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05 de dezembro de 2022

A loucura do presépio

(Continuação da carta de 23 de maio de 1994)

O Senhor quer nos chamar a perceber em tempo a necessidade de podermos nos concentrar naquilo que é essencial. O que é essencial? A presença de Cristo em mim. Perceber esta presença, tomar consciência com muita clareza de que esta é uma presença toda plena de amor que tomar conta de nosso ser.

 A presença amorosa do Senhor em nossa vida, no interior de nós mesmos, no interior de cada membro da Copiosa Redenção o Senhor habita. Tomar consciência disso, e porquê? Porque a vida interior é antes de tudo um caminho de intimidade com Deus, um caminho de profunda harmonia neste relacionamento, caminho de dinamismo transformador. Pois devemos portanto lutar com todas as nossas forças para percebermos quais são os obstáculos que existem dentro de mim que me impedem hoje de experimentar esta harmonia, este relacionamento amoroso, que me impedem de experimentar esta intimidade com Deus, impede hoje de experimentar esta presença amorosa do Senhor em minha vida, pois tenho que perceber nesta interioridade que este amor de Deus é um amor pessoal.

Jesus se interessa pela minha pessoa, como se fosse o único em que tivesse de pensar, isso é uma verdade. Cada um de vocês são amados pelo Senhor na sua realidade.

O Senhor pensa desde toda a eternidade em você e pousa os olhos em você. É n’Ele que podemos sem dúvida ouvir a expressão mais pessoal, mais envolvente do seu amor, principalmente aquela que possa brotar do alto da cruz. “e sei na minha agonia por ti derramei gota por gota do meu sangue”.

Jesus é o centro de todos os corações, mas Ele é também o centro do meu coração, está presente em toda a realidade do meu ser, da minha consciência, me amando na minha interioridade, penetrando meu ser da sua presença Divina, tendo um amor pessoal.

Não fostes vós que me escolhestes, mas eu escolhi a cada um de vocês. A escolha do Senhor é pessoal. Muitas vezes nós temos tendências de olhar para nós mesmos nossas misérias, a nossa pequenez. E as vezes tentamos nos desvalorizar, tentamos saborear de uma forma que nos atordoa nossa própria negatividade, nossa própria miséria. E o Senhor nos chama a perceber este amor pessoal. O Senhor te ama desta maneira. É um passo importante da vida interior, descobrir o amor do Senhor. Todo membro da Copiosa Redenção tem que descobrir este amor pessoal. Isto deve ser uma marcar na vida da Copiosa Redenção. Porque? Porque se não experimentarmos em profundidade este amor pessoal do Senhor, como poderemos transmitir para os jovens, para as pessoas que se aproximam de nós a força do amor restaurador que passa através de nós, de nossos olhos, de nossas mãos, de nossos pés, de nossos trabalhos, de nossos caminhos, de nossas preocupações.

Cada membro da Copiosa Redenção deve ser um eco desse amor pessoal, em tudo que ela faz, em tudo que ela realiza, em tudo deve mostrar que o Senhor ama cada pessoa de maneira pessoal. Aquele que se sente indigno se torna por esse amor pessoal pleno de dignidade, pleno de plenitude de aceitação. Nesta vida interior que nos leva a descobrir e experimentar o amor total do Senhor.

Jesus nos amou até a loucura, Ele nos amou na loucura do presépio, na loucura da cruz e na loucura da hóstia.

Hoje cada membro da Copiosa Redenção tem que se colocar interiormente nessa plenitude do amor total. Tem que olhar esse amor do Senhor, a loucura do presépio.

É que o Senhor nos chama a não nos acomodarmos, não termos medo do amanhã, nos colocar hoje nas mãos de Deus. Deus está conosco, Deus não nos abandona jamais. Maria e José confiaram nesta providência de Deus. Ali na estrebaria, no lugar mais pobre, mais humilde, Deus na sua loucura de amor total por nós se faz presença em nosso meio.

Como nós temos meus queridos filhos da Copiosa Redenção de nos despojar, como nós temos que tirar de dentro de nossa vida interior tanta coisa que encheu o espaço que deve ser de Jesus.

Na loucura do presépio, o Senhor vem nos dizer que devemos ter o coração despojado, para que Ele possa nascer, ali, na pobreza de nós mesmos, na pequenez de nós mesmos, na simplicidade mais pura e total de nós mesmos, da descomplicação profunda que deve acontecer dentro do nosso interior para que o Senhor seja Ele, aquele que preenche o nosso coração, aquele que preenche nossa interioridade, está lá nos despojamento de nós, que preenche em nós a loucura do presépio, loucura do nada, loucura do abandono total, loucura da entrega total.

Que esse presépio hoje, possa nos mostrar que na gruta de Belém nós caminhamos para a nossa vida interior. A vida interior passa lá pelo presépio, ensina a olhar as coisas deste mundo com um olhar de José e Maria, não fixarmos os nossos olhos em certos elementos que são tão passageiros.

Mas, também este caminho da interioridade onde olhamos a loucura da cruz, o amor total que nos faz quietos, silenciosos, de paz total e demoradamente, nenhum caminho de vida interior passa sem este olhar, passa sem esta sombra da cruz. Então nós encontramos uma luz maravilhosa que nos faz amar este caminho, esta caminho da cruz, a nossa cruz, a Copiosa Redenção, cruz que está no mundo, cruz da dependência das drogas que mata tantos irmãos.

Esta cruz que devemos levar, esta cruz que devemos carregar. Cada membro da Copiosa Redenção tem que carregar esta cruz que é cada jovem que nós encontramos na sua dependência mais triste e pesada, de cada alcoólatra que encontramos na escravidão. É lá que o Senhor nos chama a cada membro da Copiosa Redenção. Chama você a ser Simão Cirineu, olhe o amor total do Cristo na cruz.

Vamos descobrindo que o caminho da nossa vida interior é um caminho que deve passar primeiro pelo servir, no servir também nós nos crucificamos, crucificamos nosso egoísmo, deixamos de pensar me nós mesmos. Olhar para Cristo que se entrega totalmente por nós na cruz. Todos devem penetrar neste mistério na sua interioridade.

(Continuação da carta de 23 de maio de 1994) O Senhor quer nos chamar a perceber em tempo a necessidade de podermos nos concentrar naquilo que é essencial. O que é essencial? A presença de Cristo em mim. Perceber esta […]