Centro de Revitalização Âncora lança 2ª turma do curso Cuidar-se para religiosos e sacerdotes

O Curso Cuidar-se – As dimensões bio-psico-sócio e espiritual do ser humano estão com inscrições abertas até o dia 27 de abril, e as aulas já iniciam no dia 28. 

O Centro de Revitalização Âncora lança o curso como proposta de formação e autoconhecimento para sacerdotes e religiosos, a fim de prevenir e auxiliar aqueles que sofrem com ansiedade, depressão, angústia e outros desafios de dimensão psíquica.

Seu formato será com formações semanais, todas às sextas-feiras, às 9h da manhã. O time de facilitadores conta com os principais nomes da psicologia aplicada à vida religiosa no Brasil. 

O curso é voltado a bispos, sacerdotes, religiosos (as), reitores de seminário, formadores de comunidades religiosas e leigos consagrados.

O Cuidar-se nasce com a proposta de contribuir para formação permanente de religiosos, religiosas e sacerdotes, aparelhando-os com novas ferramentas para o autoconhecimento e a compreensão dos principais dramas vividos por todos. Tem por base as dimensões bio-psico-sócio espiritual do ser humano.

Quem é o Centro Âncora? 

Somos uma casa de acolhida especialmente edificada para amparar sacerdotes e religiosos (as) que apresentam sofrimentos e angústias.

Constantemente atento aos sinais dos tempos e consciente das dores daqueles que trabalham na construção do Reino de Deus, o Centro Âncora visa contribuir com a Igreja através da acolhida, revitalização espiritual e condutas psicoterápicas, bem como com o cuidado médico especializado para com aqueles que sofrem.

O Centro Âncora é constituído por uma equipe técnica transdisciplinar, cujo maior chamado é o ministério da revitalização daqueles que trabalham em prol da Igreja. A equipe é formada por diretores espirituais, conselheiros e profissionais de saúde: psicólogos, médicos, psiquiatras, nutricionista, educador físico, enfermeiro, fisioterapeuta e assistente social.

SERVIÇO

2ª turma do Curso Cuidar-se – as dimensões bio-psico-sócio e espiritual do ser humano. 

Promovido pelo Centro de Revitalização Âncora. 

Investimento – R$ 947,90 

  • Aula Semanal, todas às sextas-feiras às 9h;
  • Início das aulas: 28 de abril
  • Plataforma Zoom; 
  • 100% online; 
  • Ao término das aulas, o aluno receberá certificado emitido pelo Centro Âncora de Revitalização. 

7 sinais de que você pode estar em crise vocacional 

Tem sido cada vez mais comum religiosos em crise vocacional, e os motivos são os mais variados.

Esta tem sido uma das principais causas de afastamento ou até mesmo de desligamento de religiosos da sua comunidade. Por isso, é tão importante para você conhecer os sinais a fim de compreender o que de fato está acontecendo e assim saber como lidar com isso.

Mas, afinal, quais são os sinais de alguém que está passando por uma crise vocacional? Primeiramente, vamos começar por entender o que é uma “crise”.

Crise vocacional, o que é isso?

A crise faz parte da vida de todo ser humano e advém de diversos contextos, por exemplo, crise econômica, de saúde, emocional, vocacional, entre outros.

A palavra crise tem sua origem no latim, a partir do vocábulo crísis que significa “momento de decisão, de mudança súbita”.

No entanto, passar por uma crise significa atravessar um momento de sofrimento muito intenso, tanto que tem força suficiente para desestruturar a vida psíquica e social da pessoa.

Contudo, é fundamental passar pela dor da crise para que haja mudanças em nós. No contexto da vocação, uma crise pode servir para firmar ainda mais a fé e fundamentar as próprias convicções de forma assertiva e racional.

São João da Cruz em “Noite Escura” trata justamente de um tempo de crise, que ele define como um deserto árido, grande tormento. Mas o santo também indica que pode ser um tempo generoso e frutífero que possibilita o crescimento espiritual.

Sendo assim, uma crise vocacional provoca angústia, sim, mas também tem a capacidade de alargar o coração.

Por tudo isso, uma crise, por mais difícil que seja, é um tempo de mudança, é um tempo decisivo. É também um tempo de profundo amadurecimento vocacional, que coloca a pessoa na decisão de continuar, de modo mais maduro e decidido, ou mudar a rota.

Mas, antes de qualquer decisão, obviamente, o religioso precisa entender que está passando por uma crise e que ela pode se tornar muito positiva para a sua vocação. Para isso, é preciso começar a identificar os sinais para saber como combatê-los. Acompanhe!

7 sinais de uma crise vocacional

A crise vocacional passa por algumas atitudes que são um grande impeditivo para uma caminhada mais sólida e fiel.

