Pedir ajuda não é fraqueza

Ao longo da história, a fraqueza foi frequentemente, e de maneira equivocada, associada a conceitos negativos como incompetência, incapacidade e vulnerabilidade. Logo, isso levou ao surgimento do estereótipo de que pedir ajuda é um sinal de fraqueza. No entanto, essa ideia é totalmente errônea e hoje vamos ajudar a entender isso. 

Realmente, o que é fraqueza?

A fraqueza, na verdade, é uma característica humana inerente. O que significa que todos nós demonstramos sinais de fraqueza em algum momento da vida e por algum motivo. Logo, podemos ser fracos fisicamente, emocionalmente, mentalmente ou espiritualmente.

Vamos entender isso melhor!

Fraqueza física é a falta de força muscular ou resistência. E ela pode ser causada por fatores genéticos, doenças, lesões ou envelhecimento.

Já a fraqueza emocional é a falta de estabilidade emocional ou resistência ao estresse. Logo, pode ser causada por fatores como traumas, experiências negativas ou transtornos psicológicos, como ansiedade, depressão e burnout.

E a fraqueza mental é a falta de clareza mental ou capacidade de concentração. Ela pode ser causada por fatores como poucas horas de sono devido à insônia, estresse ou até mesmo consumo de drogas ou álcool.

Por outro lado, a fraqueza espiritual é a falta de conexão com algo maior do que você mesmo. E isso pode ser causado por fatores como a perda ou o esfriamento de fé, crises existenciais, crises vocacionais ou falta de propósito na vida.

Contudo, a fraqueza não é algo a ser temido ou rejeitado. Pelo contrário, ela deve ser vista por nós como uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento. E quando reconhecemos nossas fraquezas, temos a chance de superá-las.

Pedir ajuda não é fraqueza, é sinal de força e coragem!

Podemos aprender com nossas fraquezas e nos tornarmos pessoas mais fortes. Aliás, pedir ajuda é uma forma de reconhecer nossas fraquezas e buscar o apoio de outras pessoas.

Pessoas que pedem ajuda são, na verdade, pessoas fortes que tiveram a coragem de admitir que precisam de ajuda e deram passos em busca dessa ajuda. Elas são humildes o suficiente para reconhecer que não podem fazer tudo sozinhas.

Ao pedir ajuda, estamos demonstrando que somos capazes de reconhecer nossos limites e que precisamos de apoio para superar um momento de fraqueza. Aliás, pedir ajuda é um sinal de inteligência emocional e de maturidade.

Além disso, pedir ajuda nos motiva a superar desafios e a alcançar nossos objetivos. Quando temos o apoio de outras pessoas, nos sentimos mais confiantes e motivados para seguir em frente.

A fraqueza humana na Bíblia

A Bíblia Sagrada é uma fonte de inspiração e orientação para pessoas de todas as idades e culturas. Ela nos conta a história de homens e mulheres que, assim como nós, passaram por momentos de fraqueza, mas encontraram apoio e superaram seus desafios.

Moisés, por exemplo, foi chamado por Deus para liderar o povo hebreu para fora do Egito. No entanto, ele se sentiu inadequado para a tarefa e tentou recusá-la. Foi somente com o apoio de sua esposa, Zípora, e de seu irmão, Arão, que Moisés encontrou coragem para assumir seu papel.

Davi, outro grande líder bíblico, também enfrentou momentos de fraqueza. Ele foi perseguido pelo rei Saul e teve que se esconder por muitos anos. No entanto, ele sempre encontrou apoio em Deus, que o fortaleceu e o ajudou a superar seus desafios.

Ester, uma jovem judia que foi escolhida para ser rainha da Pérsia, também passou por um momento de fraqueza. Ela foi confrontada com uma situação perigosa, pois seu povo estava ameaçado de ser exterminado. No entanto, ela encontrou apoio em seu primo Mordecai, que a ajudou a tomar uma decisão corajosa que salvou o povo judeu.

E ainda tem Jesus, o próprio filho de Deus, que também enfrentou momentos de fraqueza.  Jesus encontrou apoio em Deus, que o fortaleceu e o ajudou a seguir em frente. Talvez este seja o momento que melhor retrate isso: “Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: ‘Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres’” (Mateus 26,39).

Portanto, se você está passando por dificuldades, não tenha medo de pedir ajuda. É um sinal de força, não de fraqueza.

Esse conteúdo também pode te ajudar: Saúde mental: 5 dicas para um 2024 mais leve!

 Não se esconda, peça ajuda!

Se você é padre, religioso ou religiosa e está passando por um momento de dificuldade, saiba que existem muitas pessoas que podem ajudar a superar essa fase, como psicólogos, psiquiatras, além do seu superior ou diretor espiritual.

E que bom seria poder encontrar essa ajuda num único lugar, não é mesmo?

Pois saiba que você tem tudo isso no Centro Âncora!

O Centro Âncora é um centro de revitalização da vida religiosa, que oferece apoio a padre, religioso ou religiosa que estão passando por dificuldades.

Logo, o Centro Âncora oferece serviços de psicoterapia, atividades físicas, além do apoio com uma nutricionista, porque entendemos a importância que a alimentação tem para a revitalização do corpo e da mente.

Então, se você vem passando por um momento difícil e se sente fraco, não é hora de se esconder, mas sim de buscar ajuda para fortalecer seu corpo, sua mente, sua fé e seu espírito.

Fale com o seu superior e peça para conhecer melhor o Centro Âncora.

Aproveite para ler:
Olhar que cura: o papel da Capela no Centro  Âncora
Centro Âncora: Quem é o ancorino?

5 sinais que a sua vida sacerdotal precisa ser revitalizada

A vida sacerdotal é um grande dom de Deus para a Igreja Católica, e essa é uma verdade que não só os leigos precisam recordar, mas principalmente os próprios sacerdotes.

São João Maria Vianney, em suas palavras, expressa a importância de um sacerdote:

“Se não tivéssemos o sacramento da Ordem, não teríamos Nosso Senhor. Quem o colocou no tabernáculo? O padre. Quem foi que recebeu nossa alma à entrada da vida? O padre. Quem a alimenta para lhe dar força de fazer sua peregrinação? O padre.”

Porém, por trás de cada vida sacerdotal, existe a individualidade do ser de cada padre que é, acima de tudo, filho de Deus.

Todo sacerdote deve consagrar-se ao seu chamado pois é através dele que fará a vontade divina. Mas é preciso lembrar que esse chamado necessita da humanidade de cada padre e é através dela que ele exercitará a sua missão.

Portanto, é indispensável ao sacerdote o cuidado com o seu ser de forma integral, pois cada uma das suas atitudes é uma expressão que sintetiza a qualidade de sua vida como um todo: corpo, alma e espírito.

Pensando nisso, para auxiliar essa vocação tão amada por Deus e pela Igreja, trouxemos 5 sinais de que a vida sacerdotal precisa ser revitalizada. Continue lendo e confira!

Falta de ânimo com a vida pastoral

A paróquia a qual um sacerdote pertence é o seu reflexo. É nítido percebermos como a comunidade tem a identidade do padre que a acompanha.

Dessa maneira, quando encontra-se em uma comunidade paroquial a falta de zelo, menosprezo pelo crescimento espiritual, desânimo por parte dos fiéis engajados e etc. Em sua maioria, o sacerdote está vivendo essa realidade em sua vida pessoal.

