As drogas facilmente podem destruir vidas e famílias. Mas, acredite: é possível ser liberto das drogas! É possível ajudar alguém a se libertar desse vício!
Cada vez que temos notícias de pessoas que se envolveram com drogas, seja na família, um amigo ou conhecido, o sentimento, muitas vezes, é de impotência. Afinal, essa realidade é assustadora. Porém, sempre há uma saída.
O consumo de drogas no Brasil
Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, concluída em 2017, revela que mais de 3,5 milhões de brasileiros consumiram drogas ilícitas em período recente. Dos entrevistados, 208 mil assumiram que usaram crack nos 30 dias anteriores ao levantamento.
Os dados também apontam que 9,9% dos brasileiros disseram ter experimentado drogas ilícitas uma vez.
A pesquisa ainda revela que 7,7% da população consumiu maconha, haxixe ou skank, 3,1%, cocaína, 2,8%, solventes e 0,9%, crack.
Além de drogas ilícitas, o estudo também coletou informações sobre o consumo de álcool. Entre os participantes, 16,5% afirmaram extrapolar na dosagem. Em média, os homens relataram consumir numa única ocasião cinco doses ou mais de bebidas; enquanto que entre as mulheres, quatro doses ou mais.
O primeiro semestre de 2020 bateu um recorde de apreensões de drogas no Brasil. Os dados são do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo um relatório, de janeiro a junho, as polícias estaduais, Federal e Rodoviária Federal, juntas, apreenderam 1,2 mil toneladas de maconha e 92,5 toneladas de cocaína.
Liberto das drogas
Ser liberto das drogas é processo que exige tempo e perseverança. Não apenas do usuário, mas também dos familiares. O grande diferencial está em acreditar que é possível, sim, ser liberto das drogas. Há anos, a Copiosa Redenção vem desenvolvendo um lindo e intenso trabalho de recuperação de usuário. Um trabalho que tem alcançado muitas vidas e transformado famílias.
Quer ter uma prova de que é possível ser liberto das drogas? Então veja essa playlist com testemunho de homens e mulheres que disseram não às drogas e se permitiram uma vida nova. São depoimentos emocionantes que ajudam a fortalecer nossa fé de que tudo pode ser alcançado quando se tem perseverança e força de vontade. Vale muito a pena conferir!
Testemunhos de quem foi liberto das drogas
A Rosélia, de Palmeira – PR, é uma das atendidas pela Copiosa Redenção na Comunidade Terapêutica Rosa Mística, de Ponta Grossa – PR. Veja o testemunho da sua vitória!
A Lais, do Estado de Rondônia, venceu o vício das drogas na Comunidade Terapêutica Mons Gabriel Mercol, em Presidente Medici – RO. Ela conta que essa Casa da Copiosa Redenção, onde fez seu tratamento, foi a melhor casa por onde ela poderia ter passado.
Sóbria há 11 meses, a Márcia fez seu tratamento na Comunidade Terapêutica Lar Dom Bosco, em Campo Mourão – PR. Ela destaca que o acompanhamento espiritual que teve no Lar foi o diferencial para a sua vida!
Da cidade de Santa Maria – RS, a Ana Luíza foi atendida na Comunidade Terapêutica Antônio e Maria, em São Sepé, no mesmo Estado. Ela conta o estrago que as drogas fizeram na sua vida até ser liberta.
Ela está sóbria há 14 anos! A vitória da Roberta foi alcançada na Comunidade Terapêutica Marta e Maria, na cidade de Porto Alegre – RS. Ela conta como a Comunidade apresentou a ela uma nova maneira de vida.
A Andreia conta que começou a beber ainda na infância. Sua vida tinha tudo para acabar de forma trágica, mas ela foi acolhida na Comunidade Terapêutica Rosa Mística. Acompanhe essa história emocionante!
Leonardo é um dos atendidos do Centro Terapêutico Padre Wilton. Ele conta sua história com as drogas na juventude e depois, já tendo uma família, como foi difícil assumir que era usuário. Ele conta que encontrou na Comunidade uma família para toda a vida!
Atendida no Centro Terapêutico Lar Dom Bosco, a Joice testemunha com alegria seus 7 anos de sobriedade, depois de uma vida difícil, cujo pai e mãe também sofriam com os vícios.
Ela começou com o vício do cigarro e não demorou para chegar às outras drogas. Débora, do Estado do Rio Grande do Sul, recuperou sua dignidade na Comunidade Terapêutica Marta e Maria.
