Quais os principais desafios da evangelização das famílias? 

Para falar sobre a evangelização da famílias hoje, vejamos o que diz o Documento  Instrumentum Laboris:

“A família é reconhecida no povo de Deus como um bem inestimável, o ambiente natural de crescimento da vida, uma escola de humanidade, de amor e de esperança para a sociedade. Ela continua a ser um espaço privilegiado no qual Cristo revela o mistério e a vocação do homem.”

Logo, por seu valor inestimável, a família é a primeira a sofrer com as mudanças dos tempos, com a violência, o desemprego, a indiferença, entre outros problemas do mundo pós-moderno. Por isso, a evangelização se torna um desafio e uma necessidade urgente.

Sendo assim, neste post vamos tocar em algumas feridas da evangelização, mas recordemos que, pelo valor da vida, vale a pena qualquer desafio.

1. A evangelização das famílias diante da fragilidade das relações familiares

Para a Igreja, a família de Nazaré é o modelo da família humana em quem devemos nos espelhar. Logo, o amor entre Maria e José, o cuidado com Jesus, a superação dos desafios juntos, tudo isso é uma referência para a evangelização das famílias hoje.

No entanto, a realidade dentro das casas não é tão feliz assim, porque muitas vezes o sofrimento supera o amor e isso fragiliza as relações familiares. Por exemplo, as crises conjugais, o desemprego, a distância geográfica entre pais e filhos diminuem os afetos.

E os filhos são os que mais sofrem com a falta de amor, principalmente as crianças. Elas assistem discussões, violências domésticas e também sofrem do mesmo mal. Logo, o amor não é uma ação tão comum e Jesus não é bem compreendido na falta de amor.

Contudo, se o ambiente familiar é ameaçado por causa de tantas situações difíceis, a evangelização da família se torna um desafio enorme. A imagem de Deus não aparece com facilidade e muitas vezes é citada para corrigir as crianças e os jovens.

2. A indiferença religiosa atrapalha a evangelização das famílias

O papel dos pais, primeiros educadores na fé, é considerado essencial e vital. A transmissão da fé é o primeiro passo para a evangelização da família. Então é fundamental não apenas batizar, mas frequentar a Igreja para que a fé cresça em família.

Porém, a corrida pela vida, em muitos aspectos familiares, acaba deixando a vida paroquial em segundo plano. Há também muitas ofertas que ocupam o lugar do sagrado na família, em um mundo tecnológico, com muitas portas abertas, a Igreja não parece uma opção. 

Logo, se os pais não vão à Igreja, os filhos também não vão! E se a oração não acontece em casa, se não se fala em Deus ou pelo menos os pais não desejam a bênção aos seus filhos, se instala a indiferença religiosa dentro de casa e dentro do coração.

Assim, o resultado é uma família batizada, mas com práticas pagãs, ou seja, tudo é fé ou qualquer coisa traz sorte. Se a família, a partir dos pais, não se volta às práticas simples da fé, como rezar, ler a Palavra ou meditar o terço, então a evangelização é uma ação desafiante. 

3. Os diversos tipos de crise deixam a família em crise

Não é possível ignorar as diversas crises que existem na sociedade e afetam a evangelização da família. O que dizer da violência doméstica, do feminicídio, da gravidez indesejada, do racismo e dos casos de abusos sexuais dentro de casa?

De forma que a Igreja precisa do diálogo e da aproximação, porque essas situações são uma ferida no coração humano que dificulta a evangelização. E esses problemas, entre outros não citados, agridem a pessoa em sua dignidade e produz revolta e mais violência.

Além disso, em alguns casos, é urgente a necessidade de acompanhar situações nas quais os vínculos familiares estão ameaçados por diversos fatores. É preciso intervenções de apoio capazes de curar as feridas infligidas e desenraizar as causas que as determinaram. 

Sem falar que aqueles que vivem essas situações familiares tendem a se isolar, por causa da vergonha, do medo, da falta de compreensão e do preconceito. Principalmente a mulher, que enfrenta uma sociedade machista e acaba se culpando ou se obrigando a sofrer.

4. O crescimento de culturas sem limites desestabiliza a família

O Papa Francisco nos esclarece sobre isso:

“Padres sinodais aludiram a certas tendências culturais que parecem impor uma afetividade sem qualquer limitação, (…) uma afetividade narcisista, instável e mutável que não ajuda os sujeitos a atingir uma maior maturidade.” 

