Ter dor de cabeça constante pode ser mais do que apenas um incômodo. Para você, sacerdote ou religioso(a), que dedica sua vida ao serviço de Deus e ao próximo, esse sintoma pode ser um sinal de que seu corpo e sua mente estão pedindo socorro e clamando por atenção.
A rotina pastoral, repleta de responsabilidades e desafios, pode gerar um estresse crônico que se manifesta de diversas formas. E a dor de cabeça é uma delas!
O que é o estresse e por que ele é tão perigoso?
O estresse é uma resposta natural do nosso organismo a situações que percebemos como ameaçadoras ou desafiadoras. É como se nosso corpo acionasse um alarme, nos preparando para enfrentar uma situação difícil.
Logo, o estresse desencadeia uma série de reações físicas e emocionais que nos preparam para enfrentar o problema.
No entanto, quando o estresse se torna crônico, ou seja, quando estamos expostos a situações estressantes por um longo período, ele pode causar danos à nossa saúde física e mental.
Além da dor de cabeça constante, outros sintomas podem indicar estresse
Fique de olho nesses sintomas:
Distúrbios do sono: Dificuldade para dormir, insônia ou sono não reparador.
Fadiga crônica: Sensação de cansaço constante, mesmo após uma boa noite de sono.
Irritabilidade: Mudanças de humor frequentes, irritabilidade excessiva e impaciência são sinais claros de estresse.
Ansiedade: Sensação de preocupação excessiva e constante, além de dificuldade para se concentrar.
Problemas digestivos: Indigestão, azia, constipação ou diarreia.
Doenças de pele: Erupções cutâneas, eczema e psoríase.
Tensão muscular: Ombros tensos, dores no pescoço e mandíbula.
Doenças cardiovasculares: Hipertensão, doenças do coração.
Como é a dor de cabeça causada pelo estresse?
A dor de cabeça causada pelo estresse, também conhecida como cefaleia tensional, costuma ser uma dor latejante e constante, que se localiza em ambos os lados da cabeça.
E ela pode ser acompanhada de tensão muscular no pescoço, ombros e couro cabeludo.
Como aliviar o estresse e a dor de cabeça constante?
Cuidar de si mesmo é fundamental para aliviar o estresse e a dor de cabeça constante. Por isso, separamos algumas dicas que podem te ajudar:
Relaxe: Reserve um tempo para atividades que você gosta, como ler, ouvir música, meditar, fazer uma caminhada em um parque etc.
Faça atividades físicas regularmente: A prática de exercícios físicos libera endorfina, um hormônio que promove o bem-estar e alivia a tensão. Além disso, o exercício físico melhora a qualidade do sono.
Durma bem: Priorize o sono e estabeleça uma rotina para dormir e acordar.
Alimente-se de forma saudável: Uma dieta equilibrada fornece os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo.
Limite o consumo de cafeína e álcool: Essas substâncias podem aumentar a ansiedade e piorar a dor de cabeça.
Busque apoio: Converse com amigos, familiares ou um profissional de saúde sobre seus sentimentos e dificuldades.
Gerencie seu tempo: Organize suas tarefas e estabeleça prioridades para evitar a sobrecarga.
Aprenda a dizer não: Não se sobrecarregue com responsabilidades.
A importância do autocuidado para o trabalho pastoral
O cuidado de si mesmo é um ato de equilíbrio entre dar e receber. E ao cuidar de sua saúde, você estará renovando suas energias para continuar servindo aos outros com dedicação.
Saiba que uma saúde robusta é o alicerce de um ministério frutífero. Logo, assim como um instrumento musical precisa ser afinado para produzir um som harmonioso, você também precisa cuidar de si mesmo para que seu ministério seja eficaz e inspirador.
Lembre-se: sua saúde é um presente precioso dado por Deus. E ao cuidar dela, você estará investindo em sua felicidade e em seu bem-estar espiritual.
Cuidar de si é um ato de espiritualidade. Ao honrar seu corpo e sua mente, você está honrando o templo do Espírito Santo que habita em você.