A vida pastoral precisa estar em constante dinamicidade e necessita de um incansável pastoreio por meio do sacerdote. E sabemos que não é uma tarefa fácil, mas também temos a certeza que Deus derrama a graça necessária para cada um dos seus pastores.

Sendo assim, se há falta de ânimo com a vida pastoral é necessário buscar um olhar que cura, primeiramente para dentro de si mesmo. Pois um padre, como o próprio nome já sugere, tem como primeiro impulso a paternidade, e isso se dá através da vida pastoral.

Uma revitalização, portanto, é a grande solução para esse caso, pois se morre o ânimo para com o pastoreio, morre também a essência do sacerdócio.

Não significa que o sacerdote não se sentirá cansado em algum momento, mas se este sentimento perdurar pode se tornar um problema mais profundo. Por exemplo, a não coerência com seu chamado.

É preciso revitalizar, ou seja, inflar com vida a paternidade desse sacerdote.

Insônia

A Insônia tende a ser um problema com difícil resolução, pois, na vida sacerdotal,  pode ser advinda de outras situações problemáticas, ou simplesmente, de uma vida descompensada em várias áreas: física, psicológica e, certamente, da vida espiritual. 

É certo que o sacerdote, a exemplo do próprio Cristo, é chamado a desgastar-se para gerar vida para a Igreja. Contudo, é o próprio Espírito Santo que o conduz à justa medida.

Portanto, se existe uma insônia advinda de uma vida doada, o próprio Deus há de dar o descanso necessário, pois Ele mesmo disse:

“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas.Porque meu jugo é suave e meu peso é leve”.

Porém se é algo causado pela má qualidade de vida do sacerdote ou por qualquer inquietação, é preciso adentrar em si mesmo. Em todos os âmbitos que compreende a psicologia e espiritualidade da vida consagrada.

Uma revitalização certamente trará a quietude em todos os momentos do dia, inclusive durante a noite.

Abandono à vida de Oração

Se existe um grande perigo para a vida sacerdotal é a falta de oração. Como disse o Papa Francisco, no discurso aos sacerdotes e membros da Cúria da Arquidiocese de Valência, na Espanha, em 21 setembro 2018:

“O sacerdote é homem de oração. Um sacerdote sem vida de oração não vai muito longe. […] Dessa relação de amizade com Deus se recebe a força e a luz necessária para enfrentar todo apostolado e missão, pois aquele que foi chamado vai se identificando cada vez mais com os sentimentos do Senhor e suas palavras e ações adquirem o sabor puro do amor de Deus”.

Dessa maneira, é urgente que se encontre motivos e meios para o cultivo da vida de oração.

Leia depois:

Sexualidade em perigo

A sexualidade de um sacerdote precisa ser vista e vivenciada sob a ótica do casamento entre Cristo e sua Igreja. O sacerdote é aquele que se entrega à Igreja buscando santificá-la para Deus.

Dessa forma, se a sexualidade na vida sacerdotal está fugindo dessa dimensão para atender a prazeres meramente carnais, pode ser um indício de que sua sexualidade está atendendo a apelos egoístas e não promovendo a vida.

A forma como um sacerdote promove a vida com a sua sexualidade é, acima de tudo, espiritual e precisa estar em acordo com o seu estado de vida.

Irritabilidade

Assim como a insônia, a irritabilidade pode ser advinda de várias realidades, desde a descompensação hormonal à falta de virtude.

Um sacerdote manso e sereno é a prova de uma vida espiritualmente equilibrada na sua vida sacerdotal. Pois toda desordem externa em nossas vidas é prova de uma interior.

Portanto, todo sacerdote, para bem atender ao chamado de Deus, precisa olhar para si mesmo e identificar aquilo que precisa de uma nova vida, ou seja, de revitalização.

O que é revitalização da vida consagrada?

A expressão “revitalização da vida consagrada” pode parecer estranha para os que não compreendem aquilo que é inerente à vida de alguém consagrado a Deus.

Porém, embora não se compreenda profundamente o que essa expressão significa antes de iniciar-se uma reflexão, ao analisarmos palavra por palavra, já é possível supor alguma coisa.

Mas a verdade é que há uma necessidade de nos aprofundarmos nesses termos para melhor compreendermos aquilo que a Igreja quer nos comunicar.

Sendo assim, através desse texto meditemos sobre a tão necessária revitalização da vida consagrada.

A importância da vida consagrada para a Igreja

A vida consagrada é um grande dom que as comunidades eclesiais receberam. É de fato uma prefiguração da total inteireza de coração que todos nós somos chamados a ter.

“A vida consagrada, profundamente arreigada nos exemplos e ensinamentos de Cristo Senhor, é um dom de Deus Pai à sua Igreja, por meio do Espírito” (Vita Consecrata, SANTO PADRE JOÃO PAULO II).

Dessa forma, todo consagrado é um grande sinal no mundo, pois através da fidelidade aos conselhos evangélicos, testemunha o próprio Cristo com o seu sim e sua vida. Logo, há uma grande necessidade que todo consagrado lute para ser um espelho cada vez mais limpo para irradiar o Senhor.

Todo consagrado representa ainda as premissas de uma entrega autêntica e de confiança forjada em cada uma de suas lutas e desafios diários. Dessa maneira, onde há um consagrado há liberdade e alegria de pertencer ao Senhor.

Enfim, a entrega de cada consagrado é um verdadeiro dom de si a Deus diariamente.

A necessidade da revitalização da vida consagrada

Tendo visto a importância da vida consagrada para a Igreja, ela precisa sempre condizer ao seu chamado inicial para que assim produza os seus frutos.

Contudo, para que essa vocação não seja estéril, todo consagrado precisa passar por aquilo que a Igreja menciona como  revitalização da vida consagrada.

A palavra revitalização, em sua etimologia,  nos remete ao processo de dar a vida novamente. Ou seja, dar ânimo (Animus = vida), trazendo o “tom” original. Assim, revitalizar não é somente dar a vida, mas fazê-la mais de uma vez.

Dessa forma, podemos compreender que a revitalização da vida consagrada nada mais é que o ato de voltar constantemente à essência do chamado. E esse ato é, acima de tudo, interior.

“Na verdade, a vida consagrada está colocada no coração da Igreja, como elemento decisivo para a sua missão, visto que ‘exprime a íntima natureza da vocação cristã’ e a tensão da Igreja-Esposa para a união com o único Esposo” (Dia mundial da Vida consagrada).

Sendo assim, a revitalização da vida consagrada exige um autoconhecimento. E, somente conhecendo a Deus, somos verdadeiramente capazes de conhecer e reconhecer a nossa essência e tudo aquilo que a desvirtua.

Portanto a revitalização da vida consagrada acontece por meio de um olhar simultâneo para Deus e para si mesmo.

Para que a revitalização da vida consagrada aconteça

Antes de mais nada precisamos compreender que todo consagrado, assim como todo cristão, necessita buscar um caminho que o leve ao progresso espiritual. Pois todo aquele que se põe a seguir Jesus, embora seja bastante desafiador, será impulsionado a ser cada vez melhor.

Sendo assim, o que se espera de um consagrado é que ele seja um pioneiro na busca pela união com Deus e que seja modelo disso para os que estão à sua volta.

Algumas coisas são necessárias para que a revitalização da vida consagrada aconteça:

1 – AUTOCONHECIMENTO PARA ACEITAR-SE

Dizer que é necessário aceitar-se não significa se acomodar em suas más inclinações e maus costumes adquiridos ao longo do caminho.

