VIII Congresso Âncora recebe Padre Lício do Valle para abordar a missão da Igreja na prevenção ao suicídio

Com o tema “Acolher e Cuidar: a missão da Igreja na Prevenção ao Suicídio”, o VIII Congresso Âncora promete ser um marco no diálogo sobre saúde mental e valorização da vida.

O evento que acontece nos dias 02 e 03 de maio de 2025, em Curitiba – PR, reunirá especialistas de renome, Bispos, Superiores, Formadores, Sacerdotes, religiosos (as), e profissionais interessados para discutir formas de atuação profissional de especializada na prevenção ao suicídio.

E um dos destaques deste congresso será a presença do Padre Lício do Valle, referência nacional na área e cuja trajetória une experiência acadêmica, pesquisa e vivência pessoal em torno do tema.

A trajetória de um especialista que transforma dor em missão

Padre Lício do Valle é formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e possui qualificações acadêmicas que o posicionam como uma das principais vozes na prevenção ao suicídio e no cuidado pastoral.

Ele é especializado em Prevenção ao Suicídio pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), qualificado em Suicídio e Automutilação pela UNIPAR, e membro ativo de entidades como a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio (ABEPS) e a Sociedade Internacional de Profissionais da Prevenção e Tratamento de Uso de Substâncias (ISSUP), apoiada pela ONU, OMS e OEA.

Além disso, Padre Lício é autor de obras fundamentais sobre o tema, como “E foram deixados para trás – Uma reflexão sobre o fenômeno do suicídio”, “Acolher e se afastar: relações nutritivas ou tóxicas” e “Mente suicida: Respostas aos porquês silenciados”.

Contudo, sua própria trajetória é marcada por uma experiência pessoal profunda: aos 13 anos, perdeu o pai, que morreu por suicídio. Desde então, tem dedicado sua vida a estudar, compreender e prevenir este fenômeno, buscando levar esperança e acolhimento às pessoas afetadas direta ou indiretamente por ele.

Falar sobre o suicídio é um ato de acolhimento e prevenção

Em workshop realizado pelo Centro Âncora, em setembro de 2024, Padre Lício destacou a importância de tratar o suicídio com seriedade e cuidado pastoral. “É muito importante falar de um tema tão pesado como este, sobretudo falar sobre como prevenir, porque, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio pode ser prevenido.”

Ele explicou que o suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial, envolvendo questões familiares, psicológicas, sociais e demográficas. Segundo o relatório da OMS de 2021, 800 mil pessoas tiram a própria vida no mundo anualmente, sendo o Brasil palco de 52 mortes diárias por suicídio.

E de modo alarmantemente, o suicídio é a segunda causa de morte entre adolescentes brasileiros, um dado que reforça a urgência de iniciativas como o Congresso Âncora.

Padre Lício também enfatizou a necessidade de uma definição clara sobre o fenômeno: “A definição mais básica que temos de suicídio é: o ato de matar a si mesmo. Porém, a Organização Mundial da Saúde tem uma outra definição: o suicídio é o ato deliberado, tomado pelo indivíduo de forma consciente, cuja intenção seja a própria morte, usando para isso um meio que a pessoa acredita que vai matá-la.”

O VIII Congresso Âncora: acolhendo e cuidando com esperança

O Congresso, que acontecerá em breve, será um espaço para refletir sobre como a Igreja pode acolher e cuidar das pessoas em sofrimento. O evento visa aprofundar o papel pastoral na prevenção ao suicídio, unindo a espiritualidade à ciência para oferecer um caminho de esperança.

A participação do Padre Lício do Valle será uma oportunidade ímpar para os participantes aprenderem com um especialista que alia teoria, prática e fé. Sua presença simboliza o compromisso da Igreja com o cuidado integral da pessoa, especialmente em tempos de sofrimento.

O VIII Congresso Âncora convida a todos a participarem desse importante diálogo, onde o acolhimento, o cuidado e a missão cristã se encontram para promover a valorização da vida.

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A importância do autocuidado na vida religiosa

O autocuidado na vida religiosa, por mais que muitos tenham uma opinião diferente, é na verdade um chamado à integridade do corpo, mente e espírito!

Ou seja, não é apenas uma necessidade, mas um testemunho de como o amor de Deus pode transformar todas as dimensões da existência.