Olho tremendo é um alerta para a alma cansada! Portanto, se você, sacerdote, religioso ou religiosa, tem notado um incômodo tremor em seus olhos, pode ser um sinal de que seu corpo e sua mente estão clamando por um tempo de descanso e cuidado.
O olho tremendo, ou mioquimia palpebral, é uma contração involuntária dos músculos das pálpebras, que pode ser desencadeada por diversos fatores, sendo o estresse e o burnout alguns dos mais comuns. É como se fosse um “tique nervoso” na região dos olhos. E embora possa parecer inofensivo, ele pode ser um sinal de que algo não vai bem com sua saúde.
A rotina pastoral, repleta de responsabilidades e desafios, pode levar ao esgotamento físico e emocional.
Logo, a dedicação incansável à comunidade, as longas jornadas de trabalho, as preocupações com os fiéis e a busca constante por aprimoramento espiritual podem sobrecarregar até mesmo os mais fortes. Nesse contexto, o olho tremendo surge como um alerta, um sinal de que é hora de dar um tempo para si mesmo.
É claro que a sua rotina pastoral é intensa, repleta de responsabilidades e desafios. Mas, em meio a tanta dedicação, é fundamental que você cuide de si mesmo. E um dos sinais de que seu corpo e sua mente precisam de um descanso é justamente sentir o olho tremendo.
Causas do olho tremendo
Além do estresse e do burnout, outras causas podem desencadear o tremor nas pálpebras, como:
Cansaço excessivo: As noites mal dormidas, a interrupção do sono e a privação de descanso podem afetar diretamente a saúde dos olhos e desencadear o tremor nas pálpebras.
Desidratação: A falta de água no organismo pode afetar o funcionamento muscular, incluindo os músculos das pálpebras, causando fadiga e irritação nos olhos.
Consumo excessivo de cafeína (ou álcool): Essas substâncias podem aumentar a frequência cardíaca e causar tremores musculares. Além disso, pode aumentar a ansiedade e a irritabilidade, agravando o tremor.
Deficiências nutricionais: A falta de vitaminas e minerais essenciais, como magnésio e potássio, pode afetar a saúde ocular.
Uso excessivo de telas: A exposição prolongada à luz azul emitida por computadores, smartphones e tablets pode causar fadiga ocular e irritação.
Doenças oculares: Em alguns casos, o tremor nas pálpebras pode ser um sintoma de doenças oculares mais graves, como a síndrome de Meige.
Quando procurar ajuda médica
Se o tremor nas pálpebras persistir por um longo período, se for acompanhado de outros sintomas como dor de cabeça, visão embaçada ou dificuldade para enxergar, é importante consultar um oftalmologista.
O profissional poderá realizar um exame completo e identificar a causa do problema, indicando o tratamento mais adequado.
O autocuidado como caminho para a cura do olho tremendo
Cuidar de si mesmo é fundamental para prevenir e tratar o olho tremendo e outros sintomas relacionados ao estresse e ao burnout. E é claro que algumas práticas podem auxiliar nesse processo, então observe:
Descanso: Priorize o sono e estabeleça uma rotina de sono regular. Portanto, durma pelo menos 7- 8 horas por noite em um ambiente tranquilo e escuro.
Alimentação saudável: Inclua em sua dieta alimentos ricos em vitaminas e minerais, como frutas, legumes, verduras e grãos integrais.
Hidratação: Beba bastante água ao longo do dia para manter o corpo bem hidratado.
Prática de atividades físicas: A prática regular de exercícios físicos ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a qualidade do sono.
Técnicas de relaxamento: Explore técnicas como meditação e respiração profunda para reduzir a ansiedade e o estresse.
Limitação do tempo de tela: Procure reduzir o tempo de exposição a telas de computador, smartphones e tablets.
Gerenciamento do tempo: Organize suas tarefas e estabeleça prioridades para evitar a sobrecarga.
Tempo para si mesmo: Reserve um tempo para realizar atividades que você gosta e que lhe proporcionem prazer.
Busca por apoio: Converse com amigos, familiares ou um profissional de saúde mental sobre suas dificuldades.