Na verdade, nos possibilita um olhar maduro acerca de nós mesmos e, acima de tudo, com grande Ternura na vida consagrada. Ou seja, reconhecer o que precisa ser mudado para que Deus tenha cada vez mais espaço.

2 – BUSCAR APOIO PSICOESPIRITUAL

Não, o acompanhamento terapêutico e psicológico não é somente para quem tem patologias relacionadas à saúde mental. É antes uma necessidade de todo ser humano.

Então, para que a revitalização da vida consagrada aconteça é necessário buscar sempre cuidar de si e de todas as áreas intelectuais. Afinal de contas, o consagrado é chamado a contribuir com todo o seu ser, e ser sinal para outras pessoas.

Especialmente, unindo à verdadeira psicologia, junto à vida de espiritualidade, podemos ter um caminho seguro para lidar com os sofrimentos.

3 – BUSCAR A INTEGRIDADE DO SER

Não é raro de se ver muitos consagrados fragmentados em seu ser ao viver algo que é contrário à verdade professada.

Dessa maneira, o consagrado é chamado a viver uma autêntica vivência cristã fugindo de uma vida dúbia desde as pequenas coisas. Unindo assim o conhecimento da verdade à prática da verdade.

Pois Deus deseja a vida de um consagrado para Si, por completo e não por pedaços.

4- INTEGRAR-SE PARA AMAR E FAZER-SE DOM

Sem dúvidas uma das coisas que mais impede que o consagrado se doe inteiramente e sem reservas ao serviço do reino de Deus é um amor medíocre ou interesseiro.

Assim, o autoconhecimento nos leva por um caminho de reconhecimento e renúncia ao egoísmo. Recordando que seguir a Cristo nos ensina que o bem que fazemos a nós é para nos tornar cada dia mais aptos à doação de nós mesmos.

A diferença de revitalização entre recuperação

A grande diferença está no fato de que a revitalização da vida consagrada atinge toda a totalidade de nosso ser e busca potencializar ainda mais a sua atuação. Já a recuperação, diz respeito a trazer de volta à abertura ao chamado da vida consagrada dentro da Igreja.

Portanto, a revitalização da vida consagrada é um ato que deve ser constantemente buscado a partir de pequenas decisões que favoreçam a centralidade da missão de um consagrado, ou seja, imitar Jesus Cristo.

Por isso, queremos te fazer um convite:

Assista nosso Workshop – Quanto vale a vida de um consagrado?

Clique para assistir e aproveite para se inscrever em nosso canal!

Saúde mental: 5 dicas para um 2024 mais leve!

Saúde é uma necessidade de todos e a maior súplica das pessoas, principalmente nas passagens de ano. Mas você sabia que a saúde mental é responsável pelo bem-estar do corpo inteiro?! 

Sabe aquele velho ditado que diz que quando a cabeça não pensa, o corpo padece!? É mais ou menos essa a lógica, porque se nossa mente (cabeça) não vai bem, todo o nosso organismo (corpo) sofre as consequências. 

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, estima-se que em cada 100 pessoas pelo menos 30 tenham ou venham a ter problemas de saúde mental. A depressão, a ansiedade e a síndrome do pânico são os principais. 

Por isso, conversaremos especificamente sobre saúde mental neste post em atenção também ao Janeiro Branco, na certeza de que esse conteúdo trará benefícios para toda nossa vida! 

Será que entendemos o que é saúde mental? 

Muita gente associa o termo saúde mental com doença mental. Isso é uma situação histórica, uma vez que as pessoas com os ‘problemas mentais’ eram tratadas como loucas, possuídas pelo demônio, logo, colocadas à margem da sociedade.

Mas superemos esse mito, porque tratar da saúde da mente envolve mais que doença, implica em prevenção e qualidade de vida. Outra informação importante é que ninguém está livre de uma depressão, estresse ou outras reações causadas por problemas diversos. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), considera-se Saúde Mental um estado de bem-estar vivido pelo indivíduo, que possibilita o desenvolvimento de suas habilidades pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade. 

Agora, o bem-estar de alguém está diretamente ligado a uma série de condições que vão além do aspecto psicológico, mas levam-se em conta fatores biológicos, psicológicos e sociais, de forma que a saúde mental tem características biopsicossociais.

Resumindo, ter saúde mental é:

  • Estar bem consigo e com os outros;
  • Aceitar as exigências da vida;
  • Saber lidar com as boas e as más emoções que fazem parte da vida;
  • Reconhecer os próprios limites e buscar ajuda quando necessário.

Janeiro branco em atenção à saúde mental

Janeiro, o primeiro mês do ano, representa o início e o fim de um ciclo: o ano que se foi e o que virá, com suas surpresas e exigências. Então, foi o mês escolhido para trabalhar o tema da saúde mental, a fim de cuidar da mente, o coração de todas as nossas ações.

O “Janeiro Branco” foi criado em 2014, em Minas Gerais, idealizado pelo psicólogo Leonardo Abrahão. A cor branca representa um quadro ou página em branco e significa o papel em branco, no qual escreveremos ou desenharemos uma nova história da saúde mental, sem os tabus e preconceitos que a cercam, ou seja, um novo começo!

Tendo como foco o cuidado com a saúde mental de todos, o janeiro branco tem como objetivo: 

  1. Fazer do mês de Janeiro o marco temporal estratégico para que as pessoas e instituições sociais reflitam e efetivem ações em prol do combate ao adoecimento emocional dos indivíduos e instituições;
  2. Chamar a atenção para os temas da Saúde Mental e da Saúde Emocional na vida das pessoas;
  3. Aproveitar a simbologia do início de todo ano para incentivar as pessoas a pensarem a respeito da sua vida e do quanto investem em sua Saúde Mental e Emocional e daqueles que estão ao seu redor;
  4. Chamar a atenção das mídias e das instituições sociais para a importância da promoção da Saúde Mental e Saúde Emocional dos indivíduos;
  5. Contribuir para a construção, fortalecimento e disseminação de uma “Cultura da Saúde Mental” que estimule a elaboração de políticas públicas em benefício da Saúde Mental dos indivíduos.

Esses objetivos têm um foco: a prevenção das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico. Nessa seleção, entram também os transtornos de humor, esquizofrenia e o transtorno bipolar, que podem surgir de fatores como genética, estresse, abuso de substâncias e traumas.

Cuidemos da nossa mente!

Já dissemos que ninguém está imune ao estresse, trauma, depressão ou até doenças genéticas ligadas à mente. Por isso, todos precisamos nos cuidar, mesmo porque a mente é o coração que organiza, movimenta e também paralisa todo nosso corpo.

Portanto, cuidemos da nossa saúde mental como quem cuida de um recém-nascido! Isso porque a gente nunca sabe o que pode causar mal a um bebê, ele não fala, mas dá sinais vitais, assim é nossa mente: ela dá sinais de que algo não vai bem e nos pede atenção.

Veja algumas dicas para começar bem 2024: 

  • #1 Estabeleça objetivos

Ter um propósito torna a vida mais agradável! Isso porque ele nos dá motivos para sair da cama, trabalhar, estudar, manter relações, executar tarefas e outras atividades. Ao mesmo tempo, procure diversificar os seus interesses, não tenha apenas uma meta. 

  • #2 Cuide da saúde física

Assim como a água não se substitui por outro líquido, o mesmo acontece com a atividade física para a saúde mental. Ela libera energia, aumenta a autoestima e substitui, em alguns casos, medicamentos por causa da liberação de endorfina, o hormônio da felicidade.

