Transtorno de Ansiedade na vida religiosa

Não é comum ouvirmos sacerdotes, religiosos, freiras e frades comentando sobre transtorno de ansiedade na vida religiosa. A busca pelo caminho da perfeição evangélica e os inúmeros compromissos missionários tendem a ocultar a figura humana, frágil e necessitada que há em todo homem e mulher, independentemente da sua vocação. 

Os sintomas começam sutilmente, mas podem chegar a uma proporção insustentável. Obviamente, todos possuem em maior ou menor grau uma ansiedade tida como normal. Afinal, precisamos dela para reagirmos a qualquer possível perigo ou expectativa. 

Contudo, a ansiedade pode desenvolver-se a partir de sentimentos como medo e insegurança relacionada a determinada preocupação excessiva com o futuro. Não necessariamente quanto à uma realidade, mas, muitas vezes, projeções irreais de problemas que possivelmente nunca acontecerão. 

A ansiedade na vida religiosa na prática

A rotina dos religiosos costuma ser fixa e exigente. É comum que a vida comunitária se articule em 3 dimensões: oração, trabalho e descanso. Cada família religiosa possui um estilo de vida próprio para desenvolver cada uma dessas dimensões. 

Porém, devido às urgências missionárias, é comum que o descanso não seja proporcional ao trabalho apostólico. O documento do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, ressalta que “às vezes o sincero desejo de servir à Igreja, o apego às obras do instituto, bem como as prementes solicitações da Igreja particular podem facilmente levar religiosos e religiosas a sobrecarregar-se de trabalho”. 

Além disso, há um desafio específico na Graça da vida em comunidade: os relacionamentos fraternos. Na convivência fraterna, é comum que haja desentendimentos e conflitos. Em especial, quando se trata de relacionamento com as autoridades, isso pode ser um gatilho para os transtornos de ansiedade. 

O religioso pode apresentar insônia, sudorese excessiva, falta de ar, taquicardia, picos hipertensivos, tontura, dormência na cabeça, pânico sem motivo aparente e desequilíbrio emocional. Diante da identificação desses sintomas, é necessário que as autoridades e o próprio religioso busquem ajuda profissional. 

Quais os tipos de ansiedade? 

Já falamos sobre alguns dos principais sintomas da ansiedade patológica, que variam de acordo com o quadro específico. Exemplo: 

  1. Transtorno de Ansiedade Generalizada: Causa uma irritabilidade e inquietação constantes. Há ainda muito cansaço, causando falta de concentração. Em alguns quadros, os sintomas físicos podem se agravar com palpitação cardíaca, dormência no corpo, entre outros. 
  2. Fobias: Trata-se do surgimento exagerado de um medo paralisante diante de objetos ou situações, como altura, elevador, agulhas, determinados animais. 
  3. Síndrome do pânico: A ansiedade se tornou severa a tal ponto que um pânico surge repentinamente. Juntamente, há uma sensação de morte iminente podendo durar segundos ou minutos.

Leia também 5 dicas para lidar com a ansiedade na vida consagrada

Quando é hora de buscar ajuda profissional?

A ansiedade patológica (quando são identificados dois ou mais sintomas) necessita de acompanhamento profissional. Muitas vezes, o tratamento acontece por meio de processo terapêutico e medicamentoso e com o apoio de uma equipe multidisciplinar. 

O próprio Dicastério para Vida Consagrada, no documento já citado acima, afirma que “o recurso a tais intervenções tem se revelado útil não só no momento terapêutico em casos de psicopatologia mais ou menos manifesta, mas também no momento preventivo para ajudar a uma adequada seleção dos candidatos e para acompanhar, em alguns casos, a equipe de formadores a afrontar específicos problemas pedagógico-formativos”.

Ou seja, a própria Igreja orienta que formadores e autoridades estejam atentos à necessidade de auxílio profissional, mediante patologias. Porém, continua: “Em todo o caso, na escolha dos especialistas, deve-se preferir uma pessoa de fé e conhecedora da vida religiosa e de suas dinâmicas. Tanto melhor se for uma pessoa consagrada”.

Portanto, não deve haver vergonha ou timidez quando se é preciso buscar ajuda. Por sua vez, é necessário atenção aos profissionais que serão solicitados a fim de não estarem muito aquém da realidade religiosa e suas nuances. 

Amiga ou inimiga: a rotina na saúde mental

Toda vida religiosa é composta por uma rotina de hábitos fixos que ditam o ritmo de oração, trabalho e descanso.

No entanto, quando essa rotina torna-se engessada, pode ser uma inimiga, ao invés de uma amiga para a saúde mental.

As cobranças exageradas, a falta de liberdade, o medo das autoridades, a baixa estima, a falta de equilíbrio podem transformar o que deveria ser uma graça, em um problema. 

Como já dissemos aqui no blog, há algumas dicas importantes para preservar a saúde mental, porém sem flexibilidade e atenção a uma rotina saudável não será possível. 

Leia 3 condições indispensáveis para ter qualidade de vida

Entenda quando a rotina é uma inimiga e como torná-la amiga do seu bem-estar. Confira! 

Quando a rotina é vilã da qualidade de vida

Os religiosos costumam acordar cedo. Sejam consagrados ou sacerdotes, o dia começa com orações, a Santa Missa e muitas vezes, logo depois os afazeres domésticos necessários.

Assim, segue em um ritmo acelerado também a vida apostólica e o atendimento às pessoas.

No entanto, as exigências pastorais e missionárias podem sabotar o tempo necessário de descanso e repouso. 

