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31 de janeiro de 2023
Você está atento aos sinais e dores de um consagrado?
Entre os olhares que se cruzam durante a correria do dia a dia, em meio às reuniões de apostolado ou mesmo no silêncio da capela, as dores de um consagrado podem ser percebidas quando estão juntos uns dos outros.
Portanto, as autoridades precisam possuir um olhar sábio e prudente ao observar sinais diferentes no comportamento de um irmão.
O extrovertido passa a não expressar mais tanta alegria e disposição. A irmã sempre preocupada com o bem-estar das demais, está sempre cansada e a cada dia mais isolada. O responsável pela casa religiosa, sobretudo nos avisos da noite costuma estar sempre sobressaltado e ansioso.
Será que você, religioso, sacerdote ou membro de novas comunidades, consegue perceber os sinais e as dores de um irmão consagrado que está ao seu lado?
Neste artigo traremos alguns sinais de que a saúde emocional e a vida interior de um consagrado se encontra ameaçado.
Os sinais que só um irmão percebe
Ser consagrado presume uma rotina de vida entregue à oração, ao apostolado e à vida fraterna. Independente do carisma fundacional, os pilares dos conselhos evangélicos, a missão e os desafios da vida comunitária estão sempre presentes.
Esse relacionamento constante deixa evidente as características de humor, de estilo de vida e de temperamento dos irmãos e irmãs religiosos. Portanto, não deveria ser muito difícil a percepção de um mal estar ou de uma crise vocacional iminente.
Perceber dores de cabeça constantes, insônia, irritabilidade fora do comum, falta de motivação pelas atividades da comunidade ou apostólica, são alguns dos sintomas – sim, podemos chamar assim – de que alguma coisa não está bem com esse irmão ou irmã.
Obviamente, há consagrados que conseguem disfarçar quaisquer sinais de que não estão bem. Há aqueles que se destacam por uma presença sempre forte e expansiva nas ações apostólicas. Porém, a falta de apetite, o desinteresse pelos momentos de fraternidade e descontração, o semblante abatido e o constante estado de tensão nas expressões denotam que é necessário descanso e – em muitos casos – ajuda especializada.
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O que fazer para consolar as dores de um consagrado?
Aos primeiros sinais de que algo não está bem com o irmão, a conduta deve ser da partilha franca, clara e caridosa. No entanto, é preciso manter o zelo da intimidade e da liberdade de expor as dores, ou não, de seu coração.
Em seguida, vale a pena que se reporte ao superior que – devido às suas atribuições – nem sempre consegue perceber com clareza o que tem se passado com seus subordinados. Por sua vez, a autoridade deverá procurar esse irmão ou irmã e oferecer-lhe ouvido, apoio, oportunidades de descanso, lazer e férias (quando for possível).
Em um dos seus encontros com os religiosos no Vaticano, o Papa Francisco afirmou, dirigindo-se aos formadores: “Vocês não são apenas mestres, mas, sobretudo, testemunhas da sequela de Cristo, segundo seu próprio carisma, que pode ser redescoberto mediante a alegria de ser discípulos de Jesus. Por isso, cuidem sempre da sua formação pessoal, que nasce de uma forte amizade com o único Mestre”.
Desse modo, o consagrado poderá ver suas dores sendo acolhidas no seio da comunidade e, quando necessário, contar com ajuda profissional.
Conclusão
É possível evitar dores ainda maiores como estafas, depressões severas, ou até suicídio de padres e religiosos quando damos atenção aos irmãos de modo atento e fraterno.
As dores de um consagrado são as dores de homens e mulheres que vivem em meio aos desafios dos nossos tempos e padecem de enfermidades próprias do século presente. Um agravante também pode ser a luta cotidiana pela fidelidade aos compromissos e à missão, assim como a lida com os sofrimentos do povo ao qual foi enviado.
Sejamos dóceis e atentos aos irmãos e irmãs que convivem conosco. Seja você também uma âncora que alcança as lutas cotidianas com caridade e generosidade.
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Entre os olhares que se cruzam durante a correria do dia a dia, em meio às reuniões de apostolado ou mesmo no silêncio da capela, as dores de um consagrado podem ser percebidas quando estão juntos uns dos outros. Portanto, […]