Olho tremendo: a importância de cuidar do estresse e do burnout
O estresse e o burnout não são apenas fatores desencadeantes do olho tremendo, mas também podem afetar sua saúde física e mental de forma geral. O que significa que pode aumentar o risco de desenvolver doenças como hipertensão, doenças cardíacas e depressão.
Portanto, ao cuidar do seu bem-estar, você estará investindo em sua saúde e em sua missão pastoral.
Lembre-se: você é um instrumento precioso nas mãos de Deus. E cuidar de si mesmo não é egoísmo, é um ato de amor próprio e um gesto de responsabilidade com aqueles que você serve.
Portanto, ao buscar o equilíbrio entre a vida espiritual e a vida pessoal, você estará mais forte e preparado para enfrentar os desafios da sua vocação e do seu ministério.
Estratégias de autocuidado é um tema que tem ganhado muito espaço na sociedade atual. Mas, no contexto religioso, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Isso porque a crença de que o autocuidado é sinônimo de egoísmo ou falta de fé persiste em alguns ambientes eclesiais. Logo, isso cria barreiras para que religiosos e religiosas assumam o cuidado de si como algo essencial para a sua saúde.
Além disso, na entrega generosa à vocação, é comum que religiosos se dediquem com tamanha intensidade ao próximo que se esquecem do próprio bem-estar. É como se, em sua missão de cuidar do outro, se tornassem invisíveis aos próprios olhos. Mas essa doação desmedida, embora louvável em sua essência, pode gerar desgaste físico, emocional e espiritual, comprometendo a saúde e a qualidade de vida do religioso.
No entanto, a importância do autocuidado para o bem-estar de padres, freiras, religiosos e religiosas não pode ser ignorada. E é nesse contexto que as estratégias de autocuidado emergem como um bálsamo essencial, um ato de amor-próprio que permite ao religioso florescer em sua vocação. Afinal, cuidar de si mesmo não significa egoísmo, mas sim um gesto de responsabilidade e compromisso com a própria missão.
Ao dedicar tempo e atenção ao seu bem-estar, padres e religiosos fortalecem sua capacidade de servir ao próximo com mais plenitude e até com mais discernimento. É como se, ao cuidar de si mesmo, o sacerdote ou a religiosa estivesse cuidando também da própria fé e da capacidade de amar e de servir.
O que é autocuidado?
Em meio ao jardim florido da vida religiosa e sacerdotal, desabrocha uma flor rara e preciosa: o autocuidado. Mas não se trata de um ato de vaidade, o autocuidado é a chave para a saúde física, mental e espiritual, permitindo que padres e religiosos floresçam em sua missão com mais amor, alegria e entusiasmo.
A psicologia define o autocuidado como um conjunto de práticas que visam promover a saúde e o bem-estar individual. E no contexto religioso, as estratégias de autocuidado assumem um significado ainda mais profundo, conectando-se com a busca pela santidade e pela vivência autêntica do Evangelho.
Para padres e religiosos, o autocuidado não se trata apenas de cuidar do corpo, mas também da mente, do coração e da alma. É um compromisso abrangente que envolve:
Cultivar a saúde física: alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e sono reparador são pilares fundamentais para o bem-estar físico.
Manter a mente equilibrada: momentos de silêncio, meditação e oração são ferramentas valiosas para lidar com o estresse e a ansiedade, ajudando a promover a paz interior.
Nutrir o coração com afeto: cultivar relacionamentos saudáveis com familiares, amigos e irmãos na fé é essencial para o bem-estar emocional e a sensação de pertencimento.
Alimentar a alma com fé: a oração, a leitura da Sagrada Escritura e a participação nos sacramentos são fontes de nutrição espiritual, fortalecendo a fé e a conexão com Deus.
5 estratégias de autocuidado para implementar na vida sacerdotal e religiosa
Agora que você já compreendeu a importância do autocuidado e o que ele engloba dentro da vida sacerdotal e religiosa, vamos às estratégias para implementar o autocuidado na sua rotina.
# 1ª estratégia de autocuidado: priorize o sono
Em meio à rotina agitada da vida religiosa, o sono pode ser facilmente negligenciado. No entanto, priorizar o sono é fundamental para a saúde física e mental, sendo uma das principais estratégias de autocuidado que religiosos e religiosas podem adotar.
