Súplica à Santíssima Virgem do Rosário de Pompéia

“Nossa mãe Maria sempre quer caminhar conosco, estar próxima, nos ajudar com a sua intercessão e o seu amor”, disse Leão XIV em seu primeiro discurso.

Para se rezar no dia 08 de Maio e no primeiro Domingo de Outubro, ao meio-dia na Itália e (pelos fusos horários) às oito horas da manhã no Brasil.

Súplica aprovada pela sagrada Congregação dos Ritos. O Papa Leão XIII concedeu Indulgência de 07 anos e 07 quarentenas a quem, ao menos com coração contrito, a rezar devotamente no dia 08 de Maio ou no primeiro domingo de Outubro (Rescrito de 18 de Julho de 1887). Estas Indulgências foram confirmadas “in perpetuo” e declaradas aplicáveis às almas do Purgatório, por S. Pio X (Rescrito de 28 de Novembro de 1903).

Em nome do Pai ✟, do Filho ✟ e do Espírito Santo ✟. Amém.

I – Ó Augusta Rainha das Vitórias, ó Virgem Soberana do Paraíso, a cujo nome poderoso exultam os céus e estremecem de terror os abismos. Ó Rainha gloriosa do Santíssimo Rosário, todos nós, vossos filhos ditosos, que a vossa bondade escolheu neste século para levantar-vos um templo em Pompeia, aqui estamos prostrados aos vossos pés, neste soleníssimo dia, da festa de vossos novos triunfos, na terra dos ídolos e dos demônios, com lágrimas vos tributamos os afetos do nosso coração e, com a confiança de filhos, vos expomos as nossas misérias. Ah! Desse vosso trono de clemência, onde vos sentais como Rainha, volvei, ó Maria, vosso olhar piedoso para nós, para as nossas famílias, para o Brasil, para a América, para a Europa, e para toda a Igreja; tende compaixão das angústias em que nos achamos e dos trabalhos que amarguram nossas vidas. Vede ó Mãe, quantos perigos nos rodeiam a alma e o corpo; quantas calamidades e aflições nos oprimem! Ó Mãe, suspendei o braço da justiça do vosso Filho irritado e vencei com a clemência o coração dos pecadores: também eles são nossos irmãos e vossos filhos, custaram sangue ao amável Jesus, e dolorosos golpes ao vosso sensibilíssimo Coração. Hoje, mostrai a todos quem sois vós: Rainha da paz e do perdão.

Salve Rainha…

II – É verdade, é verdade que nós somos os primeiros, se bem que vossos filhos, a crucificar novamente a Jesus em nossos corações, com nossos pecados, e ferimos de novo o vosso Coração. Sim, confessamos que merecemos os mais duros castigos. Mas lembrai-vos que sobre o Gólgota recolhestes as últimas gotas daquele Divino Sangue e o último testamento do Redentor moribundo.

E aquele Testamento de um Deus, selado com o Sangue de um Homem-Deus, vos declarava Mãe nossa, Mãe dos pecadores: Vós, portanto, como nossa Mãe, sede nossa advogada, a nossa Esperança. E nós, gemendo, estendemos para Vós nossas mãos suplicantes clamando: misericórdia.

Tende piedade, ó boa Mãe, tende piedade de nós, das nossas almas, das nossas famílias, dos nossos parentes, dos nossos amigos, dos nossos irmãos falecidos, e, principalmente, dos nossos inimigos, e de todos aqueles que se dizem cristãos e, contudo, dilaceram o amável Coração do vosso Filho. Piedade, ó sim, Piedade imploramos hoje, para as nações extraviadas, para todo o Brasil, para toda a América, para toda a Europa, para todo o mundo, a fim de que, arrependido, volte ao vosso Coração. Misericórdia.

Salve Rainha…

III – Que vos custa, ó Maria, ouvir-nos? Que vos custa salvar-nos? Não colocou Jesus em vossas mãos todos os tesouros das suas graças, das suas misericórdias? Vós, como minha Rainha, vos sentais coroada à direita do vosso Filho, coberta de glória imortal, sobre todos os coros dos Anjos. O Vosso domínio abrange os céus e a terra, e todas as criaturas que nela habitam estão a vós sujeitas. O vosso domínio se estende até o inferno, e só vós nos podeis arrancar das mãos de Satanás, ó Maria. Vós sois onipotente por graça; vós, portanto, podeis nos salvar. E se dizeis que não nos quereis ajudar, porque somos filhos ingratos e indignos da vossa proteção, dizei ao menos a quem devemos recorrer para nos livrarmos de tantos flagelos. Ah! Não! O vosso Coração de Mãe não poderá ver vossos filhos perdidos. O Menino que vemos em vosso colo, a Coroa mística que contemplamos em vossa mão, nos inspiram confiança de que seremos ouvidos. E nós confiamos plenamente em vós, nos prostramo-nos a vossos pés, lançamo-nos como débeis crianças aos braços da mais terna das mães, e hoje mesmo, sim, hoje mesmo, esperamos obter de vós as graças desejadas.

Salve Rainha…

PEÇAMOS A BÊNÇÃO A MARIA

Agora vos pedimos uma última graça, ó Rainha, que não nos podeis negar neste dia soleníssimo. Concedei a todos nós o vosso constante amor e, de um modo especial, a vossa bênção maternal. Não, nós não nos levantaremos hoje de vossos pés, não nos afastaremos de vós enquanto não nos abençoardes. Abençoai, ó Maria, neste momento, o Sumo Pontífice. Aos primitivos louros da vossa Coroa, aos antigos triunfos do vosso Rosário, pelos quais sois chamada Rainha das Vitórias. Ah, acrescentai ainda este, ó Mãe: concedei à Religião o triunfo, e à sociedade humana, a paz. Abençoai o nosso (Arce)Bispo, os sacerdotes, e particularmente todos aqueles que zelam pela honra do Vosso Santuário. Abençoai, enfim, todos os Associados ao vosso templo em Pompeia, e todos aqueles que cultivam e promovem a devoção do vosso Santíssimo Rosário.