Orleni ficou 24 anos na vida de drogadição, até conhecer a Copiosa Redenção. Ela foi acolhida na Comunidade Terapêutica Mons Gabriel Mercol, em Rondônia. Agradecida pela experiência que teve na Comunidade, ela diz que hoje sua vida é melhor do que ela imaginava que poderia ser.
O vício fez um estrago muito grande na vida de Daniele, do Rio Grande do Sul, mas a Comunidade Terapêutica Antônio e Maria a ajudou a encontrar um sentido para a sua vida. Acompanhe esse relato!
A Roberta, de Porto Alegre, começou sua história com o vício aos 11 anos. Teve muitas experiências negativas, até que foi acolhida na Comunidade Terapêutica Marta e Maria. Há 14 anos ela está sóbria!
Boa parte das mães que intercedem pelos seus filhos, têm como objetivo, abençoar e curar. Esta importância da intercessão é um grande gesto de amor e carinho. E como dizemos: “a fé move montanhas”, isto significa que não há nada impossível para aquele que confia com coração sincero, como os das mães, para Deus.
Somente os pais têm esta graça de autoridade espiritual sobre os seus filhos. Ser mãe é ver brotar uma vocação, e gerar uma vida que aceite o dom divino.
Na Bíblia, assim como no anúncio do anjo a Maria, de que ela seria mãe do Salvador, o anjo disse: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus”. (Lc 1, 30) Essa frase também deve acontecer em nossa vida diante da maternidade espiritual. A dependência química têm sido um dos problemas que muitos pais têm sofrido com seus filhos.
Carta apostólica fala sobre a maternidade segundo o espírito
Uma carta apostólica intitulada Mulieris Dignitatem de João Paulo II ressalta que:
“A virgindade no sentido evangélico comporta a renúncia ao matrimônio e, por conseguinte, também à maternidade física. Todavia, a renúncia a este tipo de maternidade, que pode também comportar um grande sacrifício para o coração da mulher, abre para a experiência de uma maternidade de sentido diverso: a maternidade « segundo o espírito » (cf. Rm 8,4).
A virgindade, de fato, não priva a mulher das suas prerrogativas. A maternidade espiritual reveste-se de múltiplas formas. Na vida das mulheres consagradas que vivem, por exemplo, segundo o carisma e as regras dos diversos Institutos de caráter apostólico, ela poderá exprimir-se como solicitude pelos homens, especialmente pelos mais necessitados: os doentes, os deficientes físicos, os abandonados, os órfãos, os idosos, as crianças, a juventude, os encarcerados, e, em geral, os marginalizados.
Uma mulher consagrada reencontra desse modo o Esposo, diverso e único em todos e em cada um, de acordo com as suas próprias palavras: « tudo o que fizestes a um destes … a mim o fizestes » (Mt 25,40).O amor esponsal comporta sempre uma singular disponibilidade para ser efundido sobre quantos se encontram no raio da sua ação.
No matrimônio, esta disponibilidade, embora aberta a todos, consiste particularmente no amor que os pais dedicam aos filhos. Portanto, mães que intercedem pelos filhos fazem da vida da família uma benção. Na virgindade, tal disponibilidade está aberta a todos os homens, abraçados pelo amor de Cristo esposo.”
As mães, ao rezarem pelos seus filhos, estão trilhando com eles um caminho de conversão, de vida nova e de esperança. Mães, rezem pelos filhos! A oração é a forma mais rápida de intimidade com o Senhor. Ele se alegra ao ver as mães de todo o mundo rezar pelos seus filhos, pois somente Ele é capaz de sentir a verdadeira intenção do amor que uma mãe tem pelos seus.
Quais orações as mães que intercedem pelos filhos rezam?
Muitas mães dizem não saber o que rezar para os seus filhos ou como rezar. A dica é: Só reze! A oração quando feita com sinceridade tem mais força. Fale aquilo que toca o seu coração, mas não se esqueça também de fazer as orações normais, aquelas cotidianas como o Pai-Nosso, Ave Maria, Santo Anjo ou meditar os mistérios do terço. Quando a oração é feita de coração humilde, sincero e com fé, as graças do Senhor chegam com intensidade em nossa vida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a dependência química como uma doença e também um problema social. Sendo assim, essa realidade é entendida como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinadas substâncias.
