Diálogo entre gerações: como promover?

A dificuldade do diálogo entre as gerações têm gerado diversos prejuízos para a sociedade atual.

É fácil encontrarmos, nos dias de hoje, um idoso com o sentimento de inutilidade, bem como um jovem perdido e sem perspectivas de vida. E tudo isso se dá por não saber-se mais aprender com o outro, em especial com aquele que em quase tudo difere de nós.

Uma geração encontra seu sentido na outra

O jovem atual, em sua maioria, ainda que sem intenção, é portador de um orgulho e autossuficiência, que o restringe a um mundo de sentimentos intensos, mas de pouca durabilidade.

É no idoso que o jovem encontra a capacidade de projetar sua vida em escolhas que lhe possibilite longevidade e lhe faça colher no final da vida frutos de realização e alegria por ter sabido viver bem.

Dessa forma, jamais o jovem vislumbrará o bem que faz uma juventude vivida com responsabilidade sem o exemplo de um idoso que soube viver com sabedoria os tempos de sua mocidade.

Assim, também a velhice não fará nenhum sentido para um idoso que não souber contemplar as sementes plantadas um dia por ele, que estão agora frutificando na vida daqueles mais jovens.

Portanto, sem a proximidade e o diálogo entre as gerações, jamais essas experiências serão possíveis. Pois é na proximidade e no contemplar uma da outra que as gerações podem aprender e celebrar a beleza que está contida no ciclo da vida.

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É preciso encarar com fé o tempo presente

Em muitos casos, a dificuldade do diálogo entre as gerações está na falta de humildade em encarar o momento presente.

O idoso encontra dificuldade em aceitar que em muitos momentos precisa ou precisará de ajuda. Já, os jovens, em admitir que apesar de sua vitalidade necessita de conselho.

Por isso, é preciso que ambos cedam às circunstâncias do tempo presente que lhe indicam a necessidade de serem auxiliados naquilo que não possuem.

Logo, enquanto não se rebaixarem para serem levantados por aquilo que o outro tem em potencial, as duas realidades caminharão carentes e não progredirão para alcançar aquilo que de melhor o tempo presente lhe oferece.

Em uma catequese sobre a velhice proferida pelo Papa Francisco em junho de 2022, vemos claramente a necessidade de uma geração olhar para a outra para que todo um povo receba os benefícios desta unidade. Vossa Santidade afirma:

Se os jovens se abrirem à gratidão pelo que receberam e os idosos tomarem a iniciativa de relançar o seu futuro, nada pode impedir o florescimento das bênçãos de Deus entre os povos!”

Como promover o diálogo entre as gerações

O dia 23 de julho se aproxima, e neste dia comemoramos o Dia Mundial dos Avós onde temos a oportunidade de promover o diálogo entre as gerações.

Infelizmente, há muitos anos percebemos que há um crescente afastamento da convivência e do diálogo entre as gerações. Os netos já não conhecem os avós e se os conhecem não há convivência e muito menos intimidade.

Em muitas famílias, por exemplo, já se tratam os avós com formalidade e frieza, sem que haja proximidade e muito menos troca de experiências.

Antigamente era comum a casa dos avós ser sempre cheia de netos e bisnetos. Encontrava-se em muitas casas sempre camas a mais ou mesas com muitos lugares, pois a convivência com os netos e familiares eram sempre corriqueiras.

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Hoje em dia a maioria dos avós são esquecidos e tidos como um fardo, mas essa não é a verdade a respeito da velhice.

Ir ao encontro

Vejamos o que diz outra Catequese do Papa Francisco sobre a velhice, proferida no dia 23 de fevereiro de 2022:

“Os velhos possuem recursos dum tempo já vivido que podem enriquecer o sentido da vida. Gostaria, por isso, de encorajar todos a investirem inteligência e afectos sobre os dons que a velhice traz consigo. Nas imagens sobre o sentido da vida, a velhice tem pouca incidência, porque é considerada uma idade que não tem conteúdos especiais a oferecer e a vivenciar, quando o que falta verdadeiramente é reconhecê-los.”

Dessa forma, aproveitemos o Dia Mundial dos Avós para valorizar aqueles que andam devagar, porque já tiveram pressa, para construir aquilo que hoje outros podem desfrutar.

É preciso mais do que nunca romper com as barreiras da frieza e da autossuficiência e correr ao encontro daquele que traz uma nova perspectiva de vida.

No caso do jovem, é preciso buscar no idoso a firmeza de quem já passou por muitas coisas e por isso sabe a consequência de cada escolha.

E quanto ao idoso, com a sabedoria de quem já viveu os tempos de euforia e agitação, deve buscar contribuir para que o coração juvenil alce voos altos. Mas que tenha também os pés fincados em algo sólido e que não passará ao longo dos anos.

Portanto, o diálogo entre as gerações é uma grande riqueza, e quando se torna uma realidade enriquece a sociedade e a história.


CONHEÇA O LAR ADELAIDE!

Papa Francisco se encontrará com jovens de 120 países neste sábado, 24.

Encontro será em Assis onde será projetada uma nova economia fundada na fraternidade

A cidade italiana da Úmbria, famosa em todo o mundo pelos seus filhos Francisco e Clara, acolhe desde quarta-feira pouco mais de mil jovens economistas, provenientes de 120 países que nos últimos dias participaram do evento global Economia de Francisco. Este evento, desejado pelo Papa, é realizado para refundar a economia com um capital de valor inestimável: o da fraternidade.

O Economia de Francisco é um movimento internacional de jovens economistas, engajados em um processo de diálogo incluso, e nasceu após a carta do Pontífice, dirigida em 2019 aos jovens economistas, empreendedores e empresários de todo o mundo. Por conta da pandemia, os dois primeiros encontros aconteceram de forma remota.

Acolhendo os jovens nesta terceira edição, o primeiro de forma presencial, a Irmã Francesca Violato, das Irmãs Franciscanas Elizabetanas de Pádua deu as boas-vindas: “Há um mundo que se derrama em Assis. Um mundo de jovens, apaixonados pela economia. E foi bom”, explica a Irmã.

Jovens encontram o Papa

Nesta sexta-feira (23), os jovens estão percorrendo as pegadas de São Francisco, visitando os lugares onde viveu o santo de Assis.

O Brasil conta com uma representação de 100 jovens, onde apresentam propostas e projetos, na tentativa de responder ao chamado de Francisco para construir outros modelos econômicos que não aposte na exploração da Mãe e Irmã Terra.

Com informações do site Vatican News