Ó Rosário bendito de Maria, doce Cadeia que nos prende a Deus, vínculo de amor que nos une aos Anjos; Torre de salvação nos assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio comum, nós nunca mais vos deixaremos. Vós sereis o nosso conforto na hora da agonia, a Vós, o último ósculo da vida se extingue. E a última palavra de nossos lábios moribundos será o vosso suave nome, ó Rainha do Rosário do Vale de Pompeia, ó nossa querida Mãe, ó refúgio único dos pecadores, ó soberana Consoladora dos aflitos. Sede por toda parte bendita, hoje e sempre, na terra e no Céu. Assim seja.

Ave Maria…

DEPOIS DO ROSÁRIO

Salve Rainha…

V/ Permiti que vos louve ó Virgem Sagrada.

R/ Dai-me força contra vossos inimigos.

V/ Rogai por nós Rainha do Sacratíssimo Rosário.

R/ Para que sejamos dignos das promessas do Cristo.

Oremos. Ó Deus, cujo Filho Unigênito, com sua vida, morte e ressurreição, nos comprou os prêmios da vida eterna, concedei-nos, vo-lo pedimos, que recordando estes mistérios do Sacratíssimo Rosário da Bem-Aventurada Virgem Maria, imitemos o que contêm e alcancemos o que prometem. Pelo mesmo Cristo Senhor Nosso. Amem.

PARA GANHAR AS INDULGÊNCIAS

Recomendamo-vos Senhor, a Igreja Vossa Esposa, o Sumo Pontífice, que é seu chefe visível, a exaltação e o triunfo da Igreja Católica, a extirpação da heresia e da idolatria, a paz entre os soberanos católicos, a conversão dos pecadores, todos os nossos parentes, amigos e inimigos, nossos benfeitores espirituais e temporais, todos os que se recomendaram às nossas orações, e especialmente os associados ao Santuário de Pompeia, e tudo em Sufrágio das almas santas do Purgatório.

1 Pai Nosso, Ave Maria e Glória, segundo a intenção do Sumo-Pontífice.

Nossa Senhora do Rosário de Pompéia,

Que fazeis florescer a virtude,

Que curais os enfermos,

Que consolais os aflitos,

Que socorreis eficazmente aqueles que vos invocam nos perigos,

Manancial inexaurível de graças e de bens para todos aqueles que vos invocam. Orai por nós.

Fonte: Comunidade Mel de Deus

Maria, Mãe da Misericórdia: o refúgio de quem quer recomeçar

Mesmo nos momentos mais difíceis, há um colo que nunca se fecha: o de Maria, Mãe da Misericórdia.

Assim, quando tudo parece escuro, Maria se torna luz suave que acalma e orienta. Ela é uma mãe que acolhe sem exigir, que escuta até os silêncios do coração. Por isso, aproximar-se de Maria é encontrar refúgio seguro, onde as feridas ganham sentido e o recomeço se torna possível. Em seu colo, a esperança floresce mesmo nos desertos da vida.

O Papa Francisco e sua relação com Maria

Aliás, o Papa Francisco manteve uma devoção fiel a Maria. Antes e depois de cada viagem apostólica, visitava a imagem da Salus Populi Romani na Basílica de Santa Maria Maior. Foram mais de 100 visitas durante o pontificado, expressando profunda confiança em sua proteção. 

Desde Buenos Aires, Francisco sempre se apresentou como filho de Maria. Em suas homilias, sempre destaca sua intercessão e consolo, vendo nela a Mãe da Igreja e de todos os fiéis.

Consequentemente, confiou a ela sua vida, seu ministério e as dores da Igreja. Seu exemplo nos convida a fazer o mesmo: buscar abrigo em Maria em tempos de crise e esperança.

Sendo assim, se até o sucessor de Pedro encontrou amparo em Maria, por que nós também não o faríamos? O testemunho do Papa Francisco nos inspira a entregar nossas vidas com confiança ao cuidado materno da Mãe da Misericórdia. Como ele mesmo exortou durante sua visita ao Paraguai: “Não deixeis de invocar e confiar em Maria, Mãe da Misericórdia, para todos os seus filhos sem distinção.”

Francisco e a Mãe da Misericórdia: um testamento de amor e entrega

Em seu testamento, o Papa expressou o desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em uma tumba simples com a inscrição “Franciscus” — um gesto de entrega total à Mãe da Misericórdia.

​Além disso, a Basílica de Santa Maria Maior sempre foi um lugar de acolhida para pobres e peregrinos. O Papa Francisco, profundamente devoto à Virgem Maria, tinha o hábito de visitar esta basílica antes e depois de cada viagem internacional, depositando flores diante do ícone da Salus Populi Romani e rezando, buscando o olhar protetor da Mãe. 

Essa prática reflete tanto sua confiança na intercessão materna de Maria quanto sua devoção pessoal. Para seu sepultamento, Francisco expressou o desejo de ser sepultado nesta basílica, destacando sua profunda ligação espiritual com o local. ​ 

Em síntese, sua vida começou e terminou com Maria. Em entrevista, afirmou seu desejo de descansar sob o olhar da Mãe, porque sua esperança estava no amor de Deus, mediado por ela.