Sendo assim, dormir de 7 a 8 horas por noite é essencial para que o corpo e a mente se recuperem do desgaste físico e mental do dia a dia. Durante o sono, o corpo repara tecidos, consolida memórias e regula hormônios importantes para o bem-estar.
E, por outro lado, a falta de sono pode levar a diversos problemas como fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, aumento do risco de doenças e até mesmo depressão.
Logo, para garantir um sono reparador, algumas medidas importantes podem ser tomadas:
Estabelecer uma rotina de sono regular, como deitar-se e acordar no mesmo horário todos os dias, inclusive nos finais de semana;
Criar um ambiente propício para o descanso, silencioso, escuro, fresco e livre de distrações como televisão, celular e outros dispositivos eletrônicos;
Evitar estimulantes antes de dormir. O uso de cafeína e atividades físicas intensas nas horas que antecedem o sono podem dificultar o relaxamento e a qualidade do sono.
Praticar hábitos relaxantes antes de dormir: ler um livro, tomar um banho quente ou ouvir música relaxante podem ajudar a preparar o corpo e a mente para o sono.
Ao priorizar o sono e implementar essas medidas, religiosos(as) podem desfrutar dos diversos benefícios que um sono reparador proporciona. Como a melhora na concentração e na memória; redução do estresse e da ansiedade; aumento da energia e disposição; e até mesmo o fortalecimento do sistema imunológico.
#2ª estratégia de autocuidado: pratique exercícios físicos regularmente
Dedicar tempo à prática de exercícios físicos pode parecer um desafio em meio às demandas da vida religiosa. No entanto, essa é uma das mais importantes estratégias de autocuidado, com benefícios comprovados para a saúde física e mental.
A prática regular de exercícios físicos, por pelo menos 30 minutos por dia, contribui para: melhorar a saúde cardiovascular; fortalecer o sistema imunológico; promover o bem-estar mental; melhorar a qualidade do sono; aumentar a disposição e a energia; melhorar a autoestima e a confiança corporal.
Sendo assim, encontrar uma atividade prazerosa é fundamental para a constância da prática. E praticar caminhada, corrida, natação, dança, pilates e musculação são apenas algumas das diversas opções disponíveis. É importante escolher uma atividade que se adapte à sua rotina, aos seus gostos e às suas necessidades físicas.
Então veja algumas dicas para incorporar a prática de exercícios físicos na rotina religiosa:
Encontre um parceiro de treino: ter alguém com quem se exercitar pode aumentar a motivação e o compromisso.
Aproveite os momentos livres: utilize os intervalos entre as atividades pastorais ou os estudos para realizar exercícios curtos, como alongamentos ou caminhadas leves.
Participe de grupos de atividades físicas: essa é uma ótima maneira de conhecer pessoas, fazer novos amigos e se motivar.
Crie um ambiente propício para a prática: organize um espaço em casa ou na comunidade para se exercitar com conforto e segurança.
#3ªestratégia de autocuidado: cultive momentos de silêncio e meditação
Reservar um tempo para o silêncio e a meditação, seja pela manhã, durante a tarde ou à noite, ajuda a reduzir o estresse, aumentar a concentração e promover a paz interior.
Então, conheça os benefícios do silêncio e da meditação para religiosos e religiosas que vão além do conectar-se com o Divino:
Redução do estresse e da ansiedade: o silêncio e a meditação proporcionam um espaço para acalmar a mente e o corpo, diminuindo os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
Aumento da concentração e da clareza mental: a prática regular do silêncio e da meditação ajuda a melhorar o foco e a capacidade de se concentrar no presente.
Promoção da paz interior e do bem-estar emocional: o silêncio e a meditação facilitam o contato com as emoções e a experiência de um estado de paz interior.
Cultivo da autoempatia e do amor-próprio: a prática do silêncio e da meditação permite desenvolver um olhar mais gentil e compassivo para si mesmo.