Ligadas ao exercício físico, entram uma alimentação equilibrada, exames preventivos, hidratação, e importante: práticas esportivas prazerosas. Desse modo, escolha uma atividade física que estimule a saúde mental e, sobretudo, persevere na prática.

  • #3 Cultive boas relações

A saúde mental está ligada também a sentir-se amado(a). Portanto, procure pessoas que você ama e cuja companhia faz bem a você, sejam familiares ou amigos; não se isole ao enfrentar um problema e procure equilibrar relacionamentos presenciais e online.

  • #4 Priorize seu sono

Por causa das demandas da vida moderna, é natural que a gente atropele o descanso muitas vezes; fique sem dormir ou durmamos pouco e mal. Isso influencia no humor, na produtividade, é motivo de irritação e causa problemas nos relacionamentos, entre outros.

Uma dica importante para cuidar da saúde mental é garantir horas de sono de qualidade. Procure dormir entre 7 a 8 horas por dia, assim sua mente relaxa e as células dos neurônios se renovam para as próximas atividades do cotidiano.

  • #5 Procure a espiritualidade

Segundo o doutor Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, a espiritualidade contribui muito para a saúde mental, porque nos ajuda a lidar com as situações difíceis da vida e traz conforto nesses momentos complicados, fortalecendo o nosso bem-estar, principalmente o psicológico.

E a espiritualidade é a forma como se lida com o transcendente. Para os cristãos, a referência é Jesus Cristo; para os judeus, a Torá; para os mulçumanos, Alá. Qual a sua referência para lidar com os mistérios da vida e encontrar equilíbrio para a saúde mental? 

O diálogo com Deus traz a paz interior, o conforto emocional e a aceitação de situações complexas! Sem falar que Deus é uma pessoa, Alguém que ama e acolhe sem restrições. Essas qualidades nos sustentam em meio a uma sociedade desigual, violenta e injusta. 

Por fim, quando perceber que não consegue lidar com os problemas sozinho(a), que as situações, quaisquer que sejam, causam profunda dor, tristeza e desânimo, consulte um médico, porque ele sabe que saúde mental não é um bicho de sete cabeças! 

Olhar que cura: o papel da Capela no Centro  Âncora

A capela é um espaço sagrado, destinado à prática da espiritualidade, é lugar de encontro com o nosso Pai e Criador.

Logo, a capela tem uma importância fundamental para a espiritualidade e para o ser humano como um todo, proporcionando um ambiente de paz e tranquilidade. E neste ambiente sagrado, não apenas nos conectamos com o Divino, mas temos a oportunidade de nos encontrar conosco mesmo, na verdade de quem somos.

A capela é um lugar onde é possível encontrar conforto, esperança e força para enfrentar os desafios da vida e da vocação. É um lugar onde podemos nos expressar livremente, sem julgamentos.

E ela pode ser encontrada em diferentes contextos fora da igreja, como em hospitais, escolas, empresas, residências, Comunidades Terapêuticas e em Centros de Revitalização, como o Centro Âncora.

Você não conhece ainda o Centro Âncora ou tem dúvidas a seu respeito? Então, antes de falar sobre a Capela no Centro Âncora, vamos conhecê-lo melhor!

A missão do Centro Âncora na vida religiosa e sacerdotal

O Centro Âncora é um centro de revitalização para sacerdotes e religiosos católicos, localizado em Pinhais, Paraná, Brasil, fundado em 2013 pela Irmã Adenise Somer. E o seu objetivo é proporcionar um espaço de acolhida, cuidado e restauração para esses pescadores de almas que enfrentam desafios em sua vida pessoal ou ministerial.

A Irmã Adenise afirma que o Centro Âncora nasceu de uma experiência do amor ao religioso, do amor ao sacerdote, com um cuidado especial a esta pessoa que se dedica ao serviço de Deus.

Logo, é um centro de referência nacional no cuidado de sacerdotes e religiosos e religiosas, que já acolheu mais de 200 vidas consagradas, vindos de todo o Brasil. Sendo assim, tem se tornado uma inspiração para outras iniciativas que trabalham pelo cuidado da saúde e da espiritualidade dos religiosos.

O Centro Âncora oferece um espaço de acolhimento e cuidado, onde a vida consagrada pode encontrar o apoio necessário para enfrentar os desafios de sua vida. Para isso, oferece um programa de:

Acolhimento: o Centro Âncora oferece um espaço de acolhida e escuta, onde os sacerdotes e religiosos podem se sentir seguros e apoiados.

Cuidado: o Centro Âncora oferece serviços de cuidado físico, emocional e espiritual. E isso com a finalidade de ajudar os sacerdotes, religiosos e religiosas a recuperar sua qualidade de vida e estar mais preparado para seus desafios.

Restauração: o Centro Âncora oferece programas de restauração, para ajudar os sacerdotes e religiosos a encontrarem um novo sentido em sua vida e missão.

Leia também: A missão formativa do Centro Âncora

A Capela no Centro Âncora

Costumamos dizer que a capela do Centro Âncora é o espaço mais especial da nossa casa. Afinal, ela foi projetada e pensada de um modo único, para que possa ser um local sagrado de acolhida, reencontro com a espiritualidade, de paz e de adoração, especialmente para a vida consagrada.

Contudo, dentro do Centro Âncora a capela tem um novo sentido. É um ambiente que pode ajudar o ancorino no seu processo de cura, de maneira individual, por meio da oração e do despojamento de si diante de Deus.

Além disso, na nossa programação, realizamos momentos comunitários, com a oração das laudes, terços, vésperas e Santa Missas, diariamente, além da adoração ao Santíssimo Sacramento.

Em nossa capela, temos o Sacrário e imagens de São José e Nossa Senhora da Rosa Mística.

Aproveite para ler: Psicologia e espiritualidade: Complementares no tratamento da saúde emocional

Os bons frutos do nosso trabalho

Ao longo dos anos, produzimos bons frutos ajudando na revitalização de muitas vidas consagradas e religiosas, como também já recebemos inúmeros testemunhos e depoimentos que nos fortalecem em nossa missão.

Sendo assim, aqui vamos compartilhar com você o relato do Bispo da Diocese de Patos de Minas – MG, Dom Frei Cláudio Nori Sturm. Ele diz: “Eu tenho um testemunho muito bonito, tenho sacerdotes que fizeram a experiência aí e foi muito bem-sucedida. Que Deus te abençoe e que Deus os proteja”.

O Bispo também relata: “Eu vejo que é um trabalho excelente que está sendo realizado e que já ajudou tantos sacerdotes e tantos religiosos(as)”. E então declara: “Meus parabéns à equipe do Centro Âncora. E que Deus os abençoe, que sejam sempre muito felizes e realizem este trabalho bonito de ajuda para com as pessoas, que precisam deste encontro, deste momento de revitalização de sua pessoa, para poder continuar o serviço do ministério e da Evangelização da Igreja, das Comunidades de onde estão servindo”.

Mais conteúdo para você: Centro Âncora: Quem é o ancorino?

Venha experimentar o olhar que cura na Capela do Centro Âncora

Se você é membro da Igreja de Cristo como sacerdote, religioso(a) e vive um processo de angústia, tem sinais de depressão, crises de ansiedade ou síndrome de Bournout venha para o Centro Âncora!

Ou se você é Superior de uma Ordem ou Congregação Religiosa ou responsável por uma diocese e percebe em seus irmãos estes tipos de sofrimento, ofereça esta oportunidade de ajuda.

