No “Junho Branco”, mês dedicado à conscientização sobre a dependência química, refletimos sobre os riscos que surgem após a cirurgia bariátrica e o papel essencial da fé na prevenção e na recuperação.
Acima de tudo, na missão que vivemos como Copiosa Redenção, descobrimos que muitas dores físicas escondem também feridas da alma. No mês em que toda a sociedade é chamada a refletir sobre a dependência química, queremos lançar luz sobre um risco pouco discutido: o que pode acontecer após a cirurgia bariátrica. Este é um convite à escuta, à fé e ao cuidado integral.
Quando a cirurgia transforma o corpo, mas desafia a alma
Na certeza do amor de Deus, como Copiosa Redenção, sentimos o dever de dialogar com você sobre um tema que une saúde física, emocional e espiritual. A cirurgia bariátrica é uma esperança para muitos que enfrentam a obesidade grave. Porém, essa conquista traz desafios que vão além do físico. Estudos indicam que pacientes bariátrizados têm risco maior de desenvolver uso problemático de substâncias após a operação.
Dessa forma, observou-se que, embora haja queda inicial no consumo de drogas, álcool e cigarro nos primeiros meses, depois de cerca de dois anos os pacientes voltam a um uso elevado. Além disso, esse fenômeno está ligado à “transferência de compulsão”: obesos submetidos à bariátrica tendem a transferir sua “compulsão” de alimentos para álcool ou outras drogas, aumentando o risco de transtornos associados a substâncias. Por isso, médicos lembram que “riscos e benefícios devem ser ponderados” ao indicar a cirurgia, sobretudo em indivíduos com histórico de vício.
De maneira simbólica, a fita métrica remete ao corpo que foi libertado do excesso de peso, enquanto os comprimidos lembram que alguns pacientes acabam buscando outros alívios.
Conforme explicam pesquisadores, álcool e drogas podem “substituir os alimentos” no cérebro do ex-obeso – aquilo que antes era fuga para comida compulsiva pode migrar para substâncias psicoativas.
Diante disso, esses dados reforçam a necessidade de acompanhamento contínuo: embora a cirurgia traga “enormes benefícios” em muitos aspectos, é preciso monitorar de perto quem pode estar mais vulnerável.
Prevenção da dependência pós-bariátrica
Embora o “Junho Branco” seja uma campanha nacional, ele se inspira em uma mobilização internacional que merece ser lembrada. “Dia Internacional de Combate às Drogas (Dia Internacional Contra o Abuso de Tráfico Ilícito de Drogas) é celebrado mundialmente no dia 26/06. Essa data foi criada pela ONU (Organizações das Nações Unidas) em campanha internacional do combate contra às drogas.” Essa iniciativa nos inspira a unir forças, promovendo ações concretas de prevenção, acolhimento e esperança para todos os que enfrentam esse desafio.
Para nós da Copiosa Redenção, o “Junho Branco” é um convite especial à solidariedade e à reflexão.
É tempo de orientar, rezar e agir pelos que sofrem com o vício, lembrando que Deus nos chama a cuidar uns dos outros.
Quando a fé se torna caminho de restauração
Com amor e responsabilidade, nossa abordagem deve ser sempre de acolhimento. Como enfatizamos na Copiosa Redenção, “a dependência química é uma doença, e não uma escolha”. Em vista disso, não adianta julgar quem sofre – é preciso caminhar ao lado dessa pessoa. Em vez de acusações, as famílias são orientadas a “buscar compreender o que levou ao uso” e demonstrar apoio sincero.
Muitas vezes, basta ouvir em silêncio, mostrando empatia pelo sofrimento. Um simples abraço ou gesto de carinho pode dizer muito mais do que críticas. Além disso, é fundamental oferecer ajuda profissional especializada. A recuperação costuma exigir tratamento multidisciplinar. Por isso, “incentive o dependente químico a procurar um tratamento especializado em uma comunidade terapêutica que ofereça atendimento médico e psicológico”.
Recuperação integral
Como Copiosa Redenção, testemunhamos diariamente que a verdadeira recuperação vai além da interrupção do uso de substâncias. Em nossas Comunidades Terapêuticas, buscamos promover uma abordagem integral que visa restaurar a dignidade, fortalecer a espiritualidade e reconstruir os vínculos sociais de cada acolhido. Esse processo é sustentado por uma convivência fraterna, apoio mútuo e uma rotina que inclui momentos de espiritualidade, trabalho, lazer e grupos terapêuticos. Não se trata apenas de tratar o corpo, mas de recuperar o coração e a alma, permitindo que cada pessoa redescubra seu valor e propósito.
Em outras palavras, além do suporte médico e psicológico, há espaço para o cultivo da espiritualidade e a convivência solidária – elementos que fortalecem a pessoa em sua jornada de recuperação.
Além disso, queremos partilhar com você algo que também é confirmado pela ciência: a espiritualidade faz diferença na recuperação. Um estudo de Harvard, feito com mais de 70 mil pessoas ao longo de 16 anos, mostrou que quem frequenta a igreja semanalmente tem 50% menos risco de mortalidade, além de menos depressão e mais bem-estar geral.
Outro estudo, publicado na Revista Medicina Integrativa, revelou que quanto maior o grau de religiosidade intrínseca, maior a velocidade de remissão da depressão – em até 70%. Isso confirma o que vemos todos os dias: a fé sustenta, restaura e devolve esperança àqueles que acolhem o amor de Deus no coração.
O valor da espiritualidade
De fato, o que vivenciamos em nossas comunidades é que a fé tem o poder de transformar. Quando alguém descobre que é amado por Deus, mesmo em meio às quedas, começa a se ver com outros olhos. É nesse reencontro espiritual que muitos acolhidos retomam sua dignidade, reconstruindo a própria história com confiança e coragem. A espiritualidade, como vivemos na Copiosa Redenção, é parte essencial da recuperação — um caminho de recuperação integral que inclui escuta, oração, partilha e esperança.
Dessa forma, isso mostra que a graça divina age de forma real na vida dos que buscam redenção, dando-lhes força quando se sentem fracos. Esse processo exige perseverança diária. Se houver recaídas, é importante não desanimar. Como aconselhamos, é preciso usar “palavras positivas, pois o dependente precisa acreditar na sua recuperação e buscar viver um dia de cada vez”
Por fim, a história inspiradora do Padre Wilton Moraes Lopes, renova nossa confiança. Certa vez, ao ministrar um retiro, ele viu uma jovem aproximar-se de Jesus no Santíssimo Sacramento e depositar um pacote de drogas no altar. Naquele momento, ele sentiu “o Senhor falar em seus ouvidos” e entendeu que Deus o chamava para uma missão de libertação.
Além disso, que esta experiência nos lembre: nas mãos de Deus, até os gestos mais simples podem dar início a grandes obras de salvação. Aos corações aflitos pelas drogas ou pelo álcool, deixamos nossa mensagem de esperança: Deus não se cansa de querer recuperar e transformar vidas. Com oração, apoio mútuo e confiança na Providência, todos podemos buscar um novo começo.
Encontre um caminho de recomeço
Se você ou alguém que ama está enfrentando o desafio da dependência química, saiba que não está sozinho. Em nossas casas de recuperação, acolhemos com fé, escuta e esperança. Conheça nossa missão e veja como podemos caminhar juntos: 👉 copiosaredencao.org.br/recuperacao