#4ª estratégia de autocuidado: fortalecer os laços afetivos
No seio da vida religiosa, o cuidado com a alma se entrelaça com o cuidado com o outro. Portanto, fortalecer os laços afetivos com familiares, amigos e irmãos na fé é essencial para o bem-estar emocional, nutrindo a alma com amor, apoio e pertencimento.
E os benefícios de cultivar relacionamentos saudáveis para religiosos e religiosas são muitos, entre eles:
Redução do estresse e da ansiedade: o apoio social proporcionado por relacionamentos saudáveis ajuda a diminuir os níveis de estresse e ansiedade.
Aumento da felicidade e do bem-estar: sentir-se conectado a outras pessoas e amado por elas contribui para a felicidade e o bem-estar geral.
Promoção do amor-próprio: compartilhar experiências e receber apoio de pessoas queridas ajuda a desenvolver um olhar mais gentil e compassivo para si mesmo.
Fortalecimento da fé e da conexão com Deus: o amor e o apoio da comunidade religiosa podem fortalecer a fé e a conexão com Deus.
Cultivo da gratidão e da alegria: sentir-se grato pelas pessoas que rodeiam e pelas alegrias que a vida proporciona contribui para um estado mental mais positivo.
Mas como fortalecer os laços afetivos na vida religiosa como uma estratégia de autocuidado? Veja essas dicas:
Reserve tempo para os relacionamentos: É importante dedicar tempo para estar com as pessoas que você ama, seja pessoalmente ou por meio de conversas telefônicas, mensagens ou videochamadas.
Seja autêntico: quando estiver com outras pessoas, esteja realmente presente e se conecte com elas de forma autêntica e sincera.
Compartilhe experiências e sentimentos: compartilhar suas experiências e sentimentos com outras pessoas ajuda a fortalecer os laços de confiança e intimidade.
Participe de atividades em grupo: atividades como retiros, encontros e celebrações, é uma ótima maneira de fortalecer os laços afetivos com a comunidade religiosa.
E lembre-se, ao fortalecer os laços afetivos, religiosos(as) podem construir uma rede de apoio sólida e nutritiva.
#5ª estratégia de autocuidado: investir na formação continuada
No caminho da vocação sacerdotal e religiosa, a busca por conhecimento e desenvolvimento pessoal é intrínseca. Logo, investir na formação continuada, especialmente em temas relacionados ao autocuidado, à saúde mental e à espiritualidade, torna-se uma ferramenta essencial para o florescimento individual e ministerial.
Algumas opções de formação continuada em autocuidado são: cursos online e presenciais; workshops e retiros. Então, conheça os benefícios da formação continuada para o autocuidado:
Aprofundamento do conhecimento sobre si mesmo: a participação em cursos e workshops permite que sacerdotes, religiosos e religiosas explorem seus próprios sentimentos, necessidades e desafios. Desta forma, constroem uma autoconsciência mais profunda.
Desenvolvimento de novas habilidades: através da formação continuada, é possível adquirir ferramentas e técnicas para lidar com o estresse, a ansiedade, a depressão e outros desafios da vida. pessoal e ministerial.
Aprimoramento da prática ministerial: o conhecimento adquirido na formação continuada pode ser aplicado na prática ministerial. Assim, permitindo que religiosos e religiosas ofereçam um cuidado mais integral e humanizado aos fiéis.
Fortalecimento da fé e da espiritualidade: a reflexão sobre temas como autocuidado, saúde mental e espiritualidade também contribui para o crescimento espiritual e o amadurecimento da fé.
Criação de uma comunidade de apoio: a participação em atividades como workshops e cursos online conecta religiosos e religiosas com outros que compartilham os mesmos desafios. Consequentemente, criando uma rede de apoio mútuo.
Participe do curso Cuidar-se!
O Centro Âncora está promovendo a terceira edição do Curso Cuidar-se, este ano com o tema: “As dimensões bio-psico-sócio e espiritual do ser consagrado”.
As aulas têm início em 19 de abril de 2024 e acontecem às sextas-feiras, às 9h, durante 8 semanas.
Nas aulas serão abordados temas como: emoções e sentimentos, exaustão, síndrome de burnout, autoestima, entre outros.
