A Igreja é continuadora da missão de Jesus Cristo em meio aos homens. Assim como manifestava o poder e o amor do Pai através de curas e milagres, deixou aos apóstolos o mesmo poder. “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!” (cf. Mt 10, 8).
Movida por esse chamado, ofereceu ao longo do tempo os sacramentos como fonte visível da Misericórdia de Deus. Os sacramentos da cura – Confissão e Unção dos enfermos – são como bálsamo no corpo e na alma, e permitem aos homens, curados das feridas, serem sinal da Glória de Deus.
Curados no corpo: unção dos enfermos
“Vivemos ainda na ‘nossa morada terrena’, sujeita ao sofrimento à doença e à morte.” (Catecismo da Igreja Católica, 1420).
A experiência da enfermidade costuma ser uma grande provação para os fiéis. Uma vez acometidos desse mal, precisam renovar a fé e a esperança. A unção dos enfermos confere consolo no Senhor sofredor e ressuscitado, convidando os fiéis a mergulharem no mistério de Sua Paixão e Morte.
Os efeitos do sacramento partem de uma profunda união com Jesus, se tornando um consagrado para produzir frutos a partir da sua configuração ao sofrimento redentor de Cristo. Além disso, os fiéis recebem um dom particular do Espírito Santo de conforto, paz e coragem para enfrentar sua dor
A unção dos enfermos ainda é ministrada como preparação para doentes muito graves, sendo por vezes, sinal de Salvação e fortaleza na hora da morte.
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Confissão nos sacramentos da cura: as feridas da alma
O pecado fere a alma do cristão profundamente, o desfigura e o afasta da comunhão com Deus. Jesus, o Bom Pastor, vai atrás das ovelhas perdidas, e quando repletas de arrependimento, retornam à sua morada, as acolhe com eterno amor. Sua Igreja possui o poder de perdoar os pecados, sendo sinal visível do seu amor.
Uma vez afastados da comunhão com Deus pelo pecado, temos a oportunidade de nos unir a Ele pelo seu perdão. Para que aconteça o sacramento da reconciliação devemos estar profundamente arrependidos, reconhecer nossos erros diante do sacerdote e receber o perdão da Igreja. Muitos santos testemunharam os efeitos do perdão dos pecados no amadurecimento espiritual.
São João Maria Vianney atesta que o Sacramento da reconciliação cura as chagas da alma. “A confissão das más obras é o começo das boas obras. Contribui para a verdade e consegues chegar à luz”, diz santo Agostinho.
Eucaristia: ápice do encontro com a Misericórdia
A Misericórdia de Deus nos permite ir ao seu encontro na adoração e na comunhão Eucarística, de modo ainda mais íntimo. Podemos alcançar forças e disposição para não mais pecar. É costume, sobretudo nos movimentos carismáticos, a promoção de momentos de curas e milagres. Porém, vale ressaltar que a cura não deve ser o principal objetivo de quem se aproxima do altar.
A adoração a Jesus Eucarístico leva os fiéis a ir além: ao relacionamento íntimo com Deus. A cura pode ser uma consequência dessa intimidade, mas é, antes de tudo, um dom. Um dom que Deus dá – misteriosamente – a quem Ele quer e quando quer. Mergulha o adorador na profundidade da presença divina real.
Deus o convida de modo ainda mais perfeito, aproximar-se de seus sacramentos para te fazer participante de seu banquete eterno.