Contudo, em um contexto onde a dedicação ao próximo e o sacrifício pessoal são frequentemente valorizados, é fácil esquecer que cuidar de si mesmo também é uma forma de glorificar o Criador.

Jesus nos ensinou a amar o próximo como a nós mesmos, mas isso implica uma reflexão profunda: como posso amar verdadeiramente o outro se não consigo cuidar, respeitar e amar a mim mesmo?

Quebrando preconceitos sobre o autocuidado na vida religiosa

Por muito tempo, o autocuidado foi visto com desconfiança, principalmente em ambientes religiosos. Muitas vezes, confundido com egoísmo ou vaidade, ele acabou relegado a um lugar de pouca importância.

Contudo, a tradição cristã nos lembra que somos templos vivos do Espírito Santo (1 Coríntios 6,19). Logo, ignorar as necessidades do corpo, da mente e do espírito é negligenciar essa dádiva divina.

Além disso, o autocuidado na vida religiosa jamais pode ser considerado como uma fuga do compromisso com Deus ou com a comunidade. Mas deve ser visto como uma forma de garantir que sejamos plenamente capazes de servir. A vida religiosa não é um chamado ao esgotamento, mas à plenitude. E quando aceitamos que cuidar de nós mesmos é uma responsabilidade espiritual, abrimos espaço para uma vivência mais autêntica da vocação.

Sinal de que você precisa de autocuidado: dor de cabeça constante – LEIA AQUI!

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O amor próprio: um mandamento que começa em nós

Jesus nos deixou o mandamento de amar o próximo como a nós mesmos (Marcos 12,31).

Portanto, essa orientação, muitas vezes lida em função do “amar o outro”, começa com uma premissa essencial: o amor próprio. Afinal, como podemos oferecer amor genuíno se vivemos exauridos, desprezando as nossas próprias necessidades?

O autocuidado na vida religiosa é um caminho para cultivar esse amor próprio saudável, que não é arrogância ou individualismo, mas um reconhecimento da dignidade que Deus nos concedeu.

É compreender que a mesma compaixão e paciência que temos com os outros devem ser aplicadas a nós mesmos. Enfim, cuidar de si é um ato de gratidão pela vida e pelos dons recebidos.

Três dicas para viver o autocuidado na vida religiosa sem ferir os conselhos evangélicos

O autocuidado na vida religiosa não precisa estar em conflito com os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. Pelo contrário, ele pode reforçar a vivência desses compromissos. Aqui estão três formas práticas de viver esse cuidado:

  1. Cultive uma espiritualidade equilibrada
    Reserve momentos diários para a oração e a meditação, mas também para atividades que renovem suas energias físicas e mentais. Caminhar ao ar livre, praticar exercícios simples ou dedicar tempo ao silêncio pode ser tão transformador quanto uma longa jornada de oração. Aliás, o equilíbrio entre o descanso e a ação é essencial para manter a saúde integral.
  2. Estabeleça limites saudáveis
    Saber dizer “não” é uma forma de cuidado. Muitas vezes, na vida religiosa, existe a tentação de assumir mais do que podemos suportar por acreditar que isso é uma expressão de santidade. No entanto, respeitar nossos limites é reconhecer que somos humanos e que nosso serviço será mais eficaz quando realizado com alegria e energia renovada.
  3. Alimente-se física e espiritualmente
    O cuidado com a alimentação e com o descanso é fundamental. Portanto, não negligencie a saúde física, pois ela é parte do todo que nos constitui. Da mesma forma, busque alimentar a alma com leituras que inspirem, viva momentos de fraternidade e até momentos de lazer sadio. Esses pequenos gestos são fontes de renovação que nos preparam para os desafios do dia a dia.

Autocuidado na vida religiosa: um caminho de testemunho e renovação

Enfim, o autocuidado na vida religiosa não é um luxo, mas uma necessidade que nos permite viver a vocação de forma mais plena. Ele nos ajuda a crescer no amor próprio, a quebrar preconceitos e a dar testemunho de que o Reino de Deus é um chamado à vida em abundância.

Portanto, lembre-se: Quando cuidamos de nós mesmos, fortalecemos nossa capacidade de cuidar do próximo, seguindo o exemplo de Cristo que, mesmo em sua missão incansável, buscava momentos de retiro para renovar-se.

Que você possa, assim, viver sua vocação com saúde, alegria e integridade, para que sua vida seja um reflexo fiel do amor de Deus.