A dependência pode ser de uma substância psicoativa específica (como o fumo, álcool ou cocaína), as psicoativas (como opiáceas, que são drogas prescritas para o tratamento de uma dor, como por exemplo, a morfina) ou até de um conjunto de substâncias farmacologicamente diferentes. Desse modo, como qualquer outro problema de saúde, o suporte da família e amigos é essencial para enfrentar o tratamento.
É através deste suporte, que o dependente alcança forças e percebe que por mais difícil está sendo, ele tem com quem contar.
Veja algumas dicas:
O primeiro passo: Acolha!
O acolhimento é fundamental no apoio às pessoas que enfrentam essa dificuldade. Dependência química tem tratamento! Você deve ter empatia, entender o que se passa com o outro e mostrar que está disposto a ajudá-lo. Além disso, dê a sugestão de uma ajuda médica, para que a melhora seja ainda mais eficaz, diminuindo o risco de recaídas.
Não agrida (verbal ou fisicamente) ou julgue esta pessoa
Essa postura deve ser evitada por quem se dispõe a ajudar, afinal, você quer que esta pessoa tenha uma melhora. Lidar com o dependente químico requer muita dedicação e paciência. O tratamento requer força de vontade (tanto do paciente quanto dos familiares e amigos). Então, não desista do seu ente querido ou amigo. Seu apoio é essencial para ele.
O mais importante para ajudar uma pessoa com dependência química é aliar o amparo espiritual com o tratamento médico. O uso da espiritualidade já foi comprovado, através de pesquisas, que auxilia no tratamento de um dependente.
Pratique e incentive a pessoa a orar
Buscar alimentar o espírito, mentalizando coisas boas e buscando sair desse quadro favorece muito o tratamento. Incentivar a leitura também é uma opção de entretenimento ao dependente, que muitas vezes, se sente sozinho ou indisposto a fazer alguma atividade – seja ela física ou atividades em grupo.
Não utilize drogas lícitas perto de dependentes ou recuperados
A família e os amigos devem ter a consciência que o tratamento que um dependente realiza, provém de muitos desafios e conquistas. Comemore o final desta etapa, entretanto, sem o uso de drogas lícitas que possam aguçar o desejo.
Teve uma recaída. E agora?
Toda etapa do tratamento requer muita força de vontade. A recaída infelizmente acontece, entretanto, as pessoas que vivem próximas ao dependente não devem julgá-lo ou criticá-lo. Todo cristão deve estender a mão, mesmo que mais de uma vez e neste caso, você deve acolher a pessoa que teve a recaída e buscar a comunidade em que ela realizou o tratamento. Nós da Copiosa Redenção trabalhamos em prol dos dependentes. Se você conhece alguém que precisa de ajuda, entre em contato com uma de nossas casas de recuperação. Estamos aqui para te ajudar!
A Copiosa Redenção surgiu do amor de Deus. Em 1987, nosso fundador, Padre Wilton Moraes Lopes sentiu uma inquietação por um chamado D’Ele, entretanto não possuía nenhum entendimento sobre aquilo.
Foi quando ao ministrar uma oração de cura e libertação para um grupo de jovens em Vitória/ES, uma jovem aproximou-se de Jesus no Santíssimo Sacramento e depositou um pacote de drogas no altar. Foi ali, neste momento, que a voz do Senhor ecoou nos ouvidos de Padre Wilton: “O trabalho que eu quero de você é este: a recuperação de jovens dependentes. Eu os amo e é preciso que alguém anuncie e leve a minha redenção à vida deles”. Neste momento, se deram os passos iniciais para concretizar aquilo que era a vontade de Deus: a fundação de uma obra.
A Congregação nasceu da adoração e é através da adoração que vivemos. Segundo nosso Carisma, que rege toda a comunidade – caso a adoração seja um dia deixada de lado, a nossa Congregação perderá a força. Adorar e trabalhar, orar e agir são duas metas que se encontram no Coração do Senhor, fonte de toda Redenção. Outro ponto do nosso carisma é a conversão.
É através dela que alcançamos melhores graças para que a Copiosa Redenção se realize. Nós somos chamados para esse desafio: trabalhar para aqueles que estão a margem da sociedade.
Nossas casas, espalhadas pelo país, possuem trabalhos voltados para a recuperação de dependentes tanto do ramo masculino, quanto feminino. Além disso, a Copiosa Redenção recebe vocacionados, que buscam entregar-se de alguma maneira por inteiro ao Senhor.