Além disso, a rotina pode ser engolida por muitas atribuições e trabalhos, impedindo o religioso de dedicar-se a atividades saudáveis como a prática esportiva ou mesmo um bom lazer como ir ao cinema, estar com os amigos, ou até dormir mais horas do que o costume. 

A ausência de atividades recreativas prejudica o descanso e a reposição de nossas energias para a missão.

Além disso, a rotina pode ser sufocada por maus relacionamentos fraternos ou administrativos.

Quando não há uma relação amistosa na vivência comunitária, a dinâmica apostólica no Instituto religioso ou mesmo da Paróquia fica comprometida.  

Esse problema pode estar relacionado a uma rotina pesada como citado acima ou mesmo pela personalidade mais difícil do religioso, dos seus irmãos ou colaboradores. 

O Papa Francisco falando, em uma catequese para as famílias, evidenciou a importância de três “palavras mágicas” para boa convivência: Obrigado! Desculpa! Com licença! 

Assim como em uma família, na vida comunitária é indispensável uma contínua gratidão, a consciência dos erros, seguido do pedido de perdão, e o zelo para não invadir a intimidade do outro.

Portanto, palavras como “Obrigado! Desculpa! Com licença!”, colaboram para uma experiência libertadora na vida comum. 

Como favorecer a qualidade de vida?

A dinâmica comunitária dos monges cistercienses divide a vida do religioso em três tempos de oito horas: Oração, trabalho e descanso.

Cada carisma e congregação possui sua dinâmica, porém, se pensarmos em uma rotina saudável, precisamos erguer esses três pilares da vida do religioso ou sacerdote, dando suporte com outras atividades importantes. 

Obviamente um sacerdote diocesano e um consagrado não terão as mesmas horas de oração que um monge.

Mas, fazendo uma divisão adequada entre as atividades comunitárias e pastorais, tendo sua rotina espiritual estabelecida, é possível encontrar tempo para as demais realidades.

É importante, por exemplo, definir os momentos para convivência, para o lazer, para a prática de atividades físicas.

Outra realidade importante para uma rotina saudável é saber usá-la ao seu favor. Por exemplo, vivê-la bem de modo que sair dela não compromete o todo. 

Nunca esquecendo de viver bem o período de férias. Esse é um tempo importantíssimo para os religiosos, não para o ócio, mas para o repouso, o prazer de estar com a família e/ou amigos e a possibilidade de realizar outras atividades que não as corriqueiras. 

Desse modo, fica claro que a rotina, antes de ser indispensável e rígida, precisa ser flexível e atenta às realidades necessárias para o bem-estar também dos religiosos.

Portanto,  faz-se necessário ter um bom diálogo com as autoridades para favorecer um caminho de discernimento. 

Seja sempre franco ao comunicar sua realidade aos seus superiores. Dessa forma a vida comunitária pode tornar-se também um caminho de fraternidade e descanso.  

Quando um ministro ordenado precisa cuidar da saúde emocional

Ver um sacerdote no altar é algo sagrado para Igreja Católica e seus fiéis. O ministro ordenado “participa da autoridade com que o próprio Cristo constrói, santifica e rege seu corpo” (Catecismo da Igreja Católica 1563). Portanto, tal missão edifica a Igreja e favorece a santidade de todo o povo de Deus. 

Com sua missão, possui diversas atribuições como distribuir os sacramentos do Batismo, da Penitência, da Eucaristia, assistir aos casamentos, administrar paróquias, comunidades e pastorais, além de, em alguns casos, possuir trabalhos seculares. 

No entanto, algo que não se pode esquecer é que Deus depositou todos esses dons e missão em um ser humano limitado, pecador e cheio de necessidades. Por isso, tão necessário quanto cuidar de sua saúde física, é importantíssimo que o ministro ordenado não se descuide de sua saúde emocional e psíquica.  

Confira quais os principais desafios que um ministro ordenado pode enfrentar em sua saúde emocional. 

O dia de um ministro ordenado 

Padre João Paulo (personagem fictício) acordou às 6h da manhã, porque precisava rezar suas Laudes antes de sair para a missa que celebra no Santuário, onde é vigário. Acordou? Não! Levantou da cama, porque havia passado a noite em claro, mais uma vez. 

De lá, come alguma coisa na padaria e vai direto pra algumas reuniões na Cúria diocesana, da comissão que faz parte. No meio de uma discussão, sente uma palpitação no peito e uma leve tontura. Toma uma água e se recompõe. 

Depois, almoça na casa de um paroquiano mais próximo e, às 14h, já precisa estar na secretaria paroquial para uma tarde de confissões. Mesmo no meio de uma conversa acalorada, sente um vazio e uma tristeza que costuma visitá-lo, aparentemente sem motivo. Olha para aquela família de seu amigo e pensa: “Talvez, se eu tivesse me casado, não me sentiria tão só!”. Percebe aquele pensamento como uma tentação e rapidamente o afasta. Não tem tempo para pensar nisso, é preciso correr. 

Costuma passar muitas horas no trânsito. Nesse momento sente sua impaciência e cansaço, falta de ar ou até uma dor de cabeça.

Ao fim da tarde, costuma visitar sua mãe já idosa e dar assistência, enquanto não começa a Missa da noite, que será seguida de uma reunião mais complicada com o conselho pastoral. Ao fim da noite, vai a uma lanchonete comer um sanduíche de seu gosto particular e segue para casa. 

Às 23h começa sua saga: a luta contra a insônia. O corpo está cansado, exausto, mas seu esvaziamento interior, quanto à sua vocação e ao sentido de sua vida, não o deixam relaxar. Suas articulações doem e por vezes é assaltado por tremores musculares, aparentemente sutis, mas que o tem preocupado, porque são cada vez mais recorrentes. 