Maria, o colo para recomeçar

Maria é o colo certo para quem deseja recomeçar. Ela acolhe sem cobrar explicações. Como disse o Papa Francisco: “Confiemos a Maria este novo ano, para que como ela, encontremos a grandeza de Deus na pequenez da vida”.

Dessa forma, ao entregar-lhe nossas dores, algo muda. Feridas se tornam caminhos de oração e Maria nos conduz ao Coração de Deus. Ela sabe transformar as feridas em fonte de esperança.

Frequentemente, não são necessárias palavras. Um sussurro como “Me ajuda”, já basta. Maria está sempre presente, ao nosso lado, com sua ternura maternal.

Mesmo quando ninguém mais acredita em nós, ela ainda acredita. “A única situação em que é lícito olhar alguém de cima para baixo é para ajudá-la a se levantar” — Papa Francisco na JMJ Lisboa 2023.

Como se aproximar de Maria

1. Reze do seu jeito
Não é necessário saber orações decoradas para se aproximar de Maria. A oração sincera, feita com o coração, é valorizada. Portanto, ​ a oração, quando feita com sinceridade, tem mais força. Fale aquilo que toca o seu coração, mas não se esqueça também de fazer as orações normais, aquelas cotidianas como o Pai-Nosso, Ave Maria, Santo Anjo ou meditar os mistérios do terço. ​

2. Comece com o terço — mesmo que não consiga terminar
A oração do Rosário é uma prática poderosa na devoção mariana.

3. Crie um cantinho mariano em casa
A prática de ter um local dedicado à oração e reflexão é comum entre os fiéis. Você pode incluir uma imagem de Maria, uma vela e reservar um momento do dia para a oração.​

4. Consagre-se a Maria, mesmo que se sinta indigno

Consagrar-se a Maria é um ato de confiança, e não de perfeição. Mesmo sentindo-se indigno, lembre-se: Ela acolhe os frágeis com ternura e transforma feridas em caminhos de fé. O amor da Mãe da Misericórdia não exige méritos, apenas um coração disposto a recomeçar.

A Mãe da Misericórdia que acolhe

Em nossa jornada de fé, há momentos em que tudo parece desmoronar — os erros pesam, a fé vacila e o coração se sente distante de Deus. Nessas horas, Maria, Mãe da Misericórdia, se aproxima com ternura, não para julgar, mas para acolher. Com isso, ela nos recorda que nenhum pecado é maior que o amor de Deus e que sempre é possível recomeçar.

Na espiritualidade da Copiosa Redenção, acreditamos que a vida espiritual é feita de recomeços. Como bem nos ensinou São João Paulo II: “Santo não é aquele que nunca cai, mas aquele que recomeça sempre”. Por essa razão, mesmo quando caímos, somos chamados a levantar e retomar o caminho, confiando inteiramente na misericórdia divina.

Para ajudar você nesse processo, oferecemos o Planejamento Espiritual, um instrumento que orienta a vida de oração diária e fortalece a constância no caminho com Deus. Através dele, você encontrará orações, reflexões e práticas que renovam a esperança e sustentam a alma em momentos difíceis.

A consagração a Maria é um caminho de entrega total e confiança no amor dela, que nunca falha. Por isso, queremos convidar você a dar esse passo conosco, de mãos dadas com a Mãe da Misericórdia. Ao se consagrar a Nossa Senhora, você acolhe em sua vida a ternura da mãe que intercede, protege e conduz ao coração de Jesus.

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VIII Congresso Âncora: últimas vagas – um encontro transformador sobre saúde mental e prevenção ao suicídio

Nos dias 2 e 3 de maio de 2025, a cidade de Curitiba-PR será palco do VIII Congresso Âncora, um evento pensado especialmente para você, religioso(a) ou sacerdote, que deseja refletir sobre a missão da Igreja na prevenção ao suicídio.

Com o tema “Acolher e Cuidar”, o congresso será realizado na FAE Business School e reunirá palestrantes renomados para abordar questões fundamentais sobre saúde mental, autoconhecimento e acolhimento na vida consagrada.

O evento contará com palestras e debates que exploram temas cruciais, como:

  • O sentido da vida não pode ser dado, precisa ser encontrado; 
  • Quando a dor se torna insuportável; 
  • Acolher as próprias Sombras, Nutrir a Vida e Resgatar a Mística; 
  • Culpa e luto;
  • A ciência como luz em meio a escuridão;
  • Vida fraterna como prevenção ao Suicidio;
  • Reencontrando o sentido e promovendo a prevenção do suicidio na vida religiosa; 
  • A maturidade humana que vence o medo de viver; 

Esses temas visam capacitar os participantes a atuarem de forma mais eficaz e compassiva em suas comunidades, promovendo acolhimento e cuidado.

Entre os especialistas confirmados, estão:

  • Ziza Fernandes – Reconhecida por sua atuação na música e espiritualidade, trazendo reflexões inspiradoras sobre o cuidado com a alma.
  • Dr. Maurício Nasser Ehlke – Médico especialista em saúde mental, explorando a conexão entre medicina e espiritualidade na prevenção do suicídio.
  • Irmã Silvia Maia – Com ampla experiência em vida consagrada, abordará como acolher as próprias vulnerabilidades e fortalecer a missão educativa.

Além desses, outros palestrantes renomados enriquecerão o evento com perspectivas e conhecimentos únicos.

Inscreva-se agora: últimas vagas disponíveis!

O VIII Congresso Âncora está se aproximando, e as vagas estão quase esgotadas. Este é o momento de garantir sua participação em um evento transformador.

