Outros tratamentos
O tratamento da Dependência Química é um processo que conta com várias ações: psicoterapia, medicamentos, internação, grupos de apoio, dentre outros. Entretanto, não são todas as pessoas que necessitam de todas as ações. O tratamento deve ser individualizado, ou seja, ele deve ser projetado de acordo com as necessidades do paciente e da família. Não existe tratamento único que atenda a todos os dependentes químicos. O terapeuta deve avaliar cuidadosamente cada caso.
MODALIDADE AMBULATORIAL
Na maioria das vezes, se deve começar um tratamento pelo ambulatório. Como em outras doenças, as internações devem ser reservadas para os casos mais graves.
Pelo senso comum, estabeleceu-se uma cultura de que o tratamento para a Dependência Química é sinônimo de internação. A internação involuntária só pode ser realizada se houver risco de vida para o paciente ou terceiros.
O tratamento em modalidade ambulatorial é o mais acessíve, não só pelo menor custo, mas pelos métodos que ele apresenta, pois, tratar uma pessoa sem tirá-la do ambiente no qual ela vive e nem afasta-la das tarefas do seu dia a dia, pode se desenvolver com este paciente, um tipo de atendimento mais longo, que inclui reinserção social, prevenção de recaída, acompanhamentos familiares, dentre outros.
INTERNAÇÃO
A internação é realizada quando o profissional, que orienta a abordagem inicial, percebe que: a pessoa corre risco de vida; quando a própria pessoa procura ajuda para se submeter ao tratamento; quando as tentativas ambulatoriais falharam e sua rede de apoio familiar e social não ajudaram a pessoa a ficar sem drogas.
Esta internação pode variar, de dias até meses, dependendo da necessidade do paciente. Preferencialmente, deve se restringir ao período de crise e ser o mais breve possível.
INTERNAÇÃO DOMICILIAR
Este é um recurso utilizado pelos terapeutas para evitar a internação hospitalar. A pessoa que será internada, deve ter um bom suporte social e familiar, além de concordar com a internação. Neste período, ela fica dentro de sua própria casa, sem sair. Não vai à escola, ou mesmo ao trabalho, e as atividades do lar, devem ser realizadas por outra pessoa. Além disso, não deve ter contato com outros usuários de drogas.
PSICOLÓGICO
O tratamento psicológico pode auxiliar ou complementar o tratamento psiquiátrico/medicamentoso e funciona como um suporte motivacional, além de auxiliar na manutenção da abstinência.
O psicólogo pode seguir diferentes linhas, em grupo ou individual, que atendam as diferentes necessidades e características das pessoas. A linha, atualmente, mais utilizada é a chamada terapia cognitivo-comportamental.
GRUPO DE AUTOAJUDA
São grupos organizados, normalmente, por dependentes em recuperação e tem como base a troca de experiências, aconselhamento e a religião. Não seguem nenhuma teoria específica, mas são extremamente eficientes, pois lidam com relatos de experiências vividas por outros dependentes, onde conseguem perceber o seu problema de outra maneira. Dentre estes grupos se destacam: Alcoólicos Anônimos – AA que se destinam para os alcoólicos. Já o Narcóticos Anônimos – NA para os dependentes químicos. O Amor Exigente – AE e o Al-Anon são voltados para os familiares do dependente.
A crença religiosa é de suma importância, atualmente, dentro do tratamento da dependência. Ela deve ser respeitada e valorizada pelos familiares, pois funciona como base de orientação para a abstinência e para o tratamento.