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Brincar é coisa séria: entenda a psicomotricidade e seu papel na saúde emocional das crianças

13 de junho de 2025

Brincar é coisa séria: entenda a psicomotricidade e seu papel na saúde emocional das crianças

A psicomotricidade é uma metodologia que transforma o desenvolvimento infantil por meio do brincar, fortalecendo vínculos e autoestima.

Antes de tudo, é preciso dizer: brincar é mais do que diversão. No Projeto Pe. Wilton, essa atividade se torna um verdadeiro instrumento de cura emocional para crianças em situação de vulnerabilidade. 

Através da psicomotricidade relacional, elas têm a chance de se expressar, desenvolver vínculos, superar traumas e fortalecer sua saúde emocional em um ambiente seguro, afetuoso e profundamente humano.

De forma prática, a psicomotricidade é uma abordagem que atua no desenvolvimento global do ser humano — envolvendo corpo, mente, emoções e relações. Quem explica é a psicomotricista Eliane Kanarski Schila, especialista em Psicomotricidade Relacional e Serviço Social, que atende diretamente as crianças do Projeto Pe. Wilton.

Segundo ela, “trabalhamos com a expressividade corporal da criança, do adolescente, do adulto e do idoso. Através da ação espontânea, a criança consegue desenvolver aspectos motores, cognitivos, afetivos, sociais e relacionais.”

Além disso, ela explica: “trabalhamos essa globalidade, melhorando a aprendizagem, o relacionamento da criança com os seus pares, com a família e com os aspectos afetivos.” Ele segue falando que  “a psicomotricidade relacional permite o ajuste da agressividade. A criança pode expressar seus afetos, medos, ansiedade, tensões. Ela melhora suas habilidades, usa a criatividade, a imaginação. E tudo isso acontece junto ao psicomotricista, que chamamos de parceiro simbólico.”

A importância do brincar na saúde emocional

Por isso, o brincar não é um mero passatempo dentro da psicomotricidade — é o ponto de partida para a transformação. “O psicomotricista participa do processo como um parceiro simbólico. A criança cria sua própria brincadeira e reproduz dentro da sessão seu cotidiano. Muitas vezes, histórias tristes acabam sendo reconstruídas.”

Ela relembra: “tivemos famílias atendidas dentro do projeto, irmãos com idades diferentes, e houve até uma melhoria no relacionamento entre eles. Muitas dessas crianças nem sabiam brincar. Aprenderam a brincar com o adulto. Isso trouxe à tona vontades, sonhos para o futuro.”

Como resultado, essas sessões lúdicas permitem que a criança se torne protagonista de sua história. “Hoje vemos crianças mais saudáveis, que chegaram sem sorriso, sem mobilidade no corpo, e agora têm novo ânimo, novo sopro de vida, postura diferente, vontade de frequentar a escola.”

Práticas vividas no Projeto Pe. Wilton

Na prática, as sessões do projeto são fundamentadas na expressividade e na criatividade. “Nós usamos o brincar como ferramenta, mas é um processo de formação”, destaca Eliane. As atividades incluem jogos simbólicos, encenações, personagens e invenções espontâneas das crianças. “Elas aprendem a se comunicar, a contar histórias, a viver algo novo.”

Com isso, essas vivências transformam o comportamento e os vínculos sociais. “Crianças que chegaram retraídas passaram a se abrir, a se expressar melhor, a confiar. O brincar possibilita que elas criem uma nova realidade.”

Psicomotricidade em contextos vulneráveis: desafios e esperanças

Ainda assim, trabalhar com psicomotricidade em realidades marcadas pela vulnerabilidade social exige superação constante. “Um dos maiores desafios é fazer com que o poder público reconheça essa metodologia como uma ferramenta transformadora”, alerta Eliane.

Além dos aspectos estruturais, como transporte e acesso, há também o desconhecimento por parte das famílias. “Às vezes os pais não entendem o processo e pensam que é só recreação. Mas não é. É algo profundamente formativo. Por isso chamamos os responsáveis para conhecer de perto.”

Ela reforça: “A psicomotricidade relacional vem como algo muito positivo, capaz de resgatar a autoestima e resgatar a vida. Mas ela precisa ser apoiada pelo poder público e pela sociedade como um todo. Onde nós, profissionais, sejamos valorizados e possamos continuar aplicando essa metodologia que transforma vidas.”

Um projeto que transforma vidas

Diante disso, o Projeto Pe. Wilton tem sido pioneiro ao adotar a psicomotricidade relacional como parte do cuidado integral com crianças em situação de risco. A parceria com a clínica de Eliane garante um espaço seguro e acolhedor para que elas possam brincar, se expressar e crescer com dignidade.

Ao longo dos atendimentos, inúmeras famílias já testemunharam os frutos dessa metodologia: vínculos familiares fortalecidos, melhora na comunicação, mais afeto e esperança no olhar dos pequenos.

Como você pode ajudar

Por fim, o trabalho realizado pelo Projeto Social Pe. Wilton só é possível graças ao envolvimento de voluntários e doadores. Tornar-se um Amigo da Redenção é uma forma concreta de apoiar essa missão de acolhimento e transformação. Com sua contribuição, mais crianças terão acesso a esse cuidado terapêutico e humanizador.

Aproveitamos para expressar nossa profunda gratidão à profissional Eliane Kanarski Schila, cuja dedicação, competência e sensibilidade têm feito a diferença na vida de tantas crianças atendidas pelo projeto. Seu trabalho é sinal de esperança e reconstrução.

Clique aqui e saiba como ajudar

A psicomotricidade é uma metodologia que transforma o desenvolvimento infantil por meio do brincar, fortalecendo vínculos e autoestima. Antes de tudo, é preciso dizer: brincar é mais do que diversão. No Projeto Pe. Wilton, essa atividade se torna um verdadeiro […]