Participe como uma estratégia de autocuidado, e lembre-se: O autocuidado não é um ato egoísta, mas sim um gesto de amor-próprio e responsabilidade. Cuidar de si mesmo permite que padres e religiosos se dediquem com mais plenitude ao seu ministério e à missão evangelizadora.
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O tema da autoestima na vida religiosa é pouco abordado no meio eclesial, embora a autoestima seja um pilar fundamental para o bem-estar e a felicidade de qualquer ser humano.
E o motivo é principalmente a falta de conhecimento sobre a importância desse ato, além de um certo preconceito sobre o assunto. Aliás, preconceito que também é fruto da desinformação.
Logo, é como se existisse um véu de silêncio em torno da questão da autoestima na vida religiosa, como se cuidar da própria imagem e valorizar as qualidades individuais fosse algo incompatível com a fé e vivência da vocação.
Portanto, hoje vamos desmistificar esse tema!
Autoestima: direito de todos, inclusive dos religiosos
Seja você um sacerdote, freira, monge ou qualquer outro membro da vida consagrada, a autoestima é um aspecto fundamental para o seu bem-estar e desenvolvimento pessoal. Logo, cuidar da sua imagem e valorizar suas qualidades não é vaidade, mas sim uma necessidade humana que impacta diretamente na sua missão e na comunidade religiosa como um todo.
Mas, antes de chegarmos neste quesito, é preciso compreender o que de fato é autoestima e por que ela é tão importante em nossa vida!
Autoestima significa ter um conceito positivo de si mesmo, reconhecendo suas qualidades, habilidades e valor como ser humano. Sendo assim, a autoestima nos permite lidar melhor com desafios, ajudar a construir relacionamentos saudáveis e a viver com mais felicidade e plenitude.
Portanto, pessoas com boa autoestima:
São mais resilientes e perseverantes;
Têm mais disposição para enfrentar desafios;
Tomam decisões com mais segurança e assertividade;
Conseguem lidar melhor com críticas e frustrações;
Têm relacionamentos mais saudáveis e felizes;
Sentem-se mais realizados e completos.
Autoestima na vida religiosa: quebrando tabus
Ao abordar a autoestima na vida consagrada, nos deparamos com um paradoxo intrigante. De um lado, a mensagem central do Cristianismo é de amor ao próximo. Afinal, somos ensinados por Jesus a amar e a acolher o outro como a nós mesmos. Mas, de outro lado, muitas vezes, a ênfase recai sobre a humildade e a negação do ego, criando um clima de culpa e vergonha em torno do amor-próprio.
Portanto, é importante ressaltar que a autoestima não se trata de vaidade ou egocentrismo, é importante saber diferenciá-las. A vaidade se caracteriza pela busca excessiva por admiração e reconhecimento, enquanto a autoestima está relacionada ao amor-próprio e à valorização de si mesmo.
Já a humildade, por sua vez, não significa negar suas qualidades ou se diminuir. Ser humilde implica em reconhecer suas fraquezas e limitações, mas também ter consciência de seus pontos fortes e do seu valor como ser humano.
Sendo assim, cuidar da sua imagem e valorizar suas qualidades não significa se colocar acima dos outros ou negar a importância da fé. Ao contrário, ter uma boa autoestima permite que você se reconheça como um ser humano valioso e digno de amor, capaz de contribuir de forma significativa para a comunidade.
Cultivando a autoestima na vida consagrada: benefícios para o indivíduo e para a comunidade
Como vimos, cuidar da autoestima na vida religiosa não é um ato de vaidade, mas sim uma necessidade para o bem-estar individual e para o florescimento da comunidade. Quando religiosos se sentem bem consigo mesmos, isso se reflete em diversos aspectos. Vamos conhecê-los.
Para o indivíduo:
Maior senso de propósito e significado na vida religiosa;
Mais alegria e entusiasmo na vivência da fé;
Maior capacidade de lidar com o estresse e as demandas da vida consagrada;
Melhores relações interpessoais com outros religiosos e com a comunidade;
Maior disposição para o serviço e para a evangelização.
Para a comunidade:
Ambiente mais positivo e acolhedor;
Maior colaboração e trabalho em equipe;
Maior engajamento na missão evangelizadora;
Crescimento espiritual e vocacional;
Atração de novos membros para a vida consagrada.