É hora de reconhecer que precisa cuidar-se 

Em meio a essa rotina exaustiva e desafiante, é possível perceber sintomas que sinalizam a necessidade de atenção consigo mesmo. O cansaço emocional muitas vezes se traduz com sintomas físicos como dores generalizadas, somatizações como dermatite ou gastrite, além de insônia, picos hipertensivos, entre outros. 

Além disso, o ministro ordenado pode enfrentar uma forte crise de sentido de vida e da sua própria vocação, por não conseguir encontrar prazer naquilo que faz. O próprio estresse do excesso de atividades e atribuições contribuem para o desenvolvimento de estafa e crises de ansiedade. 

Todos esses sinais são demonstrações claras de que é preciso cuidar da saúde emocional do sacerdote. Apesar de sua característica solitária, o padre não precisa enfrentar tais desafios sozinho. Sua família, o colégio dos presbíteros, seu bispo diocesano ou mesmo amigos e paroquianos podem ajudá-lo. 

É preciso, no entanto, reconhecer que é necessário fazer esse caminho de resgate da sua saúde mental, emocional, física e espiritual. 

Um bom processo de revitalização pode proporcionar um resgate de sua vida e vocação. Não tenha medo de se deixar cuidar e amar.

Burnout e vida religiosa: 5 sintomas que merecem atenção

Talvez você ache que uma síndrome comumente relacionada ao trabalho dificilmente alcança quem se dedica à vida religiosa ou sacerdotal. Porém, o burnout tem mais a ver com cansaço e desgaste emocional do que com a categoria de trabalho. 

O serviço prestado pelos sacerdotes e religiosos exigem dedicação e entrega tal qual um trabalho com vínculo empregatício. A missão religiosa tem como característica a oferta de vida do missionário, mas também a vida daquele que receberá o anúncio. 

Sempre dedicados e em um vínculo fraterno profundo com o povo ao qual são enviados, muitos passam por problemas psíquicos e de saúde integral pelo cansaço físico, mental ou emocional. 

A síndrome de burnout, segundo o Ministério da Saúde, “também pode acontecer quando o profissional planeja ou é pautado para objetivos de trabalho muito difíceis, situações em que a pessoa possa achar, por algum motivo, não ter capacidades suficientes para os cumprir.” Tais sentimentos se encaixam com o que é enfrentado pelos religiosos constantemente. Portanto, ter cuidado e atenção com os sintomas de Burnout contribuem para que a síndrome não tome proporções mais graves. 

Confira alguns dos sintomas que merecem mais atenção. 

Cansaço excessivo, físico e mental

Dom Rafael Cifuentes, autor de vários livros sobre espiritualidade, afirmou que a maturidade é o justo equilíbrio entre dois extremos. Sendo assim, o serviço apostólico e ministerial precisa acompanhar a maturidade necessária

O sacerdote ou religioso (a) deve dedicar-se com afinco à sua missão. No entanto, precisa de clareza com seus próprios limites e inclinações. Não há maturidade em um trabalho que leva ao esgotamento, assim como o desleixo. 

Sendo assim, é necessário que as autoridades comunitárias estejam atentas aos excessos. Um religioso que, dia após dia, chega ao extremo do cansaço, dorme pouco, se alimenta mal, sempre aparenta um semblante abatido e uma irritabilidade constante sinaliza a necessidade de atenção. 

Leia Qual a diferença entre cansaço e depressão?

Sentimentos de fracasso e insegurança

O complexo de inferioridade e as inseguranças oriundas de uma baixa estima não são necessariamente sinal de Burnout, mas de feridas na própria história ou autoimagem. 

Contudo, quando surgem discursos negativistas e inseguros em um religioso que há muito tempo se dedica exaustivamente ao trabalho apostólico, mas há pouco não se sente mais realizado com o serviço, é necessário uma avaliação mais profunda. 

Como sintomas de Burnout, o fracasso e a insegurança surgem como algo paralisante, um sofrimento real que impede o sacerdote e o religioso do esforço a fim de transpô-lo. 

Alterações repentinas de humor

Algo que é necessário que fique claro é que os sintomas de Burnout se assemelham ao do cansaço corriqueiro. Porém, a intensidade e o seu possível surgimento são sinais que precisam ser observados. 

Alterações de humor podem ter várias raízes, porém, como sintoma de Burnout, é característico que esteja ligado à vivência do trabalho. 

Sendo assim, o religioso quando se dedica a uma atividade relacionada ao trabalho passa a ter tais alterações: tristeza, desgosto, falta de ânimo, irritação, impaciência. 

Problemas gastrointestinais

Refluxo esofágico, gastrite, estomatite, síndrome do intestino irritado, entre outros, podem ser os problemas médicos oriundos do Burnout. 

É muito comum que o estômago e o intestino sejam dois órgãos afetados pela rotina exaustiva de trabalho, dando sintomas claros que merecem atenção. 

Insônia

Como dito acima, a insônia também pode ser um sintoma de outros problemas. Porém, quando se trata de Burnout vem precedido de outros sintomas associados como estresse e ansiedade. 

A insônia pode não ser a patologia em questão, mas um sintoma que indica necessidade de atenção em alguma outra realidade. 

Sempre que algum sintoma aparece, gerando angústia e ansiedade, é necessário observar e conduzir um tempo de descanso e tratamento adequado. 

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Qual a diferença entre cansaço e depressão?

