Padre Wilton: Um ano de saudade e legado na Copiosa Redenção

Missa em memória do sacerdote será celebrada na próxima terça-feira, dia 04

Era madrugada de segunda-feira – dia da semana em que a Igreja faz memória e intercede pelas almas do purgatório, pelas quais Padre Wilton tinha uma devoção especial – que sobreveio a notícia do falecimento do fundador da Copiosa Redenção.

Após dias de intensa agonia no Hospital, Padre Wilton Moraes Lopes, CSsR, faleceu no dia 04 de março de 2024, de sepse pulmonar, aos 67 anos. Na próxima terça-feira, dia 04, uma Missa será celebrada em sua memória, na Chácara que leva o seu nome e aonde ele está sepultado, no Distrito de Uvaia, em Ponta Grossa (PR) às 19h30. A missa será presidida pelo superior dos Irmãos da Copiosa Redenção, Padre Valdecir Zanata e contará com a presença de outros sacerdotes da Congregação.

A saudade

Saudade e presença espiritual foram dois sentimentos que marcaram o último ano de familiares, amigos e filhos espirituais do Padre Wilton. Para a superiora da Casa Geral, que acompanhou de perto os últimos anos de vida do sacerdote, Irmã Delci Aparecida de Miranda, as lembranças dele chamando as religiosas pelos corredores da Casa Geral, a sua confiança em Deus e às vezes que à chamava para rezar com ele e por ele, ainda estão bem vivas e trazem conforto para a saudade. “Sou muito grata a Deus por permitir que pudesse estar com ele durante os quatro últimos anos de vida”.

Apesar da grande saudade, a fundação e os ensinamentos do Pe. Wilton, o tornam presente no cotidiano de quem teve a oportunidade de conhecê-lo. “Eu tenho foto no escritório, a gente tem foto dele na sala e parece que todas às vezes que eu olho para as fotografias ele está olhando e está dizendo ‘eu estou aqui’. Sinto realmente que ele está perto, que ele está intercedendo, sinto realmente que ele está acompanhando todos os passos da Copiosa Redenção”, compartilha Padre Luís César, que foi o primeiro superior geral dos irmãos (2018-2024) e conviveu muito com o Padre Wilton.

Para os mais próximos, Padre Wilton deixa um legado de amor pela Igreja, pela Congregação Redentorista e pela Copiosa Redenção. Além da sua vida de oração, intimidade com Deus e até mesmo sofrimento. “Uma das marcas que eu sempre percebi na vida do Padre Wilton foi a marca do sofrimento. Certa vez ele me disse que se tinha alguma coisa que pudesse deixá-lo mais semelhante a Cristo era a sua vida de sofrimento”, recorda Irmã Elenir da Silva Ferreira que cuidou do Padre Wilton durante os anos em que a sua enfermidade agravou.

Legado

Para homenagear o legado e a memória do Padre Wilton, na quinta-feira, 06 de março, será lançado um livro sobre ele, com o título Força e Coragem – biografia do Padre Wilton Moraes Lopes, o redentorista que fundou a Copiosa Redenção, escrito pela jornalista Lydiana Rossetti. O lançamento também será em Ponta Grossa, no Clube Ponta da Lagoa, às 20h.

Serviço:

Missa em memória de um ano de falecimento do Padre Wilton Lopes

  • 04 de março
  • 19h30
  • Chácara de Uvaia (PR)
  • Aberta ao público em geral

Lançamento do livro: Força e Coragem – biografia do Padre Wilton Moraes Lopeso, o redentorista que fundou a Copiosa Redenção

  • 06 de março
  • Clube da Lagoa – Ponta Grossa
  • Ingressos: R$ 60 por pessoa – Adquira o seu ingresso AQUI

Conheça a herança espiritual de Padre Wilton

Padre Wilton Moraes Lopes foi um homem de Deus que deixou um legado de fé, amor e transformação, sua herança espiritual é um presente para a Igreja e para o mundo.

Mas você sabe o que é herança espiritual? Convidamos a entender este conceito e a conhecer um pouco mais da vida e obra deste homem de santidade e redenção.

Quem foi o Padre Wilton

Padre Wilton Moraes Lopes foi um homem de Deus que deixou um legado de fé, amor e transformação, sua herança espiritual é um presente para a Igreja e para o mundo.

Mas você sabe o que é herança espiritual? Convidamos a entender este conceito e a conhecer um pouco mais da vida e obra deste homem de santidade e redenção.

Quem foi o Padre Wilton

Padre Wilton Moraes Lopes, nascido em Batovi (atual Município de Tesouro), Mato Grosso, em 27 de abril de 1956, dedicou sua vida à fé, à evangelização, ao amor ao próximo e à transformação de vidas.

É fundador da das Irmãs e Irmãos da Copiosa Redenção.  Além disso, inspirou milhares de pessoas com sua pregação, homilias e compromisso com os mais necessitados, principalmente com a recuperação de dependentes químicos.

Sua vocação sacerdotal se manifestou desde cedo, precisamente aos oito anos de idade, ele saiu da casa dos pais para estudar no Colégio dos Salesianos, em Guiratinga (MT). E foi no ambiente escolar católico onde o pequeno Wilton sentiu os primeiros sinais de sua vocação ao sacerdócio.

Logo, aos 14 anos, ingressou no Seminário Menor dos Redentoristas em Goiânia, e em 1983 foi ordenado sacerdote.

Aproveite para ler: Padre Wilton: um redentorista que fundou a Copiosa Redenção

Herança espiritual: o que é isso

Antes de prosseguirmos com o testemunho e os feitos do Padre Wilton, vamos entender o conceito de herança espiritual. Apenas assim compreenderemos melhor o valor daquilo que podemos chamar de “tesouro”. Afinal a herança espiritual é de fato um tesouro precioso para os católicos.

A herança espiritual é um conceito amplo e rico que se refere à transmissão de valores, crenças, práticas e tradições religiosas que são transmitidos de geração em geração.