Essas atitudes podem ser observadas isoladamente, ou seja, você pode apresentar apenas uma ou duas, enquanto que outro religioso pode apresentar várias ou até mesmo todas.

Vamos conhecê-las.

#1 Debilidade da fé

A fé precisa ser cultivada diariamente, é assim com os leigos, é assim com os religiosos. Por isso, quando não é cultivada assiduamente, a fé acaba ficando debilitada. Muitos chegam ao ponto de afirmar que perderam totalmente a fé e, consequentemente, não têm mais razão para manter seu projeto de vida religioso, ponto alto de uma crise vocacional.

#2 Dúvida

Em certa altura da vida, muitos chegam a uma crise vocacional se questionando: Será que Deus, de fato, me chamou para a vida religiosa? E então muitos passam a esperar por uma alocução de Deus, uma revelação privada, que confirme ou não a sua escolha.

Contudo, esquecemos que Deus não se obriga a agir assim com todos. E, então, quando a “resposta” de Deus não vem, muitos acabam por viver eternamente num ciclo de dúvidas que pode ser compreendido como a “síndrome do discernimento vocacional perpétuo”.

# 3 O desânimo espiritual

Jesus ordenou aos discípulos que avançassem para águas mais profundas. E mesmo cansados de uma pescaria que não deu em nada até aquele momento, eles obedeceram, ou seja, não pararam nas dificuldades, acreditaram no Mestre.

Contudo, muitas vezes permanecemos na superficialidade, nos esquecemos de lançar a rede, de ir para águas mais profundas e então vem o desânimo. E o desânimo tira a força do nosso coração, nos põe apáticos, nos rouba da oração, do encontro com Deus. Obviamente que o resultado disso pode ser devastador para a vocação.

# 4 O medo

O medo surge em diversas circunstâncias da nossa vida e pode se tornar ainda mais intenso durante uma crise vocacional.

Contudo, o medo começa a nos fazer mal quando nos paralisa, quando nos rouba da nossa identidade cristã, quando nos impede de confiar em Deus.

Geralmente, o medo está associado a distúrbios de ansiedade, resultado de uma saúde emocional fragilizada que precisa ser urgentemente tratada. Do contrário, a crise vocacional poderá dar frutos ruins.

# 5 A desobediência

Uma característica muito visível de alguém que está passando por uma crise vocacional é a dificuldade de viver o voto da obediência.

Logo, o consagrado passa a agir de maneira egoísta, vive em função de si mesmo e não da sua congregação e muito menos em função de Deus. Além disso, torna-se indiferente ao carisma da congregação e perde o senso de vida fraterna.

# 6 O relaxamento

Muitos consagrados, depois de um certo tempo, esquecem-se das renúncias que precisam fazer diariamente para viver o chamado de Deus.

E, assim, acabam por viver um relaxamento de sua espiritualidade, como se não houvesse mais lutas diárias, como se já não precisasse combater os maus hábitos no pensar, no falar, no olhar.

Vivem como se a consagração fosse uma meta que, quando atingida, não precisa ser conquistada a cada dia.

# 7 Relações incoerentes

Não é pouco comum que, unida à crise vocacional, esteja o cultivo de relações afetivas e/ou sexuais impróprias para aquele que professou o voto da castidade.

No entanto, estas relações acabam criando uma dependência difícil de ser superada. Além disso, quando existentes, dificultam a superação da crise vocacional e a vivência da vontade de Deus na própria vocação.

O que fazer diante de uma crise vocacional?

Certa vez, o Papa Francisco deixou um conselho muito importante àqueles que estão enfrentando a crise vocacional. Ele disse: “Sejam positivos, cultivem a vida espiritual e, ao mesmo tempo, sejam capazes de encontrar as pessoas, especialmente as desprezadas e desfavorecidas. Não tenham medo de sair e caminhar contracorrente. Sejam contemplativos e missionários. Rezem”.

Contudo, além do conselho do Papa, para combater o desânimo, o esfriamento da fé, a dúvida, o medo, a desobediência e demais sinais de crise vocacional é preciso de ajuda profissional. Logo, contar com a orientação de um psicoterapeuta é importante para novamente partir de Cristo – o centro da vida consagrada.

E “partir de Cristo significa então reencontrar o primeiro amor, a centelha inspiradora da qual se começou o seguimento” (Congregação para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica: Partir de Cristo).

Somente assim a crise pode ser um tempo, como diria São João da Cruz, generoso e frutífero em vista do crescimento espiritual.

Conheça o Centro Âncora e viva uma experiência de renovação a partir da sua crise vocacional. 

Humildade: como e por que cultivar essa virtude

“Sem humildade, não encontramos o Senhor” Nos diz o Papa Francisco! E segundo Santo Agostinho:

“Para chegar ao conhecimento da verdade, há muitos caminhos: o primeiro é a humildade, o segundo é a humildade, e o terceiro é a humildade”.

