qual é a luz da cruz que tem brilhado sobre as minhas profundas angústias e crises? Ou será que estou tão cego que não consigo mais ver a luz que sai da cruz e brilha nas minhas pequenas
e grandes cruzes?

“Senhor ensina-me a amar a tua cruz, ensina-me a acolher a minha cruz. Ilumina, Senhor, as trevas que me impedem de acolher com amor, com fé e esperança as pequenas cruzes da minha caminhada”.

O CAMINHO PARA O CÉU (Pe. Wilton)

“Eis-me aqui Senhor, eis que por vossa graça sou vossa imagem e semelhança”.

Antigamente os casamentos se davam apenas entre os pais dos noivos. Assim o noivo e a noiva se
conheciam apenas alguns dias antes da cerimônia. Apesar disso ambos sonhavam
com “o (a) prometido (a)”. O noivo cuidava de construir uma casa. A noiva fazia seu enxoval. Mas só se conheciam poucos dias antes do casamento. Às vezes a união dava certo e ambos eram felizes. Às vezes não.

Como os casamentos de antigamente, corremos o risco de agir assim com Deus. Isso quer dizer, levamos
uma vida de retidão moral, até de oração. Participamos de pastorais e outros movimentos da Igreja, mas, corremos o risco de na verdade não conhecer na essência esse Deus. Dessa forma, assim como
os noivos, poderemos chegar na eternidade com uma “fantasia” de Deus e não o Deus Verdadeiro.

É preciso coragem para querer seguir os Seus caminhos, mas são os caminhos da Luz, da Verdade e da Vida. Ele nos convida a mergulhar na Sua Essência, a termos “intimidade” com Ele, para quando chegar o grande dia de nosso encontro definitivo, podermos olhá-lo nos olhos e dizer com alegria:
“Eis-me aqui Senhor, eis que por vossa graça sou vossa imagem e semelhança”.

O ENCONTRO DE MARIA

“Maria atravessou o além. Ela viu e contemplou o céu em sua totalidade.”

Jesus encontra sua Mãe após a sua Ressurreição. Este encontro foi de confirmação, confirmação de não ter acreditado em vão, confirmação de que sua intimidade com Deus era total. Também foi um encontro de vitória. Vitória alcançada com muita dor. Vitória alcançada com sangue e morte.
Ver seu Filho ali era contemplar o céu. Contemplar a totalidade de um Deus amor, um
Deus que não nos decepciona diante dos inimigos.

Sorrir para o seu Filho era sorrir para o Criador. Contemplar o sorriso e o brilho de Jesus era sorrir para o Deus Divino, pois neste momento não havia mais 100% homem, havia 200% Deus. O 100% homem morreu na cruz. Foi um encontro não de mãe e filho, mais de mãe e céu. Portanto a alegria que a O Encontro de Maria Mãe sentiu não dá para descrever. É um mistério que só teremos a graça de descobrir quando estivermos face a face com o Criador.

Maria atravessou o além. Ela viu e contemplou o céu em sua totalidade. Isto só foi possível porque era uma mulher Santa e não existia Nela a mancha do pecado. Deus só permitiu que Ela contemplasse a eternidade depois que sua missão havia sido cumprida. Antes mesmo sem o pecado, Ela teve que passar pelas mesmas dores de Jesus.

Os discípulos e as mulheres também viram Jesus, mas devido suas condições de pecado não puderam estar em frente à eternidade, só tiveram esta graça quando seus corpos foram totalmente purificados e suas almas se elevaram para o céu. Neste mês, olhemos com gratidão para Maria e procuremos seguir seu exemplo para que um dia também possamos ver Jesus face a face na eternidade.