Chega um momento na vida religiosa e vocacional no qual o cansaço bate à porta e não se sabe o que fazer para recuperar o vigor da oferta dada enquanto jovem. As emoções não são as mesmas, o impulso missionário enfraquece, cansaço e a depressão parecem se aproximar cada vez mais.

Obviamente, em poucos casos, a depressão começa de forma repentina. Boa parte das vezes tem início com episódios de cansaço, tristeza, vazio de sentido, fragilidade emocional. 

Para saber diferenciar o que é cansaço e o que é depressão preparamos um blog post com algumas dicas para que você possa identificá-los. As nossas dicas podem ajudar os religiosos que enfrentam esses desafios. Além disso, pode auxiliar reitores e formadores na orientação de melhores formas de intervir antes que os quadros se compliquem. Confira! 

O cansaço da vida ordinária e seus alertas

A vida missionária e comunitária costuma ser intensa, repleta de altos e baixos e cheia de momentos fortes de emoção e tensão. Muitas vezes os religiosos chegam à exaustão na sua oferta de vida e nas necessidades do povo de Deus. 

Espelhando-se nas biografias dos santos, nos quais se vê uma entrega de vida até o último suspiro, como São João Maria Vianney, Santa Teresa de Calcutá e São João Bosco. Eram muitas horas de apostolado, quase nenhuma de descanso.

São João Maria Vianney disse certa vez que todas as noites acontecia um milagre. Ele se deitava exausto ao extremo e, em poucas horas de sono, o Senhor o restabelecia. 

No entanto, também quis a Providência de Deus fazer com que os santos experimentassem momentos nos quais tocavam os limites de sua humanidade, seja pela enfermidade ou pelo cansaço. 

O cansaço cotidiano é algo normal e comum, inclusive, na vida secular. No entanto, é preciso perceber-se acerca do nível do cansaço e se ele passa ou não com algumas horas de sono a mais e momentos de lazer. 

O cansaço ligado a um processo depressivo não costuma passar com descanso. Além disso, é um cansaço que é bem menos físico, do que mental. É um cansaço da alma, pode-se dizer assim. 

O cansaço no limite da exaustão é anunciado pela diminuição do rendimento nas atividades apostólicas. O prazer de servir se esvai e surge uma sensação de que tudo é muito complicado e difícil. Diante desses sinais, é preciso atenção para que esse cansaço não se torne uma depressão.

Quando cansaço e depressão se encontram 

Os sintomas que mostram o início de um processo depressivo se assemelham muito ao cansaço extremo. A falta de motivação e disposição para realizar tarefas corriqueiras, um cansaço constante e a energia limitada sinalizam o início da depressão. 

Tudo começa em baixa intensidade, no entanto, sem o devido tratamento terapêutico, cresce e se torna um sofrimento sem tamanho. 

Além disso, há outros sintomas bem comuns como: falta de sentido, tristeza excessiva e constante, irritabilidade, dores musculares e alterações no corpo, perda de apetite, ou compulsão alimentar, falta de concentração, sentimentos de morte ou suicídio. 

Por isso, diante da identificação de sintomas de um cansaço que começa a fugir do controle é preciso que o religioso recue. Não é preciso sair do ambiente religioso, mas a diminuição da rotina, o planejamento de descanso frequente, o acompanhamento terapêutico evitam casos patológicos mais sérios. 

Se, no entanto, o religioso percebe sinais de depressão, é importante a busca de uma comunidade terapêutica, a escuta de profissionais experientes que entendem a vida religiosa e sacerdotal para se chegar, o quanto antes, a um diagnóstico preciso e um protocolo de atendimento assertivo. 

Aprofunde-se sobre cansaço, conhecendo O que é Síndrome de Burnout

O que a Bíblia fala sobre saúde emocional?

Como estaria um homem que perde tudo o que tem, fica com seu corpo coberto de feridas, tem seus filhos e filhas mortos? Certamente, você diria que seria improvável manter o mínimo de saúde emocional em uma situação semelhante. Mas se olharmos o que a Bíblia fala sobre saúde emocional veremos o contrário!

Lendo o Livro de Jó, é possível encontrar um homem que passa por grandes sofrimentos, mas se recusa a maldizer a Deus e as circunstâncias da vida. Ao contrário, Jó mantém sua fé e esperança Naquele que pode salvá-lo. 

Você pode pensar que não, mas a Bíblia traz diversas dicas para se alcançar a saúde emocional. Confira. 

A saúde emocional de Davi 

A Sagrada Escritura retrata a história da Salvação do homem, desde sua criação até a segunda vinda do Senhor. Nela vemos uma carta de Amor do Pai que não desiste dos seus filhos, mas os salva em todas as suas dores e sofrimentos. 

Já na história de Davi, podemos ver a saúde emocional do rei que enfrentou diversos conflitos e desafios, inclusive de relacionamento. Sabemos que, enquanto estava em sua família, Davi era o menor de sua casa, aquele que nem o pai acreditava. Mas, uma vez eleito por Deus para sua missão, deixou-se ungir e disse sim ao projeto do Pai. 

Além disso, Davi não se deixou abater pela tensão e pela ameaça do gigante Golias. Mas, munido de fé e esperança, fez memória dos feitos do Senhor e confiou em sua Bondade, dizendo : “Deus que me livrou das garras do leão e do urso me livrará das mãos desse filisteu” (Cf. I Sm 17, 1-54). 

Ou seja, a saúde emocional de Davi está fundamentada na proteção de Deus quando percebeu a ameaça que enfrentaria na luta com Golias e não em sua pequenez. Desse modo, ele se apoiou no que lhe garantiria mais chances de vitória: a força de Deus.  