Quebrando o silêncio: a urgente necessidade de abordar a autoestima na vida religiosa
Ignorar a importância da autoestima na vida religiosa é um erro que pode ter graves consequências. Religiosos que não se sentem bem consigo mesmos podem apresentar:
Baixa motivação e entusiasmo na vida religiosa;
Dificuldades no relacionamento com outros religiosos e com a comunidade;
Sensação de vazio e falta de propósito;
Propensão à depressão, ansiedade e outros transtornos psicológicos.
Portanto, é urgente que congregações, dioceses e o meio eclesial como um todo abram espaço para o diálogo sobre a autoestima na vida consagrada. E isso significa:
Promover a formação: investir em cursos, palestras e workshops que abordem o tema da autoestima na vida religiosa sobre o amor-próprio, o autocuidado, desenvolvimento pessoal e inteligência emocional. A temática deve ser apresentada de forma clara e abrangente, a fim de desmistificar tabus e oferecer ferramentas para o desenvolvimento pessoal.
Criar grupos de apoio: espaços seguros onde religiosos possam compartilhar suas experiências, desafios e aprendizados, além de receberem acolhimento e orientação.
Incentivar o autocuidado: estimular práticas que promovam o bem-estar físico, mental e espiritual dos religiosos, como exercícios físicos, alimentação saudável, momentos de lazer e atividades que tragam alegria e satisfação e que promovam o bem-estar físico e mental.
Enfim, ao romper o silêncio e abordar a autoestima na vida religiosa de forma aberta e honesta, a comunidade eclesial estará contribuindo para o bem-estar dos religiosos, para o fortalecimento da fé e para a construção de comunidades mais saudáveis e vibrantes.
Lembre-se: Cuidar da sua autoestima não é um ato de vaidade, mas sim um compromisso com o seu bem-estar e com a sua missão na vida religiosa. Você merece se sentir bem consigo mesmo e florescer na vivência da sua vocação.
A vida sacerdotal, bem como a vida religiosa, dá seu sim a Deus a cada dia, no esforço do seu trabalho, na vivência da vocação, mas nem sempre isso é fácil.
Porque diferentemente de um trabalhador comum, que tem hora exata para começar e terminar o seu trabalho, na vida consagrada não funciona assim.
Sem falar no horário de almoço, com pelo menos 1 hora de descanso, 30 dias de férias remuneradas, enfim, tantos outros direitos trabalhistas, que não são regra na vida sacerdotal e religiosa.
Claro que isso não é nenhuma novidade para aqueles que já estão vivendo o seu chamado na Igreja, talvez seja para aqueles que ainda estão iniciando a etapa dos estudos. Contudo, o que todos aqueles que dedicam sua vida pelo Reino de Deus precisam é cuidar de si.
Sim, cuidar de si também, porque se o sacerdote está fisicamente, mentalmente ou espiritualmente esgotado, como ajudará aqueles que recorrem a ele?
Se um religioso ou religiosa não olhar também para si, entender suas próprias necessidades, como atenderá as necessidades do próximo para ajudá-lo?
Logo, o trabalho exige muito sim, e é muito necessário na vida da Igreja, mas a vida sacerdotal e religiosa precisa de uma vida integral. Vamos entender melhor isso!
O ser humano como ser integral
Não somos máquinas! Talvez este seja o primeiro ponto que todos precisam ter em mente. Afinal, na correria, nem sempre a vida sacerdotal ou religiosa se recorda que somos um corpo que possui uma dimensão espiritual, mas também mental.
Sendo assim, todo ser humano tem suas emoções, tem seus altos e baixos, suas frustrações, seus ideais, sente amor, mas também raiva. Ora, a vida sacerdotal e religiosa não estão imunes, e tudo isso não pode ser reprimido dentro de si, mas ser trabalhado.
Logo, o ser humano que se compreende como criatura integral tem consciência de si mesmo, em sua dimensão física, mental e espiritual. Tem consciência da concretude dos seus pensamentos e o que eles representam para a sua vida e vocação.