E no contexto católico, a herança espiritual é especialmente significativa, pois representa a soma de ensinamentos, exemplos e experiências acumulados ao longo do tempo.

Logo, para a Igreja Católica a herança espiritual se manifesta de diversas formas:

·         Nos ensinamentos da Sagrada Escritura e da Tradição da Igreja;

·         Na liturgia e através da celebração da Eucaristia e dos demais sacramentos;

·         Na vida dos santos e santas, pois seus exemplos de fé e santidade inspiram os católicos a viverem de acordo com o Evangelho;

·         E no ensinamento dos padres, bispos e papas, que com suas palavras cumprem sua missão de transmitir a fé e de guiar os fiéis no caminho da salvação. 

A importância da herança espiritual

A herança espiritual é importante para os católicos por diversos motivos:

Primeiramente, para fortalecer a fé. Afinal, ao conhecer a história da Igreja e os ensinamentos dos santos, os católicos aprofundam sua compreensão da fé e se tornam mais firmes em suas convicções.

Também para ser um guia, pois a herança espiritual oferece princípios e valores que orientam os católicos em suas decisões e ações. A herança espiritual também promove a comunhão, porque ao compartilhar a mesma fé e tradição, os católicos se unem em uma comunidade de irmãos e irmãs.

Além disso, a herança espiritual também inspira a santidade. E isso porque nos apresenta o exemplo de força, determinação e fé inabalável de tantas mulheres e homens, como o padre Wilton, que se dedicaram a Deus e ao próximo de modo incansável.

Portanto, a herança espiritual é um tesouro precioso que deve ser valorizado e preservado. Logo, é importante não apenas conhecer essa herança, mas também transmiti-la às novas gerações e aplicá-la na própria vida cotidiana.

A missão do Padre Wilton como homem de Deus

Agora que já compreendemos o que é herança espiritual e a sua preciosidade, voltamos à trajetória do Padre Wilton.

Logo que foi ordenado sacerdote, Padre Wilton recebeu a missão de formador no seminário dos Redentoristas. Contudo, anos depois foi incardinado na Diocese de Ponta Grossa, no Paraná, como pároco na Igreja São José.

Mas em 1987, ele foi inspirado por um forte chamado de Deus, e depois de um tempo de discernimento e do agir da Providência Divina, fundou a Copiosa Redenção. Nela, atuam Padres e Irmãs que se dedicam integralmente à evangelização e também ao resgate à vida, atuando na recuperação de dependentes químicos. Logo, proporcionam dignidade àqueles que já a perderam, acolhendo e amando. 

A comunidade rapidamente se expandiu pelo Brasil, alcançando milhares de pessoas que, como filhos pródigos que buscam sair do mundo das drogas, são alcançadas com uma mensagem de fé, esperança e amor. E atualmente a Congregação se faz presente também na Itália.

Padre Wilton ficou conhecido por sua pregação eloquente, que tocava os corações das pessoas e as convidava a uma conversão profunda. Ele também foi um grande defensor dos pobres e da caridade ao próximo. 

A herança espiritual do Padre Wilton: seus livros

Além de todos os frutos que a Copiosa Redenção produziu pelos esforços do seu fundador, destacamos também os seus livros como herança espiritual.

E estas são as suas publicações:

Misericórdia um jeito de ser

Obra de profunda espiritualidade, não é um livro de leitura rápida, mas um livro de cabeceira que deve ser “degustado” pouco a pouco. Portanto, possui um forte apelo à conversão com os questionamentos acerca do “jeito de ser misericordioso do cristão”.

Pensamentos, um caminho espiritual

Este livro é uma verdadeira herança espiritual! E nele o leitor é convidado não só a fazer uma descoberta intelectual do Amor Salvífico de Deus, mas a experimentar pessoalmente esta Salvação através de Jesus Cristo, nosso Redentor.

Alargai os vossos corações

Um livro que reúne escritos, orações e pregações transcritas de Padre Wilton durante seus 40 anos de sacerdócio. Logo, nesta obra você vai encontrar a história inicial da Fundação da Copiosa Redenção e desse Carisma na Igreja. Contudo, o livro não possui uma leitura sistemática, os textos podem ser lidos de acordo com a motivação do coração, pois cada texto oferece uma reflexão e profundidade que poderão ajudar em diversos momentos da vida cristã.

Um homem da Redenção

Em 4 de março de 2024, Padre Wilton faleceu, aos 67 anos. E ele nos deixou uma herança espiritual de fé, amor, transformação e redenção a tantos que conseguiram viver uma vida nova com a ajuda da Copiosa Redenção.

Sua morte foi sentida por centenas de pessoas por todo o país, que o admiravam e o amavam.

Enfim, Padre Wilton foi um homem de fé profunda, que dedicou sua vida a servir a Deus e ao próximo. Sua obra continua inspirando e transformando vidas, e seu legado espiritual de fé, amor a Cristo Crucificado, caridade e redenção jamais será esquecido.

Conheça tudo sobre o Padre Wilton nesta página especialmente criada para reunir a sua herança espiritual. Acesse AQUI.

CONTEMPLANDO ABRAÃO MODELO DE FÉ

Por Padre Wilton Moraes Lopes

Neste olhar inicial queremos conhecer quem foi Abraão. Na Sagrada Escritura, sabemos que o nome revelava a escolha de Deus e a própria missão recebida Dele. Abraão, cujo nome significa “pai de uma multidão”, é provavelmente um dos patriarcas de toda história.

Pela Sagrada Escritura podemos saber, que Abraão era filho de Nacor e de Ara. Foi tio de Lot, sua esposa se chamava Sara e Abraão morava em Ur, na Caldeia. Abraão viveu plenamente a característica de todos os pastores de sua época, procurando sempre novos pastos para o seu rebanho. Por ordem do próprio Deus, no espírito de obediência, Abraão buscou cumprir a vontade de Deus. Tornou-se um homem rico e
potente que morreu com 175 anos.