Muitas vezes, diante das crises e dificuldades vocacionais, corremos o risco de nos declarar fracassados e incompetentes. Contudo, a Bíblia nos ensina a ter sempre diante dos olhos a fé no Deus que nos chama e capacita, assim como a memória de tudo o que já ocorreu em nossa vida. 

O que a bíblia fala sobre saúde emocional e o pecado

O pecado não é somente uma marca na alma, mas atinge o homem como um todo. A psique e as emoções são abaladas, a ponto de desnortear as motivações e o controle emocional da pessoa. 

Vemos isso claramente na trajetória de Davi quando caiu no pecado de adultério e assasinato. Confira os trechos bíblicos. 

“Uma tarde, Davi, levantando-se da cama, passeava pelo terraço de seu palácio. Do alto do terraço avistou uma mulher que se banhava e que era muito formosa.* Informando-se Davi a respeito dela, disseram-lhe: “É Betsabeia, filha de Elião, mulher de Urias, o hiteu”. Então, Davi mandou mensageiros para a trazerem. Ela veio e Davi dormiu com ela. (…) E vendo que concebera, mandou dizer a Davi: “Estou grávida”. (…) Davi escreve uma carta a Joab, enviando-a por Urias. Dizia na carta: “Coloca Urias na frente, onde o combate for mais renhido e desam­parai-o para que ele seja ferido e morra”. Joab, que sitiava a cidade, pôs Urias no lugar onde sabia que estavam os mais valorosos guerreiros. Saíram os assediados contra Joab e tombaram alguns dos homens de Davi, morreu, também Urias, o hiteu.” (II Sm 11, 2-17). 

Após cometer tais atrocidades, Davi ouve o anúncio do profeta Natã que ressalta a ferida do coração de Deus diante do pecado do rei. A saúde emocional de Davi se desenrola a partir de um sincero pedido de perdão a Deus, essa súplica tornou-se um dos salmos penitenciais mais belos da tradição bíblica: 

“Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade. 4.Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado. 5.Eu reconheço a minha iniquidade, diante de mim está sempre o meu pecado.” (Salmo 50, 2-5) 

Jesus, modelo de ser humano 

A Bíblia nos apresenta, de modo perfeito, o Filho de Deus encarnado como modelo de ser humano. Afinal, em seu mistério de amor, é 100% Deus e 100% homem; em nosso meio, santifica e diviniza a vida humana, inclusive suas emoções. 

São diversos os momentos nos quais vemos um homem inteiro e equilibrado em suas emoções. Basta lembrarmos de alguns dos trechos abaixos: 

“Nisso, surgiu uma grande tormenta e lançava as ondas dentro da barca, de modo que ela já se enchia de água. 38.Jesus achava-se na popa, dormindo sobre um travesseiro. Eles acordaram-no e disseram-lhe: “Mestre, não te importa que pereçamos?”. 39.E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: “Silêncio! Cala-te!”. E cessou o vento e seguiu-se grande bonança. 40.Ele disse-lhes: “Como sois medrosos! Ainda não tendes fé?”.” (Mc 4, 37 – 40)

Com a passagem da tempestade acalmada, percebemos que Jesus não deixa suas emoções serem abaladas pelas circunstâncias ao seu redor. Suas emoções são ordenadas e balizadas a partir da sua fé e consciência no poder do Pai que submete a criação. 

Talvez você se questione: “Mas ele era Deus!”. Tem razão! Mas seu testemunho nos questiona acerca da nossa saúde emocional. Se há em nós uma fé expectante e dinâmica, certamente as emoções são ordenadas. 

“Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: “És tu o rei dos judeus?” 34.Jesus respondeu: “Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?” (…) Perguntou-lhe então Pilatos: “És, portanto, rei?” Respondeu Jesus: “Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz”.(Jo 18, 33 – 37)

Saiba mais sobre Como fortalecer sua saúde física, mental e espiritual 

O Senhor de suas emoções e o que a Bíblia fala sobre saúde emocional

Aqui estamos em um dos momentos mais dramáticos da vida de Jesus. Trata-se de seu interrogatório diante de Pôncio Pilatos. Jesus sabia de seu fim iminente. Sabia que todos os que o conheciam, e nos quais confiava, o haviam abandonado. 

Era Jesus e o homem que o podia  condenar. Mas o Senhor, com sua emoção nas mãos, não se deixa ludibriar, nem enganar pelo medo da morte e da dor. Jesus é inteiro ao afirmar-se ser quem de fato é, o Filho de Deus. 

Quando somos abatidos nas emoções, perdemos a consciência da Verdade e buscamos o caminho mais fácil de fugirmos da dor. Porém, Jesus nos mostra que o equilíbrio das emoções nos garante tranquilidade e serenidade, mesmo em meio aos momentos mais difíceis. 

Os momentos nos quais nos dedicamos à leitura e espiritualidade com a Bíblia nos edificam imensamente se lidas na ótica da realidade cotidiana. Portanto, se carecemos de saúde emocional, podemos  – contemplando os homens e mulheres das escrituras – encontrar o que a Bíblia fala sobre saúde emocional e modelos nos quais nos espelhamos. 

3 condições indispensáveis para ter qualidade de vida

Ter qualidade de vida é mais do que não estar com o organismo doente. Estamos falando de condições necessárias para que o ser humano se desenvolva de forma saudável, tenha uma estrutura básica para sobrevivência e esteja com a saúde mental em equilíbrio.

Na vida consagrada, não obstante os sacrifícios e ofertas que compõem a vida cristã, as comunidades e paróquias precisam oferecer aos seus sacerdotes e religiosos condições de qualidade de vida. 