Ou seja, conhecimento de Deus e de si mesmo são sinais de humildade. Mas por que e como cultivar essa graça? Vamos encontrar estas respostas agora!

O que não é humildade?

É difícil conceituarmos uma virtude tão nobre, mas é fácil dizer o que ela não é! Por isso, selecionamos alguns tópicos sobre esse “não”:

  1. Humildade não é sinônimo de submissão, passividade, resignação. A pessoa humilde não é aquela que aceita tudo sem dizer uma só palavra! Principalmente quando fere a dignidade da pessoa, algo que Deus resgatou para nós com sua Paixão.
  2. Humildade não é negar seus próprios talentos, colocar-se como frágil, vítima das situações. Quem vive a humildade reconhece os dons que tem, coloca-os a serviço e sabe agradecer a Deus e ao outro por ser útil.
  3. A humildade não é mentirosa, nem orgulhosa, ao contrário, o humilde reconhece sua limitação, é capaz de dizer “não” diante de uma prova e não se faz de super-herói diante dos desafios da vida e as armadilhas do pecado.

Portanto, essa virtude, é um dom divino que cresce de dentro para fora na medida em que conhecemos o Senhor em profundidade; ela não é superficial, logo não pode ser encenada, porque é exigente demais para se fingir! E só a entende quem compreende sua fonte! 

O grande modelo de humildade

Para entendermos essa virtude, precisamos olhar a vida de Cristo. Desde o seu nascimento, em condições desumanas, sua juventude no escondimento, a vida adulta como artesão, sua vida pública em missão até sua morte de cruz.

Diz-nos São Paulo:

“Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas, esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” (Fl 2,6-7). 

Assim, com sua vida, Jesus nos fala sobre a humildade. Contudo, Ele não negou sua divindade, nem se vangloriou dela, mas colocou sua autoridade de Filho de Deus a serviço de todos, até as últimas consequências. Logo, humildade é sinônimo de verdade e serviço ao próximo.

Porém, só viveremos assim se nos relacionarmos sempre e mais intimamente com Jesus. Mesmo porque Ele deseja nos ensinar quando nos diz:

“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.

Então, a fonte dessa virtude é a convivência com o Mestre.

Como está a minha humildade?

Em uma de suas catequeses, o Papa Francisco nos fez esta pergunta:

“Como está minha humildade?”

Com base em quê? Através da reflexão que o pontífice fez, entenderemos por que precisamos cultivar essa virtude.

Então, o Papa recordou o encontro dos Reis Magos com o Menino Jesus e destacou o gesto que eles tiveram de se prostarem. Eles viajaram tanto para encontrar uma criança como Rei dos Judeus, mas não reclamaram, nem se revoltaram.

No entanto, adoraram a criança. Esse é um gesto humilde; eles acolheram o Senhor como Ele é – pobre e pequeno – e não como eles imaginavam. Logo, a prostração é sinal de humildade, é próprio de quem coloca ao lado suas ideias e dá espaço para Deus.

continua o santo Padre: 

“A adoração passa pela humildade do coração: aqueles que têm a vontade de superar os outros, não percebem a presença do Senhor”. 

Portanto, precisamos da humildade para nos parecermos com Deus, nosso Pai e Senhor.

Por fim, a pergunta encontra com outras: “Olhando para os Magos, nos perguntamos: como está minha humildade? Estou convencido de meu orgulho? Sou capaz de abraçar o ponto de vista de Deus e do outro? E o remédio para a falta de humildade é a adoração.

Os santos nos mostram o caminho desta virtude

Todos os santos fizeram o caminho da humildade. Há exemplos grandiosos que nos inspiram a buscar esta virtude para crescermos no amor a Deus e ao próximo. Mas falemos de alguém que é brasileiro como a gente: Santa Dulce dos Pobres.

Dois exemplos seus nos ajudam a entender a força da humildade: quando pediu esmola para os pobres e recebeu saliva em sua mão, então respondeu que a saliva era para ela e estendendo a outra mão, pediu a doação para os pobres! Quanta humildade!

Sabemos que ela foi exclaustrada, ou seja, tirada da clausura pela Congregação por causa da missão. Mas se manteve religiosa, sozinha até que a vontade de Deus se tornou clara para seus superiores e eles a apoiaram! Parece injusto, mas é real!

O caminho da humildade não é fácil, mas gera frutos de verdadeira conversão. Assim foi com Santa Dulce e não é diferente para aquele que ama a Deus. Do mais, não nos esqueçamos da Santíssima Virgem de quem bem falou Santo Afonso: 

“Humildíssima Senhora e Mãe de Deus, Maria, vós que em tudo, mas particularmente no sofrer, fostes a mais semelhante a vosso Filho, alcançai-me a graça de suportar em paz os ultrajes que de hoje em diante me forem feitos”.

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