Faça sua inscrição no site oficial: https://congresso.centroancora.com.br/

Serviço

  • O quê? VIII Congresso Âncora – “Acolher e Cuidar: a Missão da Igreja na Prevenção ao Suicídio”
  • Quando? 2 e 3 de maio de 2025
  • Onde? FAE Business School, Curitiba-PR
  • Contato para imprensa: atendimento@centroancora.com.br | (42) 3226-1144

O legado do Papa Francisco para a Igreja: um pastor com cheiro de ovelha

Uma vida de simplicidade, coragem e ternura que transformou corações no mundo inteiro.

Desde o anúncio de sua morte, uma comoção silenciosa e profunda percorreu os cinco continentes. Afinal, o legado do Papa Francisco não é apenas institucional, mas humano, espiritual e inesquecivelmente próximo. 

Neste tempo de despedida, o coração da Igreja pulsa entre a saudade e gratidão, reconhecendo em Francisco um pastor que tocou o mundo com a força do Evangelho vivido até o fim.

Papa Francisco: um Papa próximo e profético

Desde o início de seu pontificado, Francisco nos ensinou que ser Papa é, antes de tudo, servir. O legado do Papa Francisco se revela em cada gesto de humildade, em cada encontro com os pequenos e em cada escolha de simplicidade, que marcou seu jeito de governar com o coração.

Além disso, sua famosa expressão “pastores com cheiro de ovelha” tornou-se símbolo de um chamado à Igreja viva, encarnada na realidade do povo. Como disse em sua primeira Missa Crismal, “em vez de serem pastores com o ‘cheiro das ovelhas’ — isto é, pastores no meio do seu rebanho —, alguns acabam tristes, transformam-se numa espécie de colecionadores de antiguidades ou de novidades”. 

Por fim, sua proximidade tocava sem precisar de palavras. Com um sorriso sereno e um olhar firme, caminhou entre multidões e periferias, revelando que a autoridade verdadeira nasce do amor. Um profeta do nosso tempo, que fez da ternura um testemunho poderoso do Evangelho.

Legado do Papa Francisco: reformas e desafios enfrentados

Desde o início de seu pontificado, Francisco enfrentou com coragem os desafios internos da Igreja. O legado do Papa Francisco inclui reformas profundas na Cúria Romana, promovendo uma estrutura mais próxima da missão evangelizadora e da vida do povo.

Além disso, sua firmeza no combate aos abusos e sua defesa incondicional das vítimas marcaram uma virada ética na condução da Igreja. A sinodalidade, tema central de seu pontificado, mostrou seu desejo por uma Igreja que escuta, caminha junta e se deixa conduzir pelo Espírito.

Por isso, ao reformar a Cúria, Francisco destacou que seus membros cooperam na missão da Igreja “proporcional à ciência e à competência de que gozam, bem como à experiência pastoral”. 

O legado do Papa Francisco: uma Igreja que serve, evangeliza e escuta, como ele mesmo viveu

Acima de tudo, desde o início de seu pontificado, Francisco demonstrou um compromisso profundo com o diálogo inter-religioso, promovendo a convivência pacífica e o respeito mútuo entre diferentes tradições de fé. 

Assim, o legado do Papa Francisco inclui esforços contínuos para construir pontes entre culturas e religiões, reconhecendo a diversidade como uma riqueza para a humanidade.​ Em seu discurso durante a Conferência Inter-religiosa, promovida pelo “Sree Narayana Dharma Sangham Trust”, ele afirmou:​

Todas as religiões ensinam a verdade fundamental de que, como filhos do único Deus, devemos amar-nos e honrar-nos uns aos outros, respeitar a diversidade e as diferenças num espírito de fraternidade e inclusão.”​ 

Ou seja, essa declaração reflete sua visão de uma humanidade unida na diversidade, onde o diálogo é essencial para a paz e a compreensão mútua. 

Ensinamentos marcantes do Papa Francisco

Desde o início de seu pontificado, Francisco nos convidou a viver a fé com alegria e compromisso. O legado do Papa Francisco é riquíssimo em ensinamentos que tocam o coração e desafiam a consciência. Na encíclica Fratelli Tutti, ele nos recorda que o amor que se estende para além das fronteiras é a base da fraternidade universal. 

Além disso, em Laudato Si’, ele clama por um cuidado urgente com a nossa Casa Comum, afirmando que tudo está interligado. Na exortação Amoris Laetitia, Francisco oferece um olhar misericordioso sobre as famílias, reconhecendo suas alegrias e desafios. Ele destaca que a alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja.​

Por fim, em Evangelii Gaudium, ele nos lembra que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus“. Esses documentos não são apenas textos, mas convites vivos para uma fé encarnada, que transforma e inspira.​

Legado do Papa Francisco: um testemunho de vida

Desde o início de seu pontificado, Francisco escolheu viver com simplicidade e humildade. O legado do Papa Francisco é marcado por gestos concretos que refletem sua opção pelos pobres e marginalizados. Em sua homilia durante a Via-Sacra em Cracóvia, ele afirmou:​

Somos chamados a servir Jesus crucificado em cada pessoa marginalizada, a tocar a sua carne bendita em quem é excluído, tem fome, tem sede, está nu, preso, doente, desempregado, é perseguido, refugiado, migrante.“​

Então, essa declaração reflete sua prática constante de estar próximo dos que sofrem, visitando doentes, abraçando os pobres e rezando com o povo.