A ausência dessas oportunidades oferecem risco à saúde mental, física e, ainda mais, vocacional dos religiosos. 

Selecionamos 3 condições indispensáveis para se ter qualidade de vida. Confira, avalie e reflita sobre como favorecê-las. 

#1 Ambiente tranquilo, higiênico e sadio para vivência

O ambiente no qual o religioso vive precisa favorecer higiene, tranquilidade e saúde. Por isso, é necessário uma reflexão acerca das condições de saúde de cada um. 

Um ambiente frio para alguém com saúde debilitada devido a alergias e problemas pulmonares não é interessante. Além do aspecto estrutural e climático, é importante um ambiente tranquilo, longe de conflitos. 

Sabemos que os desafios comunitários são muitos, mas, quando se trata de manter a qualidade de vida da comunidade, é importante um discernimento e uma sabedoria sobre como manter a paz e a concórdia para todos. 

Além disso, o ambiente físico também precisa ser trabalhado de modo a gerar tranquilidade e vivência espiritual. Boa parte das casas religiosas são decoradas com imagens e ícones. No entanto, é preciso que haja harmonia nas cores e na quantidade de informações. É comprovada que algumas cores mais pesadas afetam a psique gerando ansiedade e irritabilidade. 

#2 Um trabalho apostólico desprovido de exigências 

A vida apostólica de uma comunidade religiosa é intensa. Por isso mesmo, é fundamental diminuir o peso das exigências desnecessárias e trabalhar com a noção de limites pessoais. 

Não podemos cobrar exaustão dos religiosos, senão a qualidade do trabalho apostólico fica comprometido, em especial, a qualidade de vida dos irmãos e irmãs. 

É preciso que as autoridades tenham consciência de sua missão como pais e mães espirituais e zelem pelos seus filhos nesse quesito. 

#3 Prática de exercícios físicos 

O Ministério da Saúde deixa evidente que: “além dos benefícios físicos, existem vantagens da atividade física para o emocional e para a imunidade, sendo esses dois benefícios especialmente valiosos durante a pandemia”. 

Apesar de benéfica, é necessário aliar os exercícios a outros hábitos como alimentação balanceada, rica em nutrientes, para que se tenha efeito esperado para saúde. Por isso, é 

Levando em consideração as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde orienta que as pessoas devem praticar 150 minutos semanais de atividade física moderada ou pelo menos 75 minutos de atividade física de maior intensidade por semana.

Na vida religiosa, algumas congregações inseriram em suas realidade cotidianas momentos comunitários para prática de esportes, como futebol, vôlei e outros. Apesar de ser uma iniciativa louvável é importante que todos os religiosos envolvidos passem por uma avaliação física para identificar possíveis problemas de saúde que inviabilizem a prática.  

Lar Adelaide Weiss Scarpa: qualidade de vida para pessoas idosas

A velhice para quem está vivo é algo concreto, vai acontecer. A única questão é se a qualidade de vida para pessoas idosas será uma consequência ou não. 

E, atualmente, a estimativa é que a vida seja cada vez mais longa, ainda que, infelizmente, isso não signifique que seja saudável também. Em 2019, o Brasil possuía 28 milhões de pessoas acima dos 60 anos, mas, segundo o IBGE, este número deve dobrar nos próximos anos.

Porém, infelizmente, alguns idosos não chegam nessa idade com qualidade de vida, bem-estar ou saúde física e mental. Por isso, para muitas pessoas essa época da vida pode parecer assustadora. O número de idosos em vulnerabilidade ou com doenças crônicas é grande.

No entanto, a vida dos idosos é valiosa e a velhice pode ser uma época maravilhosa, feliz e cheia de bons momentos, sem doenças ou tristezas. Portanto, precisamos encontrar as melhores maneiras de garantir a qualidade de vida para pessoas idosas. 

Qualidade de vida para pessoas idosas

O primeiro passo para garantir qualidade de vida para pessoas idosas é entender o seu conceito. 

O médico geriatra e diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Renato Bandeira de Mello, define a qualidade de vida sendo  algo subjetivo e que depende da percepção do indivíduo sobre o que é felicidade.

Ou seja, possuir qualidade de vida está relacionado ao que gera alegria. Portanto, em termos gerais, pode ser uma atividade física, viver bons momentos, ter amigos, ficar com a família, ir para a igreja, ter vida de oração e pertencer a uma comunidade ou a algum lugar. Geralmente, na velhice, a qualidade de vida está associada a uma vida ativa. 

Na maioria das vezes, subestimamos a importância da autonomia, mas ela também está altamente ligada ao sentimento de bem-estar e realização pessoal. Logo, também contribui profundamente para a qualidade de vida.

Velhice feliz e saudável 

Geralmente a velhice é relacionada a momentos difíceis, dores, sofrimentos e abandono. Em algumas realidades, os idosos são vistos como quem já viveu tudo, aproveitou a vida e são quase como um material a ser descartado. 

O Papa Francisco em uma catequese sobre a velhice falou sobre essa cultura do descartável e ressaltou que os idosos são uma benção para a sociedade: “não nos esqueçamos que tanto na cultura familiar quanto na social, os idosos são como as raízes da árvore: eles têm toda a história ali, e os jovens são como flores e frutos”, comparou.

“Tudo o que há de bonito numa sociedade está relacionado às raízes dos idosos.”, concluiu o Santo Padre.

Portanto, precisamos nadar contra a maré e defender a qualidade de vida para pessoas idosas. A velhice feliz e saudável é possível e pode ser uma realidade. Mas como fazemos isso?