Assim como cada um de nós possui uma história com a nossa vocação, com o chamado de Deus, Abraão também teve a presença marcante do Senhor em sua vida. Mas no que consiste a resposta vocacional
de Abraão? O ser de Abraão foi todo formado e interpelado por Deus, marcando-o como uma pessoa de fé, que se coloca totalmente à disposição, capaz do despojamento de si mesmo, obediente e com um
coração pobre.

No livro do Gênesis 12,1, nós encontramos o texto que nos diz: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar”. Diante dessa Palavra, podemos perceber que toda a vida de Abraão é um êxodo constante, um permanente deixar. Inclusive o grande sacrifício de deixar seu filho Isaac, a pedido do Senhor. Ele era capaz de entregar tudo por Deus, ainda que aquilo custasse o bem mais precioso que ele possuía. Ele não permaneceu apegado ou amarrado a uma situação existencial, mas colocou-se em movimento para realizar a vontade de Deus.

A vocação de Abraão o leva a ser uma pessoa profundamente tocada pelo Senhor, a ser alguém que recebe vida dessa experiência e também de alguém que é fortificado. Ele sente que sua vocação o conduz a andar na presença de Deus. Sua vida torna-se um dom e a resposta generosa à vocação que Deus lhe propõe o leva a ser um homem abençoado por Ele.

PARA REZAR

Senhor, cria em nós um coração como de Abraão, capaz de ser dócil e de responder com generosidade ao Teu chamado. Senhor, aumenta a nossa obediência e a nossa capacidade de deixar tudo para viver e realizar a Tua aliança que se manifesta em nossas vidas.

PARA PENSAR

Como podemos hoje, responder a Deus, imitando Abraão, criando espaços de aliança em toda dimensão de nossa vocação e de todo nosso ser?

PARA MEMORIZAR

“Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança eterna, de geração em geração, para que eu seja o teu Deus e o Deus da tua posteridade”. (Gn 17,7)

Padre Wilton: um redentorista que fundou a Copiosa Redenção

Nascido em Batovi (atual Município de Tesouro), no Mato Grosso, no dia 27 de abril de 1956, Padre Wilton Moraes Lopes foi um sacerdote redentorista, que dedicou sua vida à evangelização e à promoção da fé. Desde cedo, sentiu o chamado de Deus para o sacerdócio, ingressando na Congregação do Santíssimo Redentor e emitindo os primeiros votos em 1977.

Após sua ordenação sacerdotal em 1983, Padre Wilton se dedicou a diversos ministérios, como pároco, missionário e formador de novos redentoristas.

A vivência do Padre Wilton na Congregação do Santíssimo Redentor 

Sua vocação redentorista foi profundamente marcada pelo carisma da congregação, que se caracteriza por três pilares:

  • A evangelização: Os redentoristas são missionários que anunciam a Boa Nova de Jesus Cristo a todos os povos, especialmente aos mais pobres e marginalizados. Mas, ao mesmo tempo que evangelizam, se permitem evangelizar por eles.
  • A devoção à Santíssima Virgem Maria: Os redentoristas têm um amor filial à Mãe de Deus, reconhecendo-a como Mãe da Redenção e intercessora junto ao seu Filho Jesus Cristo.
  • A vida comunitária: Os redentoristas vivem em comunidade, buscando juntos a santidade e o serviço ao Reino de Deus.

Além disso, Santo Afonso Maria de Ligório, expressou que todo redentorista deveria ser memória viva do Redentor. O que significa que deveria continuar, nos dias atuais, a realizar e tornar presente o mesmo agir do Santíssimo Redentor.

Esse desejo de Santo Afonso é expresso no lema escrito no selo da Congregação Redentorista: “Copiosa Apud Eum Redemptio” (Junto dele a Copiosa Redenção). Assim como Santo Afonso, Padre Wilton sabia que a redenção é a expressão do amor de Deus por nós e, por isso, para expressar a redenção no mundo, cada membro da Copiosa Redenção deve primeiramente ser experimentada de forma pessoal. Para Santo Afonso, essa via é a oração, para Padre Wilton também, mas especificamente na Adoração ao Santíssimo Sacramento.

De Redentorista a fundador de uma Congregação na vida da Igreja

Esses pilares do Carisma redentorista influenciaram diretamente o Carisma da Copiosa Redenção, comunidade fundada pelo Padre Wilton em 1989. Contudo, a Copiosa Redenção nasceu do desejo de Padre Wilton de realizar a vontade de Deus. Deixemos que ele mesmo nos relate com suas próprias palavras:

“O Carisma da Copiosa Redenção foi colocado por Deus em determinado momento da história, como luz que iluminou um aspecto da realidade humana, vivida na dor e no sofrimento por milhares de pessoas. Que realidade é essa? A triste situação de milhares de pessoas, dependentes das drogas, em processo de profunda destruição”.

Ele continua: “Naquele exato momento ouvi a voz do Senhor me chamando com clareza: ‘o trabalho que eu quero de você é este: a recuperação dos jovens dependentes, Eu os amo e é preciso que alguém anuncie e leve minha Redenção na vida deles’. Fiquei assustado, pois nunca me senti com talentos para trabalhar com jovens”.

A Adoração como centro do Carisma Copiosa Redenção

A Copiosa Redenção também se caracteriza pelo amor ao Santíssimo Sacramento. Contudo, a Adoração não é apenas uma devoção no Carisma Copiosa Redenção, mas é o centro da vida religiosa de seus membros. 

Logo, ao redigir o Carisma da Comunidade, Padre Wilton determinou: “Se um dia deixarem a adoração de lado, a Congregação deixará de existir, perderá a força do Carisma”.