O legado que o Papa Francisco deixa para nós

Com ternura, o legado do Papa Francisco se faz presença que permanece, mesmo em meio ao silêncio da partida. Ele nos deixa a chama de uma fé encarnada, que não teme sujar os pés no caminho dos pobres. É herança viva de uma Igreja que vai ao encontro, que não se fecha em si mesma, mas escuta o clamor do mundo.

Por isso, em cada gesto de misericórdia, ele nos ensinou que o Evangelho é encontro, escuta e compaixão. Agora, cabe a nós manter acesa essa luz — com coragem, ternura e verdade. E assim, entre memórias e esperança, seguimos seus passos com o coração aberto e o Evangelho nas mãos.

Além disso, ele inspira cada cristão a ser presença de compaixão onde houver dor, divisão ou desespero. Sua herança é uma Igreja mais próxima, audaz e missionária — capaz de caminhar com os pobres, de escutar os últimos e de anunciar o Evangelho com ternura e coragem.

Legado do Papa Francisco: quando a voz se cala, o amor continua a falar

Assim, elevamos um profundo agradecimento a Deus pela vida e missão do Papa Francisco. Seu testemunho de fé simples e amor radical marcou uma geração e continuará iluminando os caminhos da Igreja por muito tempo.

Por isso, honrar o legado do Papa Francisco é mais do que lembrar suas palavras — é viver o Evangelho com coragem, alegria e compaixão, como ele viveu. Que sua memória desperte em nós o desejo de uma Igreja viva, próxima, misericordiosa e sempre em saída, guiada pelo Espírito e sustentada pela esperança.

5 ensinamentos de Padre Wilton sobre a misericórdia divina

A misericórdia divina sempre teve um destaque especial nas pregações do fundador da Copiosa redenção, Padre Wilton Moraes Lopes (CSsR). Para ele o tema da “misericórdia será sempre atual […] é algo de todos os dias”. Foi assim que seus escritos sobre a misericórdia divina viraram um livro, publicado em 2017, com o título “Misericórdia, um jeito de ser”, e é dele que separamos 5 preciosos ensinamentos do Padre Wilton sobre a misericórdia divina, para celebrar a Festa da Misericórdia com toda a Igreja.

1- Cristo fonte de toda misericórdia

O primeiro ensinamento do Padre Wilton sobre a misericórdia divina é recordar que Jesus é a fonte de toda graça e Copiosa Redenção. Diante disso, cabe a cada um de nós buscar imitá-lo e ser fiel aos seus ensinamentos, que são tão bem relatados nos Evangelhos.

Ao imitar Cristo, somos lembrados que a misericórdia é a forma que Deus ama, sendo assim a misericórdia não faz acepção de pessoas. É para todos e todos são chamados a serem misericordiosos, mesmo com quem não gostamos.

“Afinal, como se aprende a ser misericordioso? Só podemos ser misericordiosos com Jesus, aquele que é a misericórdia”. (Misericórdia, um jeito de ser, p. 27)

2- Ser misericórdia

Para Padre Wilton a misericórdia é uma graça divina dada a todo cristão que a deseja, por isso ela transborda no ser de cada pessoa. De forma concreta, ela se manifesta nas nossas palavras, olhares, pensamentos e, principalmente, com a caridade àquele que está necessitado ao nosso lado.

“Somos apressados demais e muitas vezes ficamos atentos somente aos nossos problemas. Precisamos ser
cheios de misericórdia! E assumí-la como um jeito de ser, assim como fez o samaritano que parou e carregou nos ombros o corpo ferido”. (Idem, p. 28)

Temos que nos libertar do verbo “fazer”, que entrou em confronto com a definição de Deus. Ele não disse “eu faço”, eu tenho tais coisas; Ele nunca usa o “fazer”,mas sempre utiliza o “ser”, pois essa é a maior liberdade que Ele poderia dar ao homem”. (idem p. 96)

3- A misericórdia divina é redentora

A palavra redenção significa comprar novamente, recomprar, recuperar através do pagamento de um resgate; salvar de problemas ou do pecado. Enquanto a palavra misericórdia traz a definição de um sentimento ou ato concreto de manifestação desse sentimento, como o perdão; indulgência, graça, clemência. O carisma redentorista de Padre Wilton o leva a proclamar que a redenção é um ato da misericórdia divina.

No livro de Jó encontramos a citação: “Eu sei que o meu redentor está vivo e que aparecerá, finalmente, sobre a terra” (cf. Jó 19, 25). Sobre esse versículo, Padre Wilton medita: “Podemos logo compreender e ligar a palavra redentor com a palavra redenção. Redentor é o sujeito, senhor da ação redentora; redenção é a tarefa que o redentor realiza. ‘Eu sei que meu redentor está vivo (…)’, em primeiro lugar, é uma exclamação, uma proclamação de júbilo: “Meu redentor vive!”. Este brado “Meu redentor vive!” deve nos tocar profundamente. Através dessa exclamação, podemos crer na redenção, que traz para nós a esperança de que Jesus venceu a morte naquela sexta-feira santa no madeiro da cruz. Ele venceu a morte, está vivo, ressuscitado”. (p. 54/55)

4 – O perdão e a misericórdia se complementam

Juntamente com a redenção, vem o perdão de todos os pecados. Ou seja, o perdão é também um ato movido pela misericórdia divina. É como se um dependesse do outro para existir. Segundo Padre Wilton, perdoar é uma ação singular na vida de todo cristão, uma manifestação da ação do Espírito Santo na vida de cada pessoa e uma característica clara de quem procura imitar Jesus Cristo.