Em cada localidade, a Copiosa Redenção realiza uma atividade: seja pastoral ou de recuperação. Nossa missão é levar o nome de Cristo para aqueles que ainda não O conheceram.
Comunidades Terapêuticas da Copiosa: como elas funcionam?
As comunidades terapêuticas da Copiosa Redenção possuem um plano terapêutico que aplica-se em todas as casas da congregação que acolhem os dependentes, este considerado um dos melhores do Brasil. O plano desenvolve-se tendo como base a teoria de Georg De Leon, além da experiência das Irmãs ao longo dos anos.
Entretanto, o plano terapêutico realiza-se conforme a necessidade de cada acolhido. Desse modo, antes de entrar em nossa comunidade, a pessoa que busca ajuda passa por uma triagem, se aprovada, profissionais da saúde, juntamente com as pessoas que trabalham na comunidade – elaboram um plano terapêutico para aquele acolhido (a).
Casas de acolhimentos: o que os acolhidos fazem ordinariamente, como são recebidos, qual o período mínimo e máximo que podem permanecer?
Cada comunidade possui seus afazeres. Entretanto, os acolhidos da Copiosa Redenção possuem um diferencial. Há dentro das comunidades atendimentos em grupo onde em cada reunião, o acolhido expressa seus sentimentos. Além disso, há também um momento individual, Plano de atendimento singular, onde a pessoa fala sobre suas atividades dentro do plano terapêutico.
Para o acolhido, é feito algum investimento por parte da família ou a missão é sustentada por doações?
O investimento por parte da família depende daquilo que é possível. Por isso que durante a triagem, é possível verificar se a pessoa está apta para comunidade terapêutica ou se ela pode realizar o tratamento em clínicas especializadas. As doações são de grande importância para as comunidades, mas o investimento familiar auxilia e muito para manter um acolhido dentro da CT.
Venha conhecer mais sobre nossa Congregação, você pode visitar uma de nossas casas e conferir melhor sobre nosso trabalho. Confira nossos endereço, acessando esse link.
Ver um amigo, filho ou alguém da família submergir na dependência química é devastador. Para ajudá-lo a sair das drogas, é preciso intervir assim que o problema for percebido. A luta contra essas substâncias é ferrenha e exige muito empenho, tanto do dependente quanto dos que estão à sua volta.
Para você que hoje se pergunta: “De que maneira posso ajudar uma pessoa querida a sair das drogas?”, apresentamos 5 formas que irão te amparar neste árduo processo.
1.Esteja próximo
O diálogo é um instrumento de grande importância e eficácia. Converse muito com o dependente. Porém, não discuta com ele, não dê sermão, não faça julgamentos. Seja acolhedor, mostre-se interessado no seu bem estar e na sua saúde.
É provável que a pessoa coloque-se na defensiva quando você abordar o assunto das drogas pela primeira vez, mas seja persistente, procure sempre uma oportunidade para uma conversa franca. Fale abertamente com ele. Procure respostas para as perguntas:
Como foi que a dependência começou?
Quais drogas estão sendo usadas?
Qual o grau de dependência?
O que o levou ao vício?
Talvez ele não perceba a droga e o álcool como algo destruidor, por isso pesquise e compartilhe com essa pessoa informações científicas sobre os malefícios dessas substâncias para o cérebro, o corpo, a vida social e os relacionamentos. É provável que essas informações chamem a atenção do dependente fazendo com que ele perceba que se encontra num caminho de destruição e, finalmente, decida pedir ajuda.
2.Crie uma rede de apoio
Toda ajuda é bem vinda! Quanto mais essa pessoa estiver cercada daqueles que o amam e querem o seu bem, mais apoio ele terá para seguir firme no seu objetivo de sair das drogas.
Além da família, amigos de infância, da Igreja, da faculdade ou do cursinho, podem ajudá-lo a buscar meios de se divertir e extravasar sua energia com programas que não incluam bebidas e drogas. Essa rede de afetividade o ajudará a manter-se afastado também das “amizades” que alimentam o seu vício.
Neste processo de afastamento das drogas ou da bebida é preciso que o dependente mantenha sua mente constantemente ocupada. O tempo ocioso é uma porta escancarada para o retorno às drogas, principalmente nos momentos de ansiedade causados pela abstinência desses substâncias químicas.