Além disso, escreveu: “Não deixo equívocos sobre este ponto. Às vezes querem interpretar o que o fundador quis dizer – não há interpretações aqui. É bem claro, adorar é trazer diante de Cristo, presente no Santíssimo, a juventude dependente de drogas e trabalhar pela recuperação da mesma. Adorar e trabalhar, orar e agir, duas metas que se encontram no coração do Senhor, fonte de toda Redenção”.

Padre Wilton ainda explicou: “A Adoração deve nos fazer sempre lembrar de que a Obra da Copiosa Redenção nasceu diante do Santíssimo Sacramento. Adorando, estamos testemunhando isso ao mundo e, em segundo lugar, adorando, estamos agradecendo a Jesus pela Copiosa Redenção que é um Presente brotado do Coração d’Ele.”

Alguns dos principais feitos de Padre Wilton

  • Fundou o Instituto Secular, em 1987;
  • Iniciou as atividades de recuperação dos dependentes químicos em 1988;
  • Fundou a Congregação das Irmãs da Copiosa Redenção Filhas de Maria Mãe da Divina Graça, em 1989;
  • Em 1997 fundou os Irmãos da Copiosa Redenção;
  • Escreveu diversos livros sobre fé e espiritualidade;
  • Pregou retiros por todo o Brasil e fez inúmeros atendimentos ao povo de Deus;
  • Foi considerado um grande pregador falando muito do amor pela cruz;
  • Tinha grande devoção, respeito e amor pelas almas do purgatório, por isso toda segunda-feira às 06h ele celebrava a Santa Missa em intercessão pelas almas.

A frágil saúde de Padre Wilton

O sacerdote lutava a anos com alguns problemas de saúde. Aliás, desde muito jovem lutava contra a diabetes tipo 1. Contudo, a doença agravou o seu quadro clínico em 2015, quando precisou ser internado às pressas pelo risco de uma parada dos rins.

Em 2017, sofreu o primeiro Acidente Vascular Cerebral (AVC), que comprometeu a sua fala. E naquele mesmo ano, ele sofreu ainda mais dois AVCs. Em 2018, devido a uma queda, precisou operar às pressas e colocar uma prótese no fêmur. E desde então precisou se locomover usando cadeira de rodas, pois não se sentia seguro para andar.

Logo, o ano seguinte (2019) não foi nada fácil para Padre Wilton. Ele teve duas embolias pulmonares e exames demonstraram que ele teve inúmeros micros AVCs. E com o início da Pandemia da Covid-19, Padre Wilton passou a viver recluso na Casa Geral, com pouquíssimas visitas e poucas saídas. Nesse tempo, seu quadro de saúde ficou estabilizado.

Porém, em janeiro de 2023 ele profetizou a algumas Irmãs que um tempo de profunda purificação na Congregação começaria. Mas essa purificação seria sofrida na sua própria carne. Em seguida, sua saúde começou a ficar cada vez mais debilitada. E de fato 2023 foi um ano de muitos dias de internamento.

A páscoa definitiva do Padre Wilton

Em janeiro de 2024, Padre Wilton passou dias hospitalizado na UTI até que no dia 29 de fevereiro os médicos sinalizaram que não havia mais recursos, pois os antibióticos já não faziam mais efeito devido a infecção pulmonar.

Contudo, os seus últimos dias foram de muitas visitas de amigos e membros da família Copiosa Redenção. E apesar de sua profunda agonia, santas missas foram celebradas no seu quarto para que ele recebesse Jesus Eucarísticos todos os dias. Além disso, um dia antes do seu falecimento, houve até mesmo um momento de Adoração a Jesus Eucarístico no seu quarto.

E foi com o coração entristecido, mas reconfortado pela certeza da vida eterna na glória de Deus, que a família Copiosa Redenção recebeu a notícia da páscoa definitiva do Padre Wilton. O sacerdote faleceu em 4 de março de 2024, aos 67 anos, deixando um legado de fé, amor e serviço ao próximo.

Entretanto, sua obra continua viva na Copiosa Redenção e continuará dando muitos frutos na vida da Igreja. A Congregação hoje conta com centenas de membros em todo o Brasil e na Itália.

Assim, a história de Padre Wilton e da Copiosa Redenção são um exemplo de como o carisma da adoração a Jesus Eucarístico e do serviço ao próximo podem ser vividos de forma fecunda e missionária na Igreja. Sua vida e obra inspiram milhares de pessoas a amar a cruz. Além disso, destacam a importância do silêncio interior e da perseverança. Ele dizia: “Não me ajoelho diante da santidade de ninguém, mas daqueles que perseverarem até o fim”.

Você tem um testemunho sobre o Padre Wilton para contar? Então deixe seu depoimento AQUI!

“Coragem e perseverança” pede Dom Bruno para a Copiosa Redenção

Na última segunda-feira, 03 de março, o bispo de Ponta Grossa (PR), Dom Bruno Elizeu Versari, visitou pela primeira vez a Chácara Padre Wilton, no distrito de Uvaia. Na ocasião ele presidiu a Missa para as irmãs que estavam vivenciando o retiro anual de silêncio. Estavam presente também os irmãos da Copiosa Redenção que residem na Chácara e Dom Adalberto Donadelli Junior, bispo da Diocese de Rio do Sul (SC), que estava pregando o retiro para as irmãs.

Na homilia, ao meditar sobre o Evangelho de Marcos 5,1-20, Dom Bruno destacou que a evangelização é um desafio, mas o encontro com Jesus é que faz a diferença na consagração de vida e na missão. Ele recordou que a Diocese de Ponta Grossa também se prepara para celebrar os 100 anos de fundação e recordou a Copiosa Redenção que também são chamados a, junto com a diocese, ir ao encontro, visitar as casas das pessoas, levando a Mãe da Divina Graça como sinal de bênção para as famílias.

A Diocese de Ponta Grossa é onde está localizada as casas gerais da Copiosa Redenção. Ao falar diretamente para os membros da Congregação, Dom Bruno enfatizou com palavras de pastor. “Coragem, perseverança e sigam em frente. Tenham discernimento. Lembrem-se da experiência comunidade é muito importante, cria oportunidade para dialogar, rezar junto.