O perdão que vem do Senhor é definitivo. É um ato que tudo apaga. O Senhor não pune, nem recorda as antigas faltas: “Eis que faço novas todas as coisas” (cf. Ap 21, 5). (p.73)

5 – A misericórdia é santificante

A vontade de Deus para todos os seus filhos é a santidade. Todo batizado possui o selo indelével da filiação divina e a graça santificante, fruto da misericórdia divina que atuou de forma histórica na Paixão de Jesus, e que atua diariamente na vida do povo de Deus como um kairós. Entretanto, algo que sempre recordava Padre Wilton é que, para haver santidade precisa se ter humanidade. É na fraqueza humana que a misericórdia age poderosamente.

“Só conhecemos Deus através de experiências humanas que transcendem para o divino e nos confrontam com o outro. Devemos, portanto, entender que só seremos mais divinos se formos mais humanos; e mais humanos se formos mais divinos. Onde há o humano em crescimento, o divino resplandece. É através do humano que se chega ao divino e que podemos alcançar a plena maturidade. Portanto, todo processo que desumaniza o ser humano, é um processo que impede seu crescimento espiritual”. (p. 95)

O pecado em suas diversas formas é o que mais desumaniza o ser humano, visto que o afasta de Deus. Por outro lado, a misericórdia divina é o que devolve a dignidade ao ser humano e o coloca novamente no caminho de santidade.

Esperança que abraça: a misericórdia de Deus é sempre um novo começo

Redescobrir a beleza da misericórdia de Deus é abrir-se a um amor que cura, transforma e recomeça sempre. Ela é o coração do Evangelho e sustenta a fé nos tempos difíceis. 

Além disso, consola os cansados e renova os que se sentem perdidos. Por isso, o Papa Francisco nos convida a acolher a misericórdia, vivê-la e anunciá-la com coragem. No Ano Jubilar da Esperança, esse chamado se torna ainda mais forte. 

Afinal, quando tudo vacila, a misericórdia permanece: é força real e esperança que abraça.

O que é misericórdia?

A misericórdia de Deus não é apenas perdão. É o coração do Pai que se inclina até a nossa dor. É Ele que se aproxima da nossa fraqueza com amor fiel e gratuito.

Jesus revelou essa misericórdia com gestos e palavras. Na parábola do filho pródigo (cf. Lc 15), vemos um Pai que corre, abraça e acolhe sem exigir explicações. Ama primeiro. Restaura antes de cobrar.

Por isso, a misericórdia de Deus não é só algo que recebemos. É um chamado. Quem a experimenta, é enviado a vivê-la. A partilhá-la. E assim, torna-se sinal da compaixão divina no mundo.

Misericórdia como fonte de esperança relacionando ao Ano Jubilar:

O Ano Jubilar é um tempo especial para reencontrar a esperança. Sobretudo, é um convite a reconhecer que a misericórdia de Deus nunca se esgota. Mesmo quando caímos, Deus não se cansa de nos amar.

Da mesma forma, a misericórdia de Deus renova nosso coração. De fato, o perdão do Senhor traz paz interior e força para recomeçar. Por conseguinte, a experiência do amor misericordioso nos impulsiona para a vida nova. 

Neste Ano Jubilar da Esperança, somos chamados a confiar na bondade de Deus. Ao viver os sacramentos, encontramos a verdadeira liberdade. Portanto, a misericórdia de Deus se torna ponte segura entre o passado e um novo começo.

Jesus, o rosto da misericórdia

Jesus é a expressão viva da misericórdia de Deus. Em cada gesto, Ele se aproximava dos que eram rejeitados. De fato, tocava os marginalizados, perdoava os pecadores e curava com compaixão. 

Além disso, suas ações revelavam o amor concreto do Pai. Em outras palavras, a misericórdia de Deus se manifestava nos encontros com os pobres, doentes e pecadores. Portanto, onde havia dor, ali Jesus levava consolo e dignidade. 

Enfim, a Páscoa é o ápice da misericórdia de Deus. Ou seja, Jesus se entrega livremente por amor, até o fim. Assim sendo, sua cruz e ressurreição revelam que o amor é mais forte que o pecado e a morte. 

Sacramento da reconciliação como experiência viva de misericórdia

O confessionário é o lugar onde a misericórdia de Deus nos envolve de forma pessoal. De fato, ali acontece o reencontro entre o Pai e o filho ferido. Por isso, a confissão é um verdadeiro abraço restaurador.

Além disso, o sacramento da reconciliação é fonte de cura e paz. Ao reconhecermos nossas faltas, abrimos espaço para que a misericórdia de Deus transforme o coração. Assim, reencontramos a coragem de recomeçar.

Afinal, é essencial incentivar a confissão como caminho de esperança. Ou seja, mais do que um dever, ela é um dom de amor. Portanto, é na humildade do arrependimento que a misericórdia de Deus se torna viva e libertadora.

 Ano Santo de 2025 – Jubileu da Esperança

O Papa Francisco convocou o Ano Santo de 2025 com o tema “Peregrinos da Esperança”, como tempo favorável para renovar a fé e olhar com confiança para o futuro. Mesmo nas provações, somos chamados a testemunhar essa esperança, sustentados pela misericórdia de Deus. 

Além disso, o Jubileu convida a Igreja a sair de si mesma. A esperança se torna visível quando a comunidade vive e anuncia a misericórdia em gestos concretos de perdão, escuta e acolhimento. Assim, a misericórdia de Deus se torna missão

Viver o Jubileu é acolher a graça da reconciliação, tornando a misericórdia uma experiência viva e transformadora. As indulgências jubilares, nesse caminho, são sinais do abraço do Pai que purifica e renova. É tempo de conversão e alegria. Um chamado a viver o amor que faz nascer a esperança.