Os momentos de crise de abstinência são os mais difíceis. Seu corpo vai implorar pelas substâncias químicas e ele precisa manter seu foco em sair das drogas. Por isso, quanto mais sua rotina estiver ocupada, mais chances ele tem de superar esses momentos, concentrando-se no seu objetivo. Os estudos, a prática de esportes, o lazer e o trabalho são fundamentais para ajudar neste processo.
4.Procure uma comunidade terapêutica
A dependência química é uma doença de ordem fisiológica, neurológica e psicológica, por isso exige acompanhamento médico. Tratamento com homeopatia e acupuntura também podem potencializar a recuperação do indivíduo.
Uma comunidade terapêutica, ou uma clínica de recuperação, reúne esses tratamentos, por isso pode ser de grande ajuda. A internação não deve ser encarada, no entanto, como um castigo para o dependente, mas como uma oportunidade de recomeço. A clínica de recuperação afasta o dependente do seu ambiente habitual e de pessoas que o influenciam negativamente, oferece o tratamento adequado e a oportunidade de se fortalecer interiormente e emocionalmente para combater o vício.
5.Cultive a espiritualidade como recurso para sair das drogas
A espiritualidade e a religião são imprescindíveis para o reequilíbrio, auxiliando muito no processo de recuperação. As comunidades terapêuticas, além de oferecer o auxílio técnico necessário, como às clínica de recuperação, procuram trabalhar a espiritualidade dos seus internos.
A fé, segundo pesquisas da Harvard e Royal College of Psychiatrists, é fundamental para a recuperação do paciente, seja qual for a doença, pois faz com que a pessoa acredite na sua recuperação. No caso de um dependente químico, a fé ajuda a controlar a ansiedade.
A espiritualidade age como uma força que ocasiona mudanças no interior do ser humano. A pessoa passa a olhar para dentro de si buscando o autoconhecimento, o que estabiliza suas emoções, ajuda-o a encontrar um novo sentido para sua vida e a reconhecer os mistérios que cercam nossa existência.
Por meio da espiritualidade o jovem tem seu encontro com Deus, em quem passa a confiar. Buscar a ajuda divina ajuda o dependente a ter forças para superar as dificuldades do processo de desintoxicação.
Além do tratamento, o que a pessoa precisa neste processo de desintoxicação é de compreensão e amor. Sentir-se amada e querida dará a ela forças para superar os obstáculos que ela encontrará em seu caminho. Portanto, para ajudar uma pessoa a sair das drogas dê a ela atenção e muito amor. Enquanto ela estiver em tratamento procure visitá-la sempre que possível para que ela não se sinta abandonada, mas, sim, amparada.
Não fique distante dos seus amigos ou ente queridos próximos que passam por esse tipo de dificuldade. Ainda que muitas tenham sido as tentativas, saiba porque não perder as esperanças com nosso blog post Usuário de drogas: Por que não podemos desacreditá-lo
São inúmeras as famílias que buscam na Copiosa Redenção um conforto ou amparo na hora em que a droga deixa de ser algo que acontece na família do vizinho ou com o colega de trabalho. No entanto, se torna uma realidade, ainda mais complexa e dolorosa, dentro de suas próprias casas, quando seu filho está usando drogas.
Normalmente, sem as informações necessárias, após a descoberta, o processo que se instala na família aproxima-se do caos e do desespero. O fato é que, sem saber como agir, muitas vezes os familiares e amigos envolvidos na situação acabam contribuindo para o agravamento do problema.
Considerando essa problemática, entrevistamos o assistente social Mauricio Landre, referência no trabalho com dependentes químicos e comunidades terapêuticas. Além de trabalhar diretamente com usuários e dependentes, atua na formação de diversos profissionais da área. Sua contribuição à recuperação e formas de tratamento para dependentes é vasta. Sendo assim, nesta pequena entrevista, Maurício respondeu algumas perguntas que visam auxiliar famílias, que estão sofrendo em decorrência do uso ou abuso de drogas.
1. A partir do momento em que o uso é constatado, qual o próximo passo? Em que momento a ajuda profissional pode e deve começar a fazer parte? Muitas vezes, nessa fase de identificação do uso é comum encontrar a resistência, negação e rebeldia. De que maneira tratar do assunto?