Ao final da missa, a comunidade cantou a música O Bom Pastor para agradecer a visita de Dom Bruno a Copiosa. Madre Tânia também reforçou o compromisso da Congregação de obediência ao Bispo, um legado deixado pelo fundador da instituição, Padre Wilton Lopes. Após a celebração eucarística, Dom Bruno jantou e conviveu com os irmãos e irmãs da Copiosa Redenção na Chácara de Uvaia.

De berço evangélico, jovem professa seus primeiros votos como religioso da Copiosa Redenção

O ponta grossensse Heron Alves de Campos, 25 anos, professou seus primeiros votos simples como religioso dos Irmãos da Copiosa Redenção no dia 02 de fevereiro. A celebração aconteceu na Chácara Padre Wilton, em Ponta Grossa. Para viver esse grande dia, a Comunidade organizou um Tríduo entre os dias 30 de janeiro a 01 de fevereiro. Confira a entrevista com o Irmão Heron – que atualmente está em missão na Paróquia São João Batista, em Presidente Médicici (R) – e conheça a sua história vocacional:

Como conheceu a Copiosa Redenção?

Conheci a Copiosa através de um amigo, que era seminarista comigo nos Padres Cavanis, ele conhecia o Cerco de Jericó na Paróquia Santa Rita e me apresentou os Irmãos. Fiz alguns dias de experiência vocacional com os Irmãos, mesmo já sendo seminarista de outra congregação, mas me decidi a entrar na Copiosa depois de ir no velório da Irmã Maria Motta. Quando vi as irmãs entrando na igreja Bom Jesus carregando aquele caixão com a irmã Maria, vivi uma experiência forte, nunca tinha visto um velório daquele jeito. Não era triste, parecia que a irmã estava realmente,  naquele momento entrando no céu, nesse dia também foi a primeira vez que vi o Padre Wilton, depois disso voltei pra casa dos meus pais (eu estava de férias na casa deles) muito animado e pensando que queria também morrer daquele jeito,  realmente não morrer, mas entrar na vida.

Como foi o seu chamado vocacional?

Venho de uma família evangélica, desde meus avós, tios, pais, irmãos, todos… mas eu estudava numa escola pública que era administrada pelas Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Ponta Grossa. Quando eu tinha 11 anos, fizemos um bingo para arrecadar dinheiro para a missão das irmãs em Moçambique, um ano depois veio uma irmã de lá prestar contas e deu seu testemunho vocacional na escola, mostrou algumas fotos e deu uma medalha milagrosa pra cada um.

Eu achei muito bonito o testemunho da irmã, porque elas trabalhavam também com crianças lá na África e eu fazia parte do ministério de orfanato na minha igreja. Visitávamos as crianças regularmente, porém o jeito das irmãs cuidarem parecia diferente do nosso, era gratuito,  não queriam nada em troca, era por amor e não só pra “converter” as crianças, conheci um amor que eu não conhecia antes.

A partir disso comecei a prestar mais atenção no trabalho das irmãs, a escola onde eu estudava era ao lado da Catedral de Ponta Grossa, e na praça em frente sempre tinha vários mendigos, em particular tinha uma senhora que vivia com a perna enfaixada e sangrando e ela sempre falava comigo quando eu passava na praça.

Certo dia vi ela dentro da escola, em uma salinha separada, e tinha uma irmã limpando a perna dela e outra irmã trazendo um bolo da cantina para ela, achei muito bonito aquilo, porque ninguém sabia e as irmãs, mesmo sendo já senhoras de idade, estavam cuidando daquela moradora de rua.

Depois ainda li um livro de uma entrevista com a Madre Teresa de Calcutá, “Teresa dos pobres”, de Enzo Alegri. Quando li aquela entrevista me apaixonei pela história da Madre Teresa e quis ser como ela. Tudo isso e eu ainda era evangélico, aí entendi que para ser como a Madre, eu precisaria ser católico, mas não sabia o que seria: padre, frei, irmão, não sabia a diferença. Nisso eu já tinha 14 anos, e só tinha ido numa Igreja Católica aos 5 anos para um casamento.

Como foi deixar família, amigos, namorada?

Foi um pouco difícil deixar minha família, eu era bastante medroso, nunca tinha nem posado na casa dos outros. Fui para um seminário a 400km da cidade dos meus pais, no meu primeiro dia de seminário pedi para ir embora porque estava com medo. Mas o padre não me deixou ir, disse para eu esperar ao menos uma semana, depois disso fiquei com vergonha de pedir para ir embora de novo e continuei.

Minha mãe foi bem resistente,  pois ela é de outra igreja, então discutíamos bastante sobre doutrina, mas isso era bom pois me levava a estudar a fé católica. Meu pai tinha medo que algo acontecesse comigo por estar longe, principalmente por causa dos escândalos de abusos, eu tinha só 14 anos e iria morar com pessoas que meus pais não conheciam,  mas em determinado momento eles aceitaram que eu entrasse no seminário dos padres Cavanis, aos 15 anos, e lá nos Cavanis conheci a Copiosa Redenção.

O que significa para o senhor fazer os primeiros votos?

Para mim é muito forte poder fazer os votos, quando eu estudava na escola das irmãs, me lembro que uma irmã disse em uma aula: “Deus não nos quer perto dele, Ele nos quer junto!”. Através dos votos estou dizendo para Deus e para o mundo que “quero estar junto dEle”.

Após 10 anos que entrei no seminário, que deixei a casa dos meus pais,  posso celebrar esse desejo de Deus para mim de me ter junto dele. Ele foi me buscar lá na outra igreja, eram tantos católicos na minha escola, na minha outra igreja tinha tantos outros meninos, mas ele escolheu a mim, na minha pobreza, nos meus medos,  assim como aquela Samaritana que pertencia a um outro povo e foi alcançada por Jesus. Eu também “não adorava em Jerusalém”, pertencia a um outro povo e fui alcançado por Jesus que saciou a minha sede. Fazer os votos significa dizer que quero continuar a saciar a sede de Jesus pela Humanidade e sei que estando “junto” dele pelos votos também terei a minha sede saciada.