Vivendo a misericórdia no dia a dia

Pequenos gestos do dia a dia revelam a grandeza da misericórdia de Deus. “Em cada situação humana, marcada pela fragilidade do pecado, a misericórdia será sempre mais forte”. Um perdão oferecido, uma escuta sincera ou um ato de paciência são mais do que gentileza: são sinais do agir divino. 

Além disso, “Deus não se cansa de estender a mão para nos levantar”. Quando fazemos o mesmo, abrimos espaço para a esperança e a reconciliação. “A evangelização com alegria torna-se beleza […] nas pequenas ações de amor”. A esperança floresce onde a misericórdia de Deus é partilhada. 

Como disse Bento XVI, “a vida em sua totalidade é uma relação com Aquele que é o Amor” (Spe Salvi, n. 27). Por isso, nos gestos simples, essa misericórdia se torna concreta, viva e transforma tudo ao redor. 

A PASSAGEM

A PÁSCOA É A PASSAGEM DA MORTE PARA A VIDA

Por Padre Wilton Moraes Lopes

Como você já sabe, Páscoa significa passagem. Para nós cristãos, e também para os judeus, essa palavra – Páscoa – significa muito mais. Para eles, a libertação dos trabalhos penosos do Egito e a ratificação da Aliança feita entre Abraão e Deus. Para nós, além daquela aliança no deserto, a configuração da
Nova e Eterna Aliança entre Deus e o homem em Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus.

“A Páscoa se reveste do sentido maior da salvação. Mas também se reveste de vários outros sentidos: o
amor até as últimas consequências, o perdão, a doação de si e tantos outros que o Espírito possa nos inspirar.”

Talvez, mesmo após termos vivido tantas Páscoas, ainda haja alguma para mudar, algo para se deixar transformar por Jesus. A Páscoa se reveste do sentido maior da salvação. Mas também se reveste de vários outros sentidos: o amor até as últimas consequências, o perdão, a doação de si e tantos outros que
o Espírito possa nos inspirar.

“Você já fez a sua Páscoa? Você já fez a Páscoa do seu irmão?”

O desafio da Quaresma é, refletindo nas realidades da “Passagem”, vivê-las hoje em nossa
vida. Poder fazer o nosso irmão “passar” da droga para a vida, do abandono para o aconchego,
do isolamento para a partilha, da discórdia para o perdão, da fome e sede de justiça para uma vida
em plenitude. A Páscoa é a passagem da morte para a vida. Você já fez a sua Páscoa? Você já fez a
Páscoa do seu irmão?

Francisco voltou para Casa

21 de abril, Segunda-feira da Oitava da Páscoa

Hoje, o mundo amanheceu mais silencioso.

Às 7h35 da manhã, na Casa Santa Marta, o Camerlengo, Cardeal Kevin Farrell, anunciou com voz embargada e coração em luto:
“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à Casa do Pai.”

Jorge Mario Bergoglio, passou pela vida como um sopro de ternura no meio de tantas tormentas. Argentino, jesuíta, filho de imigrantes italianos, Francisco foi mais do que o 266º Papa da Igreja Católica — ele foi ponte, farol e refúgio. Assumiu o trono de Pedro em 13 de março de 2013, mas nunca abandonou a simplicidade dos que servem lavando os pés dos esquecidos.

Dedicou cada dia de seu pontificado a lembrar o mundo que misericórdia é mais forte que o julgamento, que “a realidade é superior à ideia”, que os pobres são prioridade, e que cuidar da Casa Comum é cuidar de nós mesmos.

Foi o Papa dos gestos. Aquele que se abaixava. Que beijava feridas. Que telefonava para pessoas anônimas. Que chorava com mães que perderam seus filhos e sorria com crianças nas praças do mundo.

Hoje, sua ausência pesa. Mas o seu legado… Ah, esse já virou Evangelho vivido.

Que a Igreja, tão amada por ele, continue sendo hospital de campanha, como tanto sonhou. E que cada um de nós, independente de fé, lembre: “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”.

Descanse em paz, Francisco. Obrigado por nos ensinar que a humildade é o idioma do Céu.

A vida venceu: a ressurreição de Cristo e o recomeço que todos precisamos

Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24,5).

Essa pergunta ressoa até hoje, atravessando séculos e corações, convidando-nos a levantar os olhos e o coração. A Ressurreição de Cristo não é apenas o ponto final da história de Jesus.

É também o ponto de partida da nossa história de fé viva e transformadora. Sem ela, tudo o que cremos desmorona. Com ela, tudo ganha novo sentido. Como disse São Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e é vã a vossa fé” (1Cor 15,14).

A Ressurreição é o centro da fé cristã, o coração que pulsa esperança em meio às feridas da vida — e nos convida, todos os dias, a recomeçar com Ele.

A Ressurreição como centro da fé cristã

Quando contemplamos a cruz, enxergamos o amor levado até o extremo, mas é no túmulo vazio que percebemos o amor que vence a morte. Afinal, a dor não teve a última palavra. Além disso, a morte não fechou o ciclo. O que parecia ser o fim, revelou-se um começo novo e eterno.

Por isso, a Ressurreição é o centro porque revela o Deus que não abandona, mesmo quando tudo parece perdido. Ela transforma derrota em vitória e sofrimento em esperança.

A dor da cruz foi real. Jesus sangrou, caiu, gritou, foi traído. Contudo, a dor não foi o ponto final. Na verdade, o túmulo vazio marca o momento da virada: onde a tristeza cede espaço à alegria, o luto se transforma em dança, e o silêncio do sábado santo explode em aleluia no domingo.