Um idoso bem-assistido e bem-acolhido é um idoso feliz

Ser amado, acolhido e ter suas vontades respeitadas integralmente são princípios básicos para a qualidade de vida na terceira idade, mas, na maioria das vezes, só é possível oferecer e garantir isso em um lugar específico, preparado e equipado. 

Estar em um local que respeita as particularidades de cada um, que promove atividades de lazer e oferece a cada idoso a experiência de passar pelo imenso mar de amor e misericórdia de Deus, certamente são maneiras de fazer com que a pessoa idosa tenha qualidade de vida.

Imagina esses princípios, aliado ainda a profissionais responsáveis e qualificados, ambientes exclusivos e totalmente preparados para atender as necessidades do idoso e claro, pessoas amorosas, gentis, preocupadas e com o coração cheio do amor de Deus. 

Lar Adelaide Weiss Scarpa oferece qualidade de vida para pessoas idosas

O Lar Adelaide Weiss Scarpa acolhe idosos acima de 60 anos e oferece a calmaria de envelhecer com amor, alegria e a misericórdia de Deus. Todos os hóspedes – como são carinhosamente chamados os idosos – são respeitados e queridos. 

O propósito do Lar é ser uma casa pensada e planejada para receber pessoas idosas. E para que eles se sintam verdadeiramente em casa, os familiares são incentivados a trazer sempre fotos e objetos pessoais dos idosos para decorar o quarto. 

Há muitos valores e princípios no Lar Adelaide, questões que acreditamos contribuir imensamente para a qualidade de vida do idoso e para uma velhice feliz e tranquila. 

Trabalhamos constantemente para oferecer o melhor para eles, para fazer com que se sintam amados e queridos. Assim como realizamos atitudes concretas para isso e para contribuir com a saúde física deles, como atividades físicas e alimentação balanceada. 

Aqui, com toda certeza, o seu familiar idoso terá qualidade de vida garantida! Entre em contato e agende uma visita.

Ansiedade na vida religiosa: entenda

Não é comum ouvirmos religiosos, freiras e frades comentando sobre transtorno de ansiedade na vida religiosa. A busca pelo caminho da perfeição evangélica e os inúmeros compromissos missionários tendem a ocultar a figura humana, frágil e necessitada que há em todo homem e mulher, independentemente da sua vocação. 

Os sintomas começam sutilmente, mas podem chegar a uma proporção insustentável. Obviamente, todos possuem em maior ou menor grau uma ansiedade tida como normal. Afinal, precisamos dela para reagirmos a qualquer possível perigo ou expectativa. 

Contudo, a ansiedade pode desenvolver-se a partir de sentimentos como medo e insegurança relacionada a determinada preocupação excessiva com o futuro. Não necessariamente quanto à uma realidade, mas, muitas vezes, projeções irreais de problemas que possivelmente nunca acontecerão. 

A ansiedade na vida religiosa na prática

A rotina dos religiosos costuma ser fixa e exigente. É comum que a vida comunitária se articule em 3 dimensões: oração, trabalho e descanso. Cada família religiosa possui um estilo de vida próprio para desenvolver cada uma dessas dimensões. 

Porém, devido às urgências missionárias, é comum que o descanso não seja proporcional ao trabalho apostólico. O documento do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, ressalta que “às vezes o sincero desejo de servir à Igreja, o apego às obras do instituto, bem como as prementes solicitações da Igreja particular podem facilmente levar religiosos e religiosas a sobrecarregar-se de trabalho”. 

Além disso, há um desafio específico na Graça da vida em comunidade: os relacionamentos fraternos. Na convivência fraterna, é comum que haja desentendimentos e conflitos. Em especial, quando se trata de relacionamento com as autoridades, isso pode ser um gatilho para os transtornos de ansiedade. 

O religioso pode apresentar insônia, sudorese excessiva, falta de ar, taquicardia, picos hipertensivos, tontura, dormência na cabeça, pânico sem motivo aparente e desequilíbrio emocional. Diante da identificação desses sintomas, é necessário que as autoridades e o próprio religioso busquem ajuda profissional. 

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Quais os tipos de ansiedade? 

Já falamos sobre alguns dos principais sintomas da ansiedade patológica, que variam de acordo com o quadro específico. Exemplo: 

  1. Transtorno de Ansiedade Generalizada: Causa uma irritabilidade e inquietação constantes. Há ainda muito cansaço, causando falta de concentração. Em alguns quadros, os sintomas físicos podem se agravar com palpitação cardíaca, dormência no corpo, entre outros. 
  2. Fobias: Trata-se do surgimento exagerado de um medo paralisante diante de objetos ou situações, como altura, elevador, agulhas, determinados animais. 
  3. Síndrome do pânico: A ansiedade se tornou severa a tal ponto que um pânico surge repentinamente. Juntamente, há uma sensação de morte iminente podendo durar segundos ou minutos. 

Quando é hora de buscar ajuda profissional?

A ansiedade patológica (quando são identificados dois ou mais sintomas) necessita de acompanhamento profissional. Muitas vezes, o tratamento acontece por meio de processo terapêutico e medicamentoso e com o apoio de uma equipe multidisciplinar. 

O próprio Dicastério para Vida Consagrada, no documento já citado acima, afirma que “o recurso a tais intervenções tem se revelado útil não só no momento terapêutico em casos de psicopatologia mais ou menos manifesta, mas também no momento preventivo para ajudar a uma adequada seleção dos candidatos e para acompanhar, em alguns casos, a equipe de formadores a afrontar específicos problemas pedagógico-formativos”.