O Centro Âncora está comprometido a ser um espaço de revitalização e cura oferecendo ajuda médica, psicológica e espiritual. Assim, em nossa equipe, contamos com psicólogos, médicos psiquiatras, assistente social, fisioterapeuta, educadora física e nutricionista. Além disso, orientador e diretor espiritual.

Portanto, venha lançar sua âncora, viver seu processo de revitalização para depois voltar para o alto-mar com corpo e mente sãs e revigorados!

E aproveite para assistir a nossos workshops gratuitos no canal do YouTube, acesse AQUI!

A missão formativa do Centro Âncora

Você sabe o que é o Centro Âncora e qual sua missão na vida da Igreja? Sabe qual é a sua missão formativa? Hoje vamos desvendar a você a nossa história e tudo o que fazemos!

Portanto, vamos seguir essa leitura!

Assim surgiu o Centro Âncora

O Centro Âncora é uma obra de Deus inspirada à Congregação das Irmãs da Copiosa Redenção.  Mas não tem nada a ver com a recuperação de dependentes químicos, outra obra que a Congregação se dedica.

Ao contrário, o Centro Âncora se dedica à revitalização da saúde emocional, física e espiritual de sacerdotes e religiosos.

É uma obra que foi inspirada por Deus diante da dificuldade de oferecer a uma religiosa específica o atendimento adequado para o revigoramento de sua saúde mental. Na ocasião, a religiosa tinha muita dificuldade para dormir, o que lhe causava profunda angústia, pois o processo depressivo já estava gravemente instalado.

Foi então que alguns questionamentos surgiram dentro da Congregação: cuidamos de tantas pessoas, mas quem cuida de nós? Que tipo de serviço de saúde é hoje preparado para acolher sacerdotes e religiosas(os) em dificuldade? De que forma esses irmãos e irmãs estão sendo vistos, cuidados e amados?

A esta altura, era como se Deus estivesse fazendo uma nova proposta através desta necessidade que se apresentava aos olhos e ao coração da Igreja!

Então começamos a pesquisar e a idealizar um projeto. E diante das dificuldades reais, o projeto foi confiado à tutela de São José. Logo, simbolicamente, colocamos uma chave nas mãos da imagem do pai adotivo de Jesus, pedindo que ele intercedesse para que a vontade de Deus se realizasse.

Então, por um mês, ninguém se pronunciou sobre o assunto. Até que o Pe. Wilton – nosso fundador – nos exortou a continuar pedindo para  que não desistíssemos da ideia. Ele acreditava que as dificuldades seriam superadas, e estava certo!

Os primeiros passos

Decidimos iniciar o projeto do Centro Âncora em 2011 com o que tínhamos disponível naquele momento. Então, o projeto começou a acontecer de maneira anexa ao Lar de Idosos Adelaide Scarpa (outra obra da Congregação), pois lá havia um espaço adequado para acolher os primeiros religiosos. Passamos a utilizar a cozinha, o refeitório e a lavanderia do Lar. Além disso, num espaço reservado, aconteciam as atividades relativas ao projeto do Centro Âncora.

O primeiro grupo era composto por 5 pessoas: 2 sacerdotes, 1 religioso e 2 religiosas. E as atividades tiveram início no dia 27 de maio de 2012. Com o passar do tempo, o trabalho foi se estruturando e a procura pelo tratamento oferecido pelo Centro Âncora aos religiosos aumentou significativamente. Resultado: já não havia mais espaço.

Logo o sinal de Deus se manifestou abundantemente em nosso meio. Com aproximadamente duzentos mil reais que foram conseguidos a partir de doações de benfeitores da Copiosa Redenção, foi possível buscar um lugar próprio para o Centro Âncora.

Sendo assim, em 2014, a Congregação adquiriu uma nova casa, e o Centro Âncora passou a funcionar na sede atual, aumentando sua capacidade de atendimento de 12 para 18 pessoas.

LEIA TAMBÉM: Psicologia e espiritualidade: Complementares no tratamento da saúde emocional

Centro Âncora: por que este nome?

Possivelmente alguma vez você já se perguntou sobre este nome. E ele não foi escolhido aleatoriamente, mas tem um profundo significado.

Portanto, o nome Âncora é uma analogia a um barco, o barco de nossas vidas. Logo, de tempos em tempos, o barco precisa parar para realizar manutenções e, então, voltar a lançar-se ao mar. Assim acontece com a nossa vida, de tempos em tempos, precisamos lançar âncora a fim de cuidar de nossa saúde para que possamos estar inteiramente entregues a nossa missão.

Sendo assim, o processo de revitalização pode ser visto como um momento de “lançar âncora”, no qual a vida religiosa faz uma parada para depois retomar o percurso, deixando-se ser conduzida por Deus.

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                     A revitalização da vida consagrada no Centro Âncora

A missão formativa do Centro Âncora

Atualmente o Centro Âncora conta com uma equipe transdisciplinar, formada por profissionais de saúde: psicólogos, médicos, psiquiatras, nutricionista, educador físico, enfermeiro, fisioterapeuta e assistente social.  

Oferecemos tratamento para religiosos(as) e sacerdotes que estejam com sintomas de depressão, ansiedade, estresse, cansaço extremo e/ou Síndrome de Burnout.

Além disso, fazem parte da equipe diretores espirituais e conselheiros. Afinal, o Centro Âncora é uma casa de acolhida especialmente edificada para amparar sacerdotes e religiosos(as) que estejam em estado de sofrimento não apenas no corpo e na mente. Portanto, além de cuidar da saúde mental e emocional, o Centro Âncora também promove cuidados com a espiritualidade.

Contudo, mais do que acolher e ajudar na recuperação da saúde da vida consagrada, é também missão do Centro Âncora formar e alertar a Igreja como um todo sobre este assunto. Afinal, o número de padres e religiosos que se encontram com depressão, transtorno de ansiedade e Síndrome de Burnout tem aumentado de maneira rápida nestes tempos. E é preciso fazer algo por aqueles que fazem tanto pela vida da Igreja!

Desta forma, a Centro Âncora realiza Workshops e Congressos abordando diversas temáticas a fim de orientar e promover um novo olhar sobre os consagrados que demonstram sinais de sofrimento.

E você pode aproveitar essas formações em nosso Canal no YouTube, onde você encontra muitos conteúdos gratuitos.

Então, aproveite para se inscrever em nosso canal, AQUI, ativar o sininho para receber notificações e explore nossos vídeos.

Centro Âncora: Quem é o ancorino?

O Centro Âncora é uma casa de acolhida, uma obra que nasceu da Vontade de Deus, criada para amparar exclusivamente sacerdotes, religiosos e religiosas que apresentam sofrimento ou angústia.

Mas de que tipo de angústia ou sofrimento estamos falando?

É isso o que vamos apresentar aqui, enquanto respondemos à pergunta: Quem é o ancorino?

O perfil do ancorino e o seu sofrimento

A Assistente Social do Centro Âncora, Cristiane Peijel, diz que a vida consagrada que busca o Centro Âncora para a revitalização, em sua maioria, demonstra alto nível de cansaço. E esse cansaço é tanto físico quanto emocional. Logo, o ancorino é aquele sacerdote, religioso ou religiosa que precisa de descanso físico e mental, além de desacelerar da rotina diária de trabalhos pastorais.

“Percebemos, ainda, que inicialmente existe uma dificuldade em se ‘desligar’ das responsabilidades e se permitir esse tempo de parada e autocuidado. Mas aos poucos, com o cuidado diário que o Centro Âncora oferece de uma forma bem particular, esses sacerdotes e religiosos acabam por viver esse momento de revitalização com entrega”, ela diz.