Quando se fala em tendências culturais, o assunto é muito amplo e difícil de tratar. Porém é real e afeta a evangelização das famílias. Algumas delas dizem respeito à crescente divulgação da pornografia, da prostituição, o uso de drogas e da intenet para fins perigosos.

Nesta realidade, a maioria dos casais se sentem inseguros e incapazes de ajudar os filhos. Logo, se instalam os tribunais para encontrar o culpado pelos erros; a impaciência e as agressões crescem e enfraquecem os laços familiares e desestabilizam a família.

Tudo isso descreve um quadro que leva a separação do casal e prejudica novas uniões por falta de exemplo dentro de casa. E o resultado é a formação de pessoas frágeis, imaturas e vulneráveis, candidatas a todo o tipo de proposta contra a vida.

O que fazer diante dos desafios?

O Papa Francisco nos responde: “Diante das famílias e no meio delas, deve ressoar sempre de novo o primeiro anúncio, que é o mais belo, mais importante, mais atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário: Cristo ressuscitado”.

Se a evangelização das famílias enfrenta sérios desafios, ao mesmo tempo, o olhar de Cristo para cada pessoa humana permanece o mesmo. Portanto, é preciso aprender a olhar de novo, e de novo para os olhos de Jesus, que nos apontam o amor do Pai.

E fixar os olhos na salvação é uma missão de todos: da Igreja, da paróquia, do grupo de oração, do cristão, do agente de pastoral. Isso porque estamos todos ligados uns aos outros, como uma cadeia de vida, e a contribuição de cada um fortalece a evangelização.

Portanto, sem desconsiderar os obstáculos, devemos seguir  com ternura e confiantes na força do amor de Deus que sempre vence.

Veja esse conteúdo sobre evangelização: 

O que São Paulo nos ensina sobre evangelização – Dominus Comunicação

5 erros na evangelização que muitos cometem sem perceber

Os erros na evangelização são comuns, mas podem ser evitados. Quem nos fala bem sobre isso é o Papa Francisco quando diz que precisamos de discípulos que sejam capazes de transmitir a chama da esperança para os homens e mulheres deste tempo.

Mas para alcançarmos essa meta, precisamos eliminar algumas estratégias que afastam as pessoas do Evangelho, por exemplo: cobranças e imposições de comportamento antes de se sentirem amados por Cristo e acolherem a proposta do Reino. 

E é o Papa que novamente nos chama a atenção sobre como evangelizar: é preciso “levantar, aproximar-se e partir da situação”. E o que isso significa? Vamos trocar esses verbos por estratégias: ir ao encontro do outro, dialogar e acolher a realidade da pessoa.

E qual será o resultado dessas ações? Uma pessoa apaixonada por Cristo. 

Então, vamos entender 5 erros na evangelização que, a partir de hoje, não nos impedirão mais de conquistar pessoas para Cristo.

#1 Entre os erros na evangelização está a autorreferência 

“Convém que Cristo cresça e eu diminua” (cf. Jo 3,30). João Batista disse essa frase em uma discussão com os seus discípulos. Eles questionaram o fato de Jesus batizar no lugar dele. Ora, o Batista afirmou: “Eu não sou Cristo…”, e acrescentou a frase acima.

Isso é mais que uma afirmação, é a descoberta da própria identidade, o porquê de sermos cristãos e evangelizadores. Essa convicção e postura de João Batista precisa ser a de cada um de nós. Em poucas palavras, não anunciamos a nossa mensagem, mas a pessoa de Cristo.

Se entendermos bem isso, vamos combater um dos grandes erros na evangelização, o da autopromoção. Precisamos colocar Cristo à nossa frente. Mas como combater a vaidade e o assédio das pessoas? Colocando-se como servo de todos, sem distinção de pessoas, nem de lugar. 

#2  Julgar, apontar, segregar – erros que se repetem na evangelização

“Quando ele chegou perto, Jesus perguntou: “Que queres que eu te faça?”. O cego respondeu: “Senhor, que eu veja” (cf. Lc 18,35-43). Você já parou para pensar nas etapas da evangelização a partir do comportamento de Cristo?

Cuidado para não cair nos erros da evangelização fazendo cobranças sem respeitar o tempo e o momento das pessoas. Veja o caso do cego do Evangelho! Jesus não o acusou, não impôs doutrina, nem fez exigências, mas dialogou com ele. 