Qual seu maior desejo como religioso?

Aprender a amar Jesus de verdade! Padre Wilton disse que na Copiosa não somos religiosos para fazer coisas, então o que eu fizer, na missão que me colocarem, está bom. Mas quero nessas missões aprender a amar Jesus,  igual a Madre Teresa, igual aquelas irmãs da escola, igual Santo Afonso no livro Prática de Amor a Jesus Cristo.

O que diria para um jovem que se sente chamado a vida religiosa?

Quando eu aprendi a boiar na água foi o Irmão Vinícius quem me ensinou. E eu só aprendi, só tive coragem de me lançar na água do mar, porque eu confiava que o irmão iria me segurar se eu afundasse.

A mesma coisa com Deus, a gente precisa confiar nEle e se lançar, tem uma música que diz: “em quem vou confiar? No dono da rede ou no dono do mar?”. Confia em Deus e se lança… vai descobrir a vontade dele se entregando e não planejando a vida conforme os teus próprios pensamentos.

Tem que se entregar… primeiro a gente precisa confiar!

Qual a missão/comunidade marcou mais esse tempo de formação inicial e por quê?

A comunidade que mais me marcou foi a do noviciado canônico,  foi a primeira vez que vivi em uma comunidade pequena, éramos 4 noviços e um mestre na casa (em Ponta Grossa morávamos em 20, além dos acolhidos). Lá pude ser muito livre, pude me encontrar comigo mesmo, além de poder rever toda a minha história e ver Deus nela, foi o ano mais alegre da minha vida. Não usávamos celular, não falávamos a língua das pessoas direito (foi na Itália esse período), perdi todas as minhas seguranças naquele ano e foi o ano em que mais me entreguei e cresci, o ano em que mais permiti que Deus agisse em mim.

Copiosa Redenção acolhe novos leigos consagrados

No último final de semana, 13 e 14 de outubro, a Copiosa Redenção recebeu as primeiras promessas de 12 novos leigos consagrados. A profissão das promessas se deu durante o Retiro Anual dos Leigos Consagrados da Congregação, na Chácara de Uvaia, em Ponta Grossa (PR).

Juntamente com os neo-consagrados, outros 69 irmãos fizeram a renovação das promessas e de seus compromissos para com Deus e a Congregação.

Ser um leigo consagrado na Copiosa Redenção é colaborar com a recuperação dos dependentes do álcool e das drogas através do compromisso com a Adoração ao Santíssimo Sacramento semanalmente, Santa Missa, e vivência dos sacramentos. 

Neo-consagrados

Dentre os novos consagrados existem homens e mulheres, solteiros e casados. São eles:

  • Márcio Gabriel Holm Monteiro
  • André Lima Nardi Gomes
  • Maria Madalena Walter
  • Vera Aparecida de Oliveira
  • Flávia Cristina Morais
  • Herivelton Kleber da Silva
  • Rúbia Aparecida da Silva Almeida
  • Michel Marques de Almeida
  • Ronilda Aparecida de Souza Santos
  • Luiz Alberto Gomes dos Santos
  • Alexsandro Skavronski
  • Dayane Letícia da Costa

Como ser um leigo na Copiosa Redenção

Para aqueles que desejam trilhar um caminho vocacional para ser leigo consagrado na Copiosa Redenção, o acompanhamento pode ser feito online ou presencial, inicialmente o candidato é convidado para um primeiro colóquio. Em seguida, se estiver de acordo, será inserido no grupo dos leigos para iniciar o processo de formação de cinco etapas, por no mínimo 2 anos, para depois ser avaliado e admitido para a consagração.

Saiba mais neste artigo: Como ser um leigo consagrado na Copiosa Redenção?

A missão do leigo na igreja

Chamados a ser Sal da Terra e Luz do Mundo, essa é a missão indispensável do leigo na vida da Igreja!

E o mês de agosto para a igreja é dedicado às vocações. Sendo que, anualmente, no quarto domingo do mês, dentro do Tempo Comum, em um dia especial para a Igreja, comemora-se a vocação dos leigos.

Contudo, mais do que uma mera comemoração, este domingo serve como um poderoso chamado à ação. Mais que isso, é um convite para que cada fiel batizado reflita sobre sua missão fundamental na construção do Reino de Deus.

Quem são os Leigos na Igreja Católica?

Engana-se quem pensa que a Igreja se resume apenas a sacerdotes, freiras e monges. Na verdade, a maioria dos membros da comunidade cristã é composta por leigos, homens e mulheres que, batizados em Cristo, são chamados a viver sua fé no mundo secular.

Ou seja, os leigos são a grande maioria dos fiéis da Igreja Católica e, embora não sejam clérigos, eles têm uma missão fundamental na Igreja e no mundo. E como já citamos, o leigo é chamado a ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14), levando a mensagem de Cristo a todos os ambientes da sociedade.

Batizados em Cristo, compartilhando da Sua missão

O batismo não é apenas um rito de passagem, mas sim um evento transformador que configura o cristão em Cristo Sacerdote, Profeta e Rei. E isso significa que, mesmo não sendo ordenados sacerdotes, os leigos participam da tripla missão de Cristo sendo chamados a:

Ser sacerdotes: oferecer a Deus seus próprios sacrifícios espirituais, através da oração, adoração, participação ativa na liturgia e testemunho de vida cristã.

Ser profetas: anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo ao mundo, seja através da palavra, seja pelo exemplo. E isso se concretiza na catequese, evangelização, defesa da fé e promoção da justiça social.

Ser reis: servir a Cristo como reis, construindo o Reino de Deus na terra. Logo, isso se manifesta no exercício da caridade, na luta pela justiça e na promoção da paz.