Contudo, o perfil do ancorino não está ligado apenas ao cansaço, mas também à saúde emocional. Tendo conhecimento do crescente número de sacerdotes e religiosos que enfrentam transtorno de ansiedade e depressão, o Centro Âncora também está capacitado para oferecer tratamento para esses males.

Portanto, conheça agora como acontece o processo de revitalização no Centro Âncora!

A revitalização no Centro Âncora

Estamos continuamente atentos aos sinais dos tempos e conscientes das dores daqueles que trabalham na construção do Reino de Deus. E por isso o Centro Âncora visa contribuir com a Igreja através da acolhida e revitalização da vida consagrada, a partir de condutas psicoterápicas, bem como com cuidados médicos especializados.

Portanto, temos à disposição dos ancorinos uma equipe técnica transdisciplinar, formada por psicólogos, médicos psiquiatras, nutricionista, educador físico, enfermeiro, fisioterapeuta e assistente social. Além disso, o ancorino ainda conta com a orientação de diretores espirituais e conselheiros, a fim de ter a oportunidade de enriquecimento da sua espiritualidade.

Proporcionamos ao ancorino um ambiente favorável à reflexão e à interiorização pessoal, respeitando as suas necessidades individuais. Aqui no Centro Âncora, nossa equipe está preparada para acalentar as angústias espirituais com cuidado e amor, dentro da fé cristã. Além disso, promover o equilíbrio emocional, estimular e fomentar a saúde psíquica.

Sendo assim, a vida consagrada que chega ao Centro Âncora passa por uma conversa inicial com o médico psiquiatra, psicólogo e seu responsável, que pode ser o bispo ou o superior(a) da sua congregação. Em seguida, já é inserido na rotina da casa e dá-se início ao seu processo de revitalização.

Leia também: Ternura: fonte de cura e reconciliação na vida consagrada

Um tempo de pausa, mas com agenda cheia!

Desde a fundação do Centro Âncora, as atividades foram pensadas e planejadas de forma que se complementam. Portanto, todos os profissionais e colaboradores têm suas importância no processo de revitalização, pois a função de um completa a função do outro. E todos estão unidos ao mesmo propósito: revitalizar a saúde física, mental, espiritual, emocional e psicológica de quem serve ao Reino de Deus.

Contudo, ainda que os sacerdotes, religiosos e religiosas estejam afastados das suas atividades pastorais, eles têm uma agenda cheia dentro do Centro Âncora.

Todas as manhãs acontecem as formações em grupo com um psicólogo, e um dos dias da semana ocorre a direção espiritual.

Além disso, o padre, irmã ou irmão também passa por um atendimento médico semanal e pela terapia individual, que acontece duas vezes na semana. E cada ancorino tem um terapeuta para chamar de seu.

Também há momentos de cuidar do corpo com atividades físicas, que acontecem no período da tarde, sejam aulas de Educação Física ou Pilates.

O Centro Âncora também se preocupa com a alimentação dos sacerdotes e religiosos (as), porque entende a importância que ela tem para a revitalização não só do corpo como também da mente. Portanto, o acompanhamento nutricional individualizado é feito por uma nutricionista quinzenalmente. Além disso, o ancorino recebe formações semanais dentro da temática em grupo, que são conduzidas pela mesma profissional. 

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O Centro Âncora quer ajudar você!

Se você se identificou com o perfil do ancorino, ou seja, está passando por algum tipo de sofrimento e reconhece que precisa revitalizar sua saúde física, mental, espiritual, emocional e psicológica, conte conosco!

O Centro Âncora conta com 25 suítes preparadas para receber você, além de sala de atendimento médico, sala de atendimento psicológico, quadra de esportes, espaço de Pilates, além da Capela.

Então, venha lançar sua âncora, viver seu processo de revitalização para depois voltar para o alto-mar com corpo e mente sãs e com novas forças, sendo conduzido por Deus.

Assista nossos workshops gratuitos no canal do YouTube, acesse AQUI! Assine o canal e ative o sininho para acompanhar todas as novidades!

Psicologia  e espiritualidade: Complementares no tratamento da saúde emocional

Você já pensou que psicologia e espiritualidade podem ser aliadas no tratamento de saúde?

Tem se tornado cada vez mais comum em todo o mundo sacerdotes, religiosos e religiosas enfrentarem problemas de saúde emocional, como transtorno de ansiedade e depressão. E nesses casos, unir psicologia e espiritualidade é o caminho para se libertar desse sofrimento ou aprender a lidar com ele.

Vamos entender como isso funciona!

Os desafios da saúde emocional da vida consagrada

Talvez o maior desafio da atualidade para a vida consagrada seja o sacerdote, religioso ou religiosa compreenderem que não são pessoas imunes às doenças emocionais. E somado a isso, quando se encontra em sofrimento, pedir ajuda.

Neste sentido, Vicente Gomes de Melo Filho, Psicólogo Clínico no Centro Âncora, conta que, como qualquer pessoa da sociedade, a vida consagrada demonstra resistência quando o assunto é a saúde emocional. Essas dificuldades, ele aponta, estão “em falar de si, de aceitar que precisa de ajuda, de entrar em terapia e de usar medicamento, caso necessário”.

Mas no caso específico de sacerdotes, religiosos ou religiosas, existem ainda outros agravantes. De acordo com Vicente, são eles: “resistência em aceitar a sua limitação, o medo de ser um contra testemunho, só porque tem um sofrimento psíquico ou físico, quando não um sentimento de não ter mais vocação”. E ainda explica: “É como se ele ou ela devesse dar testemunhos através do não adoecimento”.

Neste sentido, afirma Vicente: “custa mais aos religiosos e sacerdotes aceitar que também são vulneráveis como qualquer ser humano e que, portanto, necessitam de cuidado”.

E esse cuidado não é algo que desmereça ou diminua a vocação. Pelo contrário, pode dar vivacidade, já que muitas vezes a depressão e ansiedade roubam a alegria da vida consagrada. E é neste sentido, para recuperar a autoestima, a ternura e a alegria, que psicologia e espiritualidade trabalham juntas. 

Psicologia e espiritualidade no Centro Âncora

O Centro Âncora foi criado com o propósito de ajudar exclusivamente sacerdotes, religiosos e religiosas a cuidarem da sua saúde emocional e espiritual. É o ambiente no qual a vida consagrada encontra todas as condições necessárias para passar por um processo de revitalização de sua saúde, bem como encontrar oportunidade de se dedicar a seu crescimento espiritual.

Vicente conta que, para isso, existe dentro do Centro Âncora toda uma estrutura de celebrações litúrgicas, inclusive com retiro mensal, condizentes com o ritmo da essência da vida religiosa. Além disso, a vida consagrada também tem a oportunidade de fazer um acompanhamento espiritual a cada 15 dias, pelo menos. E Vicente afirma: “É comum eles (ou elas) relatarem que, durante o processo, resgataram a sua vida de oração!”.

E unindo psicologia e espiritualidade, os ancorinos – que são aqueles que estão passando por um processo de revitalização – recebem atendimento em psicoterapia individual e em grupo.

“O atendimento individual busca abrir um espaço significativo onde o sujeito possa entrar em contato consigo mesmo, recontando a sua história e se localizando melhor dentro dela, de modo a planejar possíveis movimentos no sentido de melhorar as suas relações consigo e com o seu entorno”, explica o psicólogo do Centro.