E para a nossa surpresa, ele não pediu riquezas, mas a recuperação da vista. Assim, o Senhor nos ensina a respeitar o processo de evangelização de cada pessoa até que ela mesma responde o que deseja. 

Logo, a maior preocupação do evangelizador deve ser falar da misericórdia divina, sem cobrar conversão de ninguém. 

#3 Catequizar antes de um encontro pessoal com Cristo

Imagine você entrando na Igreja pela primeira vez e a pessoa à porta diz que sua roupa é imprópria. Qual seria sua atitude? No mínimo, sairia para nunca mais voltar! 

Então, catequizar é dar vestes novas a pessoa. Não está errado o pensamento, mas é preciso entender qual é a hora exata para isso ou perderemos a pessoa e um filho de Deus.

Logo, o passo fundamental é acolher a pessoa, abrir as portas da Igreja a fim de que ela encontre o seu lugar com o tempo. Na maioria das vezes, as pessoas chegam muito feridas, tristes, solitárias e decepcionadas com as situações da vida. 

E buscam o Mestre, aquele que cura, que abraça, não julga, defende contra os que querem lançar pedras, enfim. Elas receberão tudo isso em um encontro pessoal com Cristo. Por isso, chamar para rezar, estar próximo do sacrário e um simples sorriso faz a diferença.

#4 Não cultivar primeiro uma relação de amizade

A Europa já enviou muitos missionários para o mundo. O Brasil, por exemplo, foi catequizado pelos Jesuítas por longos anos. Mas hoje o velho continente sofre com a falta de batizados e sabe qual é a maior ferramenta de evangelização lá? A amizade.

E existe o anúncio do Evangelho sem amizade, sem vida fraterna? Se não formos irmãos, seremos um quartel general da fé e cometeremos grandes erros na evangelização. Mesmo porque, o cristianismo é marcado pelo amor aos irmãos, pela fraternidade e solidariedade.

Portanto, cultive a amizade das pessoas fora no ambiente da Igreja; pergunte sobre a família, o trabalho; aos jovens, ofereça seu tempo; na rua, não se comporte como um desconhecido, seja um sinal de acolhida em qualquer lugar ou circunstância.

#5  Não participar com fidelidade da vida eclesial  

Às vezes corremos o risco de cobrar das pessoas o que não fazemos! Aquele velho ditado: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço! Mas o Evangelho não é feito de discursos e sim da prática da vida.

Por isso, é importante o evangelizador participar da vida de sua paróquia, mesmo que não esteja em todos os momentos, mas alguns são fundamentais, principalmente a participação na Eucaristia dominical, maior oração da vida cristã. 

Além da Missa, existem as ações pastorais, as visitas missionárias, os movimentos de espiritualidade e as formações sobre a fé que alicerçam a vida de oração. Assim, se chamamos alguém para a Igreja é porque a pessoa irá nos encontrar lá.

“A vocação da Igreja é evangelizar; a alegria da Igreja é evangelizar”

Se a evangelização é a alegria da Igreja, segundo o Papa Paulo VI, então o sorriso é nosso cartão postal e a primeira reação diante de todos que se aproximem de nossas comunidades de fé.  

Então, coloquemos Cristo como modelo de grande evangelizador e se errarmos no caminho, Ele se encarregará de consertar. 

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Retiro Livre Soul acontece neste final de semana no Paraná e em Rondônia

A Copiosa Redenção promove entre os dias 17 a 19 de fevereiro, o tradicional retiro de carnaval Livre Soul.

O evento, neste ano, tem como tema “das trevas para a luz”  e contará com a presença de religiosos e convidados. Para o Irmão Diogo Duarte, religioso da Copiosa Redenção, o retiro é um momento para que os jovens possam viver ainda mais a sua espiritualidade:  “Os jovens podem esperar uma profunda experiência com Deus e a oportunidade de vivenciar um carnaval diferente” – conclui

O Livre Soul acontece na chácara Padre Wilton, no distrito de Uvaia. Além de Ponta Grossa, a comunidade de Presidente Médici, em Rondônia, promoverá simultaneamente o mesmo retiro no Colégio Carlos Drummond de Andrade, na cidade de Presidente Médici.

Os interessados em viver essa experiência podem acessar o site: https://abre.ai/livresoul2023