Leigo: uma missão ampla e diversa

Na família: construir lares acolhedores e amorosos, onde os valores do Evangelho sejam vividos e transmitidos às novas gerações. A Igreja convida o leigo a tornar o seu lar uma Igreja Doméstica, onde os membros da família se reúnem para aprofundar a fé em Jesus Cristo através da oração, da leitura da Bíblia, na prática do amor, do perdão, da caridade e dando testemunho de fé.

Trabalho: o trabalho, além de ser um meio de prover o sustento, é também uma oportunidade de servir ao próximo e construir o Reino de Deus. Logo, o leigo na Igreja Católica tem a missão de dar bom testemunho em seu ambiente de trabalho, iluminando-o com a luz de Cristo. Portanto, é dever do leigo ser honesto, justo e ético em sua profissão, buscando sempre o bem comum.

Comunidade: o leigo é chamado a participar ativamente da vida da comunidade, se engajando nas diversas pastorais ou movimentos. Além disso, pode ser voluntário em ações sociais, realizar visitas a orfanatos, aos doentes, aos presidiários, levando o conforto da Palavra e o amor misericordioso de Jesus.

Política: engajar-se na política para construir uma sociedade mais justa e fraterna, inspirada pelos princípios da Doutrina Social da Igreja é também uma missão que o leigo pode abraçar. Dessa forma, é convidado a participar de debates e fóruns políticos, lutando contra a corrupção, a desigualdade social e a pobreza. Além disso, defendendo os direitos humanos e o meio ambiente – obra da Criação Divina.

Cultura: levar a mensagem do Evangelho ao mundo da cultura, através da arte, da música, da literatura e da comunicação. Além disso, o leigo deve incentivar o promover a produção de obras culturais que refletem os valores do Evangelho, usando a cultura como ferramenta de evangelização e promoção da fé.

Documentos da Igreja que reforçam a Vocação dos Leigos

Ao longo da história, a Igreja Católica tem dedicado grande atenção à vocação e missão dos leigos. Sendo assim, diversos documentos foram publicados ao longo do tempo, reconhecendo sua importância e oferecendo diretrizes para o seu pleno exercício. E entre eles estão:

Concílio Vaticano II: a Constituição Dogmática Lumen Gentium reconhece a dignidade e a missão dos leigos na Igreja (cf. LG 31-38).

Exortação Apostólica Christifideles Laici: o Papa João Paulo II dedica este documento à vocação e missão dos leigos no mundo contemporâneo.

Documento de Aparecida: a Conferência de Aparecida destaca a importância da participação dos leigos na evangelização e na missionariedade. E sobre isso afirma:  “Necessitamos nos fazer discípulos dóceis, para aprender d’Ele, em seu seguimento, a dignidade e a plenitude de vida. E necessitamos, ao mesmo tempo, que o zelo missionário nos consuma para levar ao coração da cultura de nosso tempo aquele sentido unitário e completo da vida humana que nem a ciência, nem a política, nem a economia nem os meios de comunicação poderão proporcionar”.

Um chamado à Santidade no cotidiano

A missão do leigo não se resume a tarefas específicas ou cargos nas pastorais e movimentos. Mas trata-se também de um chamado à santidade no dia a dia, de transformar cada momento e ação em um testemunho do amor de Deus para todos.

É ao viverem sua fé com autenticidade e entusiasmo que os leigos se tornam sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14), transformando realidades e construindo um mundo novo, mais justo, fraterno e permeado pela luz do Evangelho.

Portanto, o quarto domingo do mês vocacional, em agosto, é um convite à celebração e à reflexão. É um dia para que cada leigo se reconheça como parte ativa e essencial da Igreja, com uma missão única e insubstituível.

Que esta reflexão seja um impulso para que todos os batizados assumam com entusiasmo sua vocação e contribuam para a construção do Reino de Deus.

Você sabia que a Copiosa Redenção tem Leigos Consagrados? Descubra AQUI!

Como ser um padre da Copiosa Redenção?

A vocação sacerdotal  é um chamado de Deus. O padre da Copiosa Redenção é, portanto, um vocacionado. Desse modo, é Jesus quem escolhe o rumo dos seus, pois assim como diz em João 15,16: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.” 

Ser um sacerdote requer muito discernimento e preparação. Além disso, o sacerdócio é um peso imponderável da Redenção, onde se há felicidade pessoal e eterna do homem para seus irmãos.

Portanto, um padre da Copiosa Redenção passa por algumas etapas, antes de chegar ao sacramento do sacerdócio, são eles:

Aspirantado

É o ano inicial em que o vocacionado conhece a comunidade e se torna conhecido por ela. Por isso, recebe as formações necessárias sobre como se ter uma boa vida comunitária, de fé e costumes religiosos. Portanto, o jovem permanecesse por 1 ano ou – se julgar necessário – no máximo 2 anos.

Postulantado

Além dos estudos acadêmicos de filosofia, esses jovens passam por formações próprias da Congregação, que são formações humanas, espirituais e aprendem o trabalho com os dependentes químicos, além da adoração ao Santíssimo Sacramento. O vocacionado permanecesse nesta etapa por quatro anos. No último ano de Postulando, o jovem se prepara para receber o hábito religioso, onde dali parte para a Itália e realiza o ano canônico de noviciado.

Noviciado do padre da Copiosa Redenção

Neste período o vocacionado segue para a cidade de Mossomelli, na Itália, onde faz sua experiência vocacional. No segundo ano, volta ao Brasil para a cidade de Presidente Médici, em Rondônia. É nesta cidade que acontece o conhecimento da vida pastoral. No final deste processo, faz os votos de pobreza, castidade e obediência, seguindo a regra de vida da comunidade.

Juniorato

No Juniorato, o religioso recém professado deve viver as promessas simples que são renovadas anualmente e fazer os estudos teológicos para poder chegar ao sacerdócio. Se for a vocação do religioso e a intenção da comunidade, esse pode se tornar sacerdote. Por fim vem a ordenação diaconal e depois sacerdotal.