Essa é, talvez, a pergunta mais complexa e importante de ser compreendida para que a ajuda seja efetiva. Em primeiro lugar, temos que diferenciar uso, abuso e dependência. São três estágios progressivos que podem ser interrompidos com a atenção e ações corretas. O uso de drogas hoje, entre os jovens, tem um índice muito alto na experimentação, em torno de 70% (CEBRID). Esse dado já expõe os adolescentes e jovens a uma vulnerabilidade que, dependendo de como as relações afetivas, familiares e sociais se configuram, será determinante para o avanço do uso ou não. Famílias ausentes, rígidas ou passivas demais, com crises e falta de diálogo, são as mais vulneráveis para a evolução do quadro.
No abuso, ou seja, o consumo de uma quantidade de álcool ou droga acima do que o corpo consegue metabolizar, de forma que não altere o funcionamento do cérebro, nas suas habilidades perceptivas, emocionais e cognitivas, implica numa concepção de uso por parte dos jovens que se caracterizam por diversos outros agentes sociais e de autoconhecimento, autocontrole e autoestima.
Quando chega a dependência, não existem alternativas eficazes que não sejam associadas ao tratamento, seja clínico, psicológico e sociofamiliar. Com certeza, a fase do consumo é a mais difícil de obter resultados efetivos, sem mudanças profundas na rotina e visão de mundo.
Outro ponto importante é levarmos em consideração quais tipo de drogas, o contexto onde o jovem usa, os motivos ou objetivos para usar e a relação dele com a droga.
Diante desse quadro, talvez o maior instrumento terapêutico efetivo para qualquer uma dessas fases, seja o de estabelecer um vínculo com a família e pares. No entanto, um vínculo saudável, aberto, franco, honesto e respeitoso, de ambos os lados. Às vezes, a família tentando ajudar acaba prejudicando mais.
Os sinais e sintomas, de que pode haver a presença do uso, configuram-se por mudanças bruscas no comportamento, frequência e rendimento escolar, amizades diferentes e, isso tudo pode passar despercebido se a família não está atenta a esses movimentos.
Finalizando e reforçando, independente de onde a família ou os parentes e amigos identifiquem o uso do adolescente ou jovem, deve-se manter e cuidar para que a relação e os vínculos sejam fortes e confiáveis. Não podemos exigir um comportamento que não temos e que não represente o movimento cultural que o jovem está vivendo. É o caso da maneira de se vestir, uso de tatuagem, gírias e outros modos de expressão de sua identidade, e da presença da mídia, internet e redes sociais na comunicação dessa geração.
2. Muitas pessoas fazem uso de drogas lícitas e ilícitas e não se tornam dependentes da substância. Normalmente quando as famílias descobrem um ente que faz o uso, uma das alternativas propostas é o internamento em clínica ou comunidade terapêutica (CT). O internamento passa a ser válido em que momento?
Existe uma ordem racional e progressiva de uso e de intervenções para quem está consumindo drogas ou álcool, da mesma forma que para qualquer outro tipo de intervenção clinica. Imagine alguém apresentar uma febre alta, entupimento das vias nasais. A intervenção é uma internação imediata? Para quem usa, o melhor caminho é a prevenção, seja através de informação, da educação, do acompanhamento do crescimento, do rendimento escolar e dos amigos. No caso de abuso, uma investigação mais aprofundada junto de uma atenção maior pode ajudar, e, somente na dependência, é que o emprego da internação fará sentido.
3. O que você sugere àquelas pessoas que estão tentando ajudar um dependente que aparentemente não quer ser ajudado? O internamento compulsório (realizado sem a vontade da pessoa dependente) é saudável? Se sim, quando pode e deve acontecer?
A intervenção involuntária é recomendada quando o dependente está colocando sua vida e de membros de sua família e sociedade em alto risco. Ela acontece através do pedido de um familiar ou responsável e é avaliada por um médico capacitado.
A internação compulsória é acionada pelo poder judiciário que, diante de uma infração ou crime, percebendo se tratar de um dependente, oferece um tratamento para o mesmo.
Infelizmente, no Brasil, temos muitos problemas com essas internações, dentre elas, a internação precoce de um adolescente ou jovem que ainda não desenvolveu a dependência; clínicas que só visam o lucro, famílias desgastadas e cansadas, veem em propagandas otimistas uma alternativa que alivia o estresse com a promessa de cura e paz; equipes e profissionais despreparados; locais adaptados inadequadamente para receber os pacientes (parecendo depósitos); uso descontrolado e inadequado de medicações fortes para manejar crises; falta de fiscalização e da participação da família que, muitas vezes, são proibidas de visitá-los. Duvidem disso!