A Ressurreição nos ensina que até o sofrimento pode ser transformado — sempre há um terceiro dia, mesmo após os momentos mais difíceis.

Esperança como dom pascal

Por que Jesus Cristo é nossa esperança? Porque Ele morreu por nós, cumprindo a vontade do Pai, e ressuscitou. Assim, essa é a força esplendorosa da Páscoa: a certeza de que a morte não tem a última palavra, pois a Ressurreição de Cristo abriu um caminho de vida eterna.

Dessa forma, ao anunciar o Jubileu de 2025 — o Jubileu da Esperança —, o Papa Francisco nos convida a viver um reencontro pessoal com Cristo, que é a “porta” da salvação (cf. Jo 10, 7.9). Por meio da graça do Batismo, fomos sepultados com Ele e, com Ele, ressuscitamos para uma vida nova.

Logo, a esperança cristã nasce desse amor que venceu a cruz. Além disso, essa esperança tem um rosto: o rosto do Senhor ressuscitado, e é na Ressurreição de Cristo que encontramos força para recomeçar, dia após dia.

Jesus ressuscitado como companheiro nos recomeços

Após a Ressurreição de Cristo, Jesus se apresenta aos discípulos com um gesto inesperado: Ele não cobra nem julga, mas oferece paz — a paz que acalma e impulsiona.

Logo depois, revela seu amor de forma concreta: aos que O abandonaram, oferece companhia; aos que duvidaram, mostra as feridas; aos que fugiram, parte o pão. Com isso, deixa claro que não desiste de nós, mesmo quando desistimos d’Ele.

Além disso, o Ressuscitado caminha ao lado dos que estão perdidos, como fez com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35). Nessas situações, Ele escuta nossos medos, acolhe perguntas e aquece nosso coração com sua presença.

Por isso, Seu amor transforma a dor em coragem para recomeçar. Afinal, a Ressurreição de Cristo nos mostra que recomeçar não é fraqueza, mas graça. E é justamente nesse reencontro com Cristo vivo que encontramos sentido, direção e força para seguir em frente.

Por fim, a fé na Ressurreição de Cristo ajuda a enfrentar perdas, medos e decepções. Mesmo sem apagar os problemas, ela muda nosso olhar. Assim, quando cremos que a vida venceu, atravessamos o luto com esperança, as crises com coragem e os fracassos com fé.

Dessa forma, a certeza de que Jesus venceu a morte nos impede de desistir diante das dificuldades.

Aplicando a Ressurreição: esperança para cada dia

Se Jesus está vivo, então nada é em vão. A Ressurreição de Cristo dá sentido ao bem, ao perdão e à paciência — tudo tem valor eterno. Essa fé nos convida a viver com coragem e amor que não desiste, mesmo com medo.

Além disso, mais do que falar sobre a ressurreição de Cristo, somos chamados a vivê-la. Isso se revela em atitudes diárias: espalhar fé, semear paz, manter-se firme mesmo no caos. São os pequenos gestos, nascidos da certeza de que Cristo vive em nós, que iluminam o mundo.

Por fim, ser cristão é crer que a cruz não é o fim. É despertar cada dia com fé renovada, certos de que a morte foi vencida e que sempre é possível recomeçar. Viver com fé, amar com intensidade e caminhar com esperança — isso é testemunhar que a vida venceu.

O EXEMPLO DE AMOR DE CRISTO CRUCIFICADO

Por Padre Wilton Moraes Lopes

Devemos estar sempre diante da cruz, com muito amor, respeito, veneração e adoração a Cristo crucificado. Ele é o Senhor da nossa salvação, Aquele que nos amou tanto que doou a Sua vida por nós.
Ele nos concede este amor infinito e estende as Suas mãos feridas sobre a humanidade, nos abraçando amorosamente. Sofrido, dolorido. Ele abençoa a nossa vida com Seu amor infinito. Nós não podemos entender esse mistério tão grande. É um mistério de amor infinito! Por nós, diante da cruz, sendo chagado, olhou para a humanidade e nos amou por inteiro. Morreu, diante do Pai, por todos os pecadores.

Jesus ofereceu a Sua vida, pois assim era a vontade do Pai, para que toda a humanidade fosse lavada
pelo sangue de Seu Filho amado. O Pai enviou o Seu Filho, como um pai que ama tanto, não só a Ele, mas a toda a humanidade. Cristo, inteiramente apaixonado por nós, então se entregou por inteiro e salvou-nos do pecado, da morte eterna. Ele não quis que ninguém fosse deixado de lado, Ele não veio ao mundo
para condenar a ninguém, mas para salvar a todos, dar a vida por cada um.


Este mistério que contemplamos hoje, nos toca para uma profunda conversão, nos faz olharmos para
Cristo e transformarmos o nosso coração de pedra em um cheio de amor a Ele e aos nossos irmãos.

Devemos procurar meditar esse mistério de amor para nos convertermos. É uma forma de olharmos para
Cristo ressuscitado e mover o nosso coração para Ele, com muito amor, entrega e zelo.
Se Cristo não tocasse em nosso coração e nós não fossemos abertos a Ele, que proveito teria a morte
d’Ele? Seríamos apenas espectadores desta história, mas não! Devemos participar com amor por Ele, deixando-O tocar em nossa vida, lavando-nos com Seu precioso sangue, o sangue que tira todo o mal.

PARA PENSAR

Será que tenho agradecido a Cristo pelo dom da vida eterna?

PARA REZAR

Senhor, dai-me um coração puro igual ao Vosso.

PARA MEMORIZAR

Cristo morreu por amor por todos nós!