Qual o significado do hábito religioso?

Ao longo dos milênios, o hábito religioso permeou a história da humanidade, moldando culturas, crenças e valores. E desde os primórdios das civilizações, a busca por significado e conexão com algo maior, tem moldado diversas práticas e tradições que continuarão a influenciar a vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

Mas qual o verdadeiro significado do hábito no contexto da vida religiosa? E o que o torna tão relevante? Neste blog post, embarcaremos em uma jornada para desvendar o mistério do hábito religioso, explorando seus diversos aspectos e seu impacto na vida religiosa.

E, então, você está preparado? Não deixe de ler até o fim!

Aspectos fundamentais do hábito religioso

No cerne da experiência religiosa, encontramos fé e crença, elementos que servem como base para a construção de uma visão de mundo e um modo de vida. Logo, através de ritos e práticas, a fé se manifesta de forma tangível, conectando o indivíduo com o transcendente e com a sua comunidade religiosa.

É justamente o senso de comunidade e pertencimento, um aspecto fundamental do hábito religioso. E no ambiente religioso, compartilhar com outros indivíduos crenças, valores e até mesmo o uso do hábito gera laços de apoio mútuo, conforto e identidade. Dessa forma, através da fé, as pessoas encontram um grupo com o qual se identificam e se sentem acolhidas.

Portanto, na busca por significado e propósito, a religião oferece respostas a questionamentos existenciais sobre a vida, a morte, o universo e nosso lugar nele. Logo, a religião fornece um norte, uma estrutura que ajuda a vida consagrada a navegar pelas complexidades da vida e encontrar sentido em suas experiências.

O hábito religioso na vida religiosa

A veste religiosa transcende a mera vestimenta; representa um sinal visível da profunda jornada espiritual empreendida por homens e mulheres que dedicam suas vidas à fé.

Logo, na vida religiosa, o hábito assume um papel multifacetado, entrelaçando-se com os pilares da vida consagrada: fé, comunidade e transformação. Vamos entender isso melhor!

#Um sinal de consagração e fé

O hábito religioso é, antes de tudo, um símbolo de consagração, uma marca externa que proclama a entrega total de si mesmo a Deus (cf. Código de Direito Canônico 669). Sendo assim, ao vestir o hábito, o religioso ou religiosa se despoja da identidade secular e abraça uma nova vida, pautada pelos valores evangélicos e pela obediência aos votos de pobreza, castidade e obediência.

#Hábito religioso: comunhão e identidade

Mais do que um mero símbolo individual, o hábito religioso também representa a comunhão com a comunidade à qual o religioso pertence. Logo, ele é considerado como um emblema da identidade de um determinado instituto religioso, unindo seus membros sob um mesmo ideal e missão.

#Testemunho de pobreza

O hábito religioso, em sua simplicidade e modéstia, torna-se um testemunho vivo da pobreza evangélica, um lembrete constante do desapego aos bens materiais e da adesão a uma vida austera e despojada. É um chamado à humildade, à compaixão e à solidariedade com os mais necessitados.

#Diversidade e tradição no hábito religioso

A Igreja Católica reconhece a riqueza da diversidade no que se refere ao hábito religioso das diferentes Ordens e Congregações religiosas. E cada hábito possui suas cores, seus simbolismos e sua história, que refletem a espiritualidade e a tradição específica de cada instituto.

Além disso, dentro do mesmo Instituto ou Congregação, as cores do hábito religioso podem mudar a fim de identificar a etapa de formação em que o religioso ou religiosa se encontra.

#Hábito religioso: adaptação e discernimento

Embora o uso do hábito seja obrigatório para religiosos e religiosas dentro da maioria das Ordens e Congregações religiosas, a Igreja também reconhece a importância da adaptação em situações excepcionais.

Neste sentido, a Igreja afirma: “O hábito religioso, como sinal de consagração, seja simples e modesto, simultaneamente pobre e condigno”. Além disso, “consentâneo com as exigências da saúde e acomodado às condições de tempo e lugar e às necessidades do ministério. O hábito, masculino ou feminino, que não estiver em harmonia com estas normas, deve ser mudado” (Decreto Perfectae Caritatis, sobre a conveniente renovação da vida religiosa).

 Logo, o discernimento e o bom senso devem nortear as decisões sobre o uso do hábito em cada contexto.

#Hábito religioso: um selo de identidade

O hábito religioso também se torna um selo de identidade, um símbolo que o distingue no mundo secular e o conecta a uma comunidade de fé. É um lembrete constante da vocação à qual ele foi chamado e da missão que deve cumprir no mundo.

Hábito religioso: mais do que aparência

É fundamental ressaltar que o hábito religioso não possui um valor mágico ou intrínseco. Sua importância reside no testemunho de vida que o acompanha. Ou seja, o verdadeiro significado do hábito reside na coerência entre a vestimenta externa e a vida interior do religioso, marcada pela fé, pelo compromisso com os valores evangélicos e pela entrega à missão da comunidade.

O hábito religioso não apenas simboliza a consagração, mas também funciona como um lembrete constante da jornada de transformação pela qual o religioso ou religiosa passa. E ao vestir o hábito, ele ou ela se compromete a perseguir a santidade, a desenvolver suas virtudes e a buscar uma vida cada vez mais próxima de Deus.

O Concílio de Trento afirma: “Embora o hábito não faça o monge, é necessário que os clérigos sempre usem uma veste adequada à sua própria Ordem”. Ou seja, ainda que o hábito religioso não seja a causa da vida religiosa, ele ajuda o religioso ou religiosa a tornarem-se quem são na vida da Igreja.

Enfim…

As normas sobre o uso do hábito religioso podem variar de acordo com cada instituto religioso.

E o mais importante é que o hábito seja usado com discernimento, respeito e coerência com a vida religiosa.