A vida sacerdotal em sua integralidade
Para além do trabalho, ao olhar para a sua vida sacerdotal ou religiosa, a vida consagrada não pode apenas pensar no cumprimento diário dos seus votos de pobreza, obediência e castidade.
Ou, então, cuidar apenas da sua dimensão espiritual, mas se esquecer de cuidar da sua saúde mental. Aliás, muitos sacerdotes e religiosos ainda não compreenderam a questão da saúde mental como algo necessário a todo ser humano, inclusive para si mesmo. Simplesmente ignoram o fato de que, quando a mente está doente, o corpo não consegue responder aos impulsos da vida.
E aqui cabe a famosa frase em latim do poeta romano, Juvenal, que diz: “Mens sana in corpore sano”, traduzindo para o nosso idioma: “Mente sã, corpo são”. O que significa que o oposto é também real.
Neste sentido, ao mesmo tempo em que se dedicam ao seu trabalho na Vinha do Senhor também é importante que os sacerdotes e religiosos estejam dispostos a olhar para si. E não se trata de um olhar individualista e narcisista, como alguns pensam, mas sim com a finalidade de alcançar a plenitude na realização da sua vocação.
Portanto, para ajudar, trazemos aqui algumas dicas simples, práticas e muito necessárias para cuidar da saúde mental. Acompanhe!
Dicas valiosas para a vida sacerdotal e religiosa
Pelo bem da saúde mental e para que os consagrados adquiram um novo vigor na realização do seu trabalho, é preciso, primeiramente, tomar uma decisão: “eu preciso cuidar de mim para poder cuidar do outro”; “eu preciso me ajudar, para poder ajudar o outro”.
E a partir desta decisão, alguns passos precisam ser dados. Vamos conhecer!
# Incluir a atividade física na rotina
Para o bem da saúde mental e física, o ser humano precisa exercitar-se, afinal o nosso corpo não foi criado para a estagnação, mas para o movimento. E com a vida sacerdotal e religiosa não é diferente!
A atividade física regular é necessária para aqueles que levam uma vida atarefada, ou seja, todos nós! E entre seus inúmeros benefícios, ela tem a capacidade de oferecer bem-estar e prevenir ou tratar a depressão, a longo prazo.
Portanto, apesar dos compromissos infinitos, é importante que a vida sacerdotal e religiosa dedique um tempo para algum tipo de atividade física, como uma simples caminhada, por exemplo.
# Ter relacionamentos afetivos
Não é porque a vida sacerdotal e religiosa é celibatária que não pode ter relacionamentos afetivos. Afinal, os amigos são tesouros de Deus em nossa vida.
Não fosse assim, o autor bíblico não diria que “um amigo fiel é uma poderosa proteção”, e que “um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme o Senhor, achará esse amigo” (Eclo 6,14 e 16).
# Reservar um tempo para o descanso
O sono e o descanso são extremamente importantes para cuidar da nossa saúde física e mental. Afinal, é no descanso que o corpo recupera a sua energia e vitalidade, inclusive restabelecendo o raciocínio.
Logo, sem descanso a vida sacerdotal e religiosa não conseguirão se entregar totalmente ao exercício de sua vocação.
# Manter-se unido à família
É claro que, quando o homem ou a mulher diz sim para viver uma vocação ao serviço da Igreja, eles precisam afastar-se do convívio da sua família, pelos estudos e pela missão.
Mas isso não significa cortar vínculos ou que estão impedidos de ter uma vida familiar. Muito pelo contrário, é bom e saudável estar entre aqueles que são parte daquilo que somos.
Logo, é recomendado que sempre que possível a vida consagrada procure estar junto da sua família, nem que seja por um dia ou algumas horas.
Enfim…
A saúde mental tem um poder incrível no comando do nosso corpo. Quando se está bem, mentalmente, nosso corpo consegue seguir com motivação o ritmo constante de trabalho. Contudo, quando não, tudo em nossa vida fica comprometido e cada vez mais caímos num abismo de frustração, tristeza, indisposição e até mesmo decepção.
Sendo assim, é preciso estar atento aos sinais da mente tanto quanto aos do corpo.