E sobre a terapia em grupo, Vicente explica que isso “amplia todo esse atendimento, refletindo temas nestes níveis, além de variadas dinâmicas que possibilitam uma partilha também em níveis mais profundos”.

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Psicologia e espiritualidade para tratar doenças de ordem psíquica ou física

O Psicólogo Clínico conta ainda que os profissionais de saúde, psicólogos e psiquiatras do Centro Âncora procuram sempre na história do paciente as razões de seu adoecimento. E considera: “Uma enfermidade é sempre uma enfermidade!”

Portanto, de acordo com Vicente, uma doença “pode ser de ordem psíquica, que reflete no físico; ou de ordem física, que reflete no psíquico”.

No entanto, ao deixar de lado o preconceito por sofrer de uma doença emocional e ao buscar unir psicologia e espiritualidade, a vida consagrada pode encarar seu sofrimento de uma forma sobrenatural.

Neste sentido, explica Vicente, “o aspecto sobrenatural está na forma como a pessoa encara essa enfermidade”. Ele conta que há, entre aqueles que buscam tratamento, aqueles que “crescem muito espiritualmente”, mediante uma “ampliação de consciência”, junto com uma “desidentificação” da doença. E isso “leva a pessoa a obter uma cura, quando a cura é possível, ou a enfrentar o fato de não ter cura e de ter que conviver com a cronicidade da mesma”.  

De fato, o psicólogo ressalta que “o adoecimento em todos os níveis é um fator que nos coloca frente ao limite da vida”. E isso por si só, segundo ele, “pode ajudar a pessoa a se conectar mais com os aspectos transcendentes de sua fé, agora pela própria experiência”. Mas ele esclarece que esse caráter transcendente/sobrenatural ao próprio sofrimento “é sempre a própria pessoa que vai dar”. E que “o profissional a ajudará a colocar cada coisa em seu lugar”.

Enfim…

Psicologia e espiritualidade podem ser dois importantes e necessários aliados na revitalização da vida consagrada em sofrimento. E quanto antes essa ajuda é solicitada, antes se recupera não apenas a saúde, como também a alegria da vocação e da espiritualidade.

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A revitalização da vida consagrada no Centro Âncora

Cuidar da revitalização da vida consagrada! Talvez essa seja uma necessidade muitas vezes desconsiderada ou esquecida, não por preconceito ou ignorância, mas certamente porque a vida consagrada doa tudo de si e se esquece de si mesma.

De fato, o empenho de tantos homens e mulheres em prol do Reino de Deus é necessário e de um valor inestimável para a vida da Igreja. Contudo, no anseio de fazer tudo por todos, muitas vezes os padres, religiosos e religiosas esgotam não apenas as forças do corpo, como também as forças de sua alma. E muitos acabam doentes, seja no físico ou no emocional, muitas vezes sem nem perceber que precisam de ajuda.

Neste sentido, São Carlos Borromeu já aconselhava os religiosos:

“Exerces cura de almas? Não negligencies por isso o cuidado de ti mesmo, nem dês com tanta liberalidade aos outros que nada sobre para ti. Com efeito, é preciso te lembrares das almas que diriges, sem que isto te faça esquecer da tua”.

Aproveite para ler: Quanto vale a vida de um religioso?

Sinais de que é preciso cuidar da revitalização da vida   consagrada

Casos de ansiedade, depressão ou estresse aumentaram muito em toda a população, principalmente depois do período pós-pandemia. E nesta crescente também estão os padres e religiosos, afinal, diferente do que muitos pensam, a vida religiosa não confere superpoderes aos consagrados.

Mas qual é a causa desse mal entre aqueles que vivem em função do Reino de Deus? Certamente não é falta de fé e confiança em Deus, como o preconceito de muitos diz, nem tampouco é sinal de fraqueza. Possivelmente, seja resultado da própria fragilidade humana, fragilidade que se acentua quando não existe o autocuidado.

E o resultado se mostra de diversas formas: na falta de paciência em lidar com os irmãos de comunidade; em uma tristeza profunda e aparentemente sem motivo; na falta de motivação nos trabalhos pastorais; em frustrações; na sensação de rejeição; no sentimento de culpa; na desconfiança; em impotência diante das crises; em síndromes de pânico; em fugas de responsabilidade; na rejeição a qualquer autoridade; no autoritarismo; e até na dependência de coisas ou pessoas.

Alguns, por indicação de um médico clínico, até procuram a ajuda de um psiquiatra. Então, passam a fazer uso contínuo de medicamentos para dormir e até antidepressivos, mas não buscam tratar a raiz do problema. E, assim, sacerdotes e religiosos estão fadados a ter uma vida não de abundância, como é o desejo de Cristo, mas de morbidez de corpo e de alma.

Mas não basta remediar, é preciso parar e buscar ajuda para enfrentar problemas como depressão e a ansiedade, buscando uma real solução.

Cuide-se para poder cuidar do outro

E foi para isso que surgiu o Centro Âncora, para cuidar da revitalização da vida consagrada, para que ela possa recuperar sua vivacidade e redescobrir a alegria do serviço.

O nome Âncora faz referência ao barco de nossas vidas. Sendo que, de tempos em tempos, é preciso parar para fazer manutenção e depois voltar ao mar. E o processo de revitalização é como o momento de “lançar âncora”, fazendo essa parada para depois retomar o percurso, sendo conduzido por Deus.

Logo, o Centro Âncora é uma casa de acolhida para dar amparo a sacerdotes, religiosos e religiosas que apresentam condição de sofrimento, seja por depressão, ansiedade ou por angústias da alma.

Trata-se de um centro de revitalização do corpo e da alma, com cuidados psicoterápicos, bem como cuidado médico especializado.

DICAS:

Inscreva-se no nosso canal no YouTube para acompanhar conteúdos importantes sobre a revitalização da vida consagrada.

Como o Centro Âncora promove a revitalização da vida consagrada

Para cuidar da vida consagrada, o Centro Âncora conta com uma equipe técnica transdisciplinar, cujo maior chamado é o ministério da revitalização daqueles que trabalham em prol da Igreja.

A equipe é formada por diretores espirituais, conselheiros e profissionais de saúde: psicólogos, médicos, psiquiatras, nutricionista, educador físico, enfermeiro, fisioterapeuta e assistente social. E todo trabalho é supervisionado pela Irmã Adenise Somer, religiosa da Copiosa Redenção, que é a Diretora Presidente do Centro Âncora.

Portanto, o centro disponibiliza: direcionamento espiritual em grupo e individual; terapia de grupo todas as manhãs, além do atendimento individualizado com o psicólogo; atendimento médico semanal; acompanhamento nutricional e bem como alimentação balanceada; atividades físicas conduzidas por um profissional de fisioterapia (pilates) e pela educador físico.

Além disso, há também tempo para leitura, oração e descanso. E o período de estadia no Centro Âncora, para a revitalização da vida consagrada, é de 30 a 90 dias.

Atualmente, estamos com 21 ancorinos (assim chamamos aqueles que tiram um tempo para cuidar de si aqui no Centro Âncora): 12 padres (4 diocesanos e 8 de congregações) e 9 irmãs.

Agora, veja o depoimento de um dos nossos ancorinos:

“Aqui no Centro Âncora, eu vivi uma experiência maravilhosa de reencontro com Deus e comigo mesmo. A convivência, a dinâmica da casa e os profissionais foram de grande ajuda para mim. Eu louvo e bendigo a Deus por ter me proporcionado viver tudo isso. O Âncora é, sem dúvidas, uma inspiração do Espírito Santo. Recomendo que mais padres, religiosos e religiosas possam conhecer essa obra” (Pe. L. da Silva).