Ou seja, a própria Igreja orienta que formadores e autoridades estejam atentos à necessidade de auxílio profissional, mediante patologias. Porém, continua: “Em todo o caso, na escolha dos especialistas, deve-se preferir uma pessoa de fé e conhecedora da vida religiosa e de suas dinâmicas. Tanto melhor se for uma pessoa consagrada”.

Portanto, não deve haver vergonha ou timidez quando se é preciso buscar ajuda. Por sua vez, é necessário atenção aos profissionais que serão solicitados a fim de não estarem muito aquém da realidade religiosa e suas nuances. 

Quando é hora de optar por casa de repouso?

Colocar um idoso, especialmente aqueles próximos de nós, em uma casa de repouso não tende a ser uma decisão fácil. Principalmente porque, em muitos casos, há o sentimento de que se está abandonando essa pessoa. No entanto, essa pode ser a melhor decisão considerando o bem-estar e a qualidade de vida da pessoa idosa. 

Afinal de contas, quando um familiar querido atinge a terceira idade, as exigências de cuidado e atenção triplicam e é necessária uma dedicação muito maior para eles. Algo que em casa podemos acabar falhando. 

Portanto, essa pode ser a hora de recorrer a uma casa de repouso sem culpa, lembrando sempre de procurar com responsabilidade. 

Há lugares que cuidam e acolhem os idosos com o mesmo amor que eles teriam em casa, mas além do carinho e respeito, eles também terão um atendimento profissional, com médicos, fisioterapia, alimentação adequada e a possibilidade de conviver e construir relacionamentos com outras pessoas da mesma idade. 

Mesmo sabendo disso e de que pode ser a melhor solução, você ainda não sabe se é a hora certa? Tudo bem, podemos chegar a uma conclusão até o final do texto. Continue a leitura! 

O que é uma casa de repouso?

Antes de começar a avaliar todas as questões, precisamos desmistificar de vez a ideia de que casa de repouso é um lugar de abandono. 

A casa de repouso é um lugar de convivência, conforto e cuidado para o idoso. Geralmente, as famílias procuram esses locais quando não conseguem mais atender todas as necessidades dos idosos em casa. 

Esses locais servem para oferecer o melhor para o idoso durante sua estada. A maioria tem médicos, espaços de recreação, atividades de lazer, exercícios físicos, nutricionistas, enfermeiros, espaços confortáveis, bonitos e aconchegantes. 

A família investe um valor, mas tem a certeza de que seu familiar está sendo bem cuidado e sabe que pode visitar sempre que quiser.

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O primeiro passo é avaliar a sanidade

Avaliar a sanidade da pessoa idosa pode ajudar de algumas maneiras. A primeira é observar se você pode manter ele em casa com segurança, pois se a pessoa tiver sã é mais fácil de cuidar. Além disso, você sentirá que pode confiar que ele não fará nada que o coloque em risco, por exemplo.

Por outro lado, uma pessoa consciente e sã pode ajudá-lo a tomar essa decisão. Compartilhe com ele sua ideia de uma casa de repouso, pergunte a opinião dele, apresente as opções e benefícios. E não esqueça de deixar claro que isso não será abandono, que você irá visitá-lo regularmente. 

Leia mais: Será que meu parente idoso precisa de ajuda psicológica? (texto ainda sem publicação, por isso está sem link)

No começo, a ideia pode até assustar e fazê-lo ficar na defensiva, mas com o tempo, paciência e as palavras certas, ele mesmo pode perceber que essa é a melhor opção.

A casa de repouso oferece aquilo que o idoso precisa 

Ainda que a saúde mental do seu familiar idoso esteja em ótimas condições, ele pode precisar de outros cuidados, como uma alimentação balanceada, controle dos remédios, exercício físico personalizado, atendimento médico regular. 

Enfim, necessidades que em casa pode ser difícil de atender adequadamente por conta das outras obrigações. Portanto, esses sinais também são importantes na hora de observar se é a hora de optar por uma casa de repouso.

Esses lugares são totalmente dedicados para atender essas necessidades, os idosos serão bem cuidados e amados. Os remédios são dados por enfermeiros e cuidadores que terão atenção máxima aos horários. 

Além disso, há fisioterapeutas, médicos, nutricionistas à disposição! 

Um cuidador de idoso não é mais o suficiente

Outro ponto que você pode colocar em questionamento nessa situação é “mas um cuidador de idoso não seria o suficiente?”. O cuidador poderia se ocupar com os remédios, acompanhar na fisioterapia e nas consultas médicas, ajudar nas necessidades básicas ou essenciais, cuidar da alimentação e enfim. 

Nesse tópico, a decisão deve ser considerada baseada nas necessidades do idoso e na particularidade de cada um. Observar onde você mais precisa de ajuda. 

Porém, veja bem, ao optar por um cuidador que atenda da mesma maneira que uma casa de repouso por 24 horas, vai precisar de, pelo menos, 4 pessoas. Também é necessário considerar os outros investimentos que ainda precisam partir de você, como profissionais da saúde, remédios, academia, atividades de lazer. 

Se você avaliou com bastante responsabilidade esses três pontos, chegou a uma conclusão e está perto de decidir se é a hora certa de optar por uma casa de repouso. 

Leia mais: Como garantir o envelhecimento e saúde da pessoa idosa?

Porém, lembre-se de tirar os pesos de seus ombros ao pensar que se está abandonando seu familiar idoso. Esse é um dos passos essenciais da tomada de decisão. Se você escolher com amor, atenção e bom-senso, certamente fará o melhor para o seu familiar idoso. Além disso, faça visitas às casas de repouso e observe com atenção como eles cuidam dos seus hóspedes.

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