4. Falando em CT, sabemos que você administra uma comunidade que é referência no Brasil e no mundo, e também, que você é considerado um dos mais conceituados especialistas do país nesta abordagem de tratamento e na própria dependência química. Pra quem é a comunidade terapêutica e qual o diferencial dela em relação às outras abordagens? Quais os mitos sobre esta forma de recuperação? E quais os avanços realizados nos últimos anos?
Tenho um posicionamento em relação aos modelos de tratamento de que, se eles existem é porque para algumas pessoas eles são adequados. Não existe um modelo eficaz para tratar todas as pessoas e sim aquele adequado ao perfil e ao comprometimento que se encontra.
A Comunidade Terapêutica (CT) é uma opção eficaz para casos graves de dependência de qualquer tipo, tanto para drogas utilizadas no Brasil como no mundo, que se encontram com uma desorganização biológica, psicológica e social. A comunidade terapêutica auxilia o indivíduo a restabelecer um contato sadio com princípios, valores, cuidados e com vínculos, dentro de uma estrutura de respeito, que utiliza de uma cultura e ambiente propícios para uma mudança gradativa e concreta na maneira de viver e se relacionar. O tratamento em CTs é voluntário, ou seja, o candidato tem que querer se recuperar e, para isso, é importante que conheça o programa e as regras antecipadamente.
Alguns mitos sobre CTs, tanto para alguns profissionais, serviços e familiares quanto para os próprios profissionais e equipes das CTs e seus acolhidos são: a CT é um manicômio que obriga as pessoas a trabalharem e rezarem o tempo todo; a CT institucionaliza o indivíduo; não têm evidências científicas de sua eficácia; na CT todo mundo é igual; se o acolhido não está praticando ou respeitando as regras é porque ele não quer tratamento; a CT só funciona quando a pessoa chega totalmente rendida e manifesta um querer desde o início, dentre muitos outros. Importante lembrar que, de fato, existem muitas CTs e muitos outros serviços despreparados para oferecer um bom tratamento, mas isso não significa que o modelo de CT não funciona. O objetivo maior da CT é a reinserção e reintegração social do indivíduo, baseada na busca e manutenção da abstinência integral.
5. Após um processo de recuperação, um dos maiores fantasmas que assombram os dependentes e as suas famílias é a possibilidade da recaída, que muitas vezes se concretiza. Como lidar com ela?
A recaída acontece, com muita frequência, com todos os tipos de doenças ou transtornos crônicos, seja para quem sofre de diabetes, asma, hipertensão ou dependência de álcool e drogas. O importante é não desistir e tirar algum ensinamento ou informação, seja pelas consequências que ela traz ou pela percepção de mecanismos e resistência a algumas mudanças, cuidados ou detalhes que não foram interiorizados ou valorizados no tratamento. A melhor maneira de tratar a recaída é buscando entender o processo que levou o indivíduo ao retorno do uso.
6. Quais dicas você poderia fornecer aos profissionais da área, familiares e aos dependentes de modo que as dificuldades de reinserção sejam reduzidas?
Hoje, na CT Santa Carlota, Comunidade Terapêutica do Instituto Bairral de Psiquiatria, que coordeno trabalho não somente com os acolhidos, mas com a equipe o tempo todo para que, cada um, como ser humano, encontre e invista em seus potenciais e suas aptidões, fortalecendo a autonomia e a escolha de seus atos e caminhos, através de uma reflexão interna e com seus pares, de forma que garanta qualidade de vida e sucesso na caminhada.
Utilizamos o reforço positivo, a não punição e o amor incondicional, que se manifesta na maneira como todos se relacionam consigo mesmos, com os companheiros e com as necessidades e responsabilidades que temos diante da vida e da sociedade. Somado a isso, utilizamos ferramentas que estão diretamente ligadas ao transtorno: prevenção de recaída, 12 passos, psicoterapia individual e social, projeto de vida, grupos e filmes reflexivos, etapas alcançadas por esforço e mérito.
Talvez a máxima que diferencia e auxilia na construção de uma relação saudável com essa metodologia, e a mais ideal, são duas frases marcantes que repetimos sempre: “Ajuda é para quem precisa e não somente para quem merece” – Afinal, como Cristãos, quem não merece? E a outra é “Nossa equipe é formada por pessoas que gostam de pessoas”.