Então, se você precisa lançar âncora ou conhece uma vida consagrada que esteja precisando desse autocuidado, entre em contato conosco. Saiba como funciona a admissão no Centro Âncora, AQUI!

Setembro Amarelo: o impacto do suicídio na vida consagrada

Qual a importância da campanha Setembro Amarelo? De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos em todo o mundo. Além disso, as estatísticas também apontam que, para cada suicídio consumado, existem 25 tentativas.

Contudo, essa não é uma realidade que atinge apenas pessoas afastadas do convívio de Deus, como muitos pensam. Muitos religiosos cometeram suicídio.

Apenas no Brasil, entre os anos de 2016 e 2023, 40 sacerdotes tiraram a própria vida. Esse número é apresentado pela pesquisa do Padre Lício de Araújo Vale.

Logo, é mais do que urgente que a comunidade religiosa volte seu olhar para o ser humano sofredor a fim de socorrê-lo e preservar sua vida. Afinal, os religiosos são pessoas que se alegram e que ficam tristes, se cansam, chegam à exaustão, choram e sofrem como qualquer pessoa comum.

Setembro Amarelo, o que é?

O Setembro Amarelo é uma campanha da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM); é o mês da prevenção ao suicídio.

Logo, durante todo o mês, a sociedade como um todo é chamada a refletir sobre a importância da prevenção, discutir e promover ações a respeito do suicídio. Sendo que, dentro da campanha Setembro Amarelo, o dia 10 desse mês é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS, em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados. Desta forma, estima-se mais de 1 milhão de casos. A pesquisa afirma ainda que todos os anos mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária, câncer de mama ou guerras e homicídios.

No Brasil, os números da pesquisa apontam cerca de 14 mil casos por ano, o que significa que em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

De acordo com a página oficial da campanha Setembro Amarelo, praticamente 100% de todos os casos de suicídio estão relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente.

Logo, isso significa que a maioria dos casos poderia ter sido evitado se essas pessoas tivessem recebido tratamento psiquiátrico adequado e informações de qualidade.

A campanha Setembro Amarelo deste ano tem como tema “Se precisar, peça ajuda!”.

Setembro Amarelo na comunidade religiosa

O pesquisador Padre Lício afirma que “tanto a Igreja quanto os próprios sacerdotes enfrentam o desafio de atuar numa sociedade cada vez mais individualista, secularizada e espetacularizada”. E que esta sociedade “apresenta grandes exigências causadas pelas mudanças sociais e pela pluralidade de valores”.

Ele chama atenção para o fato de que existe um dilema entre a imagem teológica e a sociológica dos padres. E que “em muitos casos, a imagem teológica do sacerdote se contrapõe à imagem sociológica”. E isso é um grande agravante para doenças mentais, como depressão e ansiedade.

Padre Lício explica que “a imagem teológica é aquela que o sacerdote projeta quando celebra os sacramentos, e quando se relaciona com seus colaboradores mais próximos”. Já a imagem sociológica “é aquela que o presbítero recebe da sociedade, muitas vezes diferente daquela que ele tem de si próprio, o que pode causar estresse, solidão e abatimento”.

Neste sentido, ele explica que “a contradição entre essas duas imagens pode levar o sacerdote a subvalorizar a imagem teológica, ou então enclausurar-se nela”. Além disso, a “supervalorização da imagem teológica pode levá-lo a subestimar a imagem sociológica e cultivar o desejo de ocupar um posto na sociedade”. Por outro lado, “a infravalorização dessa imagem teológica pode levar a questioná-la e vê-la como um produto de uma teologia exagerada”.

Assim, o Setembro Amarelo deve ter o intuito de ajudar os religiosos a terem um novo olhar sobre si mesmo e sua vocação. Ou, como propõe Padre Lício, “o desafio dos sacerdotes neste aspecto resume-se a não fugir da realidade” e em “viver coerentemente a dimensão teológica do sacerdócio”.

As dores da vida religiosa

O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial. E no caso dos religiosos, vários estudos apontam que os principais fatores de risco para o suicídio são o estresse, a solidão, a depressão e a cobrança excessiva. Fatores que não podem ser ignorados pela comunidade religiosa e que são muito oportunos de serem debatidos a partir do Setembro Amarelo.

Neste sentido, a proposta do Padre Lício vem a calhar: “é relevante reconhecer a importância e urgência de uma melhor formação inicial nos seminários e noviciados, trabalhando mais efetivamente a dimensão humano-afetiva”.

Além disso, é necessário, segundo ele, “a criação de estratégias pastorais mais apropriadas”. E isso não apenas para a formação permanente, mas também para o cuidado dos próprios sacerdotes, a fim de que “saibam enfrentar o medo e o preconceito em relação à saúde mental dos presbíteros”.

A importância do acolhimento

Uma pesquisa apresentada em 2008, no Congresso do ISMA Brasil, organização de pesquisa e tratamento do estresse, mostrou que a vida sacerdotal é uma das profissões mais estressantes da atualidade. Para esta pesquisa, 1,6 mil padres e freiras foram entrevistados, e desses 448 (28%) afirmaram se sentir “emocionalmente exaustos”. Já naquele tempo, os números eram superiores ao de policiais (26%), executivos (20%) e motoristas de ônibus (15%).

A psicóloga Luciana Campos, especialista em atendimentos a religiosos e autora do livro “A Dor Invisível”, escreveu: “Independente das causas que levam o sacerdote ao suicídio, tudo indica, que na maioria dos casos, a forma de se relacionar com a solidão e o fator isolamento tem sido letal!”.

E com relação à depressão, outro fator de risco, ela questiona: “Como estão sendo vistos, acolhidos e tratados os padres depressivos?” Ela ainda aponta que as pesquisas dizem que entre 90-95% dos suicidas apresentavam transtornos psiquiátricos no momento da morte. E afirma: “Há uma correlação importante, sobretudo, entre o suicídio e a depressão”.

No Setembro Amarelo, Congresso propõe a “Revolução da Ternura”

Nos dias 15 e 16 de setembro, o Centro Âncora, especialista em cuidar da saúde física, mental e emocional da vida consagrada, promoveu o VII Congresso Âncora com o tema: Revolução da Ternura.

O termo Revolução da Ternura tem sido frequentemente utilizado pelo Papa Francisco, em muitos discursos e homilias. Logo, o Papa tem instigado os consagrados a serem agentes de ternura no mundo. E certa vez ele fez o seguinte questionamento em uma de suas audiências: “Estou permitindo que o Senhor me ame com a sua ternura, transformando-me em um homem/mulher capaz de amar desta forma?”

Este questionamento inquietou a equipe do Centro Âncora acerca do tema e nos motivou na realização deste VII Congresso, porque compreendemos que a ternura tem um poder transformador. E essa transformação acontece tanto na vida de quem é alvo da ternura (seja a de Deus ou a humana), quanto na vida de quem age com ternura.

Estudos mostram que a ternura tem a capacidade de reduzir o estresse, de fortalecer os laços sociais e de promover a saúde emocional e mental. Logo, quando nos permitimos ser ternos e acolhedores, criamos um ambiente propício para o crescimento, a cura e a conexão profunda com os outros.

ASSISTA: Workshop Setembro Amarelo – Uma psicodinâmica do suicídio